O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu
V.8 Convite ao confronto.
Aquele lago, aqueles muros escuros e aqueles edifícios encavalitados uns nos outros estavam a tornar-se excessivamente familiares. Camuflado entre as plantas aquáticas, Trunks crispou o rosto apreensivo.
- Já chegámos. Mas… não estou a ver o teu pai em lado nenhum.
Junto a ele, Goten também procurava, olhando para todos os lados. Teriam de se servir da visão, pois o ki de Goku estaria longe da perceção deles.
- Nem eu – desabafou.
- Será que mudou de ideias?
Trunks focou os sentidos nos edifícios, tão silenciosos que pareciam abandonados. Puxou pelo dogi do amigo.
- Encontrei-o!
- Onde?
- Está dentro do templo… Com o meu pai!
- Vegeta-san!
- Vamos ter com eles, Goten. Parece que o saiya-jin do feiticeiro não está ali dentro.
- Não!... Espera.
- O que foi?
Goten olhou de repente para a floresta.
O horizonte tingia-se de vermelho. Não era só o pôr-do-sol, era uma força imensa que se aproximava e que lhe apertava a alma como um garrote à medida que ficava mais perto, um aviso prévio do seu poder insuperável.
Trunks também a sentiu
Deixaram o esconderijo improvisado. Ficaram a pairar, aguardaram pela chegada dele, a sentir na pele a onda de calor que o seu voo vertiginoso criava. E ao ficar cada vez mais perto era como se o mundo fosse abrandando um pouco mais, até à imobilização total. Numa fração de segundo, o inimigo estacionou diante deles.
Keilo esboçou um sorriso malicioso.
- Hum… Zephir falou-me em visitas. Mas não da vossa visita!
Goten estava tão tenso que mal ouviu as palavras do amigo.
- Goten, desta não escapamos. Temos de o enfrentar.
Concordou, soprando:
- Hai...
- Ouve-me, não o podemos combater separados.
- Qual é a tua ideia, Trunks?
- Keilo chego ao nível três dos super saiya-jin. Nós chegamos também ao nível três… mas apenas de uma maneira.
- Estás a pensar em…?
- Fusão!
- Precisamos de tempo.
- Se não temos tempo, vamos ganhá-lo.
O riso estrepitoso de Keilo fê-los calar.
- Vocês são todos iguais! – Exclamou. – Adoram conversar.
Atacou Trunks sem aviso. O soco apanhou-o em plena cara, espirrou sangue para todo o lado. Algumas gotas sujaram a túnica de Goten. Enquanto o corpo do amigo se afundava no lago, gritou alarmado:
- Trunks-kun!!!
- Mas eu detesto conversar.
De seguida, atacou Goten. O instinto levou-o a cruzar os dois braços sobre a cara e conseguiu defender o soco de Keilo. Novamente guiado pelo instinto desceu escassos centímetros, os suficientes para evitar o pontapé que se dirigia à cabeça, arrancando alguns fios de cabelo negro.
Afastou-se. A cólera cresceu dentro dele e transformou-se em super saiya-jin. Procurou nas águas que se agitavam pelo ki de Trunks. Keilo percebeu-lhe o olhar furtivo. Disse-lhe com um sorriso presunçoso:
- Não te preocupes com ele. Está vivo. Não quis acabar com o teu amigo, apenas atordoá-lo e tirá-lo do meu caminho.
A energia envolvia o corpo de Goten de brilho e faíscas. Keilo observou-o por um instante e imitou-o: também se transformou em super saiya-jin.
- És tu que eu quero.
Goten não conseguiu esconder o espanto.
- És o filho de Kakaroto, não és? Aquele que Zephir utilizou para fazer o feitiço do sangue de amizade.
Não respondeu. Achava que começava a compreender e ficou sério.
- Serás o meu adversário. Sempre quis combater contigo, um reles de um meio saiya-jin. Prepara-te para o melhor combate da tua vida, miúdo. – O rosto tornou-se sinistro. – E também o pior! Despede-te da vida.
O primeiro choque dos dois super saiya-jin produziu uma tal explosão de luz que dir-se-ia que o sol baixara à Terra. E todo o planeta tremeu.
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