Estávamos na “cena do crime” por assim dizer, as paredes do estavam lotadas de pinturas e quadros, todos com plaquinhas informativas, pelos salões podíamos ver várias estátuas de grandes artistas famosos.


Sim, estávamos em um museu.


O museu da cidade de Kong. Caminhávamos pelos corredores, guiados por Shao. Cada parte do museu era decorado de forma diferente, isso por que cada parte tinha um tema artístico diferente. Entramos em um corredor cheio de quadros. Tigresa pode ver em uma das paquinhas o nome de um artista chamado “Leonardus da Vintius” Estranhou o nome, mas por não conhecer muito sobre arte considerou-o normal para um artista.

Shao se dirigiu para uma parte isolada do corredor, no fundo dele havia uma entrada para escadas. Sua entrada estava proibia. – Tinha fitas escritas “stay away” em amarelo que impediam o acesso as escadas- Shao ignorou por completo o aviso e subiu rapidamente.

Os outros o seguiram. Ao chegar ao topo da escadaria ouviram um “Ei! Fique longe! Ou acaso não sabe ler?!” seguido por um “Oh, mil perdões majestade” Shao indicou a todos para continuar enquanto lançava um olhar desgostoso para o guarda que falara a pouco.

Entraram em uma sala vazia, a única coisa que estava lá era uma um caixote de vidro reforçado em cima de um altar. Dentro tinha um pequeno cabide de prata. Provavelmente para segurar algo, Algo que não estava lá.

–E então? – perguntava Macaco

– Como podem ver, não está. – Respondeu Shao sério- Foi roubado.

– Mas esse não era o falso? – Perguntou LD

– Sim, era, mas infelizmente não foi o único item a ser roubado. - Respondeu cortante. Era perceptível o quanto o leão estava furioso.

Na reunião que tiveram a pouco tempo estava claro nosso objeto. Shao fez questão disso. Mas o por que ainda não fazia muito sentindo. Pelo menos não para os guerreiros.

Flash Back~

Na sala de reuniões

–Muito bem...o motivo que vim chama-los aqui é por que...fomos roubados.

– Oque? – todos perguntaram

– Fomos roubados. Roubaram um colar, quem o roubou ainda não sabemos. Fora esperto, rápido, genuíno, adoraria ter tal pessoa em meu exército pessoal, devo admitir.

– Oras, mas um colar imperador? Desculpe-me mas não creio que um objeto seja tão importante assim majestade...afinal, riqueza não é problema pra o senhor...- Tentava ponderar Macaco

O imperador o fintou – Sim, em outras ocasiões devo admitir que nem prestaria atenção nessa situação. Mas este colar, não era qualquer um. E vale mais que todas as riquezas de Kong juntos e um pouco mais. – Todos se olhavam nervosos e sem entender muito. Shao suspirou

– Bem, digamos que esse colar pertence a alguém muito especial. E importante para todos nós. Meu pai só me contou sobre sua existência um pouco antes de morrer e me fez jurar protege-lo a todo custo – Ele deixou uma lágrima cair – Pena que não pude cumprir com minha palavra.- Todos sentimentalizados com a cena começaram a falar

– Não se preocupe majestade. O encontraremos e devolveremos são e salvo- Os mestres se curvavam prometendo.

– Obrigado...- Agradecia o penoso Leão

– Onde estava a peça antes de ser roubada? – Perguntava Shifu

– Estava no castelo, no cofre pessoal de meu pai.

– Cofre? E algo mais foi roubado? – perguntou Shifu

– Temo que não, Não tivemos falta de nada além do colar. E ele era simples, Um pedaço de metal preso em um barbante. Não tinha absolutamente nada de especial para quem o visse. O que me faz pensar que eles sabiam o quanto era importante para mim o colar. – Shifu ficara com o semblante pensativo. Não perguntou nada mais depois daquilo. – Na mesma noite – O leão continuou- O museu também fora roubado

– O museu? – Tigresa perguntou

– Sim, nele havia uma cópia do colar. Não era mais aberto ao público, como antigamente. Mas ainda residia no museu.

