O Jogo da Imitação

O Jogo da Imitação - Capítulo Único


Era uma tarde normal e tediosa para mim. Eu não tinha casos para resolver e os poucos vilões que apareciam por aqui era detidos por outros super heróis. Acabara de chegar de uma visita que fiz a minha mãe e estava cansado da viagem. Deitei-me no sofá de cor clara e tirei um cochilo.
Acordei 30 minutos depois por uma forte batida na porta.
— Arghh.... -- Me levantei às pressas e abri a porta arregaçando as mangas de minha camisa preta. Era Lestrade. -- Em qual caso precisa mim?
— C-Como sabe que eu vim para te...
— Por qual outro motivo viria?
— Tem razão, mas agora não podemos ficar conversando! Me acompanhe.
— Assassinato?
— Sim. Queremos que venha ver o corpo! -- Ele me deu o endereço rapidamente.
— Vá na frente. Eu não vou no carro de polícia. Pegarei um táxi.
— Tá, mas não demora!
Assim que Lestrade desceu as escadas eu soquei o ar com as duas mãos.
— Enfim um caso! Haha!!

Me aprontei. Coloquei meu lenço especial - minha marca registrada -, minhas botas e meu cinto de utilidades. Não me esqueci, é claro, dos meus óculos e os ocultei por baixo do lenço cinza.
Desci as escadas com pressa e quando avistei um táxi, logo o chamei. Não queria sair por aí pulando de prédio em prédio...
Dei o endereço para o motorista.
— Rápido, por favor.
Assim dito, assim feito. Cheguei na cena do crime em um instante. Havia várias pessoas lá procurando por pistas. Observei o local.
Uma floresta pouco densa com árvores espaçadas e um corpo encostado em uma árvore de tronco escuro e grosso. O infeliz que viesse a noite teria um ataque do coração...claro, os mais fracos.
Era um cadáver de um homem. O infeliz estava com alguns cortes no pescoço, no braço e na bochecha esquerda.
— Aizawa! Aqui. -- Lestrade me chamou e desviei minha atenção do corpo da vítima para vê-lo. -- As luvas estão ali e a roupa especial também. -- Ele apontou para uma pequena mesinha perto de um carro preto. Vesti a luva mas não coloquei a roupa 'adequada'.
Me aproximei da vítima e comecei a analisá-lo. Olhei os cortes. Analisei-os minuciosamente. Conclui que a pessoa que cometera aquele crime horrendo utilizou uma pequena faca.

A camisa do morto era social de cor azul claro e tinha uma grande mancha na parte da barriga. Olhei ao redor procurando por pegadas ou outras pistas. Não obtive sucesso. Retirei a camisa social da vítima e olhei o machucado. Era bem profundo e havia outro corte na garganta.
— O que descobriu? -- Lestrade me interrompeu.
Me levantei tirando as luvas da mão.
— O assissino torturou a vítima enquanto esta estava morrendo. Há pegadas somente ali -- Apontei para uma pegada que estava em uma grande distância atrás de mim -- E uma aqui. A medida que fui vindo observei umas mais para trás. Há também uma logo ali -- Apontei para uma logo a frente em uma grande distância. -- O assassino estava saltitando.
— Mais alguma coisa?
Analisei o morto novamente e vi que havia um machucado no lado direito da cabeça.
— O criminoso deu uma forte pancada nesse homem e o trouxe para cá saltitando. Não queria deixar muitas pistas, pegadas, então sua individualidade o ajudou. -- Respirei fundo olhando o resto da equipe de Lestrade fazer o trabalho de um jeito tolo. Pareciam mais cães confusos do que policiais.
— Minha nossa! Eu já vi isso em algum lugar. Esse crime é familiar, mas não lembro que eu tenha pegado um caso assim.
— Era Tarde Demais.
— O que disse, Aizawa?
— O livro. Era Tarde Demais.
— O que tem ele? -- Lestrade coçou a cabeça sem entender nada.
— Tolo. O crime que você disse já ter visto aconteceu no livro Era Tarde Demais escrito por Yukito Todoji.
— Como sabe?
Revirei os olhos.
— Eu já li o livro... -- Fui em direção a uma outra árvore de tronco escuro e grosso que estava logo adiante e vi algo escrito. Eram as letras U I O com um pouco de sangue.
— Lestrade! -- Gritei e apontei para a mensagem. O inspetor veio as pressas. -- Olhe.
— Um código?
— Provavelmente... O vilão escreveu com a arma que usou para matar o homem.
— Como sabe disso?
— Ora essa Lestrade! O sangue! Não está vendo no fim do U, no começo do I e naquela partezinha do O não?
— Ah, sim. Tem razão. O que acha dessas letras?
— Eu não sei ainda. Terei que investigar mais a fundo. -- Peguei meu celular no bolso e olhei as horas - 17:48. -- Encontraram mais alguma coisa?
— Não. Acho que não. Pode ficar a vontade.
— Como sempre. -- Fui andando por entre as árvores procurando por alguma pista. Só avistei mais pegadas profundas que indicavam onde o criminoso havia passado. Olhei as árvores mas não vi nenhum símbolo misterioso. Segui as pegadas e elas numa avenida.
"Provavelmente o suspeito continuou andando até aquela lanchonete." Pensei encarando uma lanchonete um pouco a frente.
Meu telefone tocou e eu atendi.
— Alô? -- Falei com uma voz desanimada. Não queria ninguém atrapalhando meu raciocínio. Era irritante.
— Aizawa Holmes, acabei de receber um telefonema do meu chefe. Há outro corpo. Depois da rua Vincent, na casa abandonada. Já tem um pessoal lá mas nós já estamos indo.
— Ok. Já estou a caminho.

