Os sequestradores, até então, não-identificados, sacaram espadas e partiram pra cima de Alexandre e Wesley, o Mano.

–Cassete, tem maluco pra inferno! -gritou o Jarl.

–O que a gente vai fazer, cara? -os sequestradores avançavam sem cuidado para atacar Alexandre e Wesley.

–Matar esses vacilão! -Wesley possuía certa determinação inatural em sua voz- Ai, lek, na moral, eu posso ser mano, mas eu continuo sendo Jarl e sei bater pra cassete! Pode vir negadaaaaaaa!!!! -o Jarl sacou um canivete suiço que tinha escondido de baixo de seu manto e uma maça de aço.

Alexandre, que estava desarmado, recuou em busca de pedras soltas no chão. Contou quantos inimigos haviam e ao todo eram treze. O primeiro que alcançou Wesley levou uma canivetada no olho e caiu com dor. O segundo nem teve tempo de alcançar o Jarl. Weslei atirou o canivete a distância, cravando no pescoço. Os sequestradores resolveram ter mais cuidado, haviam subestimado a habilidade de Wesley, o Mano.

Alexandre reparou na forma como o Jarl lutava. Ele se utilizava de um Swing, meio Funk meio Hip Hop, e praticamente bailava enquanto calculava rapidamente seus movimentos.

–Koé, meninas -o Jarl gritou para os adversários- Tão com medo da criança aqui?

Os inimigos atacaram em massa. Oito de uma vez. Os outros três eram arqueiros e se posicionaram para atacar a distância.

–Eu te cubro, mano! -gritou Alexandre. Pegou pedras no chão e começou a arremessar com precisão fatal contra os arqueiros.

Os arqueiros se desviavam, porém não se concentravam direito para atirar suas flechas. Assim, as setas passavam perto, de Alexandre e Wesley, contudo os dois eram capazes de desviar com pouco esforço.

Enquanto isso, mano dançava entre as lâminas inimigas. Se desviava com destreza e desarmava os inimigos para em seguida, usar a própria lâmina deles contra eles. De toda forma, os adversários também eram habilidosos e embora Mano superasse cada um deles milhões de vezes em habilidade, eles possuíam a vantagem numérica e se aproveitaram disso.

–É treeeeta, mano. -Wesley gritou, dançando entre os inimigos.

–Me dê uma espada! -um segundo depois, uma espada inimiga voou em direção a Alexandre, a espada de um homem que Wesley destruiu os ossos com a maça logo em seguida.

Assim, Alexandre entrou de forma mais ativa no combate, pulando por entre pedras em busca dos arqueiros. Os arqueiros viram Alexandre e o alvejaram, mas ele se atirou para o lado atrás de uma árvore e evitou as flechas. No movimento seguinte, Alexandre saiu rapidamente de trás da árvore, cortou a barriga de um arqueiro rapidamente, e acertou de raspão o segundo. O terceiro deixou a raiva subir a cabeça e se precipitou sacando a adaga, Alexandre cravou-lhe a espada no peito e deixou seu corpo cair sem vida no chão. O arqueiro remanescente cravou uma bela batalha de espadas com Alexandre.

Enquanto isso, Wesley despejou mais um com seu estilo de luta diferente e sua maça de guerra. O Jarl era incansável, os sequestradores já estavam irritados de tantos golpes que chegavam em lugar nenhum. Dessa forma, dois dos que atacavam Wesley partiram para cima de Alexandre ao ver o que se sucedia. Alexandre podia muito bem dar conta dos três sozinho, pois, assim como Wesley, era experiente em batalha. Além do mais, era praticante da esgrima acriana, e possuía um jeito único de manusear a espada, típico dos poucos praticantes dessa arte.

Quando os dois partiram para cima de Alexandre, não poderiam pensar em um resultado mais desastroso. Diminuindo o número de atacantes, Wesley brincou com os sequestradores e derrubou três em sequência, fazendo o último correr pela sua vida. Alexandre aplicou a técnica da Abelha Peluda (animal exclusivo das florestas acrianas) e fez as espadas dos três atacantes irem ao chão antes dele poder girar e cortar o peito dos três em um único arco. O único que sobreviveu foi o arqueiro. Ele segurou o combate mais um pouco, mas desistiu, lançou uma bola de fogo em Alexandre, arremessando-o para trás. Em seguida, correu para longe.

