O Juri

CAPÍTULO 2: DE VOLTA A REALIDADE


Ainda com o corpo dormente, Juliana consegue abrir os olhos e ver mais uma vez as horas: 21 horas e 45 minutos... E depois de alguns minutos que acordara sentou-se na cama e pousou delicadamente os pés no chão. Parecia estar vivendo um sonho, muito estranho, de certa forma medonho. Resolveu então que ira se levantar já que nenhuma daquelas pessoas estava no quarto para poder atrapalhar. Desceu o pé esquerdo e depois o direito, e só depois de alguns instantes conseguiu ficar de pé; olhou ao redor e viu uma janela; deambulou devagar, uma hora segurando aqui outra acolá e então por fim chegou à janela... Lá em baixo via apenas carros já que na janela havia uma grade que a impedia de ver qualquer coisa, além disso. Tentou forçar o corpo para fora e ver algo que a pudesse fazer lembrar onde estava, mas uma voz a fez desistir :

_ Assim você pode se machucar Juliana!-falou a voz de maneira tão doce, mas muito segura que a fez voltar-se e olhar para trás. Ela reconhecia a voz, mas parecia que o remédio voltava a fazer efeito e era como se o chão lhe faltasse no momento.Sentiu que alguém a segurava mas não podia mais ver nada.

Ao amanhecer mais uma vez estava de frente ao relógio e até sentiu vontade de rir já que toda vez que acordava a primeira coisa que via eram as horas, e eram exatamente 10 da manha. Uma enfermeira estridente e alegre entrou no quarto, abriu as janelas e deu um sonoro bom dia. Arrumou um leito, anotou algumas coisas e quando estava prestes a sair olhou para trás e com compaixão disse:

_O médico vai te dar alta hoje Jú... Te espero lá fora._Jú? Que intimidade, mas o modo como ela falalva parecia que se conheciam e num súbito flash Juliana se lembrou, e rápido chamou a enfermeira pelo nome:

_Vanessa, Vanessa _ a enfermeira voltou correndo e abraçou amiga feliz por ela ter se lembrado dela _está tudo bem amiga... Eu estou aqui e tudo vai se ajeitar. Vou terminar de passar o plantão e te levo para casa. Quando o médico chegou Juliana já estava pronta para ir para casa, (seja lá onde fosse ) mas sentia-se feliz por conhecer pelo menos alguém naquele lugar .Depois dos exames de praxe , o médico entregou a Vanessa alguns papéis e entre eles receitas de medicamentos.Ela colocou tudo na bolsa e ajudou a amiga ate a porta do carro. Percorreram um bom trajeto em silêncio ate que Juliana pediu que Vanessa parasse...ela viu uma coisa que com certeza não se esquecera:sorvete de morango , o mesmo que Claralis adorava e decidiu comprar para a filha .Vanessa então decidiu que quando chegassem em casa ela deveria saber de toda a verdade sem rodeios .O resto do trajeto seguiu sem paradas mas num completo silêncio, que só foi quebrado quando chegaram na casa de Juliana.Tudo estava como ela deixara , mas porque Claralis ainda não havia aberto a porta e saído correndo ao encontro da mãe?Algo estava errado. Entrou devagar e notou um silencio ensurdecedor, olhou para trás e viu Vanessa ainda na porta e só então desconfiou do que acontecera. Voltou para a amiga e num desesperador abraço se jogou no aconchego da amiga. Se lembrara de tudo o que havia acontecido e soltou um grito de dor e angustia , como uma leoa que descobre a falta de um de seus filhotes e pior ainda sabe que ele não mais voltará...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.