Saí do local em que me mantive e comecei a correr até o endereço dado. Cheguei em uma rua onde estava muito movimentada e tive que me embrenhar no meio da mutidão sufocante e continuar no caminho exato. Passado alguns segundos entrei na casa abandonada da Rua Vincent. Estava com uma faixa amarela cercando-a.
— Não pode ultrapassar a faixa. -- Uma mulher encostada numa viatura de pele morena me falou.
— Sou Aizawa Holmes, estou ajudando no caso.
— Quem te chamou?
— Lestrade. -- Falei com os braços cruzados.
Ela revirou os olhos e me permitiu passar, provavelmente ouvira que alguém viria. A porta da casa estava aberta e tinha algumas pessoas lá tirando fotos e fazendo outras coisas que não posso dizer que eram úteis pois, como sabem, trabalhavam com Lestrade, então não passavam de cães desajeitados.
Me aproximei do corpo. Antes que eu começasse a analisá-lo, vesti uma luva apropriada e comecei minha pequena analise. Me agachei até o corpo que estava encostado na parede nos pés da velha escada. Havia uma faca fincada na mesma região do corpo anterior, na barriga. Tirei a faca dele e procurei por digitais com minha lupa. Não havia nada.
"Esse não foi besta" Matutei depois de outra análise no objeto.
Não obtive sucesso mas procurei por algum vestígio no corpo que incriminasse o assassino. Neste havia um profundo corte perto do olho e mostrava uma marca de um filete de sangue no local do corte. Era como se a vítima tivesse chorado sangue. Na mão direita havia um corte profundo que a atravessava. Olhei a outra mão e era a mesma coisa. Vi que na parede, acima da cabeça do homem havia as letras Y K T.
— Holmes! -- Lestrade me chamou se aproximando de mim e do corpo. -- Que horrível! -- Ele virou um pouco o rosto e levantou os ombros.
— Você já viu piores. -- Comentei,
— É, mas todas as vezes me surpreendo. -- Ele agachou e olhou o corpo. -- Quem fez isso não tem coração.
— Concordo.
— Hum. Descobriu algo?
— Não. Ainda estou analisando. -- Voltei para o que estava fazendo.

