O Sonho

O ataque (supresa)


Então eu fechei meus olhos, não que eu fosse dormir, mas...era a minha mente, parecia que tinha milhares de coisas para processar....não, não era isso. Eu sentia que deveria estar assustada e amedrontada, só que...não, eu não sentia nada disso, eu estava me sentindo calma, muito calma...finalmente os segredos estavam deixando de serem segredos.

Mas não era isso o que minha mente me dizia, eu ia acabar tendo um treco, com a minha mente querendo liberar adrenalina e eu rejeitando isso. O que é que estava acontecendo? Porque minha mente e meu corpo não estavam se comunicando direito? Minha cabeça começou a doer. Quando me dei por mim, já estava arfando e praticamente obrigando a mim mesma a ficar acordada... consciente.

Mantenha-se acordada, Effy! – Eu... meu subconsciente dizia a mim mesma

Está difícil... – Pensei comigo mesma.

Eu estava sentindo que iria desmaiar se isso continuasse, pois bem, entornei a caneca sob meus lábios e tomei a resto da bebida. Rezei para que a glicose fizesse essa horrível sensação deixar meu corpo rapidamente.

Controle sua respiração, pare de arfar! – Dizia eu á mim mesma

Respirei fundo e devagar, oxigenando meu cérebro. Eu não iria mais aguentar e aquilo já estava doendo demais, decidi entregar-me ao mundo dos sonhos. Permiti que tudo escurecesse e eu perdesse controle sobre eu mesma.

Não me lembro de muitas coisas, mas de uma eu tenho certeza: eu sonhei! Sonhei que eu flutuava, que eu era invisível, que a pessoas passavam através de mim e sonhei que eu estava perdida a aterrorizada. Eu estava tentando achar o caminho de casa e que estava flutuando muito rápido e estava chorando muito. Por isso não percebi quando trombei com uma estranha.

Ambas caímos de costas no chão, eu já estava pedindo desculpas por tê-la derrubado, quando notei algo estranho: como eu poderia ter trombado com ela, sendo que eu era um... espírito e podia passar através das pessoas? Então limpei as lágrimas do meu rosto e olhei para ela. Ela estava olhando para através de mim, talvez estivesse procurando quem a derrubou. Eu já estava me levantando para seguir meu caminho. Quando de repente... sinto algo, era como um imã, eu tinha que fazer alguma coisa, mas eu não sabia o que exatamente.

Mas então a menina foi mais rápida, ela já estava de pé e dera mais um passo e foi então que eu senti, senti uma grande força me puxando, eu estava sendo puxada para perto daquela garotinha, mais perto e mais perto e então...fui parar dentro do corpo dela e a minha alma e a dela se misturaram, mas não por completo. Ela ainda tinha um pouco da dela e eu conseguia me manter. Então a paisagem começou a ficar...esfumaçada e chuviscada. Como se eu estivesse tentando mudar de canal no meio de uma tempestade.

- Ela ficará bem – Disse uma voz distante.

- Ah, graças aos céus! – Essa eu conseguia reconhecer, era a exagerada: minha mãe.

Eu sabia que estava deitada, só não entendia isso muito bem, já que eu estava na minha varanda, sentada! Explorei um pouco mais, com certeza aquela não era a minha cama! E que roupas eram aquelas? Decidi acabar com aquela agonia e abrir mus olhos. Ok, a luz foi quase que ofuscante, porém suportável, pisquei algumas vezes para me acostumar.

Olhei para onde as vozes estavam, mas... minha mãe não estava lá e como meu pai sempre a seguia, presumi que ele também estaria lá. Mas não! Eles não estavam lá e nem o possível doutor.

- Finalmente acordou, Bela adormecida – Disse uma voz familiar.

- Henry... – Falei meio grogue

- Bem aqui

Então eu olhei para o lado e o que eu vejo? Sim, eu vi Henry. (oh realy?)

