Ultimamente estava sentindo algo estranho pelo meu melhor amigo e por mais que eu mantesse distância dele, Zoro estranhava e estava mais uma vez ao meu lado.

Exatamente como naquela noite; em que dormiria na minha casa depois de fazermos o trabalho da escola. Nesse dia eu estava uma pilha, tentando focar no cheiro de bacon que vinha da cozinha onde Zeff preparava nosso jantar ou no dever complicado de química da bela professora Kalifa.

Aliás, minhas notas em química eram uma merda porque constantemente pensava nas curvas de minha professora, embora ultimamente eu pensasse mais em como sair da sala de aula antes que Zoro me encontrasse no portão da saída e poder seguir o caminho de casa sozinho.

Que diachos! Não conseguia entender o que estava acontecendo! De repente, os cílios verdes e os três brincos — o peito e a bunda também —, detalhes daquele marimo estúpido, substituíram a professora dos meus sonhos — molhados, por sinal. Ainda assim, continuei tirando notas baixas, mas dessa vez em tudo! Porque passei a pensar em Zoro todo instante.

Quando que o marimo ficou tão atraente?

Não conseguia entender. Na verdade, eu achava que tinha chegado no nível mais alto da depravação, sendo esse uma fase com um Boss marimo muito difícil de derrotar. Enfim, precisava maneirar...

Ele foi tomar banho antes de jantar e eu continuei na mesinha do meu quarto, louco para dormir logo e contar carneiros que muito provavelmente teriam a carranca de Zoro no lugar do rosto. Mas acabei notando o vapor do chuveiro escapando da porta e o amaldiçoei por ter a deixado entreaberta.

Às vezes tinha a impressão de que ele me provocava. Enquanto respondíamos as questões, ele se aproximava muito de mim, sendo que certo momento seu pé se envolveu no meu e... eu não sei por que disse "às vezes"! Nenhum amigo faria isso com outro amigo! Estava na cara que tinha caroço nesse angu!

Essa foi uma perfeita deixa para que eu o beijasse finalmente, mas me senti inseguro demais... achei que estivesse delirando e Zeff podia entrar no quarto a qualquer momento.

Só que tudo isso perdeu o sentido, porque assim que notei a porta entreaberta, não pensei em Zeff ou outra coisa qualquer, a não ser que ele estava me dando outra deixa.

Quando estive na soleira da porta do banheiro, dei-me de cara com suas peças de roupas sobre o piso azul e pensei que talvez as roubando por um segundo para cheirá-las ou vesti-las, seria o bastante para nutrir minha perversão. Contudo, preferi juntar as minhas às dele, ficando totalmente despido. Eu estava no level mais alto da depravação e por isso ia me enfiar junto a ele no box — acho que nem Zoro esperava por isso.

Zoro não me notou entrando no box e, quando se virou para se enxaguar, ficou assustado com minha presença ali e totalmente pelada — com razão —, mas tal expressão de susto foi logo dando espaço para um sorriso debochado, que me fez sentir uma pontada de arrependimento por ter me entregado logo a ele, aquele que torrava minha paciência.

— Não é que você veio mesmo... — Ele disse com sarro na voz.

— Para de atormentar e me beija logo! — Já não tinha nenhuma dignidade naquela altura.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.