Outro corte foi visto no pescoço, um corte bem profundo, e um na bochecha, mas este já não era como os outros, era só um longo corte, mas não tão profundo.
— Quem matou este homem foi o mesmo que matou o que vimos a o pouco, percebe? -- Me levantei -- Ele foi esfaqueado na mesma região do outro e, enquanto estava morrendo, foi torturado.
— Mas dava tempo dele fazer todo esse estrago?
— Claro, Lestrade. Se olhar os cortes que não foram tão profundos irá perceber isso. Ele deixou um corte de leve, estava com pressa. Pode ter sido outra coisa mas é o que acho.
— Que horrível!
— Quero que veja se as vítimas tinham alguma conexão e rápido!
— Mas...
— Tenho que ir.
— Mas já? Ainda tem muito o que analisar!
— Não tenho.
Lestrade cruzou os braços e fez uma cara de quem estava duvidando.
Respirei fundo.
— O criminoso é forte, ágil. Sei disso pois ele saía saltitando por aí e deixava marcas bem fundas e quando fui me adentrando mais na floresta, vi algumas marcas de barro que foram deixadas por ele na rua. Não havia muitas mas percebi que ele correu bem rápido mas não parece ser um velocista. Ele começou a fazer esses crimes recentemente e parece ter experiência. Ele é um assassino iniciante e como está gostando do seu feito, não vai demorar até fazer outra vítima. Ah... E ele parece estar querendo nos mandar uma mensagem...Veja ali na parede. Y K e T. Foi escrito com uma faca também ou algo parecido... - Tudo bem, dispensado.
Saí daquele local focando em cada detalhe. Toda informação que consegui estava a mil na minha cabeça. Eu deveria saber logo quem era o culpado antes que mais alguém morresse.
Decidi esfriar a cabeça e beber um milkshake de chocolate. Parei numa hamburgueria que ficava a dois quarteirões da minha casa e que eu frequentava regularmente e sentei num banco de frente para o balcão de atendimento.
— Um milkshake de chocolate, por favor. -- Pedi.
— Ok. -- A jovem de cabelos pretos preso em um rabo de cavalo por baixo de um boné vermelho e branco disse.
Peguei meu celular e resolvi pesquisar mais sobre as vítimas. A primeira, Stanley Robertson e a segunda Shegg Stonnes.
A atendente me entregou o milkshake.

Comecei a beber e continuei minha busca. Não havia nada. Optei por procurar em redes sociais e só obtive resultados no Facebook e Instagram. A segunda vítima tinha Twitter mas a outra não. Comecei a pesquisar o perfil deles em todas as redes mas ambos não tinham nada em comum... A não ser o fato de terem as mesmas redes sociais. Por um momento esqueci o milkshake e fiquei imerso em minhas pesquisas. Não consegui as informações que eu queria mas não desisti. Continuei a procurar e procurar, mas foi inútil. O barulho do sino acima da porta anunciando a chegada de um cliente me fez despertar e lembrar de minha bebida.
Continuei bebendo e depois de algum tempo terminei o mesmo.
Coloquei o dinheiro sob a bancada e saí.

Cabisbaixo, comecei a andar. Eu precisava me concentrar. Eu precisava voltar para meu confortável apartamento e organizar as minhas ideias.
Ouvi um berreiro vindos da rua ao lado e corri até o lugar. Chegando no local, vi um vilão que estava com um saco bem grande numa mão e com certeza havia roubado uma loja. Ele era forte e sua outra mão se transformava em uma bola com espinhos. Não hesitei e fui ajudar. Corri o mais rápido que pude através da multidão e lá estava o meu alvo. Não havia nenhum herói no local - a não ser eu - então eu agi. Coloquei meus óculos e joguei meu lenço no braço dele antes que ele atingisse um carro que tentava dar ré. Ele olhou para trás com um semblante raivoso e quase cortou o que eu usei para segurá-lo se eu não tivesse soltado a tempo e arremessado o laço na outra mão.
Tirei os poderes dele e este não poderia usar sua individualidade de transformar o punho em uma esfera espinhosa a não ser que eu piscasse. Meus cabelos estavam pra cima e eu corri até ele. O vilão correu para mim e tentou me dar um soco da qual eu desviei pulando e o enrolando na fita em todo o seu corpo. Pisquei fazendo com que ele retomasse os poderes, mas ele estava bem preso não podendo usá-los. A polícia logo chegou e o prendeu.

— Ereaserhead? Puxa! Obrigado! -- Um policial agradeceu.
Arrumei meu lenço e me despedi logo retomando o caminho de volta para casa.
Estava de noite e eu fui caminhando a passos lentos.
Depois de algum tempo eu cheguei na minha moradia e subi as escadas e ao abrir a porta vi uma jovem sentada numa poltrona virada - um pouco - de costas para mim.
Dei uma leve tossida para chamar a atenção e a garota se virou para mim. Para minha surpresa era a mesma jovem que me atendera hoje na hamburgueria.

