O Diário de Kate

Capítulo 4 O Perdão Faz Parte Do Amor


- Você não sabe o quanto...

- Até parece, não é pra tanto! Mas eu preciso desligar, só liguei pra saber se você tinha chegado bem em casa mesmo... Você precisa dormir e não quero acordar a Anne. Até logo, Justin.

- Podemos almoçar juntos amanhã?

- Acho melhor não, juro que não vou ser boa companhia. Estou tão chata que nem eu estou me agüentando. Eu não tenho cabeça pra isso, entende?

- Ah por favor! Almoço de amigos, huh? Como vou me tornar seu amigo se você não me der chances de te conhecer melhor e você conhecer a mim, também?

- Não posso, realmente não posso. – Como eu iria almoçar com ele se eu não tinha um tustão furado no bolso? Eu não tinha dinheiro nem para o transporte, quanto mais para almoçar em restaurante! Além disso, não tinha roupas, estava tudo na casa do Derick, e também, eu realmente não tinha ânimo pra nada...

- Porque não pode? Você pode se distrair no almoço, que tal?

- Não é só essa a questão... – Eu estava começando a ficar envergonhada com aquilo, como eu revelaria que não tenho dinheiro algum? – Justin, estou com vergonha de falar isso... É que... Bom, eu... N-não t-te-tenho dinhei-dinheiro algum.

- E o que importa? Já te ajudei uma vez, qualquer coisa que precisar fale comigo... Confie em mim, Kate... Sou seu amigo e pra qualquer coisa, até pra dinheiro!

- Não, Justin, eu não vou me sentir bem.

- Não vou pressionar você, mas já sabe que se precisar de qualquer coisa, pode falar comigo.

- Obrigada, Justin. Muito obrigada mesmo.

- Não há de quê. Até qualquer dia...

- Até.

Naquela madrugada, não consegui dormir nem por um instante. Sem dinheiro, sem amor, sem nada. A minha vida estava acabada, eu sabia que eu não conseguiria me reerguer, e não porque nunca encontraria um emprego, e sim, porque eu amava demais Derick para poder viver sem ele.

Logo a manhã do dia seguinte, domingo, chegou. Como sempre para mim, não via nada de interessante no céu de domingo. Para mim, o céu de domingo nunca seria como os céus de outros dias... O dia era sem graça, e a noite pior ainda.

Eu e Anne preparávamos o café da manhã, quando ela quebrou o silêncio e se pronunciou:

- Kate, não posso deixar de me preocupar com você. O que você fará quando Derick vier até aqui atrás de você? Você sabe que ele o fará.

- Eu não sei...

- E Mathew?

- Não sei...

- Kate, você precisa saber. Eles viram e não é só isso. Sei que você não tem dinheiro algum.

- Não se preocupe, Anne. Não vou te dar despesas. Vou encontrar um emprego e enquanto eu estiver aqui vou pagar o que eu consumir.

- Minha amiga, sabe que o problema não é esse. Sou diretora de núcleo da emissora da DM, ganho super bem. Dinheiro não é problema. O problema é que você está sendo boba. Se você quer mesmo se separar de Derick, o que duvido muito, você não vai apenas se separar e não ter direito a nada. Você é casada com ele, de papel passado e tudo. Você têm direitos a bens dele.

- Não, eu me casei com ele por amor, não quero dinheiro algum.

- Certo, mas olhe pra mim agora e diga que não quer mais nada com ele. Kate, você ama esse homem e assim que a raiva passar você vai querer estar nos braços dele... Diga que vai suportar viver sem ele, diga!

- Anne, droga, eu não sei o que fazer! Eu tô acabada...

Anne me deu um abraço de conforto. Minha amiga ruiva nunca fora de muitos amores, ela sempre foi muito focada no trabalho, mas apesar disso, ela sabia exatamente o que fazer para ajudar a amiga com problemas do gênero romance.

No mesmo dia, à tarde, Anne saiu para ir ao mercado fazer compras, mas quando voltou me deu a notícia:

- Kate! Kate!

