- O que achou? – ele perguntou pegando minha mão e indo em direção á portaria.

- In-incrivel (?) – disse, olhando para cima – quer dizer... é lindo – sorri.

Ele tirou as chaves do bolso, e entramos. Ele cumprimentou o porteiro, e fomos em direção ao elevador.

- Aqui dentro é melhor ainda – ele sorriu, apontando para o jardim, com três quadras, duas piscinas, pista de patinação e skate, e dois espaços de lazer livres, entre outros.

- Meu deus – disse incrédula.

Entramos no elevador e subimos para o ultimo andar. Assim que ele parou, Emilio saiu segurando minha mão e me puxando. Paramos de frente á uma porta de madeira maciça, e ele destrancou. Mas tampou meus olhos.

- Emilio! – resmunguei.

- Surpresa – ele disse.

Senti a porta se abrindo, e entramos.

- Pronta?

- Sim – respondi, e ele destampou meus olhos.

Tá bom, sem palavras. O apartamento era todo branco, e cada cômodo tinha uma decoração diferente. Todos os móveis eram planejados, na sala, na cozinha, na sala de jantar, tudo. Uma porta de vidro enorme separava a sala da varanda grande. Ao lado, uma escada de mármore levava á parte de cima.

Ele segurou minha cintura por trás, e foi me guiando em direção ao corredor. Haviam seis portas. Uma delas, era o banheiro. A outra, um escritório. A outra, um quarto vazio, pintado de branco. Outra, um quarto também vazio, e também pintado de branco, com uma portinha pequena que dava em uma varanda. E a outra porta, era um quarto. Ele abriu a porta, e eu pude ver. Aquilo devia ser do tamanho de um apartamento normal. Tá, exagerei. Era razoável o tamanho. Havia uma cama de casal, e um closet. Tv, bancada, sofá, estante de livros, tudo. Uma porta dava para a varanda, e a outra para uma suíte. Eu não conseguia dizer nada, apenas ficava de boca aberta, ou dizendo “nossa”.

Depois, saímos do quarto, e fomos para a escada. Subimos, e demos em outra sala, um pouco maior que a de baixo, e outra porta de vidro, dando para a cobertura. Havia uma piscina num canto, churrasqueira no outro, e um jardim enorme. E uma casinha de cachorro perto da porta. Era toda cercada por vidros. O apartamento não era daqueles enormes, mas era bem grande. E muito lindo.

- Nossa, que lugar lindo – disse sorrindo.

- Vem, vamos sentar aqui – ele sorriu, e me puxou para uma mesinha de madeira perto da piscina.

Ficamos nos fitando por um tempinho, até ele começar a falar.

- Ju... E sobre o bebê...? – ele disse, pausando.

- O que tem o bebê?

- É menina ou menino? – ele sorriu.

- Meu exame é amanhã – sorri.

- Amanhã?

- É.

- Posso ir com você? – ele sorriu.

Nossa.

- Pode sim Emi – dei um sorriso de canto – mas por que?

- Num sei, me deu vontade... de ir ver...

- Pode ir sim – olhei em seus olhos, que brilhavam.

- Quem vai te levar?

- Até agora o táxi e a Rafa...

- Então eu levarei – ele sorriu – que horas?

- Hm, 9:30.

- Estarei na sua casa ás 9:00.

- Tudo bem então – sorri.

- Ju... – ele disse.

- Oi Emi? – sorri.

- Sabe eu... queria te pedir uma coisa e... eu... tá, esquece – ele disse, abaixando os olhos.

- Não, fala. Pode pedir. Qualquer coisa – olhei em seus olhos.

- Qualquer coisa? – ele olhou assustado.

- Bom, é. Depende.

- Posso te pedir um beijo? – ele sorriu – mesmo que um selinho?

Nossa, me pegou de surpresa. Tudo bem que eu estava me matando para beija-lo ali, mas acho que não iria conseguir. Não como estou. A ultima vez que beijei alguém foi a quatro meses atrás.

Mas posso arriscar.

- Pode – sorri. Seus olhos brilharam.

- Então... – ele disse, se levantando, e vindo até mim.

Olhei para cima, e ele segurou meu queixo devagar, se abaixando e encostando nossos lábios de leve. Aquele gosto, me fazia falta. Aquela boca, me fazia falta. Tudo me fazia falta.

Separei nossos lábios, e sorri.

- Quanto tempo que... – pausa – não te beijo.

- Nem nos beijamos – ele deu de ombros.

- Tá, quanto tempo que não fazemos isso – sorri, e ele riu.

- É... eu sentia falta – sorriu de canto.

Suas palavras ultimamente, estavam muito sinceras. Era visível por sua expressão, de medo. Ele devia ter medo, de estar fazendo a coisa errada. Mas não. Era a coisa mais certa que ele fazia, em toda sua vida. Como se ela fosse muito grande ne há.

Me perdi em seus olhos, e quando em dei conta, estávamos quase nos beijando novamente.

- É, Emilio... – disse virando o rosto – tenho que ir agora.

- Já?

- É. – sorri de canto.

- Não quer ficar nem mais um pouquinho?

- Não, obrigada. Mas posso voltar depois. Bom, se você quiser ne...

- Amanhã?

- Tudo bem – sorri, me levantando.

Saímos do apartamento, e ele me levou em casa.

- Então... tchau ne – ele sorriu abrindo a porta do carro para mim.

- Até amanhã – sorri. Eu queria fazer uma coisa, mas algo me impedia de fazer. Beija-lo, havia um desejo imenso dentro de mim que parecia um imã atraindo meus lábios em direção aos dele.

- Não quer entrar?

- Não, obrigada. Outra hora venho aqui.

- Tudo bem, então tchau – sorri.

- Hm, vai se despedir assim? – ele disse, fazendo biquinho e segurando minha mão.

- Não – disse aproveitando sua feição, e o dei um selinho. Ele sorriu, abobado.

- Você tá tão diferente – sorriu de canto.

- Depende só de você – disse soltando minha mão da sua, e entrei em casa.

Subi correndo para meu quarto, e me joguei na cama. Um minuto depois minha mãe já estava na porta do quarto.

- Nossa, que correria foi essa? – ela perguntou.

- Sei lá – disse confusa.