No dia seguinte Leodius acordou mais cedo e desceu para o porão para melhorar suas habilidades furtivas. Depois de muito treino, Armand foi para o porão a procura de Leodius para falar de sua missão.

—Acordou cedo hoje! Precisa controlar seu sono, cada dia dorme um tanto.

—Fui dormir cedo ontem, depois de tirar aquele cheiro de mim. Tem algo para mim?

—Sim, tenho. Eu li os documentos todos que você me trouxe e encontrei algumas coisas, interessantes. Descobriram algumas coisas que podem “fazer com que a Guilda exista”. Isso não seria bom. Nós conseguimos trabalhar melhor por causa do anonimato que temos. As pessoas acham que ladroes não são capazes de se organizarem em uma Guilda. Mas o Black Horse Courier, o jornal que o Império financia aqui em Cyrodiil, vai publicar amanhã pela manhã uma notícia que ira acabar com esses pensamentos. Você vai invadir o local essa noite, e acabar com essa matéria. Já sabe né, nada de sangue. Não tem necessidade.

—Entendi. Pode deixar que eu dou conta.

Quando a noite caiu sobre a Cidade Imperial, as ruas estavam vazias, todos em suas casas, mas Leodius não. Ele havia saído para trabalhar. Andando o mais escondido possível pela cidade para não chamar a atenção, se dirigiu até o Distrito do Mercado, onde se localizava seu alvo. Quando estava andando pelo Distrito, encontrou com um mendigo que lhe pediu uma esmola.

—Tome.- Disse Leodius, dando a esmola ao mendigo.

—Que os Divinos lhe abençoem.

—Acho que você pode me fazer algo ao invés deles. Sou da Guilda. Preciso de dicas para invadir o Black Horse Courier.

—Há, eu vejo que você é da Guilda, e foi caridoso comigo. Irei te fazer isso barato por que essa é fácil. O Black Horse é financiado pelo Império, não é pouca coisa. Eles têm segurança, mas não guardas lá dentro. A fechadura da frente é das boas, ótima qualidade. Não tem porta dos fundos nem nada. Para entrar pela frente você vai precisar de muita habilidade em arrombamento.

—Só isso que você sabe? E sobre o lado de dentro?

—Não sei muito, mas pode ajudar o que sei se você me ajudar também.

—Toma aqui. –Leodius deu mais algumas moedas ao mendigo.

—Eles têm uma passagem para o esgoto atrás da escada. Talvez você consiga entrar por lá.

Leodius saiu e foi procurar pela entrada para o esgoto, nada feliz com a ideia de ter que ir lá de baixo novamente. Ao encontrar um bueiro, desceu e foi em direção ao que seria o Black Horse Courier. O cheiro ainda o incomodava, e tinha pouco iluminação com ele, apenas uma lanterna que tinha pego no esconderijo antes de sair. Com custo, conseguiu encontrar a passagem. Estranhamente, ela estava aberta, nada de trancas nem nada. Suspeito, Leodius apagou a lanterna, abriu a escotilha e entrou.

Lá dentro era apertado. Saiu em baixo da escada, assim como o mendigo dissera que era. Andou até onde era a entrada do local. Havia uma mesa no meio, encostada a parede e um monte de prateleiras. Papeis estavam por todo lado, mas de forma organizada. Haviam os jornais de cada dia organizados nas estantes. Leodius procurou e encontrou. “3E 432, 26 de Mid Year”.

—Ótimo. Agora é só pegar esses papeis e...- Enquanto pegava os jornais e a matéria original, Leodius foi interrompido por uma voz, vinda de cima da escada.

—Parado aí membro da Guilda dos Ladrões! - Exclamou um Imperial, trajando uma bela armadura de oficial da guarda da Cidade Imperial, branca e dourada. Era Hieronymus Lex.

Sem pensar nem argumentar, apenas agindo, correu para o alçapão, o abriu e entrou no esgoto. Só não foi pego devido as roupas leves de ladrão que usava e a Lex estar com uma armadura de puro metal e pesada. Correndo pelo esgoto, foi jogando os papeis no esgoto e saindo em disparada pelo esgoto, saindo dele no Distrito dos Jardins Élficos, no porão de uma casa.

Felizmente Lex não o seguiu até a casa. Leodius correu muito mais rápido. No porão, como qualquer bom ladrão em casa de rico, começou a procurar por algo de valor, voltando para o esgoto com os bolsos cheios e com uma mochila que acho na casa também cheia. Andou mais, saindo na rua do Distrito e correu até o Waterfront.

Chegando ao esconderijo, foi a procura Armand.

—Para que que você correu tanto assim? Esta arfando mais do que nunca! Pelo menos voltou com os bolsos cheios. Isso é bom, mas e a sua missão?

—Lex...ele estava lá...me esperando...corri pelo esgoto...joguei tudo na agua...-Disse Leodius arfando de tanto que correra.

—Lex? Hieronymus Lex? Mas que merda! Aquele filho de trol sempre está onde não se quer. Mas que bom que você escapou vivo, e completou a missão, e sem ser identificado. Aqui, seu pagamento- Leodius recuperou completamente o folego ao ver a bolsa que Armand balançava em sua frente. A pegou e guardou o dinheiro, assim como os lucros todos da noite.

