"Quando você é criança, a noite é assustadora. Porque existem monstros escondidos debaixo da cama. Quando você cresce os monstros são diferentes. Desconfiança…solidão…arrependimento. E embora você seja mais velho e mais sábio, você ainda se vê com medo do escuro.

[…]

Paola...

Hoje ao acordar, Douglas sussurrou ao meu ouvido um "Feliz Aniversário" e logo estávamos transando. Quando nos deitamos novamente para nos sentirmos mais calmo ele olhou para mim e sorriu fazendo um carinho em meu cabelo "Vamos fazer de novo?" ele me perguntou. E então sorri para ele, fico em cima de seu corpo e o beijo novamente, nossos corpos estão quentes e suados. Olho para o lado e vejo 6h30, me levanto e coloco o roupão caminhando para o banheiro.

— Estamos atrasados para o trabalho. - Digo, ele sorri me olhando enquanto caminho e logo se levanta.

— VAI QUERER O QUE PARA O CAFÉ DA MANHÃ? - Ele grita, volto uns passos para o quarto.

— Nada, eu preparo alguma coisa, você cozinha muito mal Douglas. Vá tomar um banho primeiro, eu preparo o café. - Respondo, ele se levanta pelado e caminha até o banheiro.

Vou para a cozinha e ao fazer o café da manhã a campainha toca, caminho até a porta e ao abrir era Adelina, não consegui conter a felicidade em vê-la depois de tanto tempo, ela não havia esquecido o meu aniversário! Eu a abracei muito forte e a convidei para entrar no apartamento.

Adelina conhece todo o lugar onde morava e se vira para mim "Bagunçado! Mas, não diferente de quando você ficava na mansão" sorri para ela. "Dona Paola, não sabe que hoje é o seu dia e não deveria estar fazendo isso?" ela me pergunta já que estou fazendo o café.

— Desculpe Adelina, mas sabe... Agora sou independente. - Ironizo, ela ri e toma conta da cozinha.

— Como está o emprego?

— Bem, ainda tenho que trabalhar hoje, mas estou bem nele. Bem estabelecida! É fácil, achei que jamais trabalharia na empresa dos meus pais...

— Ninguém imaginaria... E eu não tive mais notícias de Paulina, como ela está?

— Bem, o relacionamento está firme, o curso excelente... Ela tem passado por uns problemas com a Jilian e Carlos Daniel, mas nada fora do comum.

— Devo me preocupar?

— Não mais. Soube que o fantasma de Ian está a assombrando novamente.

— Esse rapaz não vai deixar minha menina ser feliz?

— É estanho não é Adelina? Ian se foi, mas parece que ele realmente "não foi". Ai, vamos trocar o assunto... - Digo passando a mão em meus braços que se arrepiaram.

— Ok... E o seu relacionamento? - Adelina me questiona e se inclina para mim depois de colocar uns biscoitos para assar, e antes que pudesse contar a ela o que estava acontecendo, a campainha toca novamente, estanhei já que não esperava ninguém.

Me levantei e caminhei até a porta enquanto Adelina se servia de café, ao abrir vi Marissa ali segurando uma caixa, ela me olhou dos pés a cabeça, e eu tentei fingir que não ligava, olhei para a criança ao lado dela e sorri.

— O tio Douglas está aí? - A menina pergunta.

— Essa é minha filha, Courtney. - Marissa me diz e logo se vira para a filha - Filha, não podemos mais sair com o tio Douglas, lembra? Viemos apenas entregar a caixa e ir embora. - Ela usava um tom como se eu fosse a vilã da história embora sua filha não soubesse o que rolava. Peguei a caixa da mão de Marissa.

— Pode entrar Courtney, o tio Douglas está tomando banho... Se quiser se despedir dele, entre! - Digo a ela que corre para o apartamento, Marissa sussurra "Não precisa fazer isso" e eu digo para ela entrar, chuto a porta para fechar.

Olhando Courtney ali tão a vontade no apartamento é como se ela já conhecia Douglas há anos, Adelina as olhou estranhando e eu coloquei a caixa em cima do balcão, Douglas logo saiu do quarto trocado, ele se assustou ao ver as duas ali me encarando, dei um sorriso de canto para tentar disfarçar.

Courtney pulou nos braços dele que se ajoelhou a abraçando.

— Quem são? - Adelina pergunta, ainda sorrindo só olho para ela que não faz nenhuma pergunta a mais. A visita foi curta e logo Marissa pegou no braço de Courtney que beijou a bochecha de Douglas e foram embora.

Douglas me olhou esperando que eu gritasse com ele, e Adelina que também já conhecia o meu olhar disse a mim que precisava voltar para a mansão se despediu e despediu-se de Douglas também pegando sua bolsa e saindo do apartamento.

— Paola? - Ele me chama.

— Tire os biscoitos do forno daqui há uns minutos, preciso tomar banho... Ou vamos nos atrasar para o trabalho. Passei por ele indo para o banheiro e Douglas me puxa, resisto tentando me soltar enquanto ele continua. - ME SOLTA DOUGLAS, EU VOU TOMAR BANHO. ME SOLTA, ESTÁ MACHUCANDO. - E ele me solta.

— Isso, grita! O que foi agora? - Ele pergunta.

— VOCÊ TRANSOU COM ELA... OU ENTÃO, COMO ESSAS COISAS ESTARIAM NA CASA DELA? PRESENTES? TROCARAM PRESENTES...

— Paola, eu não transei com Marissa, algumas vezes eu dormi no sofá da casa dela, nunca transei com ela. Eu não menti a você.

— Você pode olhar nos meus olhos dessa vez?

