—Onde está a Erza? – perguntei desesperada para a pequena Wendy.

—Eu.. eu cuidei dela, mas ela não se recuperou totalmente, me desculpe.. – Wendy gaguejava para se desculpar.

—Tudo bem! Só nos diga onde ela está? – perguntei, sem a ajuda da Titânia, as coisa seriam complicadas.

—É justamente por isso, Lisanna insistiu em levá-la junto para a batalha. – Wendy disse apressada. – eu supliquei que ela a deixasse descansar, mas ela a drogou para que acordasse daqui alguns minutos e a carregou junto de Natsu, então me mandou vir para meu quarto e sair pela portinha secreta direto na floresta, e ficar na espreita, caso alguém precise de ajuda, eu possa ir.

—Ok, acalme-se. – me virei e olhei para Gray e Juvia pedindo ajuda para pensar no que fazer em seguida, mas nenhum deles parecia disposto a cooperar.

—De todo o jeito, precisamos entrar na batalha escondido, então vamos ficar com a Wendy, quando surgir a oportunidade, atacamos. – Propus, todos me olharam intrigados.

—Ótimo plano B! – Gray me fez sinal positivo com a mão.

—Vamos então. – dito isso, todos escalaram a escadinha e saímos do quarto da Dragon Slayer pelo mesmo lugar que entramos, ficamos escondidos atrás de árvores e arbustos até ver alguma coisa, mas por enquanto, só os corpos de zumbis estavam na entrada da antiga guilda, sem sinal de Lisanna, nem de Zeref, ou de Natsu e Erza.

—Está calmo demais... – sussurrou Juvia, olhei para ela, a maga estava concentrada até demais. – tem algo errado.

—Tem certeza? – Gray pediu a ela. Ela apenas concordou com a cabeça.

—Precisamos esperar, não adianta sair agora e dar nossa localização a eles, pra nenhum dos lados, seria suicídio. – eu interrompi os dois antes que cometessem uma loucura.

—Você tem razão Lucy, mas Juvia sente algo ruim, e a intuição de Juvia nunca falha. – ela olhou-me cautelosamente.

Suspirei e olhei novamente para o local de encontro entre Zeref e Natsu.

—Wendy, você tem certeza absoluta que é ali o lugar onde Lisanna disse que iria levar Natsu? – pedi a pequena.

—Sim, eu tenho, ela especificou pra mim não me perder. – ela ficou envergonhada ao falar disso, todos sabemos da falta de localização da maga do ar.

Olhei mais uma vez e então finalmente vi. A carruagem da qual Wendy havia mencionado, era uma famosa caixa mágica, onde Lisanna conseguiu, eu não tenho a menor ideia, mas essas caixas eram famosas nos séculos das maiores batalhas da história da magia, os exércitos usavam para carregar prisioneiros depois das batalhas até os calabouços, era inteligente, mas horrível. E Natsu e Erza estavam dentro de uma delas. Bem atrás vinha Lisanna, Levy, Cana, Gajeel e Elfman.

—Pelo jeito Laxus ainda não voltou. – Juvia disse. – senão ele estaria ali.

Vimos que Lisanna e os outros conversavam algo e que Erza e Natsu estavam acordando e se perguntando onde estavam e porque estavam presos. Mas Lisanna apenas mandou-os se calarem. Erza estava com expressão de que queria pegar Lisanna e finalmente mostrar-lhe as boas maneiras. E eu adorar ver isso.

—E agora? – Gray pergunta.

—Esperamos. – falei. – temos que achar uma oportunidade de tirá-los de lá, não é tão simples assim, não podemos sair atacando, aliás, eles ainda são nossos amigos.

Juvia e Wendy sorriram pra mim, afinal elas estavam com Lisanna até poucas horas atrás.

—Vamos convencer os outros de que, o que Lisanna está fazendo é errado. – Wendy disse.

—Olhem. – Happy nos chamou olhando para o céu. Havia um tipo de fumaça negra, como os comensais da morte ou os demônios de Supernatural, mas era maior, parecia que uma coisa grande estava vindo.

—Zeref! – Wendy afirmou.

—Como sabe? – Gray pediu.

—É o cheiro dele. Tenho certeza que é ele. – ela franziu o cenho.