Todos começaram a pensar – Então, quer dizer que essa pessoa sabia da existência da cópia? Ou ao menos do cofre? – Se perguntavam

– Caso estejam pensando que possa ser alguém que sabia da existência do cofre...já lhes digo que é impossível. Somente 10 pessoas sabiam de sua existência e localização. Somente 3 delas, incluindo eu, ainda estão vivas, e o único que possui a formula de abrir o cofre, também sou eu.- fala o leão como se tivesse lendo o pensamento de todos.

Tigresa, já cansada suspirava

– Tudo bem, então, poderíamos ver o museu e o cofre senhor? – Ela recebeu um olhar suspeito do leão, mas logo depois passou a ser calmo, em outra situação ela poderia ser mal compreendida por querer ver o cofre.

– Apesar de que não gostaria que mais pessoas tivessem acesso ao cofre, entendo a situação. Mas está muito tarde, e vocês, cansados, outro dia os levarei lá. Mas podemos ir ao museu. Se quiserem.

O imperador foi respondido por um –sim-

Fim do flash back~

E é assim que eles chegaram ali. Todos estavam pensativos enquanto passeavam pela sala a procura de pistas. Nada. Procuravam digitais – Algo que indicassem que alguém estivera lá e tocara no vidro- Nada. Procuraram alguma desordem, ou então, como Tigresa fez, olhou pela janela para ver se tinha como alguém subir por lá. Nada. Também. Nem uma arvore perto, nem paredes boas para escalar. Nem onde se segurar. A sala estava a uns 20m de altura. Qualquer um nem chegaria a metade disto escalando. Também procuraram algo pelo caminho que levava as escadarias, fora a bagunça deixada pelos guardas protetores, não encontraram nada.

Shao – e os outros- já estavam cansados. Ele suspirou

– Ora, vamos para casa. Amanhã voltamos e investigamos novamente- Concluiu

Shifu concordou. Tigresa tentou protestar, e até ficaria lá se soubesse o caminho de volta.

Eles voltaram a carruagem. Antes Shao deixou claro que depois iria ter uma conversinha com o supervisor do museu. O estomago de Po roncava, ele não conseguiu para de imaginar o que jantariam. O imperador sorriu e ficou conversando com todos os mestres enquanto falava da boa comida que era servida no castelo.


Tigresa estava pensativa, mirava a janela, mas não via nada. Não conseguia parar de pensar no caso.

– Tigresa pra Terra, Tem alguém ai? Olá? – Cochichava Víbora tentando chamar a atenção da amiga. Mas só conseguiu seu objetivo após dar um tapinha com a cauda.

– Hã? Oi? – Perguntava

– Finalmente deu sinal de vida – Disse ironicamente – Ah não...nananida não Tigresa- Dá outro tapa na amiga- Para de ficar pensando nesse “caso” mal chegamos!

Tigresa deu um sorriso amarelado

– Mas...é um pedido do imperador – tentou protestar, ganhou um olhar de desaprovação da amiga.

Em poucos minutos já estavam dentro do castelo. Tigresa achou que tomariam o mesmo caminho de antes, mas o imperador seguiu para outra direção, encontrando algo maravilhoso.

Outro elevador.

Eles entraram para o desgosto dela. Subiram rápido, as portas se abriram e saíram. Caminharam até achar uma porta branca ornamentadas, tinha detalhes em dourado. O imperador sorriu e abriu a porta.


O estomago de todos roncaram ao ver uma mesa central coberta com comida, mal dava para ver o pano de mesa que tinha nela. Cada cantinho que dava para ver estava coberto com alimentos deliciosos. Havia várias saladas e massas para a janta. Shao seguiu até a cadeira da ponta. Uma ornamentada e cheia de detalhes “másculos”. Quem conseguira observar a sala – o que dificilmente aconteceu já que todos estavam famintos – percebia que era uma sala delicada, cheia de flores em jarros pintados com cores suaves. A cadeira máscula não combinava nada com a decoração.