— Paola, eu não transei com Marissa. Eu amo você! - E dessa vez ele olhou nos meus olhos, e para mim bastava.

Jeremy...

Ás 7h acordei e percebi que ainda estava no apartamento de Megan, retirei os braços dela que estavam em meu peito e me levantei colocando a calça e os sapatos, peguei a camisa e saí do quarto.

No balcão de sua cozinha deixei um recado "Te ligo mais tarde!" e abri a porta indo embora. Eu não sabia qual a loucura na qual havia me metido por ter transado com ela, mas foi bom...

No meu apartamento tomei um banho e deitei novamente para dormir, só consegui levantar na hora do almoço onde estava faminto, desci e coloquei o macarrão para cozinhar. A campainha tocou e eu deixei a panela no fogo indo atender a porta, e era Megan...

— Oi! - Ela diz sorridente e me abraça. Como assim ela pode me abraçar? Realmente não sabíamos o que fazer com aquela situação.

— Entre. - Digo a ela, ambos um na frente do outro sem saber o que dizer ou fazer, e eu só tentava evitar aquilo por mais que persistia em fazer sexo com ela.

— Quer ir num parque? - Ela quebra o silêncio, vou até a cozinha e desligo o macarrão.

— Iria ficar ruim mesmo. - Brinco.

Enquanto caminhávamos admirando as árvores (e eu não entendo nada de árvores) sabia que precisava dizer algo porque eu não queria perder a amizade com ela em primeiro lugar. Sentia falta de fazer sexo desde que havia terminado com Britney.

— Eu ia te ligar...

— Mas não ligou. - Ela completa. - E saiu de fininho do apartamento hoje.

— É, não liguei.. Escuta Megan, desculpe!

— Cara, quem sai de fininho do apartamento? Foi uma burrice o que fizemos. - Megan me diz aumentando um pouco seu tom de voz.

— Escuta desculpa. Mas, eu tinha coisas a fazer, relaxa. - Minhas mãos estavam no bolso da calça, e ela segurava sua bolsa ou mexia em seu cabelo.

— Ok, é... Esse lance todo foi uma loucura. - Ela diz.

— Eu sei, nem deveríamos ter feito.

— É, não combina comigo isso Jeremy. Vamos esquecer tudo. É claro, bom eu já fiquei uma vez só com um cara... Nós já ficamos, mas... - Tem razão. - Respondo.

— É que nós dois acharmos que somente transar é uma...

— Bobagem. - Complemento.

— Exato! Viu, eu me importo. Eu fico dizendo que não, e tento ser durona, porém.

— É uma fachada para as pessoas. - Digo, ela sorri num sarcasmo. - Só quer se proteger das pessoas, eu entendo isso Megan.

— Nossa Jeremy, vai ficar agora agindo como a p- porra do terapeuta da minha mãe? Tá igual a ele.

— Megan, eu sou o seu amigo. E sei que quando quer falar palavrão retrocede um pouco e gagueja.

— Eu não sou assim Jeremy, não me conhece direito, mas que p- porra! - Novamente, dou um sorriso e aponto para ela.

— Fez de novo. - Digo, e uma criança se aproxima de nós nos dando uma rosa. Megan me olha e eu agradeço a menina que saí correndo com uma cesta de rosas.

Voltamos para minha casa e enquanto ela segurava a rosa, nos beijamos novamente e transamos no meu sofá.

Peter...

Hoje acordei ao lado de Luna em sua casa, estávamos cansados demais para levantar e fazer algo, então queríamos passar o dia na cama, e assim foi feito. Foi o tempo a mais para conhece-la melhor. Soube das pessoas que ela não gostavam do escritório, das que gostavam e os seus sonhos.

Os sonhos de Luna Rivers não incluía "o amor da sua vida" talvez a sua alma gêmea, porém ela estaria ocupada demais para se apegar a ele, Luna gostaria de conhecer o mundo, e não via uma família ao lado, filhos, marido. Talvez a pessoa com quem se envolvesse. E Luna, queria ter dinheiro e doar a ONG's.

Nos levantamos para almoçar e então ela foi tomar um banho para irmos a casa de Carlos Daniel arrumar as coisas para o aniversário de Lina e Paola.

Arrumei a cama que havíamos ficado o dia inteiro e quando ela saiu do banho parou em frente ao espelho e penteou seus cabelos louros, peguei uma toalha e fui para o banheiro.

— Ei Peter! - Ela me chama e eu volto parando na porta para ver o que havia de errado. - Não acha estranho eu ir para te ajudar e nem ao menos conhecer nenhum de seus amigos? - Ela pergunta nervosa.

— Claro que não! Eles são muito receptivos. Não tem com o que se preocupar, tudo bem? Luna me olha e dá um sorriso, mas não estava confiante. Eu não sabia que Luna Rivers tinha medo de conhecer pessoas.

— Vem aqui. Sente-se aqui, vou contar algo. - Digo a ela e pego em suas mãos a levando para a cama. - Quando eu conheci minhas irmãs, eu havia me levantado e pensei tantas vezes em como falar com elas... Então, eu cheguei no dia de ação de graças, enfrentei. E todo o nervosismo desapareceu quando eles o abraçam, foi difícil um pouco para Lina aceitar, mas eu sou o meio-irmão que apareceu 23 anos depois em suas vidas. E agora você está comigo, e será ainda mais fácil... E, vai ter muita bebida lá. - Digo e ela dá um beijo em minha bochecha, me levanto indo para o banheiro e ela me chama novamente.

— Que história mais lindinha, eu já iria só queria ver o seu argumento. - Ela diz e começa a dar risada, olho para o corredor e há o seu all star azul, o pego jogando nela que se defende pegando o travesseiro.

