Às vezes para acordamos de uma determinada situação é necessário algo como um estalar de dedos, no meu caso foi necessário um tapa da Krystal. Alguém havia substituído a Rachel por ela, eu não estava mais no controle da situação.

Quando voltei da viagem com a Cosima a Dyad não era a mesma, Scott estava afastado, entrei naquela sala com Nealon buscando informações e consegui, quando ele mostrou suas cartas percebi que não temia a Dyad e muito menos a Topsid, mas sim os Neoevolucionistas, pensei que os conhecia, que todos eram como Aldous, porém ele era um fantoche, um cartaz bonito que chamava atenção. Eu pensei que conhecesse as peças no tabuleiro e por pouco não fui derrubada. Nealon quase consegue introduzir aquele verme dentro de mim, conservei o espécime para estuda-lo depois e fiz meus movimentos, liguei para Sarah e repassei para ela como deveria agir com Ferdinand, mesmo contra a minha vontade liguei para um outro alguém, que chegou ao país mais rápido do que eu esperava.

_ Precisa da minha ajuda.

_ Se não me ajudar a Cosima estará correndo perigo, eu preciso desaparecer.

Percebi seu sorriso, mas preferi ignorar não havia tempo para discussão.

_ Pode ser feito, você me diz como, e eu faço acontecer, nem precisa me explicar o porque, nosso objetivo é que você suma.

“Cuidado! Eu ainda estou com arma com a qual matei o Nealon”

_ Eu tenho algo em mente, só preciso pensar onde vai acontecer.

_ Então me diga.

Eleonor levantou da cadeira onde estava sentada e deu alguns passos pelo meu apartamento.

_ Eu devo admitir que é um bom plano, posso conseguir tudo o que precisa para que o plano funcione.

Ela olhou para o quadro da Cosima e falou com ironia.

_ Que pena, vocês duas formam um belo casal, mas Cosima precisa de alguém menos problemática.

“E quem seria você?”

­­_ Eu preciso resolver alguns detalhes, nos vemos mais tarde no estacionamento, sim esse será um bom lugar.

_ Minha querida eu não perderei esse encontro por nada.

“Delphine controle-se você precisa dela”.

Fui até a casa de alguém que eu não esperava ver nunca mais, porém eu não tinha muito tempo, precisava agir rápido. Shay abriu a porta assustada e quando me viu quis fecha-la, mas não o fez, talvez tenha visto nos meus olhos que algo muito sério estava acontecendo, pedi desculpas pelo exagero do outro dia, entreguei para ela um cartão da Dyad com o número da patente da Cosima e deixei com a Shay a missão de cuidar da Cosima, antes ela do que Eleonor.

Sai do prédio e entrei no carro, me dei um tempo para respirar, era o que eu precisava ... respirar, só respirar. Muitos momentos que passei com a Cosima me vieram à mente, o dia que corremos com as garrafas de vinho, nosso primeiro beijo, a primeira vez que dormimos juntas, a viagem que fizemos, o sorriso dela, lembrei do seu cheiro talvez respirar não fosse o bastante, as lágrimas vieram sem que eu pudesse controlar.

Dirigi até a loja de sabonetes da Alison e do Donnie, eu sabia que Alison estava dando um jantar, mas não havia tempo para falar com todos, mandei uma mensagem para Cosima que veio me ver.

_ Você veio.

Sorri.

_ Não poderei ficar.

_ Eu sei porque fez tudo o que fez, com a Shay e tudo mais, desculpe por ter dificultado as coisas e depois...Ter te culpado.

Eu emoldurei seu rosto com minhas mãos e a beijei, secretamente me despedindo, as palavras quase escapam da minha boca.

“Venha comigo deixe tudo para trás e venha comigo”.

Com tudo eu sabia que Cosima precisava ficar, para se curar e curar suas irmãs.

_ Diga as suas irmãs que eu as amo.

Sair de lá, deixa-la não foi fácil, mas Eleonor já estava me ligando. Cheguei ao estacionamento, desci do carro e ouvi os passos dela bem atrás de mim. Respirei fundo. Lembrei da conversa que tivemos no meu apartamento algumas horas atrás.

“_ Além das câmeras eu preciso ter certeza de que irão me identificar, por tanto deixarei minha bolsa no chão”.

Coloquei a bolsa no chão como combinado e virei-me para Eleonor que segurava a arma sorrindo.

_ O que vai acontecer com ela?

_ Ficará muito bem comigo.

Ela atirou, senti o impacto e fui de encontro para um carro branco, fui caindo até chegar ao chão, sangrando e arfando, olhando para o ferimento. Uma mulher apareceu e fez uma ligação, depois de um tempo ouvi as sirenes de uma ambulância, os paramédicos checaram meus batimentos.

_ Ela não está respirando!.

Me colocaram na maca e depois na ambulância. Quando entrei vi Eleonor sentada.

_ Aqui nesta bolsa tem uma muda de roupa.

Eu me troquei.

_ E seus novos documentos.

Retirei todos os fios da camiseta branca que estava usando por baixo da blusa e atirei para o lado.

_Onde conseguiu isso?

Era um dispositivo usado em filmes, para a mesma cena que eu fiz no estacionamento.

_ “A não a carne”, é uma grande instituição. É aqui que você desce seu carro está aqui, não mexemos em nada, ele está como você deixou.

A ambulância fez a volta, peguei as chaves do carro no bolso da calça, todos os documentos que precisava estavam na bolsa assim como Eleonor falou, inclusive um passaporte, retirei os documentos e peguei algo de dentro da bolsa, quando me olhei no retrovisor me achei estranha, mas alguns ajustes e estava melhor, nunca me imaginei ruiva. Vi algo coberto com um enorme lençol cinza, de fato ninguém havia mexido no carro, me esforcei um pouco e puxei o pano, Cosima estava sorrindo para mim, eu não poderia deixar o quadro no meu antigo apartamento, ele serviria para lembrar-me porque estava fazendo tudo isso, dei a partida e segui meu caminho. Imaginei Cosima colocando a mão no bolso e vendo meu bilhete.

“_ Não se preocupe, eu sempre estarei por perto, mesmo que você não me veja. E direi mais uma vez para que nunca esqueça, Je t'aime”.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.