O Renascer Do Amor

Capítulo V - A SEPARAÇÃO


CAPÍTULO V – A SEPARAÇÃO

O dia ainda nem amanheceu direito e Edgar já está trabalhando, quando Matilde lhe serve o café repara que Edgar está abatido.

MATILDE: Doutor Edgar o Senhor está bem? O Senhor dormiu?

EDGAR: Como Matilde? Não sei onde Laura está... Essa situação... Bem diga a Marta para ficar pronta, levarei as duas depois do almoço...

MATTLDE: Tente ficar bem doutor... Dona Laura deve está bem. Eu aviso a Marta!

EDGAR: Obrigada Matilde por tudo! Você é uma grande amiga!

MATILDE: Doutor eu gosto muito do Senhor e da Dona Laura. As coisas vão se arranjar...

EDGAR: Está certo. Eu vou sair. Vou ao fórum e depois vou ao correio Carioca e volto para o almoço. Faça um grande favor, se a Catarina vier não abra a porta, não deixe entrar!

MATILDE: Pode deixar!

Laura passa a noite intercalando, dormindo e acordando. Acordou junto com o dia. Tomou seu café. E esperou seu pai. Quando ele chegou Laura disse que queria passar na casa do Edgar para pegar o resto de suas coisas. O pai concorda. Chegando à casa do Edgar, como Laura fala, é recebida pela Matilde eufórica:

MATILDE: Dona Laura, que felicidade... A senhora está bem?

LAURA: (Sorrindo) Estou bem Matilde, vim buscar o resto das minhas coisas. Você arrumou?

MATILDE: Dona Laura... Eu, eu tentei... Não tive tempo...

LAURA: Tudo bem Matilde. O Edgar está em casa?

MATILDE: Não!

LAURA: Melhor assim! Acompanhe-me!

Laura arruma, ou melhor, joga dentro das malas e caixas suas coisas pede para o seu pai carregar para o carro. Laura pede para Matilde entregar uma carta ao Edgar. Beija Matilde e sai chorando!

Edgar demora no fórum. Sai e vai procurar o Guerra no jornal. Conta ao amigo o que aconteceu. O seu desespero sem saber direito onde está a Laura e o seu impasse em como resolver essa situação, já que Catarina não colabora...

GUERRA: Mas Edgar o que você queria?

EDGAR: Que a Laura compreendesse que a Melissa é minha filha e que tenho que ampará-la!

GUERRA: Acredito que não é esse o problema da Laura. Você Edgar fez tudo sem pensar, ou melhor, sem ouvir a Laura! Qual era a opinião dela? O problema todo é esse... E agora está ai nesse desespero...

EDGAR: Mas Guerra, eu tentei poupar a Laura disso tudo, achei que o problema era só meu...

GUERRA: Edgar você agora é casado e casado com uma mulher moderna. Uma mulher que não é só enfeite e organizadora do lar e pelo que eu sei, foi isso que fez você se apaixonar por ela...

EDGAR: Eu sei! Eu fiz tudo errado! Ela queria ir comigo. Eu deveria ter levado e decido junto com ela o que deveríamos fazer! É isso que os casais fazem...

GUERRA: Os casais modernos Edgar! A maioria dos casais nem conversam. O marido decide tudo à esposa não tem direito de falar e nem opinar... É assim na maioria dos lares. Você Edgar, como é na casa dos seus pais? Na casa da Laura?

EDGAR: Você está correto! Você recebeu alguma correspondência minha?

GUERRA: Nada! Até agora nada...

EDGAR: Guerra vou indo... Há, ia esquecendo, o artigo sobre os trabalhadores do porto. Desculpe a demora!

GUERRA: Maravilha. O Paulo Lima até agora não atrasou nenhuma matéria (risos)!

EDGAR: Já estou ficando com ciúme desse Paulo Lima. A Laura disse que não conhece nenhum Paulo Lima. Estranho isso...

GUERRA: O quê?

EDGAR: Quando perguntei se ela conhecia ela disse que não mais falou exatamente o que ele tinha escrito no jornal...

GUERRA: Ela leu né Edgar!

EDGAR: Ela falou de um jeito que parecia que ela conhecia com intimidade as ideias...

GUERRA: Você está com tantos problemas que está vendo coisas.

EDGAR: Deve ser isso. Sabe Guerra, quando me casei a Laura era pra mim uma estranha... Eu não conhecia mais aquela mulher... Não sabia mais nada sobre ela. Agora não consigo imaginar minha vida sem ela!

GUERRA: Edgar! Pense amigo! É melhor que a Laura tenha se afastado, ela está grávida e a gravidez é de risco e isso é muito sério. Os dois correm risco de vida... Nesse caso é melhor que ela esteja em segurança sem nenhuma preocupação.

EDGAR: Mas Guerra... Eu que deveria estar protegendo os dois... O que ocorre agora? A Laura fugindo de mim para não prejudicar a gravidez... Sou eu o próprio marido e pai que causa todo o sofrimento...

GUERRA: Você vai conseguir! Fique mais calmo, a tranquilidade traz boas ideias...

EDGAR: Vou embora, tenho que levar a Melissa para a casa de sua mãe... Ainda isso, encarar a Catarina. Como tenho raiva dessa mulher, só suporto por causa da Melissa...

GUERRA: Você já pensou se a Melissa, ou melhor, se aparecer outro dizendo que é pai dela?

