Chegando na entrada do castelo, ele entrou pela porta que estava aberta.

— Hola? - disse adentrando o castelo. - hola? Desculpe entrar assim, sou só um viajante, é que lá fora está muito frio, desculpe incomodar. - falou tirando o casaco e colocando em um cabideiro. - tem alguém aí? Ninguém aí?

— Oh, ele deve ter se pedido. - sussurro o candelabro para o relógio.

— Fecha a boca, inútil. - sussurrou respondendo o relógio para o candelabro.

Bokoto parou perto da escada tendo a impressão de ter ouvido alguém sussurrar.

— Desculpa? - disse se aproximando do candelabro e do relógio. - que lindo. - falou olhando para o relógio. - extraordinário. - falou quando pegou para dar uma olhada no candelabro.

Ele escutou alguém tocando piano, deixou o candelabro no lugar e foi dar uma olhada para ver se encontrava o proprietário.

— Homem de bom gosto. - comentou o candelabro.

— O elogio foi para mim. - falou o relógio.

Seguindo o som da música entrou num salão que deveria ser de baile mas não encontrou ninguém só um piano.

— Oh, mais. - comentou para si mesmo confuso quando não viu ninguém.

Saindo do salão de baile, Bokuto voltou para o hall de entrada indo em direção a lareira para poder se aquecer do frio.

— Com todo respeito, eu só vou ficar perto da lareira. - comentou dando uma risada sem graça. - cof cof cof assim está melhor, oh bom melhor. - falou se aquecendo.

Notando um barulho em outro lugar foi verificar para ver o que era, quando chegou no local notou que era na sala de jantar, chegando perto notou que tinha alguns pratos de comida.

— Oh, obrigado. - disse se sentando na mesa.

Assim que se sentou se preparou para comer pegou um pedaço de pão e começou a comer, quando do nada a xícara de chá vem se arrastando para perto dele, lhe dando um susto.

— O papai mandou eu não me mexer. Para não te assustar. - falou a xícara, Bokuto levantou a sobrancelha em dúvida. - desculpar. - continuou a xícara.

— Tudo bem. - falou Bokuto antes de sair correndo da mesa assustado. - eu… nem sei como… agradecer pela… hospitalidade… e..u.. Te dou...um..adier… e..e.. Boa noite. - falou Bokuto saindo pela porta da frente. - Vamos Hey Hey, vai,vai. - disse subindo em cima do cavalo para ir embora. - Oh, parar, parar. - mandou parar quando avistou alguns girassóis. - girassóis, quase me esqueci, aqui já é seguro, prometi para Hinata um girassol. - disse descendo do cavalo para pegar um.

Andando para perto de um tentou tirar mais acabou se cortando, ele ainda não tinha percebido que estava sendo observado pelo proprietário do castelo, tentando tirar de novo.

— Peguei. - comemorou ao ter o girassol na mão.

Como num piscar de olhos a fera apareceu na frente dele com muita raiva.

— Ahhh! - gritou Bokuto mas caiu no chão antes que começasse a fugir para longe.

A fera se aproximou de Bokuto bem lentamente, Hey Hey conseguiu se soltar e saiu correndo de quão assustado estava deixando para trás Bokuto, Hey Hey conseguiu voltar para casa.

— Hey Hey? - Shoyo foi olhar na estrada para ver se via algum sinal do pai não encontrando se desesperou. - o que houver? Onde está o papai? - perguntou muito preocupado. - me leve até ele. - Shoyo saiu com Hey Hey em busca do pai.

No caminho encontrou a carroça destruída e as coisas de seu pai espalhadas, continuou cavalgando até encontrar o palácio, desceu do cavalo e foi em direção às escadas que levavam a porta de entrada, mas antes de entrar ele pegou um galho para se proteger.

Ao chegar na entrada do castelo ele abriu a porta, entrou olhando em volta atenta para ver algum sinal do pai, segurou mais forte o galho deu alguns passos para frente.

— Veja Daichi, é um lindo rapaz. - comentou o candelabro para o relógio.

— Estou vendo que é um rapaz. - falou o relógio. - posso não possuir mãos mas tenho olhos. - falou rabugento.

— E se ele for o garoto, o que que vai quebrar a maldição? - continuou o candelabro.

— Está louco Kuroo, bateu a cabeça? - falou Daichi indignado. - é um homem. - bravejou.

— Eu sei que é um homem.- falou Kuroo sorrindo. - mais vale a pena tentar, a maldição disse que o Kageyama precisa amar, mais aí está a questão não disse quem. - falou como se nao fose nada.

— Você é louco Kuroo. - falou Daichi de forma indignada.

