O destino

Capítulo 1


– Preparada para o seu último ano escolar filha? - Gritou minha mãe com um enorme sorriso no rosto, se jogando na minha cama.

Eu realmente não entendo como alguém consegue ficar tão animada às 7:00 hs da manhã.

Eu me perdia em meio as cobertas e travesseiros na minha cama.

– Quantas vezes eu tenho que falar para você bater na porta dona Ana?! Que saco! - Falei forçando para abrir os olhos.

– Credo como pode ser tão rabugenta Alexia?! Ah e para você sou mãe e não Ana.

– Ah tanto faz! - Falei dando de ombro e me virei para o outro lado.

– Levanta logo, vou te levar para o colégio hoje.

Corri a mão pela cama para pegar meu celular, já era 7:10.

Ela levantou e abriu as cortinas do meu quarto o que fez com que eu fechasse os olhos imediatamente.

Minha mãe era típica do sul dos Estados Unidos, cabelo loiro escuro, com leves ondulações, olhos azuis extremamente cativantes, traços delicados, ela tinha um rosto angelical.

– Alexia levanta agora, não vou te chamar de novo! - Disse batendo na porta.

Com muito sacrifício me sentei na cama e fiquei encarando o chão por alguns segundo, afinal ainda estava dormindo mentalmente.

Eu não era a pessoa mais organizada desse mundo, mas também não era como minha mãe falava, meu quarto era bem grande e ficava na parte superior da casa, havia uma prateleira enorme com meus livros sou apaixonada por eles. A varanda tinha uma vista linda, dava para ver grande parte da cidade, adorava ficar ali por horas pensando. Tinha pôsters dos meus cantores e séries favoritas espalhados pela parede, e um espelhos enorme que pegava uma parede inteira. Meu violão estava jogado por algum canto, todo empoeirado, não me trás boas lembranças.

Meu pai morreu quando eu tinha 7 anos, em um acidente de carro quando derrapou em uma rodovia em um dia muito chuvoso, quando voltava de uma viagem de trabalho. E toda vez que ele chagava em casa nós tocávamos e cantávamos por horas, minha mãe até brigava com a gente. Não gosto de lembrar disso, foi e ainda é muito difícil para mim.

Hoje somos de classe alta, praticamente todos os dias minha mãe faz questão de ressaltar o quanto foi difícil me criar sozinha e batalhar para fazer sua faculdade, pois ela me teve muito cedo, com 17 anos e a partir daí ela teve muitas brigas com sua mãe e até hoje não temos muito contato. De certa forma eu me sinto muito culpada por tudo isso.

Hoje ela é uma dentista muito reconhecida e tem um consultório em uma das avenidas mias importantes de Seattle, inclusive alguns de seus pacientes são famosos.

Finalmente levantei, fiz um coque de qualquer jeito e fui para o banheiro, a água fez com que eu despertasse.

Ainda de toalha, abri o guarda-roupa e peguei qualquer roupa. Coloquei uma calça jeans, um tênis e uma blusa de frio branca, minha mãe vivia me dizendo que branco realçava meus olhos azuis e meu longo cabelo pretos, ele é liso e bate na altura na cintura, os traços do meu rosto é suave e delicado. Não sou muito alta, cerca de 1,60 (o problema é que eu me considero alta), isso é motivo de piada entre meus amigos.