Depois do banho, eu já havia me trocado e Luna trocou de roupa 4 vezes na esperança de "estar confortável e sexy ao mesmo tempo" e logo ela apareceu ali na minha frente, usando um vestido preto e o seu all star azul - era o seu favorito - rodopiou na minha frente e pegou seu casaco.

— Me decidi. - Ela me diz animada.

— Essa foi sua primeira roupa, e eu disse que estava ótima! - Respondi levantando da poltrona e pegando meu celular.

— Peter, eu mudei o penteado. Você viu? O soltei, há uma diferença.

— Continua linda. - Ela sorriu e me beijou abrindo a porta de sua casa, peguei as chaves do carro e fomos até a casa de Carlos Daniel.

Jilian...

Quando acordamos hoje, Mark desceu para preparar o café da manhã enquanto eu amamentava Emily - a banhei e logo descemos, coloquei ela ao meu lado no carrinho com seu brinquedo favorito a Dory do filme "Procurando Dory/Nemo"

— Amor, estava pensando... Sobre o batismo dela. - Digo ao Mark que sorri e olha para ela fazendo cócegas em sua barriga.

— Vai aceitar? - Ele pergunta e come um pedaço da torrada. Fiquei quieta por um tempo e tomei um gole do café. - Jilian, isso é muito importante para mim. Na Igreja em que cresci, eu quero que a nossa filha tenha uma crença, e eu sou cristão... Eu posso leva-la todo domingo a Igreja e você não precisa nos acompanhar, mas é importante ela saber que existe um Deus.

Lembrei do conselho que Paulina havia me dito e Mark merecia aquilo, e eu não iria recusar.

— Tudo bem! - Respondo.

— Tudo bem? Assim tão fácil? - Ele pergunta e eu concordo, ele se inclina e puxa minha nuca para me dar um beijo, e logo pega Emily no colo. - Ouviu parceira? A mamãe deixou... - Ele brincava com Emily e logo se virou para mim. - Vou marcar uma data próxima para batiza-la logo.

Terminamos de tomar café, ele brinca um pouco com Emily e me dá mais um beijo indo trabalhar na porta da sala grita que nos ama. Lavo a louça e pego Emily a levando para a sala onde estava todos os seus brinquedos. Quando ela adormeceu, da janela vi a mãe de Mark chegando, abri a porta e sussurrei a ela que iria tomar um banho para poder abrir a livraria.

— Sinto muito pelo incômodo dona Lucy, eu vou tentar arranjar uma babá o quanto antes.

— Imagina! Não é um nenhum problema cuidar do meu anjinho. Falou com Mark sobre o batismo?

— Sim, ele vai marcar uma data para batiza-la. - Digo, estou com os braços cruzados encostada na parede e de repente ela me puxa e me abraça muito forte.

Tomei um banho e logo fui até a farmácia próxima para comprar mais fraldas para ela e uns remédios de dor de cabeça para Mark, volto e deixo tudo com dona Lucy e vou para a livraria. Mais tarde iria ter a festa de Lina e Paola.

Paulina...

Eu não havia sonhado com Ian naquela noite e aquilo era um ponto alto para mim, mas hoje ás 5h30 Carlos Daniel me acordou e pediu que eu fizesse panquecas (ele não sabia fazer!) tomamos café e não havia nenhum sinal de pessoas lá fora que fizesse barulho, somente nós estávamos acordados.

Entrei no carro com ele e pegamos a estrada para irmos até a cidade que ele nasceu - Elora - e esse era o meu presente de aniversário. Não poderia ser melhor, pois descobriria mais sobre ele. No caminho ouvimos Miley Cyrus (ele odiava) e eu cantava We Can't Stop, Carlos Daniel colocava a mão no meu rosto e mordia seu dedo "Remember only God can judge us" e ele colocava na estação de rádio que gostava.

— Mas, é meu aniversário! - Eu digo e volto a cantar para ele aumentando o volume. "So la da di da di we like to party" Por volta das 7h chegamos na cidade, estacionamos o carro e fomos andar pela cidade, onde o padeiro abria sua padaria, a florista chegava em sua van toda colorida e enfeitava sua floricultura. As donas de casa saiam para comprar os pães, e as crianças iam a escola.

Passamos em frente a casa de Carlos Daniel que havia sido vendida há uns anos, ele pegou em minha mão e olhava por todo o seu quintal dizendo que adorava correr por ali, me mostrou onde escondia os brinquedos de Manuela sua irmã caçula. Fomos até um pequeno mercado onde ele comprou pães e mais umas besteiras e me levou até Elora Gorge Conservation Area Parking, era uma área florestal que continha canyons e uma piscina natural.

Quando nos sentamos nos arrumando nos deitamos e ele falava com alegria sobre seu pai que havia falecido e como os dois se divertiam quando iam para lá.

— Seu pai deve ter sido um homem muito inteligente.

— Ah, era sim... Você teria gostado dele, fazia piadas a todo o momento para deixar qualquer pessoa feliz, mas, vivia atormentado com as contas que não podia pagar. Então, ele me pedia para escolher um lugar e vínhamos aqui quase sempre, nadávamos e depois a noite íamos para casa jantar e contar histórias a minhas irmãs.

— Sabe o que quero fazer? Nadar. Vamos nadar! - Digo a ele me levantando e o puxo o levantando e entramos na água fria.

Depois de nadarmos, conversarmos e comermos o pôr do sol havia chegado, ele pegou as coisas e novamente de mãos dadas caminhamos até o seu carro, ele guardava as coisas enquanto eu apreciava a cidade.