— Quem disse que eu não sou? - falou Kuroo dando um de seus típicos sorrisos.

— Quem disse isso? - falou Shoyo olhando em volta para ver de onde vinham as vozes. - quem é? - perguntou se aproximando dos dois.

— Cof cof cof. - escuto alguém tossindo.

Shoyo pegou o candelabro e saiu subindo as escadas atrás do pai.

— Ou...ou..- gagajou o Daishi.

— Cof cof.

Shoyo continuou a seguir o som da tosse

— Cof cof.

— Papai?

— Cof cof.

— Papai é você? - gritou Shoyo enquanto subia as escadas.

Subindo as escadas que não sabia para onde dava continuou andando até finalmente encontrar seu pai nas masmorras trancado em uma cela.

— Hinata? Como me encontrou? - falou Bokuto olhando para o filho.

— Suas mãos estão geladas! - falou Shoyo constatando que seu pai estava doente. - Quem fez isso com você? - perguntou para o pai.

— Hinata tem que sair daqui o mais rápido! - falou Bokuto desesperado para que Shoyo sair-se de lá o mais rápido. - Esse castelo está vivo, vai rápido, me obedeça e vá, e fuja dele.

— O que!? - falou Shoyo que não estava entendendo nada do que o pai falava.

De repente, se ouviu um rugido na parte escura da masmorra. Shoyo pegou o galho que tinha colocado no chão para se defender.

— Quem é? - gritou Shoyo para o nada. - saia agora!

— Quem é você? - falou a voz vindo da escuridão.

— Eu vim ajudar o meu pai. - respondeu Shoyo, juntando toda a coragem que tinha para responder. - Ele está doente.

— O seu pai é um ladrão. - falou a voz da escuridão.

— Não é! - respondeu Shoyo.

— Ele roubou um girassol. - respondeu a voz.

— Eu queria o girassol, castigue a mim não ao meu pai. - falou Shoyo tendo um pouco de coragem que tinha.

— Não! - gritou Bokuto. - é para sempre, pelo jeito é o que acontece aqui quando se pega uma flor. - falou Bokuto dando de ombros.

— A vida só por um girassol? - falou Shoyo indignado.

— Eu recebi uma maldição eterna só por um, só estou prendendo ele aqui. - respondeu o voz. - então ainda quer ficar no lugar dele? - perguntou a voz.

— Aparesa. - falou Shoyo para a escuridão.

Como a pessoa da voz não obedeceu ele pegou o candelabro e foi em direção a respiração, tomou um susto quando viu uma fera, ele possuía dentes grandes e pontudos, além de chifres na cabeça.

— Escolha. - falou a fera.

— Hinata, não permitirei isso. - falou Bokuto. - Já perdi o Akaashi, não vou perder você também, agora vá, cof cof…

— Tá papai eu já vou. - falou Shoyo para seu pai, se virou para a fera. - Eu posso me despedir dele? - perguntou para a fera, mas ela só fez virar as costas. - é tão cruel que nem vai deixar um filho se despedir do próprio pai. - gritou Shoyo para a fera. - a eternidade pode esperar.

A fera se virou e foi para a alavanca que abria a cela e a abaixou para poder abrir a cela com a grade da cela aberta.

— Quando a grade da cela se fecha ela não abrirá. - falou a fera para Shoyo.

Shoyo entrou dentro da cela e abraçou seu pai com toda a força que tinha.

— A culpa é minha. - falou Shoyo triste.

— Ah não Hinata, olha para mim estou velho. - falou acariciando os cabelos alaranjados do filho. - então vá ser feliz, esqueça de mim. - falou Bokuto tentando não chorar.

— Esquecer de você? - perguntou Shoyo com dúvidas para o pai. - eu não seria capaz de fazer isso. - falou quase em lágrimas.

— Eu te amo Hinata. - falou Bokuto acariciando o rosto do filho. - não tenha medo.

— Eu te amo papai, eu não tenho medo. - falou abarçando o pai. - eu vou escapa eu prometo. - sussurrou para o pai antes de o empurrar para fora da cela.

— O que? - perguntou Bokuto confuso. - ahhhh. - gritou quando caiu no chão fora da cela.

Shoyo se trancou na cela tomando o lugar do pai. A fera o olhou com duvida.

— Ficou no lugar dele? - perguntou a fera.

— Ele é meu pai. - falou para a fera.

— É um tolo, assim como você! - grito a fera furioso.

— Papai! Não o machuque! - gritou Shoyo para a fera. - papai!

A fera saiu arrastando Bokuto para fora das masmorras.

— Eu voltarei! - gritou Bokuto para o filho. - eu prometo!