O Domínio de Hadassa
A vida é um carnê das casas Bahia.
Olinda, Bairro Novo.
Otávia pega o gato que estava dormindo em cima do sofá e o coloca em uma gaiola para transporte de animais, Isolda e Pablerkson já estão no carro e eles fogem a toda velocidade, Wanderson acorda com interfone tocando.
— Frederich! Cadê o bichnho? Frederich! Diz ele procurando pelo gato.
Ele atendo o interfone.
— Seu Wanderson, sua mãe fugiu com os empregados e tavam levando uma gaiola de gato no carro, saíram voado.
— Obrigado Walney. Agradece ele chocado com a informação.
Espinheiro.
Olavo liga para Arlette e fala sobre os livros dela que ainda estavam na casa dele.
— Oi Olavo.
— Eu vou mandar um uber com seus livros, não precisa fingir pra mim, eu achei um recorte de jornal com a foto do Wanderson.
— Olavo... Tu me traí... Diz ela indignada.
— O que aquele maconheiro tem? Hein? Além da estrutura familiar problemática dele? Pergunta ele com raiva.
— Ele não é de extrema-direita.
— É isso que importa né? Pergunta ele em tom de ironia.
— Olavo, tu me traí com uma sequestradora de crianças, então, eu não te devo mais explicações. Diz ele desligando o telefone na cara dele.
Olinda, sábado de carnaval, alto da sé.
Á tarde Arlette estava vestida de Pokemon indo para o alto da sé, enquanto Wanderson vestido de índio tentava comprar axé na frente da catedral, ela se próxima do rapaz que vendia cerveja.
— E aê meu pirraia, me dá três latão de Nossa, aí.
— Tá quatro por R$10,00, tia.
— Tem um saquinho aí?! Pergunta ela enquanto pagava a ele.
— Aqui. Diz ele colocando as latas no saquinho.
Eles se encontram na frente da academia santa Gertrudes.
— Oi Arlette. Diz ele se aproximando.
— índio branco? Que coisa ridícula! Diz ela olhando pra ele.
— Pokemon é ?! pergunta ele olhando pra ela e sorrindo.
— Tu tá cheirando a axé. Reclama ela.
Eles bebem a cerveja ignorando o carnaval ao fundo.
— Vamos pra minha casa? Convida ele.
— Bora.
Chegando ao apartamento de Wanderson, ele e Arlette fazem sexo como nos velhos tempos.
Guabiraba.
Otávia colocou o cadáver do gato na lareira, ao som de canto gregoriano e ela estava tomando uma taça de vinho moscatel, enquanto as chamas consumiam Frederich.
Olinda, manhã do domingo de carnaval, Bairro Novo.
Arlette e Wanderson estavam deitados no chão da sala do apartamento, fumando, ele só de bermuda e ela de short e blusa de igreja.
— Tu, ateia fervorosa com blusa de igreja. Diz ele rindo.
— E daí? O que vai acontecer? Diz ela olhando pra ele.
— Tu não é obrigada a ficar comigo. Diz ele sendo sincero.
— Eu tava com saudade disso, pra mim foi difícil te esquecer. Confessa ela.
— Eu me casei com a Inês, logo depois que minha mãe nos separou. Afirma ele.
— Eu casei com o Olavo. Afirma ela enquanto olha pra ele.
— Péssima escolha. Diz ele rindo.
— Wanderson, eu vou embora. Diz ela se levantando.
— Eu posso chamar um Uber, a minha mãe roubou meu carro e provavelmente matou o meu gato. Diz ele pegando o celular.
Espinheiro, segunda-feira de carnaval.
Arlette e Clóvis conversam na varanda do apartamento dela.
— Achei que tu ia pular carnaval? Pergunta ela.
— O William foi pro antigo ontem, fora que a exposição do arquivo caiu toda em cima de mim e Michelle está incomunicável na lua de mel.
— Eu fiz sexo com o Wanderson. Confessa ela.
— Amiga, calma... Você mais o Wanderson, a mãe problemática dele já foi informada? Ironiza ele.
— A Otávia roubou o carro do filho e fugiu.
— Arlette, a Otávia é completamente transtornada, ela infernizou a vida da ex mulher do Wanderson...
— Isso não me impediu de ter um caso com ele. Diz ela ao amigo.
— Ela sequestrou a sua filha, Hadassa foi criada por uma Psycocrente.
— Clóvis, eu passei anos em um relacionamento pavoroso com o Olavo.
— Bicha não faz isso contigo! Implora ele.
Olinda, terça-feira de carnaval, palácio dos governadores.
Hadassa e Amelie estão vestidas de Frida Khalo e Melissa de Trotsky, era seu primeiro carnaval, ela estava contente, no meio da multidão, Alison estava vestido de Nicco do irmão do Jorel.
— Quem diria, tu no carnaval? Diz ele se aproximando dela.
Hadassa ri.
— Frida é? Pergunta ele olhando pra ela.
— Bem feminista. Responde ela.
Eles riem.
Alison beija Hadassa que correspondeu ao beijo.
Olinda, quarta-feira de cinzas, Bairro Novo.
O carteiro bate na porta do apartamento de Wanderson e ele abre.
— Encomenda, assina. Diz ele entregando a caixa e o papel para a assinatura.
— Ok.
Ele abre a caixa e vê um bilhete e saco com cinzas.
“Estou lhe devolvendo o Frederich, pena que tá carbonizado” mamãe.
— Ela matou meu gato! Grita ele chorando.
Wanderson sai muito nervoso até o local de onde tinham enviado a encomenda, chegando ao local se depara com Pablerkson que lhe dá um tiro de raspão no quadril.
— Merda! Tu atirou no Wanderson. Reclama Isolda.
— A gente leva ele pra dentro. Diz ele se aproximando de Wanderson que estava desacordado.
Pablerkson e Isolda levam ele para dentro da casa.
— Quem atirou? Pergunta Otávia atordoada.
— Pablerkson atirou no Wanderson. Confessa Isolda.
— Quê?
— Desculpa dona Otávia.
— Não me falhe com Arlette. Pede ela.
— Não vou não, senhora.
Otávia faz carinho no filho.
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