– Não, lobo mau, vou ir te comer – ele respondeu .

– Há-há, você é uma gracinha de criança – respondi.

– Vai abrir?

– Não devia, mas vou – apertei o botão para abrir. Fui em direção á cozinha.

– É o Emilio? – Luiz perguntou.

– Infelizmente ne. – respondi passando pela porta.

Abri a porta da cozinha, e vi ele entrando pelo portão e fechando.

– Oi meu amor, pronto, o lobo mau já entrou, pode te comer agora e... – pausa – uau Julia, já está até vestida á caráter pra nossa farra? – ele me olhou de cima abaixo.

– Primeiro: eu não sou seu amor. Segundo: Você tentando dizer alguma coisa engraçada dá medo. Terceiro: Não, não estou vestida á caráter. E quarto: Para de olhar pra minhas pernas! – elevei o tom da voz.

– Tudo bem, tudo bem. Tá de TPM é?

– Não, sorte sua – respondi puxando ele para dentro.

Fomos andando até a sala, sem dar nenhuma palavra.

Chegamos, Luiz e Rafaela nos olharam assustados.

– Que foi? Estamos sem alguma peça de roupa? – Emilio disse com cara assustada.

– Por que estão de mãos dadas? – Rafaela perguntou.

Olhei rápido para minha mão esquerda, que estava entrelaçada com a de Emilio. Pera, como não percebi isso?

Soltei sua mão novamente e o encarei. Ele levantou os braços num sinal de rendimento.

Luiz começou a rir.

– Tá bom, podem falar que aquela história de lobo mau colou e ele estava te comendo ali na cozinha, a gente não faz nada – pausa – além de rir – e ele tampou a boca para segurar o riso.

– Idiota! – fiz careta.

Me sentei no sofá, e Emilio se sentou logo ao meu lado. Ficamos nós quatro olhando um pra cara do outro.

– Mas então... Era você no telefone ne seu inútil? – me virei pra Emilio.

– Era. Mas vai, fala que eu sei imitar a voz de taquara do Eduardo direito ne? – ele se gabou.

– Se eu soubesse não estaria afirmando que você atendeu o telefone ne? – fechei a cara.

– Bom, aí num sei... Mas, só pra você não ficar triste, eu falei com ele tá bom?

– Falou? – bati uma mão na outra.

– Falei. E ele disse que umas 3:00 chega, e que vamos usar a piscina de qualquer jeito.

– Não vamos, estou doente – fiz cara de santa.

– Vamos sim, você já está melhor, só sua voz que está... linda e maravilhosa – pausa – fui irônico a parte da voz tá bom? – ele sorriu.

– Quantas vezes preciso repetir que você é idiota? – franzi a testa.

– O tanto que você quiser, eu sei que você me ama mesmo – ele estava se gabando? Idiota, idiota, mil vezes idiota!

– É, vamos usar a piscina, se a Julia quiser, ela que fique dentro de casa – Luiz disse, mordendo a boca e fazendo um olhar sexy para Emilio.

– Huum, Luiz e suas terceiras intenções... – Rafaela riu.

– Ui, lógico. Até quartas se for necessário! – ele retrucou, estalando o dedo da mão direita. Emilio começou a rir.

– Ju, vamos ver filme enquanto o Eduardo não chega? – Emilio perguntou.

– Vamos, escolha – apontei para a estante com vários DVDs. Ele escolheu uma comédia, e colocamos. Me deitei no sofá sozinha, e eles ficaram se espremendo no outro. É lógico que o safado do Luiz fez questão de se apoiar todo no Emilio ne. Aproveitador! - juro que não é ciúmes.

Estiquei as pernas e coloquei na mesa de centro do outro lado. É, eu estava toda torta no sofá.

O filme começou, e eu fechei os olhos. Não sei por que, mas ultimamente eu estou com uma facilidade para dormir que pelo amor. Pois é, dormi.

Senti alguém levantando minha cabeça, e logo depois uma coisa fofa apoiando-a. Abri os olhos e olhei para cima, e vi Emilio. Eu estava deitada na sua perna, e ele estava mexendo no meu cabelo. Estiquei o olho pro canto, os outros estavam dormindo também.

– Emilio! – sussurrei.

– Que foi?

– Você me acordou.