Eu digo e repito. “Não vou me abalar por isso”. De novo, mais uma vez.

Enquanto repito como um mantra minhas mãos insistem em suar. Meu coração me desobedece e palpita como se eu estivesse lutando pela vida. Não tem nenhum pensamento que se fixe na minha cabeça por mais que um minuto, não tem nenhuma atividade que eu consiga executar sem parar para iniciar outra e então mais outra e então eu sinto aquele frio na barriga. As mãos tremulam covardes enquanto quero chorar.

“Por que tu me afetas desse jeito?”

Minha boca seca e se acovarda em te dizer que não preciso do teu meio-amor. As tuas palavras se impregnam em meus ouvidos como um sussurro duvidoso e eu acredito porque eu te amo. Eu te amo e eu odeio te amar mais do que a mim mesma. Eu odeio chorar por ti enquanto tu ri com outros que não eu. Eu odeio essa necessidade de ter tua aprovação, teu sorriso e teu tempo quando na verdade essas coisas não são algo que se pede. Odeio esse meu egoísmo. Eu digo e repito que não vou me abalar. Mas assim como eu sou teimosa meu corpo se supera.