Uma hora depois, daquela irritante aula de Transfiguração, completamente entediante, John se dirigiu ao Salão Principal para almoçar. Jake por alguns minutos trocava papos com Susan e Ana; era tão engraçado o quanto ele tinha sorte e o John azar. Assim que ele se se sentou à mesa da Lufa-Lufa, notou Parvati conversando sobre algum menino, ah, sim, com certeza, seria Harry Potter... SIM!

John era pessimista, mais o que ele poderia fazer? Seria melhor ficar em um orfanato do que naquele lugar, possuído por trairás e Harry Potter. A vida de John azedou amargamente. Mas, com uma ideia na cabeça, não ia perder aquela oportunidade de descobrir coisas interessantes sobre o seu passado, sobre a sua família... E lá iria ele mais uma vez...

Antes de a sineta tocar, John saiu apressado para falar com Paul em busca de respostas para o seu passado, mas ao sair do Salão Principal tropeçou com tudo em Ana Abott, que deu um berro irritadíssimo.

-MENINO, VOCÊ BEBEU?

-Aan, Ana... – Resmungou John com os olhos fixos em Ana sem os tirar dos olhos da garota. A menina se retirava, quando John a puxou dizendo. – Esperai Ana, é que... Sabe? Eu, tipo... Queria...

-Eu sei o que você quer... – Falou Ana arrancando um suspiro, a respiração presa e os olhos esbugalhados de John.

-O que eu quero?

-Jake me contou que você está muito a fim de “MIM” – Dizia usando aspas e aumentando o tom da voz. – Mas, John, veja bem... Você é apenas um garoto idiota, que foi criado por Trouxas, e além do mais é um Nascido-Trouxa! Nem sabe quem foi à coitada da sua mãe, ou o pobre de seu pai... Você é apenas mais um adotado da enorme família Zafre... E... – Antes de Ana terminar o que ia dizer, John vermelho de raiva olhou em seus olhos dizendo.

-EU NÃO SOU UM NASCIDO-TROUXA! – Barrou John com lágrima nos olhos. Todos voltaram o olhar para John. Até mesmo uma pequena briga entre Weasley e Malfoy foi interrompida para ver a briga e o que John teria á dizer. – EU NÃO SOU UM NASCIDO- TROUXA! MINHA MÃE ERA UMA SANGUE PURO! MEU PAI ERA UM SANGUE PURO!

-Sim, obviamente... – Sorriu ela debochadamente – E quem foram os seus pais invisíveis? Trouxas? – John ouviu um eco de risadas preencherem os seus ouvidos, ele engoliu seco dizendo revoltado, e nervoso.

-Não eram trouxas! E SIM BRUXOS, MARAVILHOSOS BRUXOS!

-Aceite John, você está sozinho no mundo... – Ela sorriu novamente, vendo as bochechas de John tomar a cor vermelha.

-MEU NOME NÃO É JOHN!

-Ah não... – Ela sorriu – E é como? Tom? Joseph?

-MEU NOME NÃO É SÓ JOHN... É JOHNNY! JOHNNY!

-E quem te falou uma aberração dessas?

-MINHA MÃE! JULIA, DA CORVINAL!

Ana parou um segundo, seguindo de todos. Pareciam apreensivos e em silencio. Foi então que arrancarão uma enorme gargalhada que se multiplicou por várias.

-ATÉ PARECE!

John apertava as mãos, elas tremiam sem parar. Seu material estava jogado no chão, e as lágrimas caiam sem parar, sem tirar o olhar do chão ele dizia.

-Minha mãe, foi famosa em seu tempo... ELA ERA UMA BELA MULHER! EU A VI!

Foi aí que todos entraram em colapso nervoso mesmo, riam e gargalhavam de um lado para o outro.

-Você é um Nascido-Trouxa, aceite isso John... – Falou Susan – Você é lento e idiota; É o pior aluno de Hogwarts, prefiro ficar com “Você-Sabe-Quem” do que com você! Nunca ouve uma Julia, da Corvinal... PELOS CÉUS! Acorda! Ninguém se preocuparia com você, pois se eles se preocupassem você não seria um Sangue Ruim!

John tremeu, as lágrimas desciam descontroladamente, Terence e Paul apareceram correndo e tiraram John dali, que se mantinha imóvel. Paul recolhia o material do jovem, enquanto Terence o ajudava á sair dali segurando em seu braço.
Eles riam sem parar da cara de John, assim que John foi retirado de vista, Paul os observou dizendo.

