Meu pai entrou no quarto logo interrompendo aquele discussão, Katherine estava se fazendo de inocente coitada abraçando papai e chorando, eu sabia que ela faria uma enorme cena então cruzei os braços e sente-me a cama esperando o show. Papai me lançou um olhar tenebroso pensei em milhões de formas que ele usaria para castigar-me como sempre fazia quando eu e minha irmã discutíamos mesmo que eu tivesse razão, após me encarar bastante perguntou em um tom extremamento alterado:

- Scarlet não vai me explicar porque estava brigando com sua irmã?

Pensei em falar tudo, pensei em desabafar mas sabia que de nada adiantaria pois minha irmã daria um jeito de reverter toda a situação para ele e eu seria castigada, cruzei os braços e falei com convicção lancei um olhar semelhante ao que papai havia lançado a mim de volta:

- Não vou falar nada ! Katherine que explique o que acontecera aqui

Ele estranhou minha maneira se agir e minha segurança nas palavras, fazia isso para que ele não me pressionasse a fala então perguntou a Katherine que recuou, ela não tinha defesa se eu não falasse e saiu do quarto chorando, era uma cena patética. Papai me olhou como se eu fosse um monstro e disse que não era para eu sair de meu quarto, como se isso fosse um castigo eu vivia lá dentro curtindo minha solidão, decidi aproveitar para arrumar minhas coisas abri meu armário e vi meu antigo violão nem lembrava-me dele, os problemas me fizeram esquecer das aulas de música que tive, o peguei tirei a poeira e comecei a tocar percebi que ainda me lembrava como se fazia aquilo, o tempo não pudera apagar as lembranças de minhas aulas.

Comecei a tirar uma bela melodia, e a anotava em um papel logo fui acrescentando letra a aquilo tudo e percebi que ficava bom, prossegui já era tarde quando eu havia acabado, guardei o violão e quando ia para a cama percebi que a música poderia ter alguma utilidade, eu poderia canta-la a uma pessoa, bem eu tinha a pessoa em especial mas tinha medo, e se eu desafinasse ou se errasse a melodia? O que iria fazer, e enquanto pensava milhões de coisas ruins que poderia gerar percebi a melhor de todas que obviamente iria gerar um lindo sorriso naquele belo rosto, e parei de pensar no ruim e decidi que cantaria para ele, só não sabia onde e nem quando e que desculpa daria para cantar sem que ele notasse alguma coisa, percebi que eu era medrosa tinha que parar de pensar tanto e agir mais para que as coisas começassem a dar ais certo em minha vida.

Fui dormir pois acordaria cedo no dia seguinte, acordei sentindo-me leve e cantarolando comecei realmente a me desconhecer eu sentia-me tão feliz como nunca havia me sentindo antes, sai depressa antes que alguém pudesse me ver em especial minha irmã, vê-la assim logo bem cedo perturbava minha paz, fui buscar Vick em sua cara para irmos juntas, mas claro ir busca-la era uma desculpa que dava para mim mesma para poder vê-lo, sei que era feio mentir para mim mesma mas era o que eu fazia, toquei a campainha esperando o ver um pouco de longe e para minha surpresa agradável ele foi quem abriu, e com aquele lindo sorriso me cumprimentou o cumprimentei igualmente e olhando para o chão pedi que ele chamasse Vick, sei que não era de mim sentir tanta vergonha mas perto dele eu era muito diferente, o pai dela descia a escada pouco a frente dela me olhou de cima a baixo e parecia gostar do que via, bem acho que ele reparava em minha roupa, me cumprimentou e tudo mais com uma voz grossa e intimidadora, aquele homem me assustava, Vick vinha vindo junto ao irmão com um vestido longo sandálias baixas nenhuma maquiagem e cabelo preso, estranhei bastante não era normal vê-la de tal maneira, me cumprimentou com dois beijinhos como fazia minha irmã, não gostava disso mas sabia que teria de acostumar-me então nem reclamei.

Me chamou para entrar para tomar café junto a ela aceitei já que não havia tomado o meu em casa sentei-me a mesa junto a família dela com exceção de seu irmão que havia subido, terminamos nosso café e já estávamos saindo quando ela me fez ir em um quarto um pouco mais afastado pegar sua bolsa, além de seus materiais haviam roupas lá, as roupas que ela estava acostumada a vestir obviamente achei aquilo tudo estranho, decidi então perguntar:

- Vick porque essas roupas ficam aqui e não em seu quarto?

- Olha Sky, é que meu pai não aceita que me vista assim ele acha que não é coisa de uma moça descente

- Ele tem um pouco de razão, olha o tamanho desses shorts

- Para Sky

- Está bem não digo mais nada

Saímos daquele quarto estranho e afastado da casa, já estávamos atrasadas, perigoso nem entrarmos mais na escola aquele dia sorte que tinha mais nada de importante já se passara o tempo das provas, íamos para a escola apenas por presença mesmo, quando estávamos quase no carro escutei um grito, gelei totalmente fiquei toda arrepiada sabia que era ele, me virei e lá vinha ele

- Sky, espere!

Fiquei parada sem reação alguma, ele chegou bem perto segurou minhas duas mãos e disse:

- Bem você me deu um presente em agradecimento pelo que lhe fiz na escola aquele dia, quero agradecer de volta

- Não precisa

- Precisa sim, gentileza se retribui com gentileza, não foi isso o que você fez

- Foi sim

- Então pronto, vou te levar em um lugar ótimo

Fiquei curiosa, perguntei :

- Onde?

- Surpresa

Fiquei mais curiosa ainda, então ele disse:

- Bem então a gente se vê mais tarde, vem aqui pra casa depois da aula

- Tá bem

Então ele soltou minhas mãos aos pouco e me cumprimentou assim como sua irmã com dois beijos um em cada lado do rosto, passando bem próximo a boca, na verdade resvalando nela, então ele saiu fiquei sem reação por alguns segundos, e fui com Vick para a escola.