EDGAR: Não interessa... Eu amo demais... Ela é minha filha! Ela já tem o meu nome.

GUERRA: Tá certo Edgar!

EDGAR: Não adianta ficar conjecturando essas coisas por enquanto. Guerra qualquer coisa me avise!

GUERRA: Assim que chegar qualquer coisa para você lhe aviso!

EDGAR: Obrigado amigo!

GUERRA: Você é o meu melhor jornalista Senhor Antônio Ferreiro (risos), se cuide amigo e tente se acalmar que as coisas irão se arrumar...

EDGAR: Está certo (risos), você é um grande amigo!

Edgar vai direto para casa. Chegando em casa recebe a notícia que Laura esteve lá para pegar suas coisas. Matilde lhe entrega a carta de Laura. Edgar vai para o quarto fecha a porta e abre o envelope com tanta rapidez que quase rasga a carta.

Edgar!

Estou saindo de casa para preservar o meu filho, desculpe o nosso filho! Não consigo conviver com a mãe de sua filha. Não consigo confiar em você, acreditar em você como antes... Eu estou sofrendo muito com tudo isso.

Eu decidi me divorciar de você, é a melhor coisa a ser feita agora. A Melissa é sua filha, você quis que fosse assim! Assim a mãe dela vem junto. E isso eu não vou suportar! Você sustentando essa outra casa... Mas isso é problema seu.

Siga sua vida e eu vou seguir com a minha. Assim que o bebê nascer aviso você. Se você quiser registrar já que você não vai conviver com ele ou ela eu não vou exigir isso e nem que você sustente caso você não queira. Eu vou trabalhar, ou melhor, eu já estou trabalhando, por isso não se preocupe com isso também, se esse for o caso!

Eu amo você demais Edgar, mais você fez uma escolha. E nessa escolha você me excluiu completamente da sua vida, das escolhas que você fez você me deixou de fora.

Assim que os papéis ficarem pronto o meu advogado irá lhe procurar para você assinar.

Acho que já disse tudo. Fique bem, desejo a você toda a felicidade!

Laura Assunção.

Edgar fica furioso quebra quase todo o quarto. Matilde sobe desesperada, batendo na porta e perguntando o que está acontecendo. Antes disso Matilde tinha alugado um carro e pedido para Marta voltar para casa da Catarina. Matilde não consegui nenhuma resposta e decide fazer alguma coisa. Liga para o Guerra e diz que o Edgar não está bem e que ele se trancou no quarto e pede que ele venha ver o que está acontecendo.

Guerra chega imediatamente e Matilde o leva para o quarto.

GUERRA: Edgar abra a porta, por favor! Sou eu o Guerra...

Edgar abre a porta e Matilde e Guerra entram e percebem o caos que ele fez. Quebrou a cadeira os quadros da parede, rasgou o lençol da cama, os travesseiros menos a penteadeira da Laura essa estava intacta.

GUERRA: O que aconteceu aqui Edgar! Você teve um ataque de fúria? Qual o motivo?

Edgar entrega a carta ao Guerra.

EDGAR: Leia isso!

Guerra lê e diz:

GUERRA: Qual o problema Edgar... Isso já tinha acontecido. A Laura já tinha ido, já tinha falado sobre o divórcio. Não sei qual a surpresa... Para você reagir assim, dessa forma! Tenha paciência você vai conseguir reunir sua família... Dê tempo a Laura. Essa distância vai fazer bem a ela. Pense Edgar!

EDGAR: Como a distância pode fazer bem a ela? Longe de mim? Eu deveria estar tomando conta do meu filho da minha mulher Guerra... Eu...

GUERRA: Pense meu amigo! Respire e se acalme...

EDGAR: Está certo Guerra! Vamos descer...

Edgar convida Guerra para almoçar e o mesmo aceita. Edgar não come nada e Matilde reclama dizendo que ele vai ficar doente já que não tomou café e agora não está almoçando.

GUERRA: Edgar como você vai reunir sua família se você ficar doente? Tente comer um pouco...

EDGAR: Matilde está igual a minha mãe... (risos). Matilde cadê a Marta e Melissa...

MATILDE: Doutor eu tomei a liberdade de alugar um carro com o dinheiro que a dona Laura tinha deixado para fazer as compras do jantar, desculpe, e achei melhor elas não estarem aqui quando o senhor recebesse a carta... Desculpe de novo!

EDGAR: O que seria de mim se não tivessem amigos que nem vocês hein? Obrigado Matilde, você fez certo!

Depois do almoço, Guerra se despede, antes diz para o Edgar descansar, tentar dormir um pouco para se acalmar e ter equilíbrio.

Laura chega a fazenda e encontra um lugar muito agradável e tem uma senhora chamada dona Tina, foi escrava e trabalha na fazenda desde que foi liberta. Toma conta de tudo. Recebeu Laura muito bem. Providenciou o melhor quarto um almoço maravilhoso. Laura almoçou com o pai e esse examinou a filha antes de ir embora e pediu para ela descansar e tentar dormir um pouco. Nesse momento Laura e Edgar mais uma vez estão unidos pelo pensamento. Um pensando no outro, tentando saber o que o outro estava fazendo, se preocupando se o outro está bem. Laura adormece muito cansada pelas atribuições do dia agitado. Edgar também adormece esgotado pelas últimas noticias que recebeu. Um sonha com o outro e ficam calmos e serenos sonhando que a vida é boa e justa!