– Você vai me emprestar a toalha quando eu for entrar no meu carro ne? Não rola de eu ir até á rua com essas roupas. – ele disse, fazendo cara de cachorrinho pidão.

– Não mandei você ser gordo – bati na barriga dele.

– Gordo? – ele fez biquinho – mas vai, sou um gordo gostoso pra caramba ne? – ele disse se gabando

– Você não é gordo seu besta, - disse puxando a pele da barriga dele, deixando uma marca vermelha. – e para de se gabar, idiota! Eu ainda não estou de bem com você, sai do meu quarto. – falei apontando pra porta.

– Nossa, vai me enxotar assim? – ele fez mais biquinho.

– Não, eu não posso perder uma oportunidade dessas, não saia. – ele ficou todo empolgadinho, pensando que eu ia fazer alguma coisa com ele - bom, eu vou fazer, mas não do gênero que ele pensa.

Fui até meu armário, e abri a porta, tirando minha câmera fotográfica e ligando ela, de costas para ele não fugir. Ele continuava empolgadinho.

Me virei rapidamente, e por incrível que pareça, ele estava com a mão na cintura, apoiado em um dos pés, com pose de gay mesmo. Eu comecei a rir, e bati duas fotos rapidamente.

– Julia, sua puta! O que significa isso? – ele gritou.

– Isso? É uma pequena lembrancinha – falei, rindo e tirando o cartão de memória da câmera, caso ele tentasse rouba-la.

– Me da isso, anda! – ele disse.

– Não – coloquei dentro do meu sutiã, rindo.

– Olha que eu pego hein? – ele disse.

– Num é nem louco – dei dois tapinhas no sutiã, e me virei. – Agora pode sair do quarto.

Ele fez biquinho, se virou e foi.

– Vou sair, contra minha vontade, antes que você resolva tirar mais uma sessão de fotos minhas sem minha autorização. – E ele foi, andando e desceu a escada.

Ele saiu rebolando, fazendo gracinha comigo. Dei uma risadinha, e ele deu um tapinha em sua bunda, rodando e descendo as escadas, rindo.

Me virei, e coloquei a toalha pendurada na maçaneta da porta, pelo lado de fora. Fechei, sem trancar.

Fui até o som, e coloquei uma musica pra tocar baixo, e em seguida fui direto para minha cama. Fechei os olhos, e em menos de 5 minutos já havia pegado no sono. Mas também, com meus pensamentos, era impossível não sentir a consciência pesada e dormir rapidamente.

Comecei a pensar em tudo. Eu, Emilio, minha mãe. Meu cérebro começou a montar tudo, tudo que fazia sentido: “Emilio me odeia, me evita, me ignora, e de repente, ele corre atrás de mim, me enche, me força a beija-lo, me força a ser sua, por pelo menos alguns instantes, mas sim. E por que? Porque ele simplesmente me viu de biquíni um dia, um misero dia na casa dele. E também, seu joguinho com minha mãe. Ela realmente ama ele, e ele fica fazendo isso, puta falta de sacanagem! Se ele também ama ela, que fique com ela, e me deixe em paz, com minha antiga vida, e... e... hum, ta difícil pensar... acho que já estou dormindo, huuuum...” E peguei no sono.

Acordei com a porta se abrindo. Abri apenas um olho, e vi Emilio, na porta com aquele shortinho dlç, e sem camisa.

– Estou indo, vou levar a toalha. Até amanhã – ele piscou – e, eu vou jogar a chave por cima do muro, ok?

Levantei uma mão para dar sinal de vida, e voltei para meu sono.