Eu fico totalmente impressionada como o Emilio me tara na frente da mulher dele.

Resolvi ignorar isso.

– Não quer entrar Gabriel?

– Não não, obrigada, tenho que buscar meu irmão na escola e levar ele pra natação, estou a pé então tenho que ir antes – ele revirou os olhos.

– Ah, que pena. Mas depois vem aqui, já que é tão perto – ri.

– Logico que sim – ele sorriu, e me deu um abraço. – Tchau Marina, foi um prazer – ele sorriu.

– Até mais Gabriel – minha mãe sorriu – vou deixar os dois a sós – e piscou pra mim. Ela não tem jeito mesmo.

Ela saiu andando, deixando nós dois sozinhos lá fora.

– Então... Depois você também vai lá em casa, me dar boas vindas – ele riu. Nos despedimos e ele foi embora. Entrei em casa.

Passei pela minha mãe, e segui para meu quarto. Terminei de fazer minhas tarefas de biologia – eca – e as 19:00 , desci pra cozinha para comer alguma coisa.

– Julia? – minha mãe disse quando eu deixei um copo cair no chão.

– Oi mãe, to viva – respondi e peguei o copo.

– Depois vem aqui

– Ok mãe – disse e coloquei um suco de laranja no copo, e depois fiz um pão com requeijão pra mim. Peguei tudo e fui até a sala, me sentei no sofá e comecei a comer.

– O que queria mesmo mãe? – perguntei com a boca suja de requeijão.

– Ah... Sobre o Gabriel...

– Ai mãe, desembucha logo vai – disse e limpei minha boca, mordendo mais um pedaço de pão.

– Sei lá, você tá tão confiante...

– Confiante? Mãe, eu acho que até VOCÊ já percebeu que ele é uma boa pessoa, portanto, sem dar piti ok? Se ele não fosse uma boa pessoa, se não fosse gentil, eu nem ao menos conversava com ele, então, ele é sim, e eu espero que você não venha interferir na minha vida, porque você tá pegando o boi, que eu estou me tornando mais sociável, entendido dona Marina? – disse com todo o meu fôlego. Porque ah, minha mãe não pode me ver com uma nova pessoa, que já começa a dar piti, dar sermão. Eu realmente acho o Gabriel uma boa pessoa, então, eu espero que ela não venha questionar.

– Tá bom filha, tá bom. Só quero que saiba que quando precisar estarei aqui, mesmo você não aceitando minha opinião as vezes – ela se voltou pra televisão, e ficou prestando atenção na novela.

– Mãe, sem drama por favor, você sabe que eu te amo – disse e me levantei, seguindo até a cozinha e colocando o prato e o copo na pia.

Subi para meu quarto, e tomei um banho rápido, colocando meu pijama – quase uma fantasia .q – de vaquinha, e indo me deitar na cama. Liguei a TV, e logo já estava dormindo, como ultimamente estou sempre fazendo.

Love me, Love me, say that you Lov... (8)

Escutei o despertador, mas ele parou. Quer saber, vou voltar a dormir, a bateria do celular deve ter acabado, e tomara que eu perca a hora mesmo.

Cobri a cabeça com a coberta e me enrolei colocando uma perna pra fora, e afundando a cabeça no travesseiro.

Ouvi risadas.

Ouvi mais risadas.

Senti alguém tirar minha coberta.

Ouvi mais risadas.

Abri o olho, e vi Emilio me observando.

– Cara, perdeu alguma coisa aqui? – fechei a cara e me cobri de novo.

– Julia, que pijama sedutor é esse? – tentei ignorar, impossível.

– Meu pijama, algum problema com ele? – perguntei e levantei uma sobrancelha.

– Você tá tão linda – ele riu.

– Engraçadinho – me levantei da cama. – o que veio fazer aqui?

– Sua mãe me mandou te chamar – minha mãe? Oi? Acho que ela tá meio louca.

– Ah, pode falar com ela que já acordei, tchau – disse virando ele em direção a porta.

– Nossa, tá me expulsando?

– Se você tiver um outro nome para te tirar do quarto assim, pode me apresentar, por enquanto será expulsando mesmo – comecei a empurrar ele.

– Tá bom, nossa, que consideração – ele foi andando sozinho até a porta – mas bem que eu queria ficar aí...

– E eu trocar de roupa na sua frente idiota? – levantei uma sobrancelha.

– Não seria uma má ideia – ele deu um sorrisinho malicioso.

– Sim, seria uma PÉSSIMA ideia, agora rapa o pé e sai do meu quarto – fui até a porta e fechei na cara dele. Virei a chave por precaução.

Troquei de roupa rápido, e vesti a camiseta de uniforme e uma calça jeans, mais larga dessa vez.

Amarrei o cabelo em duas Maria Chiquinha na altura da orelha e passei um blush pra tirar a brancura e a aparência de ter acabado de acordar. Calcei meu all star azul, e peguei um casaco, amarrando ele na cintura. Puxei minha bolsa, e desci até a cozinha. Emilio e minha mãe estavam sentados na mesa conversando.

Passei reto.

– Tchau mãe – sorri – tchau Emilio – sorri sínica.

– Tchau filha, boa aula! – minha mãe gritou.