— Oi. -- Cumprimentei-a e deixei a porta aberta, talvez eu gritasse por uma xícara de chá.
— Olá. -- A jovem se levantou e me cumprimentou com um aperto de mão. Percebi que estava aflita e queria minha ajuda em algo urgente. Deu para perceber isso pelo seu semblante e movimentos. Quando entrei ela estava batendo o pé no chão e as mãos no joelho olhando ao redor e quando cheguei ela logo se levantou e veio me cumprimentar. Por fim ela disse -- Desculpe incomodar, mas eu preciso urgente de sua ajuda.
— Claro. -- Ela voltou a se sentar e eu me sentei numa poltrona de frente para ela. -- Aceita um chá ou algo para beber?
— Ah, não...obrigada...
— Ok, então pode começar.
— Bem, me chamo Amaya Kudo e recentemente ouve alguns acontecimentos estranhos que fizeram meu irmão se preocupar...e muito... -- Ela respirou fundo e deu uma leve coçada no pescoço -- Meu irmão se chama Yukito Kudo e é escritor... Na verdade ele é o... -- Percebi que a cliente estava com uma certa dúvida se me contava algo. -- Ele escreve sob o pseudônimo Yukito Todoji...
Me surpreendi. Yukito Todoji... O escritor de Era Tarde Demais... A garota que estava em meu apartamento era a irmã de Yukito Todoji - ou Yukito Kudo!
— Ele...Ele ficou sabendo dos assassinatos que estavam acontecendo recentemente e...e ele acha que...que é culpa dele!
— Ora essa, por quê?
— Ele disse que na série que ele escreve, Era Tarde Demais, há um assassino, e esse assassino ele...ele torturava as vítimas enquanto elas morriam e nesses assassinatos que vem acontecendo acontece a mesma coisa! Sem contar que no primeiro livro dele a vítima é largada em uma floresta encostado numa árvore de tronco grosso e escuro e no segundo, a vítima é deixada aos pés de uma escada de uma casa abandonada como aconteceu esses dias!
— Como seu irmão sabe disso? O jeito como as vítimas foram deixadas e essas coisas?
— Ele tem um amigo da polícia e meu irmão guarda muito bem segredos...e...acho que alguém contou a ele...
— Olha, eu...eu aceito o caso...
— Sério?! Muito obrigada! Eu...eu nem sei como agradecer!
— Começarei a analisar tudo amanhã pois já tenho um caso... -- Não quis revelar que era um caso anexado ao que ela propôs.
— Sr. Holmes...por favor...deixe eu ajudar?
— O quê?
— Sim! Deixe eu te ajudar nesse caso! Eu não aguento ver meu irmão daquele jeito! Eu quero...quero ajudar no que for preciso!
Pensei a respeito por alguns segundos.
— Qual é sua individualidade? -- A individualidade dela poderia ser muito útil.
— Bem, eu consigo deixar as coisas invisíveis quando as toco. -- Ela deu um exemplo com a pulseira que usava no braço direito. -- Mas requer muita concentração e vontade... Por quê?
— Por que essa individualidade pode ajudar caso fiquemos de cara com o culpado.
— Então poderei te ajudar?
— Dependendo, sim. Qualquer informação...QUALQUER...será útil... Mas agora preciso de um tempo para pensar...
— Tudo bem. Obrigada, sr. Holmes! Qualquer coisa ligue para o número 9555xxxx -- Ela foi se levantando e foi em direção a porta. Ela abriu esta e antes de fechá-la agradeceu novamente.

Agora sim eu tinha paz. Poderia colocar meus pensamentos em ordem.
Depois de ficar numa posição agradável - pontas dos dedos juntas e cotovelos apoiados nos braços da poltrona - me concentrei:
'De acordo com os livros de Yukito Todoji, o assassino, que se chamava Ruswell Cowtlyn era um psicopata que escolhia qualquer vítima que lhe agradasse e começava seus atos horrendos. A primeira vítima da série foi encontrada com os mesmos ferimentos que o primeiro corpo que vi mais cedo, e o segundo corpo que vi tinha os mesmos ferimentos que a segunda vítima dos livros. A série Era Tarde Demais continha 4 livros e pelo que eu soube, Yukito estava trabalhando no 5°. Na primeira cena do crime foram encontrados as letras U I O escritas em maiúsculo com a faca usada para matar o homem, e na segunda haviam as letras Y K T...'
— YUKITO! -- Gritei saltando da poltrona. -- Y K T e U I O formam Yukito! Essa era a palavra! -- Eu gritava eufórico socando o ar com as duas mãos.