-Vocês são pessoas que não tem coração... – Paul encarou Ana – E VOCÊ ABOTT, COITADO DO MENINO!

-E não vem com essa não... – Reclamou Ana revoltada – Você também não teve pais...

-Eu não tive... Mais eu peno menos sei quem foram... Kathellen e Régulos Black! – Falou Paul firmemente recolhendo a última pena de John que cairá no chão quando tudo começou.

-Oh, claro... – Falou Ana ignorante – Você é filho de um Black, as piores pessoas do mundo. Todos eles são Comensais da Morte... E ainda por cima Aflen... Aquela Mestiça... Sua mãe é bem lembrada... É a mais burra de todas...

Paul ergueu a cabeça dizendo.

-Eu não ouço o que você fala... Eu não sou mais forte nem mais fraco que o John. Eu acredito no que sei... Minha mãe foi a pessoa que deu a vida pra mim, e se a sua família fala mal da minha família... Pode falar, não vão chegar aos pés de meus pais... – Dizendo isso Paul se retirou revoltado, e preocupado com o primo. John se encontrava no jardim ao lado de Terence, o menino se sacudia de um lado para o outro.

-Calma... Fica calmo Johnny... – Dizia Terence, enquanto Paul chegava entregando lhe o material.

-Aqui John...

O menino manteve o olhar no chão, sem se mexer.

-Por quê? – Perguntara John – PORQUE ELES FAZEM ISSO COMIGO?

-Ana tentou fazer o mesmo comigo... – Falou Paul – Mas, só que a gente tem que ser forte John, se a gente começar á fraquejar isso vai se tornar todos os dias mais comuns. – John ainda derramava lágrimas no peito de Terence que tentava conter o choro do menino, seria mais fácil de Melody estivesse ali.

-Eu prometo que vou investigar sobre Julia da Corvinal... – Falou Paul – Eu prometo...

As lágrimas ainda escorriam pelo rosto de John quando de repente, uma mãe esticada com um lenço branco apontava para John.

-Pegue John, limpe essas lágrimas... – Pedia Heloisa Midgen estenddendo o seu leço que acabara de ser retirado do bolso.

-Obrigado. – Dizia John pegando o lenço e limpando as lágrimas dizendo – Depois eu devolvo para você.

-Não precisa ter pressa... – Sorriu a menina.

John ainda parecia aborrecido.

-Aquela Ana te disse coisas horríveis não foi? – Perguntou Heloisa.

-Sim! – Respondeu John de cabeça baixa.

-Não se preocupe, peno menos ela não te machucou seriamente com um feitiço...

John deu um sorriso forçado colocando a mão no peito dizendo de cabeça baixa.

-Mas um feitiço doeria menos, do que as palavras que ela disse...

-Aih, se Melody estivesse aqui... – Murmurou Terence.

-Aquilo é inveja... Aceite, você não acharia que viveria de amor e paz não é? – Sorriu Heloisa – Eu sei que não... Quem vive assim pode ser a melhor pessoa do mundo e se tornar mimado e mesquinho. Se você tentar enfrentar sozinho, se tornar a pessoa mais agradável do mundo... O que você já é...

John deu um breve sorriso a Heloisa. Ele jamais coversa com ela.

-Cair todo mundo cai. – Dizia Heloisa – Mais só fica no chão quem quer! Erga essa cabeça... Mostre esses olhos azuis lindos que você tem, mostre esses cabelos negros, seja mais você! Atinja a perfeição!

John arregalou os olhos, as palavras de Heloisa ficaram ali, plantadas com ele, em seu coração. Por muito tempo, ninguém havia dito tal coisa á ele. Ela era muito mais legal que Ana, que Susan, que Isabela, que Sophie, que Alice... Que Cho, Pansy, Parvati... Pois ela não era amada por John, ele a observou como a sua amiga. A olhou como se fosse sua colega... E assim a transformou em sua amiga, como se fosse um toque de mágica, sem usar varinha ou magia alguma.

Ela se retirava enquanto Terence e Paul a observavam...

-Nossa, eu tenho que a chamar para ter mais ideias! – Falou Paul sorridente arrancando um sorriso bobo e descontraído de John.