—Devemos atacar. – Gray disse.

—Não! Precisamos ser pacientes. – afirmei.

—Lucy, assim eles vão começar a lutar. – Gray argumentou.

—Natsu precisa começar a lutar contra Zeref, para que a atenção de todos, principalmente da Lisanna esteja neles, assim estamos livres pra pegar Erza e avisar os outros sobre os planos maléficos dela e por fim resgatar Natsu antes dele libertar END. – expliquei meu plano.

—O plano é bom, muito bom, mas tem uma falha Lucy. – Juvia interferiu. – e se Natsu não quiser ser interrompido...

—Não existe essa possibilidade, nós prometemos que íamos salvar nosso amigo, e ele não vai querer morrer. – falei firme.

—Ok. Vamos fazer do seu jeito então. – Gray concordou.

Viramos de novo pra eles, e lá estava Zeref parabenizando Lisanna por ter conseguido capturar Natsu, então pede a ela que o solte, mas Lisanna antes pede que ele cumpra o trato antes.

—Não confia em mim Lizannah.. – Zeref disse o nome da albina errado sorrindo de propósito.

—Eu.. eu confio, mas queria me certificar antes. – Lisanna estava falando normalmente agora, como ela era antes.

—Vocês sabiam? – Pedi a Juvia e a Wendy.

—Não... ninguém sabia. Ela nunca nos contou, olhe no rosto deles. – Wendy apontou para nossos amigos, eles olhavam indignados para a albina, como se ela tivesse os usado o tempo todo, como se ela não se importasse com eles, só com a ressurreição de sua irmã.

—Hahahahahahaha. – Zeref riu. Isso não é típico dele, e é horrível. Ô riso mais feio. – Você não está em posição de cobrar nada menina. Mas já que você quer tanto assim ver sua irmã novamente, junte-se a ela.

Dito isso, a mão do mago negro ficou coberta de fumaça negra, e dessa fumaça, um tipo de mão saiu e agarrou direto o pescoço da albina e a asfixiou.

O corpo caiu entre os pés de Cana e Elfman, que mesmo chocados, tentaram segurá-la, sem sucesso, o corpo caiu seco no chão.

A mão de Zeref se recolheu e assim um surto de raiva surgiu de Elfman.

—Eu vou mata-lo! Eu vou mata-lo! EU VOU MATAAAAA-LO! – o mago virou a maior fera que nós vimos ele se transformar e partiu pra cima de Zeref, mas o mago se abanou para o lado e o grandalhão caiu em cima de lanças estacadas na entrada da guilda, lanças que eram pra ser armadilhas para Zumbis. Elas atravessaram o corpo de Elfman rapidamente, ele jogou um pouco de sangue fora pela boca e se juntou a suas irmãs.

—NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOO! – Natsu gritou e a caixa começou a pegar fogo, as chamas eram intensas e muito quentes, sentimos o calor daquela distância.

—A meu Deus, Erza! Ela está naquela caixa junto com Natsu. – eu sai correndo de traz do arbusto que estávamos. – NAAAAAAATSUU!

Os olhos dele encontraram os meus, mas estavam sendo dominados por chamas, os seus olhos se transformando em olhos de demônios.

—Não.. Natsu... – corri para o mais perto que pude chegar dele. – Natsu, você não pode.. escute, se você lutar, você morrerá... controle-se, não deixe esse demônio controlar você... por favor, você está machucando a sua amiga, olhe...

Natsu olhou para Erza deitada toda queimada no chão da caixa. As chamas se controlaram e Natsu fez força e quebrou as grades da jaula, eu entrei e peguei Erza, ela estava quente, sua pele inteira tinha queimaduras de 3° grau, eu precisava levá-la até Wendy o mais rápido possível.

—Lucy... – a voz de Natsu saiu mais grossa, era uma mistura da voz de meu amigo e do demônio que estava tentando sair. – Fique bem longe de mim.

Olhei para traz e vi em seu rosto o quanto ele estava lutando para se segurar, o quanto doía se controlar, mas agora tudo o que ele queria, era nos ver salvo e longe dali. Natsu estava pronto para se sacrificar, para nos salvar.