Comecei a andar de um lado para o outro murmurando e murmurando.
— Os crimes condizem com os acontecimentos dos livros de Yukito. O criminoso é um fã com certeza. Deixou provas disso ao assinalar o nome do escritor favorito e imitar os atos de Ruswell. Mas e se fosse o próprio Todoji que fizesse tal ato? Pra que preocupar a irmã? Com certeza não foi ele.'
Resolvi procurar ligar para Amaya. Peguei o celular e disquei o número dela rapidamente.
Depois de pouquíssimos segundos a mesma atendeu.
— Sr. Holmes?
— Amaya... Qual a individualidade do seu irmão?
— Por quê? Ah... É sobre o caso?
— Sim... Diga rápido.
— A individualidade dele não é lá grande coisa, ele só consegue escrever rápido. Bem rápido...
— Só isso?
— Sim. Só.
— Só mesmo? Nada de super força e velocidade acima do normal?
— Não. Nada. Só escreve rápido.
— Ok. Obrigado.
— Ok. -- Pude notar pela voz que ela estranhou minha pergunta mas não liguei.

Desliguei o celular e comecei a andar de um lado para o outro novamente.
'Ok. Então com certeza o Yukito não é o culpado. E se fosse a Amaya? Não. Não poderia ser. Eu conseguiria saber se fosse ela. Um vilão cuja individualidade o permitia dar grandes saltos... Teria que encontrar alguém com esse poder.'
Comecei uma leve dor de cabeça. Minha cabeça estava a mil. Estava sendo bombardeada por esses pensamentos e uma fome imensa me atingia. Não pude evitar e fiz questão de pedir uma pizza. Iria cair muito bem. Assim pensado, assim feito. Depois da rápida ligação, me sentei novamente na poltrona e comecei a mergulhar de novo nos meus pensamentos.

'Esse criminoso na qual estou enfrentando está imitando os feitos dos livros...'
— Se o Todoji escrever o final do livro rápido, o assassino poderá parar de...não. Se for assim nunca descobriremos quem é o culpado pois ele irá sumir... Mas ele ficará entediado e irá querer matar mais... Mas eu não posso esperar até que isso aconteça! -- Murmurei.
Decidi tomar um banho. Demorei 15 minutos para sair de lá e comecei a matutar novamente.
Depois de trinta minutos quebrando a cabeça eu ouvi alguém bater na porta e fui abri-la. Era o entregador de pizza. Paguei ele e fechei a porta novamente. Me satisfiz com 3 deliciosas fatias da pizza quatro queijos e esperei um pouco até minha barriga esvaziar para eu poder tirar um belo sono. Passado alguns minutos, adormeci na cama.
—------------------------------------------------{ Dia Seguinte}-------------------------------------------------------
Me levantei e fui para o banheiro escovar meus dentes e dar uma bela lavada no rosto. Prendi meu cabelo e fui preparar meu café da manhã. Eu ainda estava pensando sobre o caso - claro, como eu iria tirá-lo da minha cabeça? - até que recebi um telefonema de Lestrade. Atendi mas não falei nada.
— Holmes?
— Uhm?
— Outro assassinato!
— Outro?!
— Sim! Na fábrica abandonada de Ruocks! Estamos te aguardando...
— Ok, estou indo. -- Nem deu tempo de tomar o café e me aprontei as pressas. Antes de descer as escadas eu peguei o 3° da série do Yukito e desci as escadas rapidamente, e depois peguei um táxi. No caminho fui lendo alguns trechos do livro para ver se dessa vez o assassino imitara os atos dos livros. Quando cheguei lá e entrei na fábrica abandonada, vi uma coisa diferente: Um homem estava encostado na parede com um furo de bala na cabeça e nada mais.
Acima da cabeça dele havia algo escrito:

'Yukito Todoji foi o culpado'

