Syndra o olhava surpresa e aliviada. Finalmente sua curiosidade havia sumido, mas ela deu espaço a outro sentimento: A preocupação.

– Ele é meu primo. - Pigarreou e deu continuação ao que falava. - Fomos criados juntos pelo o meu avó, e praticamos luta juntos. Shen SEMPRE tentou parecer melhor do que eu. Mas nunca foi.

– Que modesto da sua parte pensar assim - Disse com um sorriso esperto no rosto.

Zed a olhou indiferente, mas depois riu. E acrescentou - Eu sou a modéstia em pessoa, Syndra. - E sorriu. Aquilo parecia mais um flerte, do que uma simples resposta divertida.

Mas enfim - deu continuidade ao assunto - Eu sou bastardo. Como o clã em que nasci é importante, sempre teve muitos rivais, pois além de termos como o costume de passar tecnicas secretas de luta em gerações a gerações, também temos como negócio... A máfia.

– Máfia? -Albina indagou.

– Máfia - Zed respondeu. - Eu não sei em que ramo da máfia eles atuam, mas sim. Nunca tive curiosidade de saber também.

– Mas o que aconteceu com sua mãe?

– Ela me teve com um lider de uma outra máfia local, onde o negócio deles era venda de drogas, eu acho. Esse outro clã, ao qual meu pai pertencia, era odiado por minha familia... E acabou sendo exterminado. Minha mãe tentou me proteger ao máximo, mas não pode me esconder por muito tempo. Minha avó e tios descobriram e ela quase foi expulsa do clã. Mas não adiantou muito, porque 7 anos depois foi assassinada... - Suspirou - Ela faz muita falta sabe? - Ele olhava pro lago enquanto suas palavras pareciam suspiros de pura saudades. - Sempre me protegia, mas nem sempre era possivel. É claro, sempre o meu avó era mais duro comigo do que o Shen. Mas eu tinha talento, isso ele não negava. A medida que eu crescia, isso só ficava mais aparente. Motivo de orgulho a minha mãe, e desgosto a familia por o bastardo ter mais talento do que os outros da sua geração.

Ele olhou pra Syndra, que quase chorava com aquela estória.

– Você parece entender o que eu passei.

– Mais ou menos... Não é nada perto do que você passou, mas sim. Meu pai largou minha mãe porque não queria assumir a filha. Ela era jovem, tinha 20 anos. Criou eu tempo suficiente para conseguir andar sozinha e depois se mudou de cidade. E depois, de estado. Tentei criar laços com ela, mas eu não consegui... - Uma lágrima brotou de seu olho esquerdo, mas antes de cair, ela a limpou e continuou com voz de choro. - Da ultima vez que liguei era no meu aniversário de 15 anos. Pensei que ela lembraria dele... Foi um erro ligar. Ela falava com desprezo, de que devia ter me abortado e que não era pra ter me ligado mais. Também fui criada pelos meus avós, mas não consegui criar uma relação com eles o suficiente para que eu os chamasse de família. Eram boas pessoas e ao menos conseguiam me amar mais do que minha mãe ma amou nesses 20 e poucos anos. Minha avó nunca achou certo o que minha mãe fez, mas o que posso fazer...

Ambos se olharam e abraçaram no mesmo instante. Aquela dor compartilhada, que fazia Zed e Syndra chorar parecia ter diminuido. Eles não se sentiam mais sozinhos, e pareciam que finalmente tinham criado um laço em suas vidas.

– Assim que terminei o colégio, fui fazer faculdade e me mudei de cidade...Tudo o que eu mais queria era ter uma vida nova longe da minha família - Syndra falava baixinho, como um sussurro enquanto abraçava Zed, em seu ouvido. - E você, como veio parar aqui? - Falou com uma voz triste e baixa enquanto chorava.

– Quer mesmo saber? - Ele cochichou em seu ouvido

– Quero - Ela o soltou e o olhou de perto. Ele estava chorando, seus olhos estavam vermelhos e fungava pouco.

– Syndra...

– Zed?

– Eu e ele nunca nos demos bem. Sempre brigavamos, mesmo que fosse por coisas infimas. Um dia ele passou do limites. Eu estava saindo de uma balada que tinha ido, e estava voltando a pé, de madrugada na rua, e ele se aproveitou pra me dar uma surra, com mais 3 caras. Tentei revidar e ganhei essa marca.

– Três caras? Que injusto - Ela disse enquanto passava seu polegar delicado na marca de Zed.

– Pois é, quando revidei, usei tecnicas que meu avo abolia. E mesmo estando na 'razão' - Fez sinal de aspas com seus dedos- Ele me baniu do clã e apoiou o Shen. Depois disso, passou um tempo, trabalhei em alguns lugares e resolvi começar do zero aqui. Mas pelo o visto, nem aqui estou salvo... - Ele sorriu triste.

O silêncio tomou conta do momento. Nada dizam, ou faziam, além de se encarar.

– Você fica muito fofa quando para de chorar - Zed sorriu, e Syndra sorriu timidamente de volta, e corou.

– Você também fica uma gracinha assim.

Eles se olhavam, e cada vez se tornavam mais proximos. A Albina de olhos púrpuras estava corada, aqueles olhos vermelhos pareciam estar mais vivos enquanto a lua cheia se refletia no olhar dele. Aquela troca de olhares foi o suficiente para um longo beijo de lingua acontecer entre o casal. Ela sentia algo com aquele beijo que a envolvia cada vez mais que ficava junto dele, e sabia o que era: Paixão.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.