- O que foi, Anne?

- Vi o carro de Derick dobrar a esquina ainda há pouco, ele logo chegará aqui.

Aquelas palavras apertaram meu coração. Sabia que ele viria, mas eu nunca estaria preparada para enfrentá-lo de novo. Eu precisava me esconder o mais rápido possível, não podia deixar que ele me encontrasse e falasse lindas palavras pra mim, pois eu sabia que eu cederia e o perdoaria. A raiva se dissiparia dando lugar a vontade de tê-lo novamente perto de mim. Então sem pensar muito, corri para o quarto e me tranquei lá. Antes, pedi para que Anne dissesse que eu não estava lá e que ela não tinha nenhuma informação sobre mim.

Assim que Derick entrou na casa, abri a porta do quarto e fiquei atrás da parede espiando-o lá de cima. Derick fora o mais educado o possível ao começar a falar com Anne, afinal, assim como para mim, ela era sua grande amiga também:

- Olá, Anne.

- Oi, Derick. Nossa, rapaz, faz tempo que não vem me visitar! Já sei, anda muito ocupado com o romance entre você e Kate, não é?

- Não, Anne. A verdade é que Kate se separou de mim.

- Não acredito! Por quê? – Anne falou como se não soubesse de nada.

- Eu duvidei dela, e acho que por raiva e mágoa, acabei falando besteira e a magoei. Agora estou aqui porque já a procurei em todos os lugares possíveis, restava apenas aqui. Anne, por favor, se Kate estiver aqui me deixe falar com ela, por tudo o que é mais sagrado... Preciso me retratar, dizer que tudo o que falei foi por um momento de raiva e ciúmes exagerados. Nada do que disse é verdade, eu a amo mais que a minha própria vida e preciso dela agora, preciso dela comigo.

Deus, minha vontade era de descer aquelas escadas imediatamente e abraçá-lo. Mas eu sabia que se o fizesse, algum Derick voltaria a fazer o que fez e com certeza me machucaria novamente com palavras ríspidas. Não, eu não agüentaria sofrer novamente.

- Derick, realmente queria muito ajudá-lo, mas Kate não está qui.

- Onde ela está então? Por favor, Anne!

- Eu não sei, Derick. Já procurou na casa de outro amigo dela?

- Na casa de todos os nossos amigos e nada.

- Deve haver outra pessoa.

Derick se calou por um tempo e refletiu:

- Mathew.

- Como?

- Mathew, só pode ser. Depois de tudo o que aconteceu eu sei que Kate é inocente quanto a isso, mas ela não tinha pra onde ir, a casa de Mathew era a única escolha, já que eu não sei o endereço e não posso ir até lá.

- Creio que ela não esteja lá.

- Sabe o endereço dele?

- Não.

-Dave deve saber, eles são amigos. Obrigado, Anne, até logo.

- Até...

Assim que Derick saiu, desci as escadas com pressa.

- E agora, Kate? Ele vai até a casa de Mathew.

- É melhor assim.

- Como melhor assim? Você sabe que se Mathew contar Derick nunca irá te perdoar!

- Tomara, assim ele me esquece.

- Esquecer? Kate, você sabe que não quer ser esquecida.

- Mas eu preciso ser! Eu me separei de Derick!

- Não seja boba, assim que a raiva passar e ele te disser tudo o que disse agora na sua cara, você vai voltar com ele imediatamente!

- Pra ele fazer tudo de novo? É melhor que ele saiba que acertou quanto a mim, como ele disse, sou mesmo infiel. – Disse irônica.

- Não é nada! Você sabe que não! Derick falou abobrinhas pra você e te magoou, com raiva e com despeito, você foi correndo afogar as mágoas nos braços de outro, sendo que você já não estava mais com Derick. Ou seja, você só transou com Mathew por vingança pelo o que Derick havia te feito por ciúmes, mas infiel você não foi, porque com Derick você já não estava mais!

- Pensei exatamente isso quando em vão tentei sentir prazer com Mathew, até senti, mas não havia amor, eu sempre vou amar Derick.

