P.O.V Po

Abri os olhos penosamente, o sono ainda me envolvia e me tentava a voltar a deitar. Tentei me mover, mas algo me impedia. Algo quente e macio. Me virei e me deparei com Tigresa dormindo tranquilamente ao meu lado, bem aconchegada a mim. Sorri com ternura com a imagem. Ela fica tão linda dormindo

Peguei uma almofada e fui jogando meu corpo para o lado, e tentando trocar de lugar com a almofada. Quando finalmente consegui fazer isso, Tigresa agora dormia encostada no meu travesseiro (tinha que ser, ou se não iria perceber o olor diferente)

Sai da cama e olhei a janela, ainda estava de madruga. Umas 5 horas talvez? Estava escuro, então andei tratando de achar a saída - Autch! - Bati meu pé na cama. Esse não era meu quarto, então nem ideia por onde estava andando. Quando - finalmente - achei a saída passei por ela e entrei no corredor iluminado. Alguns criados do palácio já estavam acordados, se preparando para os afazeres.

Alguns deles me saudavam, e até me ofereceram leite e biscoitos, Estão Deliciosos!– Exclamei deixando uma criada muito orgulhosa de sua receita.

Entrei novamente no quarto, aproveitando a pouca luz que vinha do corredor para memorizar alguns moveis do quarto . Só me precaver que não vou perder alguma pata por ai. Mas com todo cuidado para não acordar a Tigresa. Voltei silenciosamente para a cama, tirei o travesseiro e a deixei se aconchegar em mim novamente. A ouvi cheirar perto de mim - Hum..po...eu também quero biscoitos...- Murmurava enquanto dormia. Sorri e lhe dei um beijo na testa - Sim Ti...vou te dar todos os biscoitos que desejar - um sorriso se desenhou em seus lábios e se aconchegou mais em mim. Eu adormeci logo depois.

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– Po? Po acorda! Vamos lá...- Tigresa chamava, chacoalhava e quase pulava em Po na tentativa -falha - de acorda-lo. Suspirou e teve a brilhante ideia. Depois dessa, se ele não acordasse, era por que estava gravemente doente. Lentamente se aproximou de Po e disse - Po...O café da manhã está pronto...se não acordar vai perder os ovos mexidos...- De supetão Po deu um pulo gritando que os ovos eram dele e saiu correndo para a porta, mas se deteve no meio do caminho ouvindo um risinho vindo da felina.

– Era mentira não era? - perguntou

– Sim e não.- Respondeu -

– Por que? - perguntou penosamente o Panda

– Os fins justificam os meios querido...- Sorria travessa

– E como castigo não vou te contar sobre os biscoitos...- respondeu provocando - Ohh não se lembra? Que pena! Fui! - Saiu Po correndo deixando a Tigresa com uma cara de "oque você está fando? Tens 5 segundos para me contar agora"

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Para os curiosos, não aconteceu nada de especial naquele quarto. Eles tiveram o tempo todo conversando ou comendo no jardim, então quando ficou frio, decidiu - mais para o bem da Tigresa- entrar. Mas eles não passavam muito tempo juntos, e como cada momento é precioso, Tigresa disse que não tinha nada de mal ficar no quarto dela

– Tem certeza? - Perguntei olhando meio incrédulo pra proposta dela

– Sim...- Respondeu envergonhada e corada, a lembrança do caliente beijo ainda rondava sua mente, mas não deixaria isso estragar seu tempo com Po, ou melhor, estragar não, por que aquilo foi realmente bom.

Ficaram conversando até as altas horas, mas Morfeu decidiu fazer-lhes uma visita, tigresa colocou seu pijama (Po não se atreveu nem a imaginar a cena. Muito menos olhar) E acabou adormecendo no abraço de urso panda que só seu namorado possuía.

O café da manhã foi saboroso, todos estavam animados para a tal viagem, queriam saber mais sobre o passado de seu amigo, e sobre sua espécie. Tinham fortes expectativas sobre isso. Até Po estava mais tranquilo e rindo com todos. Tigresa já não se sentia tão preocupada, a conversa que teve com Po a noite a deixou mais confiante , e confiante nele.

Os dois ficaram lançando olhares furtivos, como duas crianças que dividiam uma aventura. Tigresa o provocou comendo um biscoito que achou por ai, fazendo Po rir alto e ter vários olhares desentendidos sobre ele. - Desculpe - Sussurrou envergonhado e sorrindo para Tigresa que devolveu no mesmo tom.

