O Outro Dragão

Cada Vez Pior


O medo estava cada vez mais forte dentro da Fortaleza Vermelha.

Medo da guerra. Medo do rei.

Gerold Hightower foi enviado para procurar Rhaegar e ainda não tinha voltado.

Tywin entrou na luta, mas precisou recuar por que os nascidos de ferro estavam aproveitando a saída do exército Lannister para atacar às costas das Terras Ocidentais.

Rochedo Casterly estava sendo sitiada.

Tywin teve que voltar e empurrar a frota de Euron Greyjoy de volta.

Por causa disso houve um avanço dos rebeldes, que conquistaram mais uma vitória.

E nada de Rhaegar.

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—Tio, o senhor precisa tirar elas daqui. -diz Elia desesperada para Lewyn.

—Nós estamos sendo muito vigiados.

—Não tio. Eu estou sendo vigiada, como mãe de um príncipe e futura mãe de outra criança real. Mas as minhas damas não. Por favor tio, pegue todos os dorneses da cidade e fuja com eles.

Lewyn ficou horrorizado.

—E deixar você e seu bebê aqui sozinhos nas mãos desse louco? Não!

—Tio por favor, leve todo mundo daqui.

—Não. Eu vou mandar suas damas e os dorneses não combatentes embora mas eu não vou te abandonar aqui, quando você mais precisa. Dorne não abandona Dorne.

Elia tentou de tudo para convencer seu tio a fugir mas Lewyn estava irredutível, e os soldados de Dorne também.

Sua princesa não será abandonada.

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O desaparecimento das damas de Elia e de qualquer dornês que não fosse soldado foi notado.

Um grupo de soldados bateu em sua porta, avisando que o rei exigia sua presença.

Elia respirou fundo, sabendo que teria que esperar qualquer coisa de ruim.

O homem estava no trono, com uma carranca horrível, babando de ódio.

O cheiro dele estava até forte, se os narizes franzidos da rainha e dos guardas ao redor dele eram uma indicação.

Elia não conseguiu evitar ficar um pouco enojada.

—Você está conspirando contra mim, puta dornesa?

—Eu? Eu não entendi, meu rei.

—Você mandou suas damas e os outros dorneses embora! Você achou que eu não iria notar?

Aerys se levantou, rosnando.

—Você acredita que sou idiota? Aquele torneio ridículo em Harrenhal foi ideia sua! Só que saiu pela culatra graças ao Rhaegar, não é? Você não conseguiu o que queria!

Elia tentou controlar sua expressão para não se denunciar.

Aerys se aproximou dela.

—Isso só pode ser coisa sua! Ser rasteira assim é coisa de cobras! Eu sei que foi você, víbora dornesa! Você teve a ideia de usar esse torneio para obter aliados para me destronar! Quem mais teria essa ideia? Meus filhos nunca foram sutis nem que suas vidas dependesse disso e Cersei tem a sutileza de javali berrando. Tem que ser você! Só pode ser você! É uma cobra igual a sua maldita mãe!

Elia quase desmaiou ao sentir o hálito de Aerys.

A paranoia dele o fazia ter medo de tudo, até mesmo de alguns cuidados com a higiene.

—Cobra! Serpente traiçoeira! Eu vou mostrar o que acontece com quem planeja contra mim!

Elia sentiu o tapa a atingir com tanta força que até caiu para trás.

Mãos se enrolaram a seu pescoço e ela sentiu sua respiração ser interrompida e seus ouvidos zunirem.

Rhaella começou a gritar para Aerys soltá-la e tentou puxá-lo.

—Aerys para! Ela está grávida! Para!

Aerys continuou a gritar que iria matar Elia enquanto os soldados lutavam para forçar suas mãos a largar seu pescoço.

Com muito custo eles o retiraram.

Aerys gritou que iria matar todos eles com fogo.

Rhaella foi até ela e a ajudou a se levantar.

Elia tremia.

—Pycelle a examine por favor. Essa agressão poderia ter causado mal a ela e ao bebê.

Elia foi levada para o quarto.

Ela tocou no pescoço, no lugar onde ele apertou, sem acreditar que chegou a esse ponto.

Pycelle recomendou repouso e disse que ela deveria evitar aborrecimentos pelos próximos dias.

—Como? -ela diz, desalentada.

Pycelle fez uma cara de preocupação e saiu.

Cersei entrou ali.

—Vim saber como você está.

Elia ficou curiosa. Cersei queria alguma coisa?

—Eu vou ficar bem, se descansar.

Cersei assentiu.

—É verdade?

Elia ficou confusa com a pergunta.

—Do que você fala?

—É verdade que Harrenhal foi ideia sua?

Elia observou pela porta.

Eram soldados Lannister que estavam de prontidão e ele duvidava que poriam Cersei em apuros.

—A ideia em Harrenhal era atrair as famílias Baratheon, Arryn, Tully e Stark para uma aliança conosco. Meu marido até conseguiu se aproximar de Robert Baratheon. Como eu estava grávida novamente época eu até pensei em uma aliança de casamento entre meu bebê e um dos bebês dos vários casamentos entre eles. Iríamos juntar alianças para controlar Aerys e o tirar do trono antes que ficasse tão fora de controle.

A expressão de Cersei ficou cheia de fúria.

O olho dela até tremia.

—Você planejava colocar uma corôa na minha cabeça?

—Tecnicamente... Sim.

—E Rhaegar estragou tudo?

—Tecnicamente... Também sim.

Cersei apertou as mãos com raiva, mas depois acariciou o ventre.

—Quando ele nascer, posso contar com sua ajuda?

Elia a olhou sem entender o ponto.

—Sim, mas...

—Quando esse bebê nascer... É o fim do que estamos aguentando. Rhaegar vai ter que morrer.

Elia arregalou os olhos.

—Um Lannister nunca esquece suas dívidas. Eu não vou esquecer que você tentou me beneficiar e Rhaegar jogou minha corôa fora.

Cersei estendeu a mão.

—Minha Rhaenys para o seu Aegon. É uma promessa.

Elia apertou sua mão.

—Rhaenys sendo noiva de Aegon. -falou em concordância.

—Quando toda essa loucura terminar... É hora de Aerys e Rhaegar dizerem oi para seus parentes mortos.