— Ó! Será que podemos ficar aqui para sempre? - Pergunto, ele beija minha testa e sorri passando a mão em seu cabelo logo em seguida. - Obrigada por hoje amor. - Coloco minhas mãos em seus ombros e ele segura minha cintura. - Eu gostei muito! - Digo e logo o beijo. - Eu te amo.

— Também amo você. - Ele me diz e eu abro as portas entrando no carro.

Liguei o celular e vi uma mensagem de vídeo, abri e era os meus pais me mandando Feliz Aniversário e eles diziam animados que me mandaram 500$ e para Paola também, mas, eu não precisava do dinheiro... Eles nem para vir abraçar minha irmã ou me abraçar.

Quando chegamos na casa de Carlos Daniel, ele guardou o carro na garagem, e pegou as chaves do seu bolso todo animado, parei ele por um momento e perguntei se ele não fez uma festa para mim e Paola.

— Não fica brava! - Ele me disse.

— Carlos Daniel! - O chamo repreendendo-o.

— Paulina! Me escute, todos aí dentro vieram para passar a noite com você, seja gentil e para de ser tão marrenta.

— Marrenta? - Pergunto a ele e cruzo meus braços.

— Sim, chata. - Ele responde e abre a porta, onde todos param e gritam "Surpresa" Paola já estava ali dentro, Jilian vem ao meu encontro com um copo de tequila e diz que já haviam gritado para ela e eu tinha demorado para chegar.

— Paulina, meu amor? - Ouço alguém me chamar, e ao olhar para trás vejo Adelina, a abraço muito forte, ela me parabeniza e conversa comigo por uns minutos, e logo me dá uma caixinha e fica sem graça por aquilo. - É bem simples, só uma lembrança.

— Muito obrigada! - Digo, e ao abrir a caixinha vejo uma pulseira que ela havia comprado para mim.

— Bom, já devo ir... Por favor me ligue qualquer dia e hora. Feliz aniversário meu amor... Seu namorado é um gato! - Ela sussurra e se aproxima dele o abraçando.

— Amo você Adelina! - Digo a ela que sorri e acena para mim e Paola grita para ela do balcão de bebidas "Tchau Ade, amo você" e Adelina grita a ela que a ama também.

Peter se aproxima de mim e me apresenta Luna, a cumprimento e ele me conta sobre a relação deles, Luna dá um tapa em seu peito "Peter, vai assustar sua irmã assim" ela diz aproxima-se de mim "Eu mando nele" eu dou risada e fecho a mão com o dedo positivo para ela, aponto para Carlos Daniel "Eu mando naquele" e ela sorri de volta.

— Adorei o seu tênis. - Digo a ela.

— Ah, muito obrigada!! Eu o amo, não consigo ficar de salto por muito tempo. Paulina, certo? - Luna pergunta. - Eu comprei isso para você, espero que goste.

— Meu Deus, obrigada. Não precisava, mas muito obrigada mesmo assim. - Digo a ela olhando o livro "Razão e Sensibilidade" de Jane Austen.

— É meu presente e do Peter. - Ela sussurra. Jeremy se aproxima trazendo com ele sua nova namorada, Carlos Daniel também se aproxima e me traz um copo de tequila, nem havia retirado a bolsa do ombro ainda, Jilian a pega e leva para o meu quarto. - Com licença. - Peter e Luna diz e saem dali.

— Obrigada mais uma vez! - Grito.

— Paulina, feliz aniversário! - Ele me abraça. E logo Megan me cumprimenta. - Essa é Megan! Nós somos... Amigos.

— É um prazer conhece-la. - Ela me diz e também ficamos ali conversando por um tempo.

Quando finalmente posso andar pela casa, cumprimento Paola e ela me aperta dizendo que estava feliz pelo aniversário de 19 anos. Douglas me para e me abraça me cumprimentando também e eu estranhei ele estar ali, o que só poderia significar que os dois voltaram - mais uma vez. - Mark está bebendo com Carlos Daniel e eu vejo Jilian sentada ao sofá, me aproximo e me sento ao seu lado, fazemos um brinde de tequila e tomamos, encostamos ao sofá.

— E a Emily? - Pergunto.

— Está com a mãe do Mark... - Ela responde. - Ele vai marcar o batizado dela.

— Aceitou?

— Sim... É importante para ele, então também é para mim.

— Isso é bom! O que achou da Luna e da outra menina... Megan? - Pergunto.

— Luna é tímida mas gostei do all star azul. Megan é mais agitada, nada demais. Gostei delas! E você?

— São bonitas, Luna me deu um presente. Um livro! - Comento.

— Uau! Ponto para ela então. Onde estava hoje?

— Carlos Daniel me levou para conhecer a cidade dele. Me diverti bastante. - Sorrio para ele, e ela me olha tomando um gole da minha tequila.

— Vai para o quarto com ele.

— Nossa, parece que alguém não está transando. - Olho para ela que respira fundo.

— Quase 6 meses sem transar Paulina, sabe o que é isso? - Jilian diz.

— MEU DEUS! Resolvam isso logo, por que não transam mais?

— Não consigo, não com essa perna.

— Jilian... Mark não liga para isso, sabe disso.

— Eu sei, mas não me acho sexy. Eu vou resolver isso com ele, vamos falar sobre outra coisa por favor. - Ela me pede. - Sua irmã... Ela está bem animada, não acha? - Olho para Paola que está dançando com Megan, Luna e Peter.

— Sim, ela adora aniversários! Mas, não sabia que ela havia voltado com Douglas. - Digo.

— Sim, Paola é cheia de surpresas. Ei! - Ela me chama. - Feliz aniversário Lina.