- Viu só? Acabou de admitir! Vai atrás do Derick, perdoa ele antes que ele não compreenda as coisas e nunca mais olhe pra você!

- Não. Vou fazer outra coisa.

- O que?

- Vou até a casa do Mathew e vou pedir para que ele não conte nada a Derick.

- Isso, aproveite e faça as pazes com seu amigo, depois volte correndo para Derick.

- Vou resolver as coisas com Mathew e vou pedir para ele não contar nada a Derick, simplesmente porque não quero que ninguém mais saiba do que aconteceu entre eu e Mathew, porque quem já sabe, vai esquecer.

- Isso não vai ser apagado tão fácil...

- Que não seja! O importante é que ninguém além de eu, você e Mathew saibamos disso. Foi um erro que só nós devemos lembrar, mas isso não quer dizer que eu vá voltar com Derick.

- Como não?

- Ele não vai ter outra oportunidade de me magoar. Pode me emprestar seu carro? É que não tenho como chegar até lá.

- Eu sei que você não quer mais errar, mas não vai ser um acerto ficar sem o Derick.

- Vai me emprestar ou não?

- Te levo até lá.

Em questão de minutos cheguei à casa de Mathew. Saí do carro e me vi indo em frente em um dos meus piores pesadelos: dar explicações a alguém que eu não queria magoar. Mas estava fazendo aquilo porque Derick não podia saber do ocorrido, não porque eu pretendia voltar com ele, mas porque eu não queria que ele me esfregasse na cara que tinha razão:

- Kate, que bom que você voltou! – Disse Mathew ao abrir a porta e me puxar para dentro de casa, logo após fechando a mesma porta atrás de si. – Fiquei desesperado ao acordar e não te ver mais aqui!

Após dizer isso, Mathew tentou beijar-me, mas eu o afastei:

- Mathew, precisamos conversar.

- Claro, meu amor, mas...

- Ontem eu fugi porque não queria encarar você após o ocorrido. É muito difícil dizer isso, mas, nós não estamos juntos e nem vamos ficar.

- Mas ontem...

- Eu sei o que ocorreu ontem, mas foi um erro meu. É difícil pra mim, mas eu não te amo, o que aconteceu foi porque eu estava carente, despeitada... Não vai acontecer de novo.

- Eu deveria ter imaginado. Eu que peço desculpas por ter insistido.

- Não, eu devo te pedir desculpas. Mil perdões, não deveria ter acontecido.

- Tudo bem, Kate. Melhor ter-te como amiga do que como nada.

- Ah obrigada, você é maravilhoso! – Falei antes de abraçá-lo.

- Vamos continuar sendo amigos, não é? Prometo que nunca mais tentarei ser outra coisa.

- Claro, você é muito importante pra mim. Não quero ser folgada, mas posso te pedir uma coisa?

- Sim, claro que sim.

- Eu não posso impedir a vinda de Derick aqui, ele virá e preciso que você diga a ele que eu nunca estive aqui na sua casa. Por favor, não conte a ele sobre o que aconteceu entre nós.

- Tudo bem, não vou contar, mas você pretende voltar pra ele?

- Não, não pretendo. Mas não posso deixar que ele saiba disso e fique pensando que estava certo ao meu respeito. Não fui infiel. Eu não estava mais com ele quando fiquei com você e não vou deixar que ele pense que sou uma vadia.

- Claro que não vou contar, não quero mais problemas pra ninguém. Mas não se martirize por isso. Você é uma mulher muito melhor que outras.

- Obrigada por tudo, Mathew, obrigada mesmo.

- Foi ótimo reencontrar você, Kate.

- Tchau, Mathew. Até qualquer dia.

- Até, espero que não demore esse dia.

- Não irá.

Saí de lá e voltei para a casa de Anne com ela. Ao chegar lá, pensei que havia um problema a menos, realmente havia. Eu e Mathew estávamos resolvidos. Anne me chamou atenção umas duas vezes por eu não ter ido logo atrás de Derick e voltado com ele, eu apenas ignorei-a.

