"(...) Quando me virei, arregalei meus olhos com espanto, encarando aquela figura mascarada e encapuzada em minha frente..."


A única coisa que eu sentia naquele momento, era um medo incontrolável... Eu via claramente. A máscara do ladrão cobria do nariz para cima, deixando a outra metade de seu rosto á mostra. Seus olhos eram... Tão bonitos e hipnotizantes que chegavam a me aterrorizar... O sorriso maroto não saia de seus lábios. Parecia que ele estava achando graça me ver com medo.

– Q-q-quem é v-você...? - A resposta era meia óbvia...

– Quem sou eu? Para que perguntar se já sabes a resposta, minha donzela rosada? - Perguntou ele, aproximando-se de mim.

Antes que ele colasse nossos corpos na mesinha da penteadeira, desviei, indo ao encontro de uma parede.

– O q-que quer comigo...? - Corei... ele se aproximava cada vez mais e eu fiquei sem saída.

– Nada... Só fiquei sabendo que você ouviu uma conversa minha... - Disse ele, colocando suas mãos na parede, em cada lado de minha cabeça, me prendendo.

Corei muito pela proximidade de nossos corpos, e eu nunca parava de encarar aqueles orbes hipnotizantes.

– Vamos fazer um trato. Você não conta pra ninguém o que ouviu ali, e eu te deixo ilesa. - Disse ele serenamente, com seu rosto bem próximo ao meu.

– Chantagem...? Não posso trair minhas amigas...

– Então... Me verei obrigado a fazer isso...

Ele começou a aproximar seus lábios dos meus, e descer levemente uma mão até minha barriga, fazendo eu me arrepiar.

– P-pare! - O empurrei. - Eu não... C-contarei...

– Boa garota.

Logo ele se aproximou de mim novamente, puxando o laço da fita que prendia uma das "maria-chiquinhas" de meu cabelo, o soltando, e se afasta com aquela fita na boca. - Até mais. Adorei fazer "negócios" com você, minha dozelinha rosada.

Assim, ele saiu pela porta do quarto... Tentei olhar para onde ele iria, mas quando olhei para o lado de fora do quarto, ele já não estava lá.

Sou a pior... Como posso ser tão egoísta em aceitar uma chantagem dele apenas pra me manter ilesa...?