— Obrigada Jilian! Agora vamos dançar também.

Dançávamos ali no meio da sala e de repente Douglas e Carlos Daniel desligam o som e se aproximam nos trazendo dois pequenos bolos e Jilian que sabia que eu não gostava que cantavam parabéns pediu que eu fizesse um pedido e assoprasse as velas já e para mim estava bom, se não fosse por Luna que gritou "Não vão cantar parabéns?" olhei para Jilian que sussurrou "Acabou de perder um ponto." e logo Paola começa a cantar.

Fizemos nossos pedidos e de repente vejo Paola chorando, Douglas tenta acalma-la e todos olham para ela, Jilian tenta disfarçar a risada e ela saí da sala enquanto Douglas vai atrás dela.

— Você não está amamentando ainda? - Pergunto a ela que segurava a tequila para se servir, Mark pega a bebida e retira da mesa de bebidas. Saio dali e vou atrás dela. A vejo sentada ao chão enquanto Douglas tenta conversar com ela. - Douglas. Posso conversar com a minha irmã? - Peço a ele que se levanta com o copo de bebida na mão e entra na casa novamente. - O que foi? - Pergunto agachada ao seu lado segurando a garrafa de tequila.

— Papai e mamãe não vieram nos ver hoje. E tô cansada de imaginar Marissa e Douglas. Sabia que ela foi no apartamento hoje? - Paola me diz e se deita olhando as estrelas.

— Ah, quem liga para o pai e a mãe? Eles estão bem lá Paola, pelo menos lembraram do nosso aniversário. E, pare de desconfiar deles, ele confirmou ter transado com ela?

— Não, disse que nunca transou com ela.

— Então... E por que ela foi no apartamento hoje?

— Entregar a caixa com os pertences dele. Vagabunda! Ainda levou a filha, Courtney para amolecer o coração de Douglas, a vadia é mais inteligente do que pensei. - Me deito ao lado dela e passo a garrafa, ela ergue a cabeça e bebe a tequila, ouço a porta se abrir e Peter vai ver como estamos.

— Ah Peter! Deite conosco. Olhe que céu estrelado. - Digo a ela que se deita ao lado de Paola que passa a garrafa de tequila para ele e também toma um gole.

— Vocês sabem que temos que entrar, não sabem? - Ele pergunta.

— Espere uns minutos! - Digo... E então, dez minutos depois Douglas aparece perguntando por ela, eu e Peter nos levantamos e eu pego a garrafa entrando na casa novamente. Não demorou muito até que eles entraram, felizes como se Paola nem tivesse chorado há uns minutos.

Quando cortamos o bolo, Paola deu seu primeiro pedaço ao Douglas e esperavam por mim, a quem recorri a Jilian, Jeremy tirou sarro da cara de Carlos Daniel e perguntou "Por que não o seu namorado primeiro Lina?"

— Jilian é o que faz o triângulo da nossa relação. - Respondi e então dei o outro pedaço a Carlos Daniel.

Megan logo sugeriu brincar de "Quem Sou Eu?" Carlos Daniel foi até seu escritório e pegou o seu baralho levando-o para a sala enquanto eu pegava o canetão e nos dividíamos para brincar.

Dentre várias brincadeiras na qual Jeremy e Jilian ganharam o Quem Sou Eu, ligamos o Nintendo Wii e jogamos tênis, e depois tiros (Carlos Daniel havia vencido porque ele rouba).

Ás 2h da manhã, todos haviam ido embora, olhei para a sala dele que estava um pouco suja e bastante bagunçada e Carlos Daniel me pegou ao colo me levando para o fundo da casa, ele abre a porta e Finn o cachorro vem correndo ao colo dele.

— Posso ter minha namorada agora? - Ele pergunta e me beija. De repente não o sinto mais, estou na água, Carlos Daniel havia me jogado na piscina. Quando olhei para ele, estava retirando sua camisa e então pulou na água comigo, me puxou para perto dele.

— Me beije! - Digo.

— Quer que te beije? - Ele pergunta.

— Minha boca está sentindo falta da sua. - Respondo e ele sorri. Nossos olhos se cruzaram, senti sua mão na minha nuca enquanto eu segurava seu quadril, lentamente nos aproximamos e então os nossos lábios se encontraram. Minhas mãos subiram para seu rosto e meu corpo já não estava mais respondendo havia perdido o controle dele. Parei de beija-lo e joguei água em seu rosto e me retirei da piscina.

Peguei um roupão e fui me sentar o observando, me deitei na cadeira e logo ele saiu da água totalmente molhado e eu não conseguia retirar os olhos dele. Carlos Daniel se aproximou de mim e se deitou em cima da onde estava me molhando. E então, beija meu pescoço.

— Está me molhando inteira! - Digo, ele sorri e se levanta sentando-se a cadeira ao lado, passa a mão em Finn e coloca um pouco de uísque em seu copo, coloco meu dedo entre meus dentes e não queria que aquilo parasse. Me levanto e retiro o roupão. Minha blusa transparente deixava meus seios aparecerem, sentei-me no colo dele e retirei o copo dele. - Mas, eu não pedi para parar! - Complemento.

Coloco minhas pernas ao redor dele que aperta minha bunda e volta a me beijar.

Ele dá um puxão no meu cabelo e me leva para mais perto dele, passo minha mão em seu peitoral e Carlos Daniel retira minha blusa - mas como ela está molhada, a blusa para na minha cabeça e eu começo a dar risada com os braços esticados - quando ele consegue retira-la, dá um sorriso e passa a mão em minhas costas.

— Você é tão linda, Lina! - Ele me diz.

No dia seguinte...

