O Equilibrio Entre Os Mundos

Verdades e meias verdades.


Estávamos sentados em um bar comendo.

-Ele matou meus pais não foi? Quem me fez isso. –disse Harry mostrando a cicatriz. – Eu sei que sabe Hagrid.

Hagrid largou seu garfo e mirou Harry com os olhos:

-Olhem, vocês todos, quero que entendam uma coisa, nem todo bruxo é bom, a anos um bruxo ficou tão mal quanto se pode ficar. O nome dele era V... O nome dele era V...

-Por que você não escreve. -sugeriu Lukas.

-Não eu não sei como se escreve. –Hagrid disse e suspirou. – Tudo bem. O nome dele era Voldemort.

-Voldemort? –perguntei.

Ele fez sinal para que eu falasse mais baixo e olhou em volta e eu fiz o mesmo. E ele continuou:

-Foram dias difíceis, Voldemort começou a reunir seguidores, e os levou para o lado das trevas, quem entrasse em seu caminho acabava morto, os pais de vocês lutaram contra ele, mas ninguém sobrevivia se ele decidisse matar. Ninguém exceto Harry e Melissa.

Neste momento eu e Harry nos entreolhamos, congelamos ao ouvir aquilo, como nós, dois bebês na época sobreviveram, e eu perguntei:

-Voldemort quis nos matar?

-Sim minha querida, esse corte na testa de Harry não é um corte comum, é uma marca de quem foi atingido por um feitiço maligno.

-Mas eu não tenho nenhuma marca parecida com a de Harry na testa. –questionei.

-Não, mas o seu pulso tem uma cicatriz não tem?

Lembrei-me então de um corte que tinha no pulso desde que era pequena, olhei para meu pulso e lá estava ela.

-O seu corte e o de Harry são diferentes, porém têm o mesmo significado querida.

-Mas o que aconteceu com... –Harry começou a falar.

-Você sabe quem. –completou Lukas.

-Alguns rumores dizem que ele morreu. Besteira em minha opinião, pra mim ele ainda esta ai, cansado demais para continuar. Mas uma coisa é certa, algo em vocês varejou aquela noite, por isso vocês três são famosos, vocês sobreviveram a ele.

-Mas Hagrid, e eu? Eu não fui atingido, eu não sobrevivi, o que eu tenho a ver com isso?

-E Hagrid, por que eu e Harry estávamos juntos? Explique-me melhor eu não entendo. –eu pedi.

-Acho que você não esta nos contando algo Hagrid. –disse Harry.

-Muito bem, acho que vocês precisam saber um pouco de seu passado. As mães de Lukas e Melissa sempre foram amigas dos pais de Harry, naquela noite muitos ficaram sabendo do que iria acontecer, que Voldemort estava atrás dos pais de vocês, então naquela noite, todos ficaram na casa dos pais de Harry, quando Voldemort chegou para proteger a todos, Merijane e Caroline as mães de Melissa e Lukas, foram confrontar Voldemort de frente, lançaram feitiços, elas duas foram as primeiras a conseguir enfrentar o senhor das trevas frente a frente por muito tempo, porem seu poder era imenso, quando ele entrou na casa os pais de Harry tentaram lutar contra ele, porem sem êxito, restando apenas vocês três na casa, estavam sozinhos no berço, quando Voldemort lançou o feitiço ele ricocheteou, Lukas não fora atingido por que antes disso Voldemort sumiu, quando chegamos a casa vocês estavam sozinhos chorando, seus pais estavam mortos, e resolvemos levá-los para os cuidados de alguém, Harry ficou com os seus parentes, e Melissa com a sua tia, a única parente viva de sua mãe, porém a mãe de Lukas não tinha irmãs, e Mey aceitou de bom grado cuidar dele. –Hagrid nos contou.

Mas então uma duvida veio em minha mente e eu não hesitei em perguntar:

-Hagrid, e o meu pai e o de Lukas?

Hagrid coçou a sua barba e disse:

-Quando a mãe de vocês ficaram grávidas, elas não quiseram nos contar quem eram os pais de vocês, disseram apenas que eles não podiam ficar.

Aquilo ficou em minha mente, por que meu pai não poderia ficar comigo? Ele abandonou a mim e a minha mãe? Quem ele era? Onde ele esta? Olhei para Lukas e percebi que as mesmas perguntas o assombravam, depois dessa conversa comemos em silencio e fomos em direção a Londres.

Estávamos andando em direção a estação Kings Cross, a nossa conversa com o Hagrid ainda pairava em minha mente, junto com uma única pergunta “Quem é meu pai?”. Não conseguia parar de pensar nisso, foi quando Lukas despertou-me de meus pensamentos:

-Você está bem?

-Sim, só pensando um pouco no que Hagrid nos disse hoje mais cedo. –respondi.

-Assustador não? Eu nunca imaginava que eu tinha um passado como esse.

-Mas há algumas lacunas a serem preenchidas, como, quem são nossos pais, por que eles nos abandonaram, o que aconteceu com eles, onde eles estão, por que não nos procuraram até hoje, por que você sabe quem estava atrás de nossas mães e dos pais de Harry? A tantas perguntas em minha mente, mas nenhuma resposta possível. –disparei a falar.

-Eu também tenho muitas perguntas, mas acho que Hagrid não nos dirá mais nada, ou talvez ele também não tenha a resposta para essas perguntas. –disse Harry.

-Talvez, porem eu quero descobrir o meu passado. –eu disse.

-Como saberemos se ele não nos influenciará no futuro. –disse Lukas.

-Tantas coisas a descobrir, mas quem tem essas respostas? –perguntou Harry.

Mirei meus pés, pensando em tudo aquilo, de uma hora para outra eu era uma rainha, agora sou uma bruxa, isso é muito confuso, de uma hora para outra minha vida mudou de cabeça para baixo, e não só a minha, a de Lukas, de Harry, de Lucia, de Pedro, de Edmundo, e de Suzana, as nossas vidas tiveram uma reviravolta incrível, mas por que nós? O que aconteceu no passado para estarmos aqui e agora? O que teria acontecido se eu Lukas e meus primos não tivéssemos entrado naquele guarda roupa, onde estaríamos agora? O que estaria acontecendo agora, me pergunto se eles não estão precisando de nós neste exato momento e não podemos ajudar.

-Mas vai ficar tudo bem. –disse Lukas me tirando de meus pensamentos.

-O que? –perguntei.

-Estamos juntos não é mesmo? –ele perguntou.

-Sim, mas... –comecei a falar porem ele me interrompeu.

-Conhecemos Harry, temos um novo amigo e estamos todos juntos, enquanto estivermos todos juntos, nada de ruim pode acontecer não é mesmo? –Lukas disse e sorriu para mim, um sorriso acolhedor, não pude negar, e afirmei, Harry sorriu e disse:

-Amigos não deixam uns aos outros.

-Sim. –afirmei convicta.

Sorrimos uns para os outros, e voltamos a caminhar em silencio.