Logo depois o Mensageiro chegou avisando que os preparativos já estavam prontos. Shifu deu a ordem e todos nos retiramos, despedindo-nos do imperador e sua família. Sua hospitalidade era excelente, por mais que esse era um dos deveres do imperador, sabíamos que Shao tinha gostado da gente, e nós mais ainda dele.

– Obrigado Dragão Guerreiro - Me agradecia - Espero que possa conseguir o que procura nesta jornada, e que...- ele se aproxima de Po - Que cuide bem da pequena Tigresa- disse apontando para a jovem , deixando Po meio corado - Os criados me contam muitas coisas criança. - Piscou o olho - conto com você!

– Pode deixar comigo! -

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O sol estava castigando, de tanta exposição a pele de todos já estavam meio incomodadas, ardia. Primeiro todos se encaminharam para o barco, a correnteza era excelente, e com a animação a flor da pele, foi bem difícil se segurar. O barco deslizara rapidamente pela água que era iluminada pelos leves raios do nascer do sol. Isso animava ainda mais, nesse ritmo com certeza chegariam rápido ao destino!

Ou pelo menos era o que creiam. Depois de algumas horas, o parco parou.

– É isso. Boa viagem jovens guerreiros! - Anunciava o capitão deixando todos as margens do rio

Todos se olharam

– É...acho que é isso - falou Macaco pegando uma das mochilas e começando a caminhar.

– Tava bom de mais pra ser verdade! - choramingou Po pegando algumas mochilas e indo em direção aos seu companheiros

Disso já se havia se passado 3 dias. Passaram por algumas montanhas florestadas, atravessaram um ou dois rios (aproveitaram e se abasteceram) e agora se encontravam em um deserto interminável. Por onde olhavam tinham dunas e dunas de areia vermelha, que refletia a luz do sol até cegar.

A animação foi parando aos poucos e agora só restavam pobres caçadores de uma vila perdida que tinham esperanças em acha-la antes que a morte os achem.

– Nós já chegamos? - Implorava Po

– Já Po

– Sério? Onde? Cade? - Perguntava Animado

– Na sua imaginação. Vamos Po, olha pro lado, claro que não chegamos. - Falava mau humorada Víbora - Estariamos melhor se o Macaco não tivesse comido toda a nossa comida - resmungava e obteve um "eu concordo de Tigresa"

– A ideia foi do Po! - se defendia Macaco

– Não sei do que você está falando ...- se protegia Po

– Não interessa de quem foi a culpa! Vocês sabem que a viagem podia ser longa e ainda assim não se cuidaram! Deixei os a vontade em Kong e olha o que aconteceu! Viraram guerreiros moles! - Gritava Shifu e todos baixaram a cabeça envergonhados. Yuhan somente se limitou a concordar com a cabeça, não tinha o direito de dar palpite. Continuou andando até subir em uma das várias dunas seguido pelos outros mestres. Eles não perceberam que Yuhan parou, seu corpo se enrijeceu, mirava com olhos arregalados a uma direção.

Os mestres o olharam confuso, Chegamos? alguns se perguntaram. Olharam na mesma direção que ele e viram uma vila, se animaram imediatamente. Chegamos! E correram em direção a vila, com energias renovadas. Ao se aproximar, viram que a vila era bonita e simples, os portões que delimitavam sua área eram de cor creme e os telhados, azuis. Dando um toque sutil e delicado na vila.

Tentaram chamar alguém para abrir os portões mas ninguém respondia. Então esperaram Shifu e Yuhan se aproximar mais.

– Finalmente chegamos! - Exclamavam. Shifu limpou a garganta e deu uma lista de novas regras a serem seguidas, já que da ultima vez que não o fez, seus guerreiros aviam se desleixado.

Depois disso, tentaram chamar novamente alguém para abrir o portão, não funcionando, Macaco subiu uma das paredes.

– O que vês ai Macaco? - Perguntava Víbora

– ... - Macaco não respondeu

– Sinceramente....acho melhor vocês mesmos verem. - Falava Garça que recém tinha pousado. Tigresa olhou para Shifu que, preocupado assentiu, ela caminhou até o portão e com um pouco de força, o abriu. Não estava trancado.

Quando as enormes portas foram jogadas ao lado, os jovens guerreiros olhavam abismados para dentro. Não acreditavam no que viam.

Estavam em uma vila fantasma. Completamente abandonada, com corpos espalhados para todos os lados.