O amor renasceu pra mim

" Cap- 16" - A dor da perda!


– Calma Maria, não se altere pode te fazer mal.

– Me entenda Rubens, entenda meu desespero eu preciso ver meu esposo, eu preciso ver que Estevão está bem. - Deixava lagrimas rolarem por meu rosto, sentia meu coração bater cada vez mais rápido, o medo tomava conta de mim.

– Maria, você não pode ver o Estevão nesse momento. - Rubens me falou e me deixou mais nervosa. Por que não poderia ver meu marido? O que havia se passado?!

– Rubens não me esconda nada, o que passou com Estevão? - As lagrimas insistiam em sair.

– Estevão está vivo, mas o estado dele é critico, na tentativa de te proteger ele sofreu danos muito fortes, bateu com a cabeça e isso complicou as coisas Maria, fizemos tudo que estava ao nosso alcance agora tudo depende dele, e de Deus. Mas tem algo mais que quero falar com você. - Rubens me dizia e aquelas palavras davam voltas e mais voltas em minha mente, queria me levantar daquela cama e correr pra onde estava meu marido, e dizer que ele não podia me deixar.

– O que mais Rubens? O que mais pode desgraçar nossas vidas? - Chorava como nunca, sentia uma dor profunda em meu coração.

– Você estava gravida Maria, e infelizmente sofreu um aborto, não conseguimos salvar o bebe! - Aquilo que ouvi foi demais pra mim, levei minhas mãos a minha barriga, eu estava gravida, eu iria ter outro filho do homem que sempre amei, desabei naquele momento e fui amparada por Rubens, um grande medico e amigo da nossa familia, chorei em seus braços.

– Por que meu Deus, por que tantas coisas ruins na minha família? - Chorei, chorei e chorei até não ter mais forças, tomei um calmante que Rubens me deu, e acabei dormindo um tempo.

Acordei assustada, tive um pesadelo horrível, não tinha ninguém ali comigo, por um momento fiquei ali acariciando meu ventre, que por algumas semanas levou um ser indefeso, fruto de um amor que estava vencendo todas as barreiras, como eu queria que ele ou ela ainda estivesse ali, a dor de ter perdido um filho me consumia, e eu não podia perder também Estevão, precisava vê-lo, precisava falar com ele, mesmo que ele não pudesse me responder ele tinha que sentir meu amor, tinha que saber que estava ali do seu lado e que precisava que ele se recuperasse. Levantei calmamente, sai do meu quarto, e fui seguindo até a UTI, depois de tudo que Rubens disse, já sabia que ele estaria lá, por sorte não fui vista por ninguém. Entrei e fui caminhando até onde estava meu marido, com um curativo na cabeça, cheio de fios ligado a uma maquina onde eu podia ver os batimentos cardiacos, que estavam muito fracos. Estava em transe e não percebi quando alguns medicos se aproximaram.

– Senhora, não pode estar aqui. - Me despertei daquele momento, e olhei para aquele medico deixando lagrimas escaparem.

– Só 5 minutos, tudo que eu peço, por favor, não me negue! Eu perdi um filho, um filho de um amor que foi condenado, mas que estava renascendo, e só preciso de 5 minutos pra dizer que o quanto eu o amo, eu não quero que ele morra, ele é meu céu, meu sol, meu amor. - Lagrimas rolavam por meu rosto, eu precisava estar perto de Estevão, estava tremendo, a emoção, o medo, era uma mistura de sentimentos que me invadiam naquele momento. Desviava meu olhar na cama onde estava meu marido, e o medico que não me dava passagem e nem resposta.

– Senhora não deveria, mas te concedo apenas 5 minutos, eu sinto muito pela sua perda, e tenho fé que seu marido vai se recuperar. - Ele me acompanhou até a cama de Estevão, e me olhou recordando que era apenas 5 minutos. Então eu não perdi tempo, me aconcheguei em seu peito com cuidado, e soltei um suspiro, eu podia sentir seu coração, o coração que me pertencia, assim como o meu sempre pertenceu a ele.

– Meu amor, meu eterno amor! Estevão se recupere preciso de você aqui, nossos filhos precisam, eu passei tanto tempo longe de você, em nenhum momento deixei de te amar, quero que se recupere logo minha vida, quero acordar todos os dias em seus braços, quero dizer todos os dias que você é meu, que não te largaria por nada, quero dizer todos os dias que te amo, e ver seu sorriso que eu tanto amo, o sorriso que contagia qualquer ambiente, dizer que você me ensinou a sorrir depois de tantas coisas que passei, eu não vou te deixar, quero ficar aqui do seu lado, não quero te soltar as mãos, até que desperte, e me olhe nos olhos e me abra um sorriso maravilhoso. Eu te amo Estevão, eu estou aqui meu amor, estou aqui por você. Estou aqui pelo nosso amor. - fechei meus olhos e fiquei ali apenas a escutar seu coração, até que fui interrompida pelo Dr.

– Senhora, preciso que volte ao seu quarto. - Ele estava sendo tão calmo, mas eu já não queria mais sair do lado de Estevão.

– Não quero voltar, quero ficar aqui até que ele desperte, eu sei, eu sinto que ele vai despertar, ele não vai me deixar, ele é forte e minha virgenzita não vai tirar ele de mim.

– Senhora, eu sinto muito, mas não pode ficar aqui, até porque a senhora necessita de cuidados também. - Ele se acercou de mim e me tirou de perto de Estevão.

– Me deixa ficar! - Eu praticamente suplicava.

– Olha, prometo que se a senhora voltar a sua habitação agora, eu amanhã vou busca-la e te trago aqui para vê-lo, deixarei que passe todos os dias 10 minutos com ele, até que ele desperte. - Aquilo me fez abrir um sorriso, o primeiro depois de tantas bombas que recebi.

– Ok! Estou no quarto 220, e te espero, se você não aparecer me buscar, eu virei do mesmo jeito. - Ele apenas consentiu com a cabeça, e eu voltei ao meu quarto, quando cheguei deitei e me deixei levar pelos momentos que vivi com Estevão, momentos de felicidades, momentos de agonia, de tristeza. Assim eu fiquei um bom tempo, nessas recordações.

– Estevão, meu Estevão eu não vou saber te dizer adeus. Eu te amo!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.