—Que comovente... – a voz de Zeref me acordou.

—Você! É a última vez que você machuca meus amigos. – Natsu disse com toda a raiva que ele estava sentindo. E assim deixou sair. Natsu estava irado e Zeref estava em sua mira.

Chamas negras com filetes vermelhos de sangue que saíram da pele rasgada que deram espaço para as asas demoníacas de Natsu se libertarem formaram um tipo de escudo em volta do corpo musculoso dele. A pele se transformou em escamas de dragão e agora Natsu tinha uma calda cheia de espinhos negros, que no meu ver pareciam venenosas, e belos, não, compridos chifres saíram dentre seus cabelos agora negros, suas unhas cresceram formando garras fortes e seus dentes caninos se alongaram e viraram afiadas presas, Natsu não estava mais ali, diante de nós, estava Etherus Natsu Dragneel.

—Bem vindo END! – Zeref abriu os braços sorrindo. O demônio logo foi dar o seu abraço, END cravou as garras em Zeref e com fogo nelas levou o mago negro para longe dali, logo uma explosão ocorreu dentro da cidade de Magnólia. Os dois começaram a sua batalha mortal.

—Argh... Lucy... – Erza estava acordando. – O que houve?

—Muita coisa, aguente firme, vou te levar até Wendy. – fui andando e vi Cana, Levy e Gajeel parados olhando para onde estava o END. – hey, vão ficar aí? Parados e vendo outros amigos morrerem, ótimo. Mas se não vão fazer isso, que tal se mexerem e virem comigo?

Eles olharam para mim e concordaram, vieram atrás de mim, fui até Wendy e lhe entreguei Erza.

—Por favor, cuide dela. – pedi a maga. Ela sorriu pra mim e começou a curar a ruiva.

—Natsu está... realmente... – Gray começou.

—END. – Corrigi Gray. – Natsu não está mais lá, eu vi em seus olhos, mas por sorte ele está atacando apenas Zeref.

—O que vamos fazer agora? – Cana pediu.

—Ajudar Nat.. END. – Gajeel disse.

—Receio que essa não seja uma boa ideia. – Gray disse. Olhamos para ele. – entre os dois, juntamos a força de todos aqui e não chega a metade de um deles. É muito arriscado, acabaríamos por atrapalhar END.

—Gray tem razão. – Juvia concordou.

—Bem, mas não precisamos ficar desanimados de não ter contra o que lutar... – Gajeel apontou para os horizontes. De todos os lados tinham Zumbis de todos os tamanhos vindo em nossa direção. – Acho que toda essa agitação acabou chamando a atenção dos nossos amigos.

—Wendy, cuide de Erza, nós vamos proteger vocês duas. – Cana disse se posicionando para atacar.

Peguei uma flecha e acertei um Zumbi.

—Lucy, você e Happy deveriam ler isto e ir atrás de Natsu. – Levy me entregou o livro de END e sorriu. – Talvez você ache alguma coisa que eu não consegui achar. Talvez ainda tenha esperança pra Natsu.

Eu sorri pra ela e abracei.

—Happy. – chamei o gato que veio em minha direção. – Vamos, vamos salvar o Natsu.

O exceed me pegou por baixo dos braços e levantou voo, e lá fomos nós para o verdadeiro propósito de tudo isso, salvar o Natsu e o mundo. Chegando perto do bairro onde END e Zeref transformaram em ring, vimos um pequeno vislumbre da gigantesca força dos dois, por mais assustador que o mago negro possa ser, ver END coberto de sangue, ver a raiva em seus olhos vermelhos que antes eram as esmeraldas mais belas que eu já tinha visto, as mais sinceras, que hoje, se via apenas a vontade de matar estampada em suas íris.

—Isso não é o Natsu, não é? – Ouvi a voz preocupada de Happy.

—Mas é claro que não... aquilo é o demônio que Natsu estava controlando esse tempo todo, mas nosso amigo ainda está ali dentro, eu pude sentir quando olhei em seus olhos, ele ainda está lá, tem que estar... – Falei esperançosa para o gato azul.

Ele sorriu pra mim, e não pude deixar de sentir a esperança me invadindo por completo, Happy era junto de Natsu meus melhores amigos.