[...] Beatriz

– Anda, responde logo caralho! - Berrei exigindo a verdade. - Ou será que agora os dois viraram mudos?

– Bia, não é nada. - Eduardo tenta se aproximar de mim, porém recuo e dou um passo a trás. - A Vivi tá bêbada, olha pra ela. - Ele diz e eu a observo, realmente Viviane já esteve melhor, porém não estava completamente bêbada. - Ela tá delirando, não fala nada com nada, vamos embora. - Eduardo já estava pegando sua chave do carro quando o interrompo.

– Eu não vou embora com você! - Digo começando a sentir o meu sangue ferver. - Eu não vou embora enquanto não souber da verdade. - Grito.

– Ela tem razão, Duda. - Viviane se pronuncia. - Você pretende engana-la até quando? Ela merece saber a verdade.

– Cala a boca, Viviane. – Eduardo grita totalmente fora de si. - Ela não precisa saber de porra nenhuma.

– Não é justo fazer isso com ela. - Rebate Viviane no mesmo tom de voz. - Se você não contar eu conto! - A mesma por um momento pareceu se importar com Beatriz, talvez pudesse ser efeito do álcool ou algo tipo. Viviane não queria enganar sua irmã, não queria ser a segunda opção, tudo que ela quer é se libertar desse segredo. - Você não foi homem para fazer? Seja homem o suficiente para assumir. - Completa Vivi.

– Alguém me explica oque está acontecendo? - Peço com um sussurro, eu estava com medo do que poderia ser, mas me mantive firme.

– Tudo bem. - Diz Eduardo suspirando nervoso. - Vamos para um lugar mais reservado.

Foi só ai que percebi que estávamos na sala de estar do Binho sendo observados pela maioria dos meus amigos. Quer saber? Foda-se, essa é a última coisa que me importa agora.

Subimos as escadas e fomos para o quarto do Binho, eu já estava suando frio, era notável a expressão de terror no rosto de Duda, Viviane também parecia assustada. Oque poderia ser de tão grave?

[...] Viviane

Ao contrário do que Eduardo pensa eu não estou totalmente bêbada, também não estou 100% sóbria. A questão é que eu casei de fingir, casei de enganar a Bia, cansei de ser a outra, eu não quero isso pra mim, eu não sou assim. Se o Eduardo quiser ficar comigo que seja pra valer.

– Vocês vão me contar ou não? - Pergunta Bia revoltada.

– Bia eu... - Eduardo tentou completar a frase, porém travou. - Eu, eu não devia, eu fui um idiota, um completo idiota, se quiser pode me bater, eu mereço. - A voz de Eduardo estava grave, em um tom agudo, rouco. - Você não merecia! - A frase terminou em um som baixo de arrependimento, logo em seguida Eduardo sentou-se na cama de Binho e cobriu seu rosto com as mãos.

– Oque está acontecendo? - Pergunta Bia. - Oque você fez, Duda? - Os olhos de Beatriz já começava a escorrer suaves lágrimas.

– Me perdoa !- Eduardo levanta-se da cama tão rápido como um vulto, o mesmo vai em direção de Bia e a abraça. - Eu te amo, e nada vai mudar isso. - A voz de Duda saiu feito um sussurro. Pude ver as lágrimas de Bia escorrer feito cachoeira, enquanto os dois se abraçavam, foi inevitável conter o choro. Foi um choro de arrependimento, eu não deveria ter feito isso, eu não deveria me envolvido com meu cunhado.

Como o amor dói. -Pensei.

Bia solta-se do abraço, limpa suas lágrimas, respira fundo e pergunta novamente.

– Oque está acontecendo? - Não pude definir qual era o tom de voz de Bia, talvez fosse raiva, medo, tristeza.

– Bia, eu juro que se arrependimento matasse eu estaria morta. - Digo limpando minhas lágrimas. - Eu não sei oque deu em mim, eu nunca fiz isso com ninguém. - Digo ponto as mãos na cabeça.

– Eu e a Vivi, a gente.. - Eduardo faz uma pequena pausa. - A gente ''ficou''. - Duda toma coragem e revela.

– Mas não passou dos amassos, eu juro! - Digo com a consciência pesada. - Me desculpe!

Bia apenas nos encara com um olhar de desprezo.

– Sua filha da puta! - Grita Bia. - Eu sou sua irmã, como você pode? - Ao longo das palavras Beatriz diminui seu tom de voz.

– Eu juro que isso nunca mais vai aconte.. - Antes de terminar a frase, fui interrompida por Bia.

– Eduardo, eu não tô acreditando que você fez isso comigo! - Diz Bia em meio às lágrimas. - Eu deveria ter escolhido o Janjão ao invés de escolher um galinha. - Berra Beatriz.

– Eu.. Bia, me des.. - Desta vez Beatriz interrompe Eduardo.

– Eu não acabei de falar. - Grita Bia. - Não adianta pedir desculpa agora, desculpas não vai apagar oque vocês fizeram ou diminuir a dor que eu estou sentindo. - A mesma é interrompida por lágrimas que insistem em cair. - Eu fui traída em dose dupla, pelas pessoas que eu menos esperava nesse mundo. E quer saber? Vocês não merecem minhas lágrimas, sabe porque? - A mesma faz uma pausa sem omitir respostas. - Porque vocês são uns filhos da puta que se merecem. - Completa.

Beatriz ia abrir a porta do quarto quando Eduardo á segura.

– Bia, olha para mim, eu pareço bem? - Pergunta Eduardo. - Essa foi a primeira e última vez que eu te traio, me da mais uma chance, só mais uma e eu prometo que não vou te decepcionar. - Pede arrependido.

– E eu? Pareço que estou bem? - Pergunta Beatriz se soltando do mesmo. - Você já teve sua chance e me decepcionou. - Ao terminar a frase Beatriz leva sua mão ao rosto de Eduardo, formando uma bela bofetada. O mesmo apenas toca o local atingido.

– Você também merece um. - Diz Bia indo em direção a Vivi. - Um não, dois por ser minha irmã! - A garota ao menos da tempo para Viviane tentar se defender ou para Eduardo agir, logo da dois tapas no rosto da sua irmã.

– Bia. - A voz de Viviane sai por um fio.

Bia dirigi-se a saída do quarto, porém antes de sair fala.

– Se quiserem agora podem se comer. O Eduardo está solteiro, não a oque impeça!

A garota sai do quarto e desce as escadas correndo. Sem se importar com as poucas pessoas presentes na sala-de-estar vão pensar, Bia pega uma garrafa de vodka, a chave do carro de Duda e deixa a casa sem rumo, sem saber para onde ir.