Fechei os olhos, e o abracei mais forte.

Ficamos um tempo ali, abraçados, até acordamos para a vida.

- Vamos? – ele disse olhando em seu relógio – está quase na hora.

- Vamos – disse me levantando e pegando minha bolsa.

Descemos até a garagem e pegamos o carro. Passamos na casa de Rafaela e pegamos ela e Lucas, eles iriam com a gente.

- Que lindo seu vestido – Rafaela disse assim que chegamos na porta do salão onde seria o casamento e a festa, quando me levantei do carro.

- Obrigada – respondi.

Ele era preto, tomara que caia, e ia até um pouco acima do joelho. Minha barriga estava redonda nele, e estava realmente lindo.

- Você também está linda – respondi. Ela usava um vestido vinho de alças, e cintura mais que apertada.

- Julia? – ouvi uma voz conhecida.

- Dudu? – me virei rápido para olhar, e vi Dudu, em pé olhando para mim com os braços cruzados, vestido com um terno, e um tênis. Com o cabelo todo jogado de lado, e com aquele sorriso que me matava.

Sai correndo, e me joguei em seus braços, assim como ele. Ele me abraçou com força, colocando a mão em meus cabelos. Afundei minha cabeça em seu pescoço, e o abracei com a maior força que consegui. Senti meus olhos se encherem de lagrimas.

- Que saudades – ele disse, passando a mão de leve em minha cabeça.

- Eu também, muitas – o apertei mais – você não sabe o quanto eu precisava de você.

- Eu também – ele disse, me afastando e enxugando minhas lagrimas.

- Nossa, borrei a maquiagem – ri – mas foi por uma boa causa – disse, sentindo mais lágrimas em meus olhos – não acredito que você está aqui.

- Eu também não acredito que estou com você – ele sorriu, e secou novamente minhas lagrimas.

- Caramba, como você tá linda – ele disse, me olhando de cima abaixo – e esse bebe? – ele sorriu – eu quase pirei quando você me disse que estava grávida Ju. Serio, por que não tinha me contado antes?

- Não sei, eu achei que você sabia... mas não, e agora você sabe – sorri, o abraçando novamente – que saudade do seu abraço.

- Muitas – ele sorriu, me apertando mais.

- Dudu! – Rafaela disse chegando perto de nós, e me tirando de seu abraço.

- Rafa, que saudade também – ele sorriu.

- E ai cara – Lucas chegou dando um toquinho estranho que eu nunca consegui entender – sumiu poxa, esqueceu de todo mundo.

- Nem esqueci – ele riu.

- Oi Dudu – Emilio sorriu, dando um abraço no irmão – quanto tempo pirra.

- Quanto tempo Emilio – ele riu.

- Vamos? Já vai começar a cerimônia – Rafaela disse, me puxando.

Eles se sentaram nos bancos, e eu fui cumprimentar toda minha família. Todo mundo estava lá, meu deus. Depois, voltei para me sentar com os meninos. Me sentei entre Emilio – que ficou abraçado comigo – e Dudu.

A marcha nupcial começou, e as pessoas começaram a entrar. E por fim, minha mãe. Ela estava linda, usava um vestido tomara que caia todo bordado, que eu mesma ajudei a escolher. Sapatos de salto, e seu cabelo formava vários cachos. Seu buque eram cravos vermelhos, perfeitos.

Ela foi até a frente, e a cerimônia começou. Nos sentamos novamente, e ficamos assistindo. Não era uma cerimônia religiosa, por eles já terem se casado antes, mas era uma cerimônia com o Juiz. Mais parecia religiosa, mas não era. E havia muita gente.

- Sabe... – Emilio sussurrou pegando minha mão em que ficava nossa aliança – e pensar que daqui a um ano seremos nós... – ele sorriu.

- Sim, nós dois – disse, o dando um selinho.

- Vai ser perfeito.

- Mais do que já é – sorri, fixando meus olhos nos seus.

Passamos o resto da cerimônia assistindo, e por fim acabou com meus pais trocando as alianças, e finalizando com um beijo.

Depois, a festa começou. Já eram 22:30 da noite, e as pessoas estavam animadas. Pena que eu não podia beber, nem dançar, nem fazer nada. Então fiquei com Emilio e os meninos sentados na mesa, conversando sobre tudo, todos nós. A festa foi se passando, e os meninos saíram para dançar, e Emilio foi também. Ficamos eu e Dudu sentados na mesa, conversando.

- Mas Ju... – pausa – sabe...

- Oi Dudu? – sorri.

- Sabe que... eu... ainda te amo? – ele sorriu.

- Eu também te amo – disse.

- Então por que está com o Emilio?

- Porque eu amo ele também. E você está estudando fora e... você também já tá com a Leila, e não dá mais Dudu. Se algum dia a gente for ficar junto, a gente fica. Enquanto isso estou vivendo um amor com o Emilio. E você com a Leila.

- É... – ele disse suspirando – mas não esquece que eu te amo, tá?

- Nunca – sorri.

Depois disso, Emilio chegou, e Dudu foi dançar com os meninos.

A festa passou, e nós fomos embora mais cedo.

- Julia, vamos? – Emilio disse olhando em seu relógio, que marcava 02:40 da manhã.

- Vamos – sorri me levantando – eu estou meio mal mesmo – disse. Ele arregalou os olhos.

- Mal de que? – ele chegou mais perto.

- Nada demais, só uma dorzinha pequena aqui na coluna, mas já, já passa – sorri.

- Está bem mesmo ne?

- Estou. Vamos pra casa, acho que isso é sono – ri.

Nos despedimos das pessoas, e fomos pra casa. Minha mãe e meu pai já haviam ido embora a algum tempo. É, deve ser pra lua de mel. Ou não.

Entramos no carro, e a minha dorzinha acabou aumentando um pouco. Mas não falei com Emilio, já, já passaria e ele já começara a ficar preocupado.

Entramos em casa, e fomos andando. Passei pelo quarto do nosso bebe, que já estava prontinho, só esperando ele chegar. Um dos quartos, era apenas de brinquedos. E o outro, tinha o berço, as roupas, tudo que não seja brinquedo.

Fui para nosso quarto, e tomei um banho. Me deitei na cama, e Emilio veio logo depois.

- Boa noite – sorri.

- Boa noite – ele disse, se aproximando e me beijando – você está melhor ne?

- Estou – na verdade, não.

- Qualquer coisa, em acorde – ele sorriu.

Me virei para o canto, e fechei os olhos. Dormi, com uma certa dificuldade, mas dormi.