— Olhe isso, Aizawa Holmes! Que horrível! -- Lestrade observava a vítima.
— Com certeza esse cara não está de brincadeira. Já é o 3° homem que ele mata.
— E todos foram homens, por sinal... Dessa vez ele deixou uma frase completa: 'Yukito Todoji é o culpado'... O que acha?
— Eu não sei quanto a isso. Ontem a irmã dele foi me pedir ajuda pois, pelo que ela me disse, o estado do irmão é lamentável... Acha que tudo é culpa dele... E sobre o que está escrito... É bem estranho... Se ele fosse o culpado não escreveria isso a não ser que quisesse ir preso... Bom, vou analisar o corpo e ver o que acho. -- Dito isto, me aproximei do corpo após colocar um luva e procurei por algo que nos ajudasse a pegar o criminoso. Depois de uma longa análise não encontrei nada além de uma tatuagem escrita no pescoço: 27.8/09/2018.
— Lestrade, veja só, aqui tem uma tatuagem... -- Apontei para o pescoço da vítima -- 27.8/09/2018...
— Uma data?
— Possivelmente, mas ainda tem esse '.8'. -- Tirei as luvas e peguei o livro que trouxe que, enquanto eu analisava, permanecia no chão.
— Aizawa! Não é hora de ler livro! Concentre-se!
— Deixe de ser besta, Lestrade! -- Achei o que procurava e mostrei uma página do livro para o inspetor -- Veja! Aqui está escrito "No primeiro livro, o detetive descobriu que a vítima morreu à meia noite numa floresta medonha pouco densa com árvores espaçadas", esse '.8' pode significar 23:59 e meia noite, e como você me disse, a primeira vítima morreu à meia noite na floresta...e aqui, no fim do livro, leia "Após isso, foi descoberto que Ruswell havia cometido suícidio".
— Então está dizendo que esse cara pode ser O ASSASSINO? -- Lestrade ficou espantado.
— Como ele está imitando o livro, creio que sim mas...
— Mas?
— Nos livros da série Era Tarde Demais, após um assassino cometer 2 assassinatos, ele tinha que tirar a própria vida e outro assassino faria mais dois assassinatos e repetia a coisa toda...
— Então o culpado estava se baseando nas obras de Yukito Todoji?
— Sim...
— Mas por que aqui diz que o culpado de tudo era o Todoji?
— Como o assassino estava imitando as obras dele, escreveu essa mensagem como aviso de que estava fazendo isso... e para ele foi tudo por culpa do escritor por ele ter escrito os livros -- Expliquei.
— Que confuso!
— Concordo.
— Mas como tem certeza disso?
— Esse cara com certeza era um psicopata e queria mesmo agir como os livros então ele tinha que dar o passo final... E veja que este corpo não tem cortes profundos nem rasos...mas ainda temos que ver as digitais e quero saber quem ele era...e tem algo que pode ser mais arriscado...
— O quê? -- Lestrade olhou pra mim curioso.
— Temos que esperar.
— Esperar?
— Sim... Vamos esperar alguns dias e se não houver assassinatos, confirmaremos isso. Sei que não é tão simples mas não custa tentar.
— E se sua teoria estiver errada?
— Me mate. Agora tenho que ir e necessito dos resultados urgentemente! Urgentemente!!
Saí daquele local pois queria avisar logo a srta. Kudo e, quando a encontrei na hamburgueria, contei-lhe das minhas descobertas. Esperei o resultado das pesquisas e esperei também que alguns dias se passassem.

—---------------------------------Uma Semana Depois-------------------------------------
A minha teoria foi confirmada um semana depois. O assassino se chamava Yuzu Ataraki e matava qualquer um que quisesse, sem objetivos. Ele era um fã de Yukito mas era um psicopata. Já havia cometido crimes antes mas nunca foi pego... Sobre as individualidades, eu acertei nisso também. Contei as boas notícias para Amaya Kudo e seu irmão. Por outro lado, Yukito terminou sua série o quanto antes evitando escrevê-los mais e acabar fazendo com que imitassem os atos mencionados.

Essa foi uma rápida investigação mas algo me incomodava... Se houvesse mais gente imitando os atos dos livros, haveria uma liga. E se houvesse um liga, haveria mais assassinatos...
Talvez, só talvez, houvesse mais alguém como Yuzu, pois, como mencionado, nos livros de Todoji é mencionado que cada assassino matava 2 pessoas, homens, e depois tirava a sua vida e outra pessoa repetia tudo e era como um loop...

Haveria mais alguém?

Haveria uma Liga?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.