O quadro

Nossos segredos


“ Um dia você irá casar com um homem da igreja, terá uma linda família, e não me fale mais sobre ciência, não quero mais que questione, não existem questionamentos quando a fé é forte, então a sua deve ser fraca Delphine, eu não permito pessoas fracas ao meu redor, ainda mais minha filha”.

Não era sobre Eleonor que eu queria pensar naquele momento, mas as palavras dela vieram tão fortes quanto as da minha mãe, “ Cosima está mais ela, e menos Adel”. Eu também estou menos Nicole e mais Delphine, não há um homem na minha cama, a ciência faz parte da minha vida, e se tem algo que acredito é no meu amor, e em nada mais .

Cosima está dormindo, um sono sereno, quando dorme ela se torna tão calma que é difícil de acreditar, que essa mulher com a cabeça no meu ombro é a mesma Cosima atrevida que eu conheço. Tento me mexer para atender o celular, mas Cosima se agita, quando finalmente estou quase pegando o celular, uma mão segura meus dedos, e os trazem para perto de si.

_ Pode ser importante.

_ Nós somos importantes.

Cosima passou os dedos sobre os meus lábios, desceu até meus seios.

_ Você é linda até pela manhã.

Sorrio para Cosima.

_ Eu sei quando está mentindo, então não o faça. Além disso, não está usando óculos.

_ Me pegou, mas..._ Cosima me beijou_ Eu sei... Que eu te amo, e isso a torna a pessoa mais linda de todo mundo para mim.

Dessa vez eu a beijei, tirei sua blusa e abri seu sutiã, quando ouvimos batidas na porta.

_ Desculpe se acordei vocês, mas o seu telefone estava lá em baixo Cosima e uma mulher chamada Alisson te ligou três vezes, essa é a quarta, acredito que deva ser importante.

Cosima suspirou.

_ Obrigada, desço em pouco tempo e retorno as ligações.

_ Tudo bem.

Olhei para Cosima.

_ Será algo importante?

_ Não, se tratando da Alisson ela deve estar nervosa por causa de uma peça que irá estrelar, mesmo assim tenho que saber o que ela quer, continuamos depois.

_ Nós duas temos ligações para retornar_ Sorri para ela, segurei sua mão e a puxei para cama, Cosima sorriu.

_ Sério Drª Cormier, eu preciso ir, e você está quase me convencendo do contrário.

Cosima desceu para atender as ligações da Alisson e eu peguei meu celular.

_ Drª Cormier. Ce que vous avez besoin? Non, je suis emoutro pays, mon papa peut travailler dehors. Je vais payer pour tout traitement dont elle a besoin, ne vous inquiétez pas.

(Do que ela precisa? Não, estou em outro país, meu pai pode resolver isso. Pagarei por qualquer tratamento de que ela precise, não se preocupe.)

Desliguei o telefone, me sentindo tão normal como antes da ligação, eu estava fazendo muito por ela, considerando que ela me tratou apenas como alguém que poderia ser seu projeto religioso para salvar sua alma.

Sentei em um banco no jardim, Eleonor sentou-se ao meu lado.

_ Soube que saiu logo depois do café da manhã, curioso pensei que não conhecesse a cidade.

_Foi justamente o que fui fazer, conhecer a cidade.

_ Tem algo muito ruim sobre você que eu vou descobrir e quando descobrir direi a Cosima.

_ Eu garanto que não tem nada de ruim sobre mim que ela já não saiba.

“Havia”.

_ Eu e a Cosima namoramos durante um ano, mas nos conhecemos a vida toda, no entanto nesses últimos anos ela vem escondendo muitas coisas de mim e da sua família ,não deixo de pensar que você sabe o que é, e é por sua causa que ela guarda esses segredos.

“ Na verdade eu guardo muitos segredos por causa da Cosima”.

_ Mesmo o melhor hacker do Não a carne, não conseguiu encontrar muito sobre você, apenas que trabalha na Dyad, as outras informações estão bloqueadas.

_ Sério que ainda participa desse grupo?

_ Está mais articulado hoje, e envolve mais coisas do que simples protestos contra o consumo de carne e abate de animais, Drª Cormier, e não me parece surpresa com relação a não ter muito sobre você.

“ Porque tudo sumiu quando entrei na Dyad, registro do hospital, se posso chamar aquilo de hospital, família, envolvimentos amorosos, um dos vários motivos para que eu aceitasse o convite do Dr Leekie.”

_ Realmente se preocupa com a Cosima? Então não sou eu que você deve atacar, eu a amo, me importo com ela e posso protege-la melhor do que você.

Levantei e andei em direção a casa.

_ Você não tem uma sobrinha, porque você é filha única, isso eu consegui descobrir, então essa garotinha com quem a Cosima fala não é sua família, você deve ter sequestrado a menina, ou ela é sua filha.

Parei e falei com ela de costas.

_ Eu sugiro que pare de me espionar, você é prima da Cosima e só por isso eu tenho que aturar seu atrevimento.

“ Deve ser de família”.

_ Por tanto Eleonor, se contente com o que descobriu sobre mim, e apenas isso.

Encontrei Cosima na sala.

_ Discutiu com a Ellen?

_ Ela sabe que a Kira não é minha sobrinha.

_ Como?

_Aparentemente pediu um favor a alguém da organização que você fazia parte, e que ela ainda está envolvida.

_ Delphine antes de tudo ela é minha prima.

Olhei para Cosima.

_ Eu sei, estou fazendo um grande esforço acredite.

_ Carol vai estar logo aqui, e quando eu tiver certeza que ela vai ficar bem voltaremos.

_ Para realidade. Cosima, preciso aplicar mais uma dose.

_ Estarei lá em alguns minutos.

Estava de costas quando a porta do quarto foi aberta.

_ Eu sei que você está bem, ainda assim não podemos arriscar.

Virei com a seringa na mão, e encarei Eleonor, permaneci calada e ela também, segundos depois Cosima entrou. Eleonor olhou para ela.

_ Sabe o que tem na seringa?

_ Eleonor...

_ Eu sabia que não era um resfriado, Cos se está doente tem que dizer as suas mães.

_ Não, eu não tenho, e nem você, eu estou bem, Delphine está cuidando de mim, o que tem nessa seringa é um tratamento.

_ Confia tanto assim nela?

_ Me arrependi muito quando não confiei.

_ Mas nem a conhece, ela esconde tantas coisas de você.

_ Tenho certeza que um dia saberei todas, assim como ela está começando a me conhecer, poderia sair por favor, eu preciso ficar a sós com a minha namorada.