Capítulo XIV - OS GÊMEOS

CAPITULO XIV – OS GÊMEOS

Doutor Assunção tira Edgar e leva ele para a sala. Nesse momento dona Constância chega a fazendo desesperada.

CONSTÂNCIA: Cadê a minha filha Assunção? O que ocorreu com ela? Diga-me... Os meus netos eles estão bem?

ASSUNÇÃO: Calma Constância! Os bebês estão bem... A Laura está com uma hemorragia e fizemos uma transfusão de sangue o Edgar foi o doador. Estamos esperando para ver se ela reage...

CONSTÂNCIA: Quer dizer que a Laura corre risco de morrer? É isso que está dizendo?

ASSUNÇÃO: Se o desespero tomar conta não poderá ajudar a Laura...

CONSTÂNCIA: Eu quero vê-la imediatamente...

ASSUNÇÃO: Agora não! O doutor Francisco está com ela examinando e temos todos que esperar...

CONSTÂNCIA: Edgar tudo isso é culpa sua... Se minha filha morrer eu acabo com sua vida... Se a Laura morrer... Meus netos vão ficar comigo! Entendeu bem...

EDGAR: Sei que a senhora está desesperada... Mais a Laura não vai morrer e quem vai criar meus filhos sou eu e a Laura. A senhora sempre...

CONSTÂNCIA: Cale-se Edgar! Minha filha uma mulher criada para ser uma rainha... Entreguei-a você pensando que você seria um marido que pudesse entender compreender... Um homem moderno. Mas não... Você se mostrou um homem horrível, igual à maioria dos homens que tem varias famílias e filhos fora do casamento, obrigando a esposa a aceitar...

EDGAR: Dona Constância, por favor, a senhora sabe o quanto eu amo a Laura... A senhora quer que eu faça o que? Se algo acontecer a Laura eu morro...

Nesse momento Edgar começa a chorar e vai desfalecendo até sentar no chão, doutor Assunção pede para a Constância parar com as acusações que não vão ajudar em nada... Constância fica tocada com o desespero de Edgar. Doutor Assunção pede para Edgar sentar na poltrona e serve uma taça de vinho e diz que ele tem que tomar para se acalmar. Edgar toma de um gole. Sua aparência está horrível, cabelo todo desgrenhado, barba grande, roupa amassada. Doutor Francisco aparece na sala e diz que a hemorragia foi contida mais Laura continua dormindo e que se deve esperar mais um pouco. Doutor Francisco ia falar do chá da tia Tina quando doutor Assunção oferece uma taça de vinho e fala baixinho para ele não falar nada a respeito do chá perto da Constância. Edgar pergunta se a Laura ainda corre risco e doutor Francisco diz que só pode responder essa pergunta quando a Laura acordar. Constância diz que quer ver a filha imediatamente.

FRANCISCO: A senhora pode ir... Peço que não fale tanto e nem tente acorda-la... O sono agora é importante para ela se fortalecer. O organismo precisa desse tempo para se equilibrar... Edgar acho que vamos precisar de mais um pouco de sangue...

EDGAR: Doutor se isso vai salvar a vida da Laura posso doar todo o meu sangue... Minha vida só tem sentido se for ao lado da Laura, caso contrário não tenho nenhuma vontade de continuar vivendo.

ASSUNÇÃO: O que é isso? Não diga uma sandice dessas! Seus filhos... Você não pensa neles? Lembra o que prometeu a Laura? Você está sendo egoísta... Só está pensando na sua dor. Pare com isso a Laura vai ficar bem.

EDGAR: Perdoe-me doutor Assunção...

CONSTÂNCIA: Vamos Assunção!

Os dois se dirigem ao quarto. Constância senta na beira da cama da Laura, beija sua face, toca em suas mãos e beija.

CONSTÂNCIA: Minha filhinha linda, você e o seu irmão é a razão da minha existência... Por favor, sare logo! Os bebês são lindos... E você precisa tomar conta deles eu e seu pai não podemos mais criar dois bebês.

Laura abre os olhos e diz;

LAURA: Mãe quem vai criar esses bebês se eu não puder vai ser o pai deles, o Edgar. Não vai ser você... Obrigada, mas eu quero que seja assim...

CONSTÂNCIA: Filha... Graças a Deus você acordou... Claro filha! Quem vai criar seus filhos serão vocês. Você e seu marido o Edgar... Fico muito feliz ver que você está fora de perigo... Fiquei tão desesperada com tudo isso que ocorreu com você!

LAURA: Obrigada mãe e desculpe fazer você passar por tudo isso...

CONSTÂNCIA: Se você não fosse tão teimosa... Se você tivesse...

LAURA: Não fale nada mãe! Tudo o que eu fiz eu tive motivos...

