Capítulo 21

As luzes se apagaram, eu não conseguia ver nada, senti um vulto por mim, depois alguém me puxou pelo braço e tampou minha boca fazendo com que não gritasse, mas eu morria de vontade de gritar, depois a luz se acendeu, ai vi que era Isco e estava tendo uma crise de risos da minha expressão me medo, estava quase chorando de tanto medo que tive, estava quase rolando de rir eu fiquei séria olhando para ele, depois ele se recompôs e disse mexendo em meu nariz como maneira de descontração:

- Você fica bonitinha com medo

Não disse nada, apenas fiz um bico daqueles bem enormes como o de uma criança mimada quando está com raiva, então ele apertou minhas bochechas e disse:

- Fica fofa com esse biquinho, vou tirar uma foto e fazer um quadro

Arregalei os olhos e peguei rapidamente o celular de sua mão e disse:

- Nunca mais repita isso

Ele riu, e disse:

- vai dormir que vamos sair amanhã cedo.

- Não estou com sono

Ai percebi que ele havia falado que iríamos sair e corri em sua direção e perguntei:

- Que história é essa de sair, não temos nada marcado

- Eu tenho, nós iremos fechar seu contrato

Não percebi do que falava então perguntei:

- Que contrato

- Com o empresário, você vai fazer shows vai ser um sucesso

- Acontece que eu não posso

- Porque não?

- Tenho vergonha, você sabe disso

- Nada é incurável

E antes que pudesse responder, me abraçou e deu um beijo em meu pescoço, me arrepiei completamente e devagar foi beijando meu rosto até chegar a boca, e ao fim do beijo disse:

- Agora deita lá, e dorme

Não sei porque eu fiz o que ele disse, as vezes parecia que ele tinha total controle sobre mim, e que eu não poderia me defender, porém não queria. Era bom demais ter alguém se preocupando sempre comigo, eu sente-me a cama pois não conseguia dormir, então ele voltou e disse:

- Você deveria estar dormindo

- Já te disse que não tenho sono

Ele me olhou como se me obrigasse a dormir, porém não obedeci e retruquei o olhar como se dissesse que ao menos aquela vez não o obedeceria, então ele me olhou e disse:

- Você precisa dormir, tem que estar totalmente disposta para cantar

- Já disse que não tenho sono

Ele fez um sinal com a mão me chamando para ir até ele, eu fui, não disse nada, apenas me levou até a cozinha e me colocou sentada em uma cadeira enquanto pegava algo no armário, era um comprimido me entregou e sem ao menos dizer o que era, disse:

- Tome isso

Eu tomei, se tivesse intenção de envenenar-me envenenaria pois não argumentei, e depois de tomar enquanto subíamos as escadas perguntei:

- O que era aquele comprimido?

- Calmante, vai te fazer dormir

Ele tinha razão comecei a sentir sono, entrei no quarto já deitando-me a cama, não sei o que aconteceu depois disso só acordei no outro dia bem cedo e comecei a me arrumar, e a aquecer a voz, então ele acordou eu já estava quase pronta, ele se levantou e me abraçou, depois deu-me um beijo e disse:

- Já te disse que é bom acordar olhando para você?

Fiz um sinal com a cabeça confirmando, então disse:

- Já te disse que é a mais linda do mundo hoje?

Fiz um sinal com a cabeça dizendo que não, então me levantou e disse:

- É a garota mais linda de todo o mundo, e é só minha

E beijou-me novamente, e depois correu para o banheiro para começar a se arrumar, desci as escadas esperava não encontrar ninguém a cozinha pois era domingo de manhã, mas para minha enorme surpresa já estavam todos de pé, sorridentes e dispostos me cumprimentaram então o pai dele me perguntou:

- E onde está Francisco?

- Já está descendo senhor.

E sorri, ele fez o mesmo a mim, percebi então que se me fizera esta pergunta sabia que eu estava com ele, mas parecia feliz com isso, sentei-me a mesa então Isco chegou, deu um beijo em minha cabeça e cumprimentou a família, depois começou a tomar seu café, percebi que todos trocavam constantes sorrisos, pareciam saber de algo que eu não sabia, então eu havia acabado meu café, fui a primeira a terminar, Isco praticamente me obrigou a subir assim eu fiz sem questionar. Quando estava descendo as escadas o homem que havia falado comigo no dia anterior no festival, estava em pé a beira da escada com papeis a mão, eu não entendia muito do que ocorria, mas sorria, mamãe sempre me dissera que sorrisos significavam diversas coisas, e que quando estivesse em uma boa situação que não sabia como agir era só sorrir, eu segui seu ensinamento.

Depois ele me entregou os papeis e uma caneta, acho que era o contrato que Isco disse que eu iria assinar se eles gostassem de mim, mas não foi necessário o teste como com todos, eles realmente haviam gostado de mim, eu comecei lendo, papai sempre me dissera que teria de ler o contrato caso assinasse algum um dia, era bom, eu estava prestes a assinar, mas me faltava a coragem, isco sentou-se a meu lado e perguntou:

- O que foi?

- Não consigo, tenho vergonha, eles não vão gostar

- Você já superou isso, já cantou em público todos amaram, as outras pessoas vão gostar também, sabe que é muito boa, assina logo

E sorriu para mim, eu respirei fundo e assinei, disse que meu primeiro show seria em breve, então ele foi embora, Isco foi abrir a porta para ele. Eu estava nervosa, ele segurou minhas duas mãos e perguntou:

- O que você tem?

- Medo

- De que?

- Você sabe

Ele não disse palavras de conforto como sempre fazia, apenas abraçou-me forte, mas tão forte a ponto de quase quebrar minhas costelas, e depois deu um beijo em minha cabeça, não precisava dizer nada, eu já tinha escutado tudo o que queria ouvir, ele estava a alguns passos de mim, então eu disse:

- obrigada

- pelo que?

- por me ajudar, acho que eu não preciso ter medo

- E não precisa, mas o que fez você pensar assim?

- eu tenho você, não posso reclamar

- e porque não?

Eu não disse nada apenas o beijei, acho que ele havia compreendido tudo. Passaram-se então cinco dias e ele ligou dizendo que eu já tinha meu primeiro show, eu liguei para todos avisando até mesmo em minha casa, no dia estavam todos lá, meus pais e minha irmã na fileira da frente, estavam também muitas de minhas tias e meus avós, quando os vi me senti mais calma pois conhecia todos, mas a angústia voltou quando olhei ao outro lado e estavam muitos desconhecidos, Isco veio falar comigo, eu estava ainda olhando o público então ele me puxou e perguntou:

- Preparada?

- mais ou menos

- porque mais ou menos?

- tenho medo que eles não gostem, tem tantos desconhecidos aqui

- eles gostam do seu trabalho, se não gostassem não teriam pagado para ver você cantar

Ele tinha razão, então ele beijou minha testa e disse:

- Sobe naquele palco e faça o que você sabe, o que você gosta de coração ai será impossível não gostarem

respirei fundo e..