Acordamos ao sofá e eu nem lembrava de como havia parado ali, mas lembrei-me de ter feito amor com ele perto da piscina. Me levantei e fui até o banheiro para tomar um banho, não demorou muito e ao sair vejo que ele continua ao sofá pelado dormindo. Deus, nem parecia que havia feito 20 anos!

Fazia tempo que não usava brincos e então decidi coloca-los hoje, me inclino e dou um selinho nele que abre seus olhos lentamente se espreguiçando ao sofá e dá um sorriso, quando olha para seu corpo e vê que está nu, pega a manta do sofá que havia deixado ali (quando assistimos filmes que ele deixa por lá)

— Vai querer que eu te busque? - Ele me pergunta, hoje eu e Saddie a menina do curso que não gosta nada de mim iríamos ao mercado decidir o que fazer e comprar as coisas.

— Eu vou limpar aqui primeiro, depois vou lá. - Respondo.

— Não precisa! Pedi para Maureen vir limpar, ela é empregada do nosso vizinho, Bill. Eu também vou sair, por isso quero saber se prefere que eu te busque ou se vai com o seu carro.

— Onde você vai?

— Vou no escritório assinar uns papéis e ver a data de estreia do filme "Um Belo Desastre" e depois vou comprar mais tinta para terminar o quadro. E então, quer que eu te busque?

— Não. - Me aproximo dele que segura a manta em seu corpo. - Eu vou com o meu carro. - O beijo e pego minhas chaves, ao abrir a porta vejo Maureen e Carlos Daniel corre para a cozinha, dou risada.

— Desculpe a bagunça e me desculpe por ele também, ele está pelado.

— Oh! Imagina. - Maureen responde.

Paola...

Ao amanhecer acordei Douglas, pois minha mãe havia me ligado dizendo que precisava me ver, tomamos um banho e nos alimentamos e partimos para a cidade indo até a mansão.

Não sabíamos bem o que esperar por lá, e depois de uma hora de viagem chegamos em casa. Saltei do carro e Lalinha me cumprimentou, Douglas desceu do carro guardando as chaves e seu celular.

Caminhamos até o jardim e vi meus avós também, nós os cumprimentamos e eles trataram Douglas super bem, como se nada daquela confusão tivesse acontecido, todos eles me parabenizaram pelo meu aniversário dia anterior.

— Quer almoçar conosco filha? - Minha mãe me pergunta.

— Bom... - Gaguejo e Douglas assume a minha fala.

— Adoraríamos senhora Martins. - Ele responde, e nos sentamos ali com eles.

Sentada ali ouvindo as conversas de meus avós sobre as viagens que haviam feito pela Europa, ou os meus pais conversando sobre suas empresas, tive um pequeno momento em que falei sobre a festa noite anterior na casa de Carlos Daniel, eles pareciam muito contentes por nós duas e também pelo Douglas, e nem sabiam que havíamos terminado por um longo tempo. Diria o mais longo.

Quando Lalinha e Adélia serviram o almoço, meu pai se levantou e fez um brinde - A minha filha que fez 19 anos ontem - só não mencionou Paulina... Brindamos, e meu avô pergunta se eu já havia me interessado por algum curso de moda, digo a ele que ainda não, estava muito ocupada trabalhando na empresa dos meus pais. Para a minha surpresa, meu avô retirou de seu terno um cheque e passou para mim que sentava a sua frente.

— Esse é um cheque meu e de sua avó. - Ele me diz. Olhei para o cheque que estava no valor de $30000 e duas passagens para Nova York.

— Ai meu Deus! - Grito, Douglas olha para mim e sorri e logo toma um gole do vinho.

— Não é só isso! - Minha mãe diz e se levanta vindo ao meu encontro, meu pai lhe dá umas chaves a qual ela me entrega. - Paulina ganhou o carro dela, e agora você ganha o seu.

— Mamãe! - Digo, e ela me abraça.

— O carro estará sendo entregue no apartamento da Paulina já que não sei onde vocês foram morar. - Ela diz, e então meu pai ergue sua mão e me dá um cheque. - Ah sim, este cheque de $10000 você entrega a Paulina, sim? É para o começo do restaurante dela, como eu sei que ela não iria aceitar muito dinheiro, vamos dar para pelo menos um começo. - Minha mãe complementa.

Peter...

Quando chegamos da festa fomos para o apartamento a qual eu alugava o quarto, e aparentemente era o meu local agora desde que Paulina foi morar com Carlos Daniel.

Acordei ao lado de Luna, e quando descemos para tomar café, ela recebe uma ligação de sua amiga Hannah a qual lhe disse que teria outra festa esta noite.

— Peter, quer ir na festa comigo? - Ela pergunta segurando o celular, mordo a geleia sem responder pois estava cansado e hoje não queria fazer nada. - Assim conhece meus amigos também. - Droga! - pensei.

— Tudo bem. - Digo.

Quando Luna desligou o celular e continuamos a conversar e tomar o nosso café da manhã, me levantei e fui até a pia colocando a louça lá, apenas de cueca e ela apenas de sutiã e calcinha, olhei e pensei em tudo o que estava rolando entre nós.

— Acho que "isto" entre nós está rolando alguma coisa. - Penso em voz alta, e Luna se levanta me encarando chateada por ouvir aquilo, e se aproxima.

— Peter, sinto muito... Mas, você sabia onde estava se metendo. Se não estiver pronto, tudo bem, podemos romper tudo. Apenas me fale porque não quero causar sofrimento a você lá na frente caso a gente não dê certo. - Olhei para ela, e não conseguia imaginar ficar sem aqueles lábios, ou o seu beijo. E então, a beijei.