Enquanto almoçávamos, recebi uma ligação:

- Você disse que não podíamos almoçar juntos, mas eu posso ir até a casa de sua amiga e te ver? É que não estou satisfeito com palavras, quero te ver e ter a certeza de que você está melhor. Ontem você estava triste e cheia de problemas, quero ver se está melhor.

- Deixa eu perguntar pra a dona da casa se ela pode te receber aqui...

- PODE SIM! – Gritou Anne da cozinha.

- Acho que deu pra ouvir.

- Umas quatro horas chego aí, ok?

- Vou esperá-lo.

Almoçamos e eu pensei após tomar banho que desde a manhã do dia anterior eu não havia trocado de roupa. Não por vaidade, mas eu precisava de outra roupa. Pedi a Anne que me emprestasse e ela me emprestou. Logo estávamos de volta a sala, assistindo TV, quando a campainha tocou:

- Deixa que eu atendo. Deve ser o Justin.

Levantei-me e fui até a porta. Era quem eu esperava. Não tive outra reação a não ser convidá-lo para entrar e cruzar os braços com um sorriso no rosto, como quem diz “você veio mesmo”.

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- Obrigado. – Disse Justin após entrar e sentar-se no sofá. – Essa caixa de chocolate é pra você, Kate. E essa pra você, Anne. Posso te chamar de Anne, não é?

-Pode chamar do que quiser contando que anime mais essa loirinha aí que não pára de ser teimosa. E valeu pelo o chocolate, muito gentil de sua parte. – Disse Anne enquanto ia a cozinha guardar os chocolates. – A propósito, ela não parou de falar em você depois de sua ligação. – Disse Anne já voltando para a sala e sorrindo, claro, insinuando besteiras entre mim e Justin.

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- Que bom que não saio da sua cabeça, Kate. – Disse Justin sorrindo.

- Obrigada pelo os chocolates também, mas isso não vai me deixar encabulada.

- Desista, Justin. Ela só fica corada quando está apaixonada.

- Anne!

- Ok, antes que eu apanhe vamos mudar de assunto. – Disse Anne batendo as duas mãos, formando uma palma.

- Acho bom, mas posso saber que sacola é essa, Justin?

- Trouxe alguns filmes para nós assistirmos.

- Acho que você assaltou uma locadora, isso sim. São muitos filmes!

- Não, Anne. Ele tem dinheiro suficiente para comprar quantos filmes ele quiser.

- Não discutam por minha causa, vamos assistir os filmes.

Anne colocou um dos filmes que se chamava “Plano B”, com a Jennifer Lopez. Justin disse que trouxe o filme porque a capa lhe chamou atenção... Eu pelo o menos não havia visto nada de incomum na capa, até prestar atenção no tamanho do popozão da Jennifer Lopez. Sei o que chamou a atenção dele...

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Passamos os três uma tarde divertida juntos. Quando Justin se foi, já era um pouco tarde então eu e Anne fomos logo dormir.

No dia seguinte, descobri que Justin havia se tornado uma pessoa extremamente necessária em minha vida. Apesar dos problemas, a presença dele me colocava para cima, na verdade, com ele eu tinha mais vitalidade, mais alegria. Eu havia ganhado um novo amigo, porém, o que me fez descobri isso foi algo que me deixou triste: ele viajara com sua mãe e amigos para Bahamas. A viagem duraria duas semanas e eu me encontrava desesperada por vê-lo novamente. E bom, minha tristeza não se resumia só a isso. Com o passar dos dias, descobri que o que Anne havia falado era verdade e realmente aconteceu: a raiva de Derick foi evaporando, e quanto mais ele ia até a casa de meus amigos atrás de mim, mais a minha vontade de voltar com ele aumentava. Quase todos os dias ele ia até a casa de Anne, me procurando, mas a resposta era sempre a mesma: “não sei onde ela está”.