- O que aconteceu? – Perguntei

- Você desmaiou – Disse ele – Os médicos disseram que é porque o lugar estava abafado demais para você, mas eu acho que sua mente lhe sobrecarregou, deve estar com dor de cabeça, certo?

- Como.você.sabe? - Falei pontuando cada palavra

- Eu deduzi – Disse ele – A partir desse saco de gelo em sua cabeça.

Verdade... eu nem havia notado, achei que era melhor tirá-lo dali antes que meu cérebro resolvesse congelar .

Ah, minha nossa!!!

- Henry, será que você poderia fechar a porta? – Falei

Ele olhou para a porta, mas nada havia ali quando ele olhou...Magdor espertinho, se escondendo para não morrer?

Acho que só não tinha um monte de fios ligados á mim naquele momento, pois quando eu pulei da cama... Eu com certeza iria machucar-me, não pensei duas vezes, pulei da cama e corri direto para fechar a porta. Felizmente eu consegui, infelizmente eu sabia que se o Magdor tentasse por aquela porta abaixo, ele conseguiria!

Eu tinha que pensar rápido!

Um plano, era disso que eu precisava. Para começar, o que é que eu poderia usar? Vejamos, eu estava em um quarto de hospital, que só tinha algumas coisas, mas nada muito excepcional, mas se eu quisesse sobreviver para contar o quão chato foi sentir essa sensação de “eu estou quase dando de cara com um Magdor e vou ter que dar uma de Macgyver” Eu andava de um lado para o outro, á procura de coisas que eu pudesse usar. Já que eu não tinha arma nenhuma no momento...

- Ahn... Porque fez isso? – Ele queria dizer “porque fechou a porta?” ?

- Por acaso queria que um Magdor nos visse? – Retruquei meio impaciente

- Bem, não, mas acho que você também não quer que os Magdores encontrem seus pais, certo? - Disse ele

Aquele foi o momento perfeito para se dizer um palavrão, mas não, eu o engoli e ele passou raspando pela minha garganta. Parei de súbito, coloquei as mãos no quadril e olhei para cima, desejando poder não ter me esquecido deste detalhe. Senti-me tão... por ter esquecido deste detalhe irritante.

Olhei para Henry descrente e sorri adoravelmente, para esconder a minha enorme vontade de trucidar todos e qualquer um.

- Antes que você surte – Disse ele pegando... Ah, minha nossa, aquilo era mesmo uma espada? – Pegue isso e... tinha mais alguma coisa...Ah é, não se esqueça de agradecer ao céus por ninguém ter percebido que eu peguei isso.

Antes que você surte? Eu já estava surtando e agora que eu vou surtar geral!!!

Ok, Effy. Chega de surtar – Disse inutilmente meu subconsciente – Você consegue, não há motivos para surtar

E aquela foi a primeira vez que eu tive vontade de bater em mim mesma, como eu pude sequer pensar nisso, u sentia uma coisa e meu subconsciente discorda de mim? Pelo que eu sabia, eu não estava possuída! Minha vontade foi ficar andando de um lado para o outro ou gritar até que eu perdesse minhas cordas vocais. Mas eu não fiz nenhum e nem outro, eu mordi as costas da minha mão...eu tinha que reagir, não podia mais ficar naquele estado de choque ridículo

Os Magdores provavelmente já haviam sentido o cheiro dos meus pais e acho que Emily e July também estavam aqui, então havia quatro pessoas em perigo. Se eles forem sensatos o bastante vão encontrar uma forma de se protegerem... Ah, como eu pude me esquecer disso? Eles não são sensatos...

Á propósito, uma coisa que eu aprendi por mim mesma: ninguém é completamente sensato ou está em juízo perfeito, pessoas só fingem que estão, elas aprenderam a esconder esse lado alienado, desatinado e insano. Inclusive eu, ele, ela, eles, elas... todos nós.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.