Eu sorri a Luna, e mesmo me sentindo mal por ter perguntado, sorri.

— Nada daquilo era sério.

— Obrigada! - Ela me responde e então sobe para o quarto. Tiramos o dia para não fazer absolutamente nada.

Jeremy...

Ainda enquanto estava dormindo meu celular tocou e era Peter, ele me convidou para ir e pediu que eu levasse a cerveja hoje, Megan volta do banheiro sem roupa alguma e se deita ao meu lado para dormir ainda, pergunto a ele se posso levar mais uma pessoa e Peter concorda.

— Quem era? - Megan pergunta com o travesseiro em seu rosto e cabelo totalmente bagunçado.

— O Peter nos convidando para outra festa, topa? - Pergunto.

— Ok, agora cale a boca que preciso muito dormir, estou com dor de cabeça.

Mais tarde depois que Megan tomou um remédio e já queria ir para outra festa, ela foi tomar banho enquanto eu assistia televisão, a campainha tocou, me levantei e atendi a porta.

— Lauren? - Pergunto.

— Oi Jeremy! - Ela grita, e Henry pula nos meus braços.

— Oi amigão! - Digo a ele, era o meu sobrinho de 7 anos e minha irmã, Lauren, mais velha. Megan saiu do banho coberta apenas pela toalha e Henry a vê, quando ela se toca que estamos ali, sobe correndo para o quarto. Dou risada por aquilo e Lauren me olha feio porque Henry a viu naquele estado.

— Nova amiga? - Ela pergunta.

— Cala a boca e entra aí. - Respondo, Henry corre para sentar-se no sofá e assistir seus desenhos trocando de canal do meu filme - Harry Potter -

— Harry Potter de novo Jeremy? - Ela pergunta. - Que gay!

— Lauren! Harry Potter não tem nada de gay, fala o que você quer logo. - Digo a ela que dá risada e logo Megan desce as escadas e cumprimenta Henry que está ao sofá e vem até nós que estamos na mesa da sala de jantar.

— Desculpe por aquilo! Sério. - Ela diz nervosa.

— Imagina! Prazer, Lauren.

— Ah, Lauren! Que nome lindo. O meu é Megan, prazer.

— O seu também é lindo Megan. Então, é a nova namorada do meu irmão?

— Não... - Ela diz.

— Não mesmo. - Respondo.

— Não mesmo? Por que é tão ruim ser meu namorado? - Ela pergunta.

— Não foi isso o que eu quis dizer... É só que... Somos amigos que transam. - Megan cruza os braços e logo me dá um tapa.

— Amigos coloridos? - Lauren pergunta.

— É. - Digo.

— Quantos anos vocês tem? 16?

— O que você quer Lauren?

— Eu preciso resolver uns assuntos essa noite, pode cuidar do Henry pra mim?

— Bom... - Olho para Megan, pois hoje iríamos para a festa.

— Claro que sim! - Megan responde a Lauren.

Paulina...

Quando fui para a casa de Saddie, assim que saltei para fora do carro ela estava em sua porta e desde então fiquei ouvindo suas ironias a meu respeito como por exemplo "Uau, que carro maravilhoso, chique!" ou sobre o meu namoro com Carlos Daniel.

— Como sabe dele? - Pergunto.

— Você fez uma homenagem na frente de uma imprensa, o que queria? - Ela responde.

Entrei em sua casa e perguntei a ela como pretendia fazer os três pratos que Saul Juanes havia nos selecionado, discutimos por um tempo as nossas ideias e fui olhar as compras dela.

Depois de muito brigar voltamos ao mercado e compramos ainda mais coisas para que o prato saísse maravilhoso, ela dizia que eu não precisava daquilo tudo.

— Saddie, estamos aqui para aprender! - Respondo a ela que anda na frente.

Aquele era o prato mais importante de todos a qual teríamos apenas 3h30 para prepara-los para dois chefes dos restaurantes famosos de Toronto, e ao próprio Saul Juanes.

A tarde me despedi de Saddie e voltei para a casa de Carlos Daniel, brinquei um pouco com Finn antes de entrar, e quando adentrei vi que ele ainda não havia chegado. Mandei mensagem a ele e fui a cozinha para preparar um jantar a ele.

Uma hora depois quando finalizava o prato, ele chegou e guardou suas coisas no seu escritório, veio ao meu encontro e me beijou.

E ás 23h quando fomos para a cama, novamente eu não sonhei com Ian.

Jilian...

Na manhã de sábado, Mark me levantou e trocou Emily dizendo que deveríamos sair para resolver uns assuntos. Passamos na casa da dona Lucy e deixamos Emily.

Fomos até uma padaria e tomamos um café da manhã, ainda sem saber para onde ir não perguntei, achando que seria uma enorme surpresa. E foi, só que eu já esperava por aquilo.

Mark me levou até a Igreja onde ele cresceu e iria fazer o batizado da nossa filha, entramos numa sala para conversar com o Padre, e então a próxima sexta seria o batizado de Emily.

Quando saímos da Igreja, fomos ver minha tia Rosie pois há 6 meses não a via. Ela continuava na mesma, e ainda estava namorando o Alex, os dois agiam como se tivessem 17 anos na juventude.

Entrei em seu quarto para abraça-la e conversar, mas o Alzheimer estava muito avançado e ela se recusou a me abraçar, e gritava que estava triste comigo, como se eu Jilian, fosse minha mãe antigamente, Maggie - ainda assim, a abracei, ela gritava contra, mas eu a segurei.

— Jilian? - Ela me chama.