- Estou cansada de mentir pra ele, Kate. Quase todos os dias ele vem aqui e dá no mesmo. Viu como ele está? Vive com a cara inchada, provavelmente anda chorando, está magro, pálido e está longe de ser aquele homem lindo que ele era quando estava com você. Acha mesmo que ele não está arrependido? Quando ele estiver morto talvez você acredite! E não é só ele, o que você está sentindo não é mais raiva, e sim saudades, mas você não dá o braço a torcer, não é? Você está como ele, magra, pálida, cheia de olheiras porque não dorme, além de viver chorando... Você vai se autodestruir se continuar com esse orgulho idiota!

- Chega de broncas! Vou sair para procurar trabalho que é o melhor que faço.

Sai de casa batendo portas. Realmente procurei algum tipo de trabalho, mas não havia vagas... Que droga! O que eu faria sem dinheiro? Resolvi voltar para casa e encontrei uma Anne deprimida sentada no sofá de casa:

- O que aconteceu, Anne?

- Achou trabalho?

- Não.

- Tenho uma coisa para te contar, Kate.

- O que?

- Derick acabou de ligar para avisar-me que vai embora do país.

- Quê?! Impossível, e a empresa?

- Ele vai abandoná-la...

- Ele só pode estar enlouquecendo, a troco de que ele fará isso?

- Ele disse que não agüenta ficar mais na mesma casa em que tudo só lembra você. Disse também que não vai adiantar continuar aqui sem você e que ele vai acabar enlouquecendo com seu desaparecimento.

Senti que tudo girava ao meu redor. Que merda eu fizera... Ele ia embora, eu o havia perdido para sempre. Sem poder me conter, cai sentada no sofá com os olhos marejados de lágrimas, lágrimas que logo começaram a escorrer sem destino certo, apenas escorriam e apertavam cada vez mais meu coração.

- Ainda dá tempo... – Disse Anne com toda paciência e carinho. – Ele já está no aeroporto, mas o vôo só sai às 18:30.

- Não adianta, Anne. Está tudo perdido. Já são 18:20 e o aeroporto é longe daqui e do jeito que o trânsito está... Quando eu chegar lá já vão ser umas 19 horas no mínimo.

- Você ainda é a Sra. Mars. Use um helicóptero da DM World.

Olhei para Anne esperançosa. Era minha chance. Aproveitei que a casa de Anne era próxima à sede da DM e ao chegar lá, pedi que um piloto da empresa conduzisse um helicóptero para mim até o aeroporto de Los Angeles. Prontamente me atenderam já que ninguém ainda não sabia de minha separação de Derick e que o mesmo estava prestes a abandonar a empresa.

Rapidamente chegamos ao aeroporto e para não atrapalhar os aviões que estavam lá, o helicóptero logo foi embora ao deixar Anne e eu lá. Fomos até uma atendente e perguntamos se o vôo das 18:30 para Paris já havia saído. A resposta foi positiva e percebi que todo o meu esforço havia sido em vão. Apesar da rapidez do helicóptero não conseguimos chegar a tempo. Abaixei o rosto e já ia chorar quando ouvi Anne falar ao meu lado:

- Nem tudo está perdido. – Disse Anne apontando para trás de mim.

Virei e olhei para o local onde ela havia apontado. Derick estava lá, com o rosto abaixado e triste. Corri até ele e não me importando mais com nada, levantei seu rosto e encostei meus lábios nos dele e disse:

- Vamos pra casa.

- Kate! – Derick levantou-se em um pulo e me abraçou forte. Retribui o abraço na mesma intensidade. – Ah meu amor, pensei que tinha te perdido pra sempre!

- Você nunca vai me perder, nunca! O nosso amor é forte demais pra não haver perdão entre nós...

- Que bom que tudo finalmente se resolveu!

- Obrigada, Anne.

- Por nada, Kate. Aproveite. – Disse Anne saindo do aeroporto e pegando um táxi em seguida.

- Mas porque você não pegou o avião?

- Ainda não saiu.

- Saiu sim. Vai ver que você não prestou atenção no relógio, já são 18:40.

- Uau! Eu realmente devia estar perdido...