Macaco saiu em disparada para se sentar, escolheu uma cadeira ao lado do imperador, perto de um peixe asado em um molho que cheirava muito bem. Shao, pediu educadamente para macaco – e os outros- não se sentarem nas 2 cadeiras próximas dele. Ele aparentemente não gostou muito de ter pedido isso. E se desculpou dando um pedaço de um rocambole de carne que Macaco ficou bem feliz de receber.

Eles esperavam Shao começar a comer – o mensageiro deu ligeiras aulas de modos perante o imperador. Uma das regras diziam “Só coma quando ele começar a comer, só se sente depois que ele se sentar” Entre muitas outras- Já estavam ficando impacientes. Garça, faminto, já ia perguntar se poderia comer, mas antes as portas que eles haviam entrado, se abriram.

Shao sorriu se levantando da cadeira e indo ao encontro das duas belas leoas vestidas com quimonos florido. Os guerreiros esperavam em pé a conversa dos leões acabarem. As leoas respondiam com respeito ao chefe, mas davam olhares furtivos para a comida.

– A sim sim! Me esqueci completamente, mil perdoes- Falava o leão- Venham! Vamos jantar! E venham conhecer os grandes guerreiros admirados por toda China! – Exclamava o imperador contente

As duas damas sorriram ao serem apresentadas por ele. A mais velha fez uma reverencia elegante pra os guerreiros.

–Essa é minha amada esposa, Karin. – Apresentava. O queixo de todos caiu. COMO ASSIM ELE TEM ESPOSA? Ninguém acreditou. Os felinos riram ao ver a cara de confusão dos mestres.

– Meu marido falou muito bem de vocês, deixo tudo em vossas mãos, nobres guerreiros- Falava calma e delicada, com a aparência digna de uma rainha

Shao sorriu com o falar de sua esposa. Também apresentou sua filha, uma garota que recém cumprira 18 anos.

– Iai? – Perguntou desaminada recebendo um olhar de censura do pai. Víbora também lançou um olhar amigável. Sakura correspondeu, aparentemente as duas iam virar grandes amigas o que tecnicamente deixava Tigresa nervosa, já é difícil lidar com Víbora, imagina com outra dando seu apoio?

O jantar fora animado, todos se servindo de comes e bebes, um mais delicioso que o outro. Shao ficou contando piadas com os mestres enquanto se embriagavam. Nem Shifu os impediu de provar do melhor vinho da região. Víbora e Sakura (a filha do imperador) já estavam se dando bem e conversando como se fossem amigas a séculos. Tigresa estava ao lado, mas só participava brevemente respondendo uma que outra pergunta da leoa.

Ao acabar Ti foi a primeira a pedir licença e a se retirar. Chegando ao corredor pensou seriamente se agora era uma boa hora para explorar o local. Decidiu que no momento ainda era cedo, mas logo começaria sua investigação paralela. Por algum motivo, desde o começo seu coração dizia que ela estava se metendo no lugar errado.

Fora andando pelos corredores, silenciosamente entrou em seu quarto – um guarda se ofereceu para leva-la, mas ela preferiu acha-lo sozinha com algumas informações- O lugar era...confortável e altamente luxuoso, o que a deixou incomodada, pensando “Eles realmente precisam de tudo isso?”

Pegou sua mala e a abriu, procurou o pijama e suas coisas de higiene e entrou no banheiro. Agora sim, o luxo está extrapolando. Mas ao entrar na hidromassagem Tigresa teve que dar o braço a torcer que aquilo era bom – apesar que na banheira cabia 5 homens grandes dentro – E que um pouquinho de luxo as vezes não faz mal. As vezes.

Botou seu pijama que era, uma regata e um shortinho de seda rosa, algo bem leve e confortável. E se atirou na enorme cama, era macia, algo que Tigresa nunca conheceu. Sempre que viajava ou ficava no meio da floresta, ou em templos de kung fu, onde a palavra “confortável” e “luxo” não existiam.

Ficou rolando entre as pontas da cama, parecia uma criança feliz brincando. Logo apagou as luzes e adormeceu se perguntando o que Po acharia dessa cama.