Passaram-se muitos dias desde que Leodius invadiu o Black Horse. Agora se aproximava a virada do ano de 432 para 433 da Terceira Era. Leodius havia subido bastante nos ranques da Guilda. Agora, seu nome tinha prestigio, era Leodius, o gato assaltante, apenas um nível abaixo de Zartta quando se conheceram em Arenthia. Zartta. Leodius se lembrou dela, e de que não havia ido vê-la desde Skingrad.

—Armand, posso te pedir algo? –Perguntou Leodius a seu superior.

—Claro meu amigo. Diga.

—Lembra de quando cheguei na cidade para fazer a iniciação, que te falei de Zartta.

—Sim, me lembro.

—Então, eu gostaria de ir para Anvil, vê-la. Não falei com ela desde que nossos caminhos se dividiram em Skingrad. Poderia me dar uma folga por uns dias para que eu pudesse fazer essa viagem?

—Sei. Você quer apenas “vê-la” né? Pode ir, mas por sua conta.

—Valeu em Armand. – Disse Leodius, subindo as escadas para se preparar para viajar no dia seguinte, bem cedo.

—Faça uma boa viagem!

O sol estava raiando quando Leodius atravessou novamente a grande ponte que ligava a Ilha dos Oito ao continente. Dessa vez, estava montado em seu cavalo, vestido em uma armadura de couro fina e com duas adagas élficas, tudo comprado com o dinheiro ganho como ladrão. A vida estava boa para ele afinal. Além do mais, a viagem foi tranquila. Já era noite, ele chegou em Kvatch era noite, deixou seu cavalo nos estábulos da cidade que se situava no topo de uma enorme colina. O interior da cidade era mais impressionante que tudo. Jardins enfeitavam todos os cantos, uma enorme capela se situava no meio da cidade, depois de uma praça. As casas eram de pedra com telhado de palha, simples, mas bonitas. Era noite então não deu para ver muito da cidade, mas ouviu e viu algo que pensou ser uma arena. Estava cansado e dolorido de tanto ficar no lombo do cavalo. Chegou perto de um guarda que estava no portao da cidade e perguntou onde era a estalagem mais proxima. O guarda lhe apontou uma co0nstruçao de dois andares, logo na estrada da cidade. Quando entrou no lugar, a estagaem estava cheia. O povo da cidade parecia ter tirado a noite para comemorar e, muito simpaticos, o impediram de ir dormir e o fizeram festejar com eles. Leodius ficou quase toda a noite bebendo, rindo, flertando e conversando. Conversou bsatante com um sacerdote de Akatosh, Irmao Martin, ele disse se chamar. Martin o contou um pouco de sua historia, que havia sido criado por seu pai, um fazendeiro da cidade.

—Nunca mecha com os Daedras. Já fiz parte de um culto uma vez. Mas me converti. Sirvo a Akatosh agora. Apenas sinto pelos meus amigos que morreram.

Leodius o contou tambem sobre sua vida, omitindo claro, a parte criminosa dela. A noite se passou assim, ate que nao se aguentava mais de pé e foi para o quarto dormir.

Na manhã seguinte, comeu e foi pegar seu cavalo para terminar de chegar a Anvil. Desceu a colina íngreme que levava a Kvatch e pegou a Estrada Dourada, que atravessa quase todo o Oeste de Cyrodiil e a Costa Dourada, região onde fica Anvil. Sem erro, encontrou a cidade, com suas construções em paredes de pedra clara, telhas alaranjadas, ruas ladrilhadas de pedra e jardins nos cantos. Leodius pensou sobre onde poderia achar Zartta. Era dia, então ela poderia estar na estalagem, por que trabalhando ela não estaria. Leodius saiu a procura da estalagem. Um guarda lhe disse que ficava no porto, logo depois do portão sudoeste, que levava as docas. O cheiro do mar e o som das ondas se quebrando no cais trouxe uma sensação boa a Leodius. Deve ser por isso que tantos preferem morar perto do mar.

Ao entrar na taverna deu logo de cara com Zartta, que estava sentada no balcão.

—Olha só o que Dibella trouxe! Por onde andou todo esse tempo? Achei que tivesse se perdido no caminho para a Cidade Imperial! Não deu nenhum sinal de vida desde Skingrad!

—É bom te ver também. Eu entrei e agora estou um rank abaixo de você.

—Não não. Eu subi mais um. Você está a dois de distância de mim.

—Que seja. Decidi virar o ano aqui e te ver.

—Que bom que apareceu. Venha, eu tenho uma casa aqui, não vivo nessa espelunca. Hahaha. Mentira. O lugar é ótimo. Mas me siga.

Leodius seguiu Zartta pela cidade até uma casa bem chique em frente a Capela de Dibella. A casa tinha um canteiro na frente, e uma pequena escada levava até a entrada. Os dois entraram, se sentaram e começaram a colocar a conversa em dia. O clima foi esquentando dentro da casa conforme o tempo passava, e o desejo que os dois guardavam pelo outro ei ficando cada vez mais intenso, até que se deixaram levar pelo sentimento.

Leodius passou alguns dias com Zartta até ter que voltar para a Cidade Imperial, no dia 7 de Morning Star.