O Terror de Quatro Anos - Interativa

Nada como um abraço da morte


8 de agosto de 2014

.*Sons de estática vindo da televisão*

.Uma imagem aparece, fotos do restaurante local são mostradas, sirenes piscando para lá e para cá, com policias desesperados fazendo relatórios e fechando toda a área do local, repórteres por todos os cantos tentando filmar e interrogar os policias sobre o acontecido, pelo que parece o guarda noturno morreu durante a noite, e o assassino se deu o trabalho de tentar esconder o corpo, quer dizer essa é a história que todos conto, pois na verdade ninguém sabe de verdade o que se passou durante aquela madrugada, mas mesmo assim os policiais devem responder as perguntas, afinal de contas o que seria da mídia sem uma outra notícia para usar como tema principal dos jornais matinais, principalmente quando são tramas onde a policia está envolvida, pois é sempre assim, quem é que não ama contos de assassinatos e histórias policias? É quase como algo normal no dia a dia das pessoas atualmente, alguém morre e uma hora depois vira notícia nacional, mas sempre é a mesma coisa nenhum dos casos tem algo peculiar, apenas esse em especial, matar alguém em um restaurante no meio da madrugada, bem acho que pelo menos os assassinos tem que começar de algum lugar não é mesmo?

. Bem é rude de minha parte escrever aqui sem sequer me apresentar, bem aquele que fala com vocês é o único, o zé ninguém, John, ou Johnny, Joni, enfim meu nome é John Walker, mas pode me chamar de como quiser, não faço questão mesmo afinal meu apelido de Johnny foi dado por vários motivos diferentes, como o personagem do jogo mortal kombat Johnny Cage, ou Johnny Cash aquele cantor (que aliás é muito bom), mas enfim, indo direto ao assunto, sou um estudante do terceiro ano do médio, o melhor aluno em história e filosofia e blá blá blá, bem o básico sobre mim é que sou um geek, magrelo de 65 quilos, 1,92 de altura, moreno com um cabelo preto que mais parece um ninho de pardais, e de olhos cor de âmbar ou para simplificar, castanhos, e que possuo uma tatuagem nas costas de um pegasus, bem acho que já estamos íntimos o suficiente agora, mas indo ao ponto principal, só para você não se perder no tempo, nós estamos em 2018, fazem 4 anos desde que os incidentes da pizzaria ocorreram, e como um adolescente normal que não tem dinheiro direito eu decidi me inscrever pra pegar o estágio de guarda dessa coisa, afinal de contas, a madrugada é minha parte favorita do dia, e caso tentem me matar acho que consigo me defender muito bem com as aulas de luta e um canivete que sempre carrego no meu bolso esquerdo pra caso eu entre em uma fria, e para ser honesto acho que estou me inscrevendo para esse emprego por um motivo bem simples, sabe estou curioso pra ver o que acontece dentro daquela pizzaria, honestamente venho estudado tudo sobre feitiçaria, e magia negra, e coisas do tipo que pude, pois mesmo que não acredite em tais coisas, dizem que a pizzaria é assombrada por algum maníaco que literalmente mata pessoas em uma pizzaria, e isso me faz pensar que porcaria de lenda é essa que alguém controla robôs para matarem você, tipo afinal de contas dizem q os robôs tem vida própria, como o Bender do futurama, só que a diferença é que estes tentam te matar, mas afinal são só computadores ambulantes é só dar uma mexida no registro central e bum eles apagam, mas vamos ver qual é a desses “fantasmas idiotas”.

.Chego no dia seguinte e como mais um estagiário qualquer o dono do estabelecimento me apresenta tudo, me mostra a sala extremamente pequena em que vou ficar olhando aquelas criaturas, que mais parecem ter vindo de um filme de terror de baixa renda dos anos 70, o estabelecimento tinha um odor horrível de pizza estragada, refrigerantes vencidos, velas, e até mesmo um pouco de cheiro de sangue, e suor, principalmente suor, e eu não podia esquecer da quantidade incrível de chicletes que havia embaixo das mesas ou grudado nas atrações, realmente achei que ninguém iria superar minha turma da quinta série quando o assunto se tratava de colar chicletes embaixo das coisas, mas parece que eu estava enganado, o dono do lugar era um homem digno de pena, só não tinha tanta pena dele quanto tinha das pessoas que eram responsáveis por limpar aquele lugar, essas pessoas sim realmente deveriam receber o triplo do salário que recebem normalmente, pois haja coragem para limpar este lugar. Mas voltando ao dono, já não me lembro muito bem de sua aparência, somente me lembro de suas expressões, um homem com suor e sujeira por todo o rosto, com uma cara de preocupado, a mesma cara que os atores das novelas faziam quando descobriam que na verdade seu irmão havia lhe roubado ou coisa do tipo, vivia com um sorriso tenso daqueles em que se faz quando a polícia te pega bebendo enquanto dirige, os olhos tensos simbolizavam noites de sono, contando todas as dividas, mas afinal de contas ele me recebeu bem, disse a mim que eu poderia dar uma volta no local se eu quisesse e foi o que fiz.

. Fui diretamente olhar para os animatrônicos, que pareciam sempre estar fitando o nada, o dono logo foi para a cozinha me largando sozinho no hall com os robôs, olhei eles de todos os ângulos e não vi como coisas velhas e bobas como aquelas poderiam me matar, me lembro muito bem de ter me arrependido disso, pois logo depois eu disse:

— É sério que essa lataria velha, e sem vida pode machucar alguém, pelo amor, se realmente a um assassino por aqui é um homem de extremo mal gosto por colocar suas vitimas nessas coisas...

. Nessa hora eu senti um arrepio na espinha, havia me virado, até que senti algo segurando meu braço, olhei para trás e vi o robô que parecia com um coelho do filme do Donnie Darko me segurando com os olhos que pareciam ler a minha alma, e ouvi daquela caixa de voz velha dele algo como:

Voc-c-c-c-c-c-c-ê-ê v-v-v-v-ai p-p-pag-ar-ar-ar-ar-.

. E logo depois aquela criatura emitiu um enorme som de estática, que mais parecia com uma risada macabra, e seu sistema parecia ter rebotado, e ele voltou a sua posição inicial, o dono do local logo abriu a porta, e me viu encarando assustado aquela criatura que acabara de falar comigo, e eu só consegui repetir a mesma frase quando o vi:

—Isto é uma pegadinha, tem que ser, vocês estão me filmando, eu tenho certeza que é uma brincadeira.

. O homem do local logo suspirou e suplicou a mim para que eu nunca mais voltasse lá, pois caso contrário eu realmente poderia nunca mais ver a luz do dia, mas como eu ainda precisava de dinheiro e tinha que volta para casa com um emprego ou caso contrário meu pai ia me chutar pra de baixo de uma ponte, falei que aceitaria o emprego custe o que custar, e o dono me olhou apenas com uma expressão de pena, ele não tentou falar mais nada, apenas pediu para que eu assinasse o contrato, e que semana que vem ele me daria uma resposta sobre o meu emprego, pois ele me disse que estaria vendo mais alguns seguranças e coisas do tipo, pois disse que colocar apenas uma pessoa era um erro que ele não devia cometer, eu apenas fiz que sim com a cabeça e fui para minha casa, e pensei no quanto eu deveria ter aceitado o emprego de motoboy de um outro restaurante.