O destino

Capítulo 13


Ele estava animado, não parava de falar que queria falar com a minha mãe sobre o nosso namoro, estava muito ansioso esses últimos dias.

"Já falou com a sua mãe sobre nós?" - Cameron

"Ainda não, mas vou falar. Você está muito ansioso, relaxa..." - Alexia

"Não estou ansioso!!!" - Cameron

"Tá bom, eu que estou!" - Alexia

"Como você é chata Alexia" - Cameron

"Me deixa, vou dormir. Temos que acordar cedo amanhã" - Alexia

"Infelizmente, boa noite meu amor" - Cameron

"Boa noite" - Alexia

"Você é seca mesmo, meu Deus!" — Cameron

Deu para perceber que não sou nada romântica.

Segunda-feira, 08:00 AM

Acho que pela primeira vez no ano, levantei rapidamente da cama, assim que o despertador tocou. Abri as cortinas do meu quarto (eu nunca faço isso) e estava com um sorriso bobo no rosto, contando os minutos para ver Cameron, socorro essa não sou eu. Acreditem eu não sou assim, e estou com medo disso.

O clima estava ameno, uma neblina tampava toda a visão da cidade que tinha da janela do meu quarto.

Fiz um coque frouxo, me despi e liguei o chuveiro, a água estava tão quente que rapidamente embaçou todinho o vidro do box e me peguei escrevendo "Cameron" ali no box embaçado, apaguei na mesma hora, minha vontade era me dar uns tapas, o que tava acontecendo comigo? Não quero ser essas menininhas que ficam bobas quando se apaixonam, e isso não combina comigo. Não sou assim.

Coloquei uma calça jeans, uma blusa de moletom básica preta (amo moletom) e calcei minhas botas. Desci as escadas escorregando no corrimão.

— Alexia, para de ser criança! Sabe que eu odeio quando faz isso, se cair não vou te socorrer - Gritou minha mãe da porta da cozinha.

— Me deixa!

— O café está na mesa, vem comer.

Coloquei a mochila no sofá e me sentei à mesa. Apoie minhas mãos sobre a xícara de chá, a fim de esquenta-las, e comi apenas alguns biscoitos de chocolate. Não sinto fome de manhã, mas minha mãe me obriga a comer.

— Mãe... - Falei.

— Fala Alexia! - Disse encostada na pia com sua xícara de café na mão.

— Eu... eu estou namorando! - Gaguejei.

Ela jogou um jato de café quente em cima de mim. E começou a rir, não conseguia parar.

— Que porra mãe! - Gritei levantando bruscamente.

— Desculpa filha, foi inevitável. Mas me conta, é o Cameron não é?

Revirei os olhos, fiquei furiosa.

— Como sabe? - Perguntei enquanto tirava minha blusa.

— Tava na cara né Alexia, qualquer um sabia! Estou feliz por vocês, sabe que gosto muito do Cameron, ele é um bom rapaz.

Dei de costas para pegar outra blusa no meu quarto.

— Ei, escuta aqui... - Me chamou.

— O que foi mãe? - Disse encarando-a.

— Juízo vocês dois, não vou criar filho de ninguém. E fala para o Cameron que quero conversar com ele.

Revirei os olhos e bufei.

— Eu sei mãe! Vou falar para ele - Sorri.

Era estranho essa situação, geralmente isso era papel dos pais. Falar com o namorado da filha, colocar medo neles... Mas admiro minha mãe por fazer isso por mim. Nela vejo mãe, pai, irmã, ela é tudo para mim, por mais que na maior parte do tempo estamos sempre brigando.

Coloquei outra blusa de moletom e desci correndo.

— Vamos? - Falei pegando minha mochila.

— Vamos.

Assim que entramos no carro ela começou com o sermão, estava demorando...

— Alexia, não quero que suas notas caiam, aliás já não são muito boas né. Mas não quero que piore por causa do namora, tem que ser algo saudável...

— Ta bom mãe, chega! Até parece que você nunca namorou... Não quer dizer que vou casar com ele, somos apenas adolescentes tem muitas coisas para acontecer! - Me exaltei.

— Quero apenas o seu bem!

Depois disse não falamos mais nada até chegar no colégio.

— Tchau filha, boa aula!

— Tchau! - Falei seca batendo a porta do carro com força.

Entrei e fui direto para o meu armário pegar alguns livros, estava atrasada pois pegamos um pouco de trânsito no caminho. Olhei para todos os lado para ver se via Adam ou Karla, mas não vi nenhum dos dois.

Assim que fechei a porta do meu armário, Cameron surgiu do nada.

— Você quer me matar? - Perguntei sorrindo dando um soco de leve em seu ombro.

— Te assustei? Era essa a intenção! - Disse dando um sorriso safado mordendo os lábios.

— Você sabe que odeio quando faz isso né? - Falei encarando seus lábios.

— Isso o que? - Disse mordendo ainda mais os lábio e me puxando para perto de seu corpo, me dando um beijo m seguida.

— Você está louco, se alguém pegar a gente aqui...

— Essa é a vantagem de ser filho da diretora.

— Ai que lindos, meu Deus do céu! Eu sabia, Alexia sua vaca - Disse Karla se aproximando de mãos dadas com Adam.

— Desencalhou hein... - Disse Adam.

— Seus malucos! Aonde vocês estavam? Ninguém te perguntou nada Adam, cala a boca - Falei sentindo meu rosto quente, provavelmente já estava parecendo uma pimenta de tão vermelha que devia estar.

— A gente estava vendo vocês se beijarem - Disse Karla sorrindo.

— Trouxa, odeio vocês! - Falei rindo, puxando a mão do Cameron para subirmos para sala.

— Não me esquece de me contar tudo depois... - Gritou Karla logo atrás da gente.