Derick segurou minha mão e saímos do aeroporto. Pegamos um táxi que demorou a chegar até a mansão por causa do trânsito, mas chegou. Entramos em casa e deixamos cair tudo o que havia em nossas mãos. Só tínhamos tempo para nós e para nosso amor. Subimos a escada com pressa e ao chegar ao nosso quarto, fechamos a porta e continuamos o beijo apressado. As mãos de Derick estavam fixas em minha cintura, a apertando.

- Perdão, Kate. Amo você.

- Também te amo, Derick. Nada vai nos separar.

- Nunca mais vou te fazer sofrer, nunca.

Derick me conduziu até a cama com toda a gentileza do mundo, como se estivéssemos em nossa lua de mel. Devagar, ele desabotoou minha blusa e a tirou por completo. Seus beijos desceram de minha boca para o pescoço, logo após atingiram meu colo. Derick parou por um instante apenas para tirar a própria camisa e voltar a beijar meu colo. Com um de seus dedos, ele afastou um pouco o tecido do sutiã e desceu os beijos agora para meus seios. Senti arrepios percorrem meu corpo com aquele contato mais íntimo. Então, ele voltou a parar para tirar mais peças de roupa. Desta vez, tirou minhas roupas por completo, deixando-me totalmente nua. Antes de voltar com as carícias, ele percorreu com os olhos todo o meu corpo. Levantou-se da cama e olhando no fundo dos meus olhos tirou toda a sua roupa também.

Deitei-me de lado na cama para receber os beijos e leves mordidas que Derick dava em meu rosto e pescoço. Suas mãos também apertavam todas as partes do meu corpo. Virei para a frente novamente, sentei-me na cama e senti Derick puxar-me para seu colo.

Enquanto uma de suas mãos estava pousada em uma de minhas coxas dando leves apertos, sua outra mão apertava minha cabeça contra a sua própria e puxava de leve meu cabelo, como se quisesse aprofundar ainda mais o beijo e ir mais fundo com a língua em minha boca. Eu estava com as duas mãos em seu peito, mas quando captei a necessidade do meu parceiro, estendi as duas mãos para baixo, fazendo Derick parar o beijo para abrir a boca e soltar um gemido baixo, ele estava de olhos fechados.

Era maravilhoso para eu poder desfrutar novamente daquele prazer com ele. Era diferente de tudo, de um modo amável, mas ao mesmo tempo muito prazeroso. Derick era o homem que eu amava e, além disso, muito bonito, me fazia chegar aos céus apenas com um toque bobo ou um suspiro quase inaudível.

Posicionei-me em seu membro e comecei as movimentações. Derick enrolou os braços envolta de minha cintura e pousou a cabeça em meu colo. De olhos fechados, Derick arfava e apertava cada vez mais minha cintura, enquanto eu descia as mãos em sua costa larga e musculosa, arranhando-a de leve. Eu também estava de olhos fechados e gemia baixinho, quando após alguns minutos de movimentações, senti que o membro de Derick pulsava dentro de mim, e minha intimidade o apertava com força. Nossas respirações estavam descompassadas, estávamos suados e nessas condições chegamos ao ponto máximo do prazer. Gozamos juntos e eu fui subjugada por um prazer indescritível.

Em seguida, quando descansávamos um nos braços do outro, me pronunciei:

- Me perdoe?

- Perdoar você, Kate? Por quê?

- Não interessa o porquê, apenas diga se me perdoa ou não.

- Claro que perdôo. Você mesma disse que nosso amor é forte demais para não existir perdão entre nós dois.

Mesmo que eu não tivesse sido infiel, eu havia sido vingativa com Derick e eu precisava do perdão dele... Aquilo me aquecia a alma.

- Eu juro, Kate, nunca mais vou voltar a ser o que fui naquele dia. Eu sou outro homem, você me transformou.

- Eu sei que não voltará a ser, Derick.

E foi daquele modo, trocando palavras de amor que dormimos tranqüilos.

Qualquer um que dissesse que eu e Derick não viveríamos separados tinha razão... Ele era a razão da minha vida.