–Ai, cara. Doeu. -disse Alexandre.

–Mano, esses cara foram lokos, meu. -Wesley tinha a testa suada. -Tem um tempo já que não luto assim, sérinho memo.

–Dois deles fugiram. Me pergunto por que eles estão atrás de mim.

–Ih, deixa pra lá. Tu é zikão, mano. Tu luta bem pra cassete também, bro. Fica preocupado não, qualquer coisa, tamo junto. -o Mano ajudou Alexandre a se levantar do chão.

–Valeu, cara. -Alexandre limpou a roupa e lançou um sorriso para Wesley- Tu luta bem, cara.

–Eeeeeta... Eu chamo de batidão. -ele disse dançando ritmos brasileiros- Eu mesmo desenvolvi. Eu me amarro, cara.

Alexandre riu de Wesley.

–Ae, mano. Bora lá, a gente tá pertinho. Eu te levo lá.

Alexandre se impressionou com o convite.

–Não, não precisa. Você é Jarl, tem mais o que fazer.

–Relaxa, maninho. Aqui geral é irmão. Tem essa de Jarl não. Te levo lá. Esses ai que a gente enfrentou, são tudo fitinha. Os boladões são mais perigosos.

Dessa forma, Wesley acompanhou Alexandre até a casa onde estavam os outros brasileiros.

–Como eu ia falando, mano -Wesley continuou- Esses aí são moleza. São recruta. Os chefões não ficam de bob por aí não.

–Como assim? -Alexandre estava interessado no que Wesley dizia- Você sabe quem são esses?

–Iiiih, rapá. -Wesley sorriu- Esses aí são um bando de bundão. Covarde. Tem nenhum homem ali. Nome do grupinho deles é Cavandra.

–Cavandra?

–Não me pergunte, parceiro. Eles tem muito recruta, muito mesmo. Na moral, muleque pra casseta. Aí eles manda esses buxa pra fazer as missão deles por aí e os fortões de verdade ficam tudo na toca deles. Mas, papo reto, os chefões do grupo batem pra cassete. Tem até um mano renegado que era parte dos chefões mas cansou dos esquemas, tá ligado. Acho que chamam esse parça de Ebony Warrior, um bagulho assim.

–Entendo. Conte-me mais.

–Aí, parceiro, esses trouxa só arranjam KO. Eles tão em busca de alguma coisa pra poderem fazer uma parada muito loka ae. Só que ninguém faz ideia do que seja, tá ligado? O que sei é que tem haver com dois humanos, se ligou? Dois humanos que são zika pra caraca e vão detonar as pleura tudo. Mas não sei te explicar o que é, parça.

–Cara... isso ajuda... vocês não tem indícios deles não?

–Ih, rapá. Roda por aí que tem uma escavação deles lá perto de Solitude. Lá pra cima. Se precisar, posso arranjar uns cavalo pra tu, mano.

–Ja é.

–Ali! -Wesley apontou para uma casa entre as árvores- É ali que os brazuca tão.

–Beleza.

–Pode assumir a missão daqui? Vo ter que voltar lá pra cidade. -Wesley deu um aperto de mão confiante e amistoso a Alexandre- Pode confiar, parça, é lá mesmo. Qualquer coisa, passa lá na cidade, é só tu seguir naquela direção. Valeu, mano.

Alexandre ficou parado em frente a porta antes de bater. Pensou se quem atenderia seria amistoso. Talvez não fosse um brasileiro... ou talvez...

–Alexandre? -um jovem gordo e alto atendeu.

–Renato? Que que tu tá fazendo aqui, cara? -Alexandre abraçou o amigo ao reconhecê-lo.

–Cara... e a gente pensando aqui em como te achar.

–A gente? Quem mais tá ai?

–Entra ai. Ta em casa, cara.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.