Você sabe qual é a coisa mais valiosa do mundo? Liberdade. Todos a procuramos, diretamente e indiretamente, psicologicamente e fisicamente. Quando estamos presos, nos desesperamos, a liberdade é a nossa maior virtude. Estou presa em lugar escuro, frio... Solitário. Você tem a chave para me libertar? Lógico que não, ninguém pode me libertar. Não sinto mais a tristeza escorrer em forma de lagrimas pelos meus olhos, nem a alegria transparecer em meus lábios com um sorriso. Tudo que sinto é ódio, e o ódio só causa destruição, miséria, morte... Não importa se morri ou não, já estou morta ha anos por espirito. Não consigo mais sentir. Cada momento que se passa, é insignificante para mim, é como se os relógios tivessem parado. Passado, presente ou futuro... Quem se importa? Me tiraram minhas maiores virtudes: felicidade, amizade, amor, liberdade e esperança. Eu já não conseguia distinguir o que fazia, eu não pensava, não me controlava, apenas fazia. Não era dona de mim mesma, o ódio agora era o dominador, eu era a submissa. Eu olhava para cima, e no meio da escuridão, havia um anel de luz, havia uma gota de esperança. Mas essa esperança não me pertencia, não mais. A água gelada enrugava o meu corpo, destruía a minha pele. Eu era fria e irracional. Eu era um monstro. Eu achava ter morrido ha dois anos, mas sinto como se nunca tivessem me dado a vida.