ASSUNÇÃO: Laura e Constância, por favor, você Laura precisa se alimentar e Constância você poderia voltar para a cidade...

CONSTÂNCIA: De jeito nenhum só saiu daqui com a minha filha e meus netinhos...

LAURA: Por favor, mãe! Vá pra casa... Assim que eu melhorar um pouquinho eu volto pra casa...

ASSUNÇÃO: Eu levo você e você vai voltar agora! Você deixa a Laura nervosa... Aqui ela está bem, tem o Edgar, o doutor Francisco a tia Tina...

CONSTÂNCIA: A feiticeira que você chama de tia... Só você Assunção e a Laura! Tá certo eu vou... Já que não sou bem vinda aqui...

LAURA: Por favor, mãe sem drama! Vá pra casa que eu prometo que eu vou ficar bem. Pai chama o Edgar... Gostaria de ficar sozinha com ele!

ASSUNÇÃO: Você não pode se agitar muito... A hemorragia não pode voltar. Só depois de você tomar toda essa sopa e esse copo de suco de beterraba. Tomar tudo, aí eu chamo ele!

LAURA: Isso é feio chantagear uma mulher doente e mãe...

ASSUNÇÃO: Estou vendo que está bem! O senso de humor está aí...

Laura se alimenta com a ajuda da Constância, quando termina agradece a mãe e diz que ela vai ficar bem e assim que o médico autorizar ela volta pra casa. Constância não gosta tanto mais sai. Encontra o Edgar e diz.

CONSTÂNCIA: Olha Edgar minha filha ama você! Se você voltar a magoa-la novamente eu acabo com você! Você está ouvindo? Não me desafie você não conhece minha fúria de mãe... Eu sou capaz de tudo pela minha família...

EDGAR: Dona Constância... Eu juro que nunca tive a pretensão de magoar a Laura e nem colocar em risco a vida dela e dos bebês! Eu fui vaidoso e juro a senhora que enquanto eu viver vou me arrepender do que eu fiz...

CONSTÂNCIA: Poupe-me Edgar... Diga isso a Laura! Você está avisado!

ASSUNÇÃO: Edgar vou levar Constância e você junto com o doutor Francisco tomem conta de Laura! Ela acordou se alimentou e está chamando você! Preste atenção! Ela não pode se agitar lembre-se ela precisa descansar o máximo possível para se recuperar o mais rápido para voltar para o Rio de Janeiro... Eu confio a minha filha a você... Não me decepcione Edgar!

EDGAR: Doutor Assunção o senhor me deu a melhor noticia que eu queria ouvir... Eu vou me redimir de tudo que eu fiz a Laura passar! Vou viver só pra isso!

Edgar corre pra ver Laura. Assim que chega perto da sua amada ele não se contem senta ao lado dela beija seus lábios e diz o quanto a ama chorando.

EDGAR: Meu amor perdoa-me... Por favor, não posso se quer pensar na possibilidade de perder você... Eu vou passar o resto da minha vida me redimindo de tudo que eu fiz você passar...

LAURA: Amor da minha vida... Vamos esquecer tudo isso e criar nossos filhos, você esqueceu-se deles (risos)!

EDGAR: Eles são os frutos do nosso amor... Você já os viu...

LAURA: O doutor Francisco disse que ainda não posso vê-los, ele pediu para esperar até amanhã. Você achou o que deles? A menina se parece comigo?

EDGAR: Os dois são lindos eles se parecem com você amor da minha vida... Você escolheu o nome!

LAURA: Eu pensei que você poderia escolher o nome da menina e eu do menino... Será que você vai ser capaz disso (risos)!

EDGAR: Será que vou ser capaz de escolher um nome sem a menina ter vergonha de assinar... (Risos)!

LAURA: Vá pensando. O Nome do meu menino vai ser Antônio por causa do Antônio Ferreira, o acho um magnifico jornalista e Paulo por causa de meu avô paterno que se chamava Paulo Assunção. O bebê vai se chamar Antônio Paulo o que acha?

EDGAR: Então a senhora Vieira gosta desse jornalista Antônio Ferreira?

LAURA: Edgar ele escreve muito bem... Tem uns textos...

EDGAR: Eu prometi ao doutor Assunção que você não iria se agitar... Eu vou pensar num nome bem bonito para nossa menininha e a senhora vai descansar. Vamos ficar quietinha para dormir...

LAURA: Antes disso, peça para a tia Tina... Preciso agradecer tudo que ela está fazendo pela nossa família...

EDGAR: A tia Tina salvou todos nós... Se acontecesse algo com você e com nossos filhos eu não iria aguentar assim todos nós...

LAURA: Não fale nada meu amor!