— Tia! - Respondo e a aperto em meu peito. Conversamos por um tempo, e ela me perguntou sobre minha faculdade. - Eu não terminei tia, eu tive de tranca-la por um tempo... E depois a larguei, não tinha mais dinheiro para pagar. Não consegui fazer nem medicina, nem fotografia.

— Que pena! Esperava que você fosse alguém importante, e hoje em dia não faz nada. Jilian, você não queria isso até 5 meses atrás, se recusava.

— Tia, isso foi há 4 anos. - Respondo.

— Não, não pode ser! Você tem 17 anos ainda.

— Tia, eu vou fazer 23. Eu tenho uma filha já, ela é linda. E aquele ali na porta é o meu marido, Mark. - Digo a ela que olha assustada para nós. Minha tia começou a ficar nervosa, e Marta entrou em seu quarto tentando acalma-la.

Quando saímos dali, Marta me diz que uma outra pessoa deu entrada naquele asilo, era a minha avó, a quem eu não era nem um pouco de contato. Minha avó tratou meus pais muito mal a vida inteira, e agora também foi diagnosticada com Alzheimer.

Entrei no carro e não conversamos sobre nada, em minha mente eu só conseguia pensar na minha tia, ou, se eu poderia ter alzheimer também, aquilo começava a me assustar.

Mark recebe uma ligação da sua mãe, desesperada, ele colocou no viva voz e consegui ouvir Emily chorando.

— Lucy, o que houve? - Pergunto.

— Emily está ardendo em febre, eu não sei o que faço. - Ela diz, Mark dá a volta para pegarmos Emily, isso não poderia estar acontecendo, não a minha filha!

Peter...

Quando Jeremy me disse que não poderia ir a festa, passamos no bar e compramos cervejas, ao chegarmos lá Luna me apresentou aos seus amigos, e, foi se servir de alguma bebida. E, para a minha surpresa, lá estava Sofia.

Sofia dançava com algum dos amigos que eu não me lembrava o nome, e quando meu viu se aproximou na esperança de poder conversar comigo, e para a minha sorte Luna chegou na hora. Me deu um copo da bebida e pôs sua mão em meu ombro.

— Amor? - Ela me chama, olhei para ela estranhando e Sofia ficou sem graça. - Não vai me apresentar sua amiga? - Ela pergunta.

— Ah sim! Essa é Sofia... Sofia, essa é Luna, ela é minha...

— Sou a namorada do Peter. - Luna responde, Sofia se apresenta dizendo que era residente do hospital, e dá as costas. - Cansei de ficar aqui, quer ir para casa? - Ela pergunta, larguei a bebida e saímos do apartamento.

No carro ficamos quietos, sem falar absolutamente nada, até que ela quebrou o silêncio.

— Ela é sua ex namorada?

— Sim... - Respondo.

— Você ainda a ama?

— Não, a amei muito... Mas, ela decidiu me trair, então, hoje estou aqui, melhor sem ela. Escuta, obrigado por aquilo.

— Imagina! - Ela responde. - Preciso de uma cama agora.

— Eu também.

Dormir…é a coisa mais fácil de se fazer. Você só…fecha os olhos. Mas para muitos de nós, dormir parece estar fora de nossa compreensão. Nós queremos, Mas…não sabemos como conseguir.

Paulina...

No meio da madrugada recebi o telefonema de Jilian dizendo que estava com Emily ao hospital, me levantei e me troquei pronta para ir ficar com ela. E, Carlos Daniel também.

Paola...

Desde que chegamos do almoço Douglas e eu discutimos por aquilo, e a noite sentados um de frente para o outro, exaustos, perguntei por que o incomodava tanto a viagem.

— Douglas, é a oportunidade da minha vida!

— Paola, acabamos de retomar o relacionamento, eu não quero que você vá.

— Você pode vir comigo Douglas, são duas passagens.

— Não vão largar meu emprego Paola, é a única coisa que tenho.

— Meu pai pode conseguir outro para você lá. - Respondo.

— Não! Eu não quero que fique pedindo toda hora por mim Paola. Aqui está minhas coisas, eu me candidatei a uma faculdade, sabia?

— Se candidatou? Por que não me disse?

— Tínhamos terminado! Paola, espere um tempo para viajar. Não vá agora.

— Eu não posso mais adiar Douglas. Eu acho que nós não temos mais como ficarmos juntos.

Fui para o nosso quarto e guardei minhas roupas na mala, ouvi Douglas quebrar copos na cozinha, estava com muita dor de cabeça, quando voltei para lá, vi ele lavando sua mão já que havia se cortado com o vidro quebrado.

— Seus avós fizeram isso de propósito, tenho certeza! - Ele me disse.

— Não ponha minha família nisso Douglas! Finalmente tenho eles ao meu lado, sabe que nunca os tenho. E se ficássemos num relacionamento a distância. Tem o skype, e podíamos nos ver os finais de semana.

— É horrível Paola! Eu não acredito que vou te perder novamente.

- Eu vou embora. E vou aceitar as passagens para ir, o curso começa em um mês. Vou para o apartamento novamente. Adeus Douglas!

Mas, uma vez que enfrentamos os nossos demônios…os nossos medos. E pedimos ajuda uns aos outros…

Digo a ele e saio dali, peço um táxi e volto para o apartamento, a porta está trancada, toco a campainha e Peter desce de repente, apenas de cueca, ele já estava dormindo. Abre a porta e estranha o fato que eu estava ali aquela hora.

— Preciso de um lugar para dormir. - Respondo, ele abre a porta e pega minhas malas, e me abraça. Subo para o meu quarto antigo trancando a porta e me deito, sem conseguir dormir...

A noite não é tão assustadora assim porque…Nós percebemos que não estamos totalmente sozinhos na escuridão."