O Culpado
Capítulo 3
- 1 milhão de dólares? – Repeti perplexa.
- Sim, minha querida. – Aro respondeu com um sorriso. – Então? Aceita?
- Sim Aro, o caso é meu. – Respondi segura. – A Jane deixou algum testamento?
- Deixou. Eu não sei o que ele fala, mas tenho quase certeza que as ações ficaram para mim.
- Sim, eu também acho. Quando as investigações começam? – Perguntei já me animando.
- Hoje ainda. Daqui a pouco a Alice deve começar. – Respondeu indiferente.
- Eu vou ligar para a Alice. Eu sou advogada e quero as informações de primeira mão. – Já estava começando a elaborar meus planos para o julgamento.
- Você tem o numero dela? – Perguntou Aro desconfiado.
- Não deve ser difícil achar.
[...]
Como eu tinha pensado o número dela estava no catalogo. Ela era uma das melhores investigadoras do país, é obvio que não iria ser difícil.
Digitei o número e Alice atendeu rapidamente.
- Bom dia. Srta. Brandon falando.
- Bom dia. Aqui é Isabella Swan, advogada de acusação do Sr. Volturi, no caso contra Edward Cullen. Queria que você me informasse a cada informação nova, nesse número que eu te liguei, por favor.
- Claro. É o seu direito. A advogada de defesa também já ligou. – Uma informação muito interessante.
- Tudo bem, obrigada.
Nos despedimos e eu desliguei o telefone. Ela parece ser uma pessoa legal, mas eu não vou me deixar levar pelas aparências. Afinal, o Cullen também parecia legal.
Resolvi dar uma olhada em quem seria a advogada de defesa e me assustei quando li o nome. Não pode ser, não pode, não pode! Ah, que merda! Por que essas coisas só acontecem comigo? Com tanta gente para defender o Edward ele tinha que escolher logo a irmã do meu melhor amigo? Li de novo para conferir, e o nome estava lá, como um pesadelo: Rosálie Hale.
Liguei para o Jasper na hora:
- Alô. – Ele disse com a voz sonolenta.
- Jasper! Está sabendo do mais novo caso da sua irmã? – Perguntei com pressa.
- Sim, ela vai defender o melhor amigo dela, Edward Cullen. Estão falando que ele matou uma tal de Jane. Filha daquele bacana que você defende de vez em quando, sabe? – Ele disse um pouco confuso com a minha pergunta.
- Melhor amigo? Ela é amiga do Edward? Jasper, você conhece ele? – Perguntei, começando a ficar nervosa.
- Sim, o cara é gente boa. – Ele percebeu o meu silencio. – Bella, qual o problema?
- Eu vou tentar colocar o Sr. Gente Boa na cadeia. – Disse com uma voz morta que assustou até a mim mesma.
[...]
O dia estava passando e eu estava esperando Alice ligar com alguma informação nova. Jasper disse que não ligava de eu fazer a acusação contra o Edward, porque se ele fosse realmente inocente nem eu, uma das melhores advogadas do país, iria conseguir colocar ele na cadeia.
Meu celular finalmente tocou, e eu li o único nome que eu realmente queria ler: Alice Brandon.
- Alô.
- Isabella?
- Sim. Por favor, me chame de Bella.
- Ah, tudo bem! – Disse com a voz animadinha. Na verdade, só agora eu fui perceber. A voz dela sempre era animadinha. Alice é, sem sombra de duvidas, uma pessoa estranha. Legal, mas estranha.
- Alguma novidade? – Perguntei mal conseguindo esconder minha ansiedade.
- Sim, e é boa para você. A arma foi encontrada na casa do Cullen, no guarda-roupa. As coisas estão se tornando bem complicadas para ele. Achamos sangue em seu carro, e já mandamos para a analise para ver se era da Jane.
- Ótimo! Alice, encontraram alguma digital na arma?
- Sem digitais, mas não é difícil usar uma luva.
- Você tem razão. Tchau, obrigada.
- Que isso! Tchau.
Fiquei parada pensando em como eu pude olhar para os jornais e desejar que aquele homem fosse meu. Como se desperdiça tanta beleza? Triste!
Já estava começando a ficar tarde, mas eu resolvi dar uma volta, já que no momento não tinha nada para fazer. Na verdade, eu ainda tinha muita papelada para organizar sobre o caso, mas eu não estava com a mínima paciência. E a primeira seção do julgamento só seria daqui a duas semanas. Normalmente demora mais, só que tudo pode ser adiantado quando colocamos dinheiro na história.
Entrei em um barzinho já conhecido por mim, e avistei um homem muito bonito sentado nos fundos, uma das áreas mais reservadas. Não resisti e fui olhar mais de perto. Quando reconheci quem era fiquei em choque. Ir falar com ele ou fugir? Falar com ele, é claro. Não podia perder a oportunidade de ter uma conversinha com o Edward Cullen.
Sentei-me sem pedir autorização e resolvi começar com um assunto leve, para ver se ele sabia quem eu era.
- Você parece um pouco deprimido, sentado aqui sozinho. – Disse em um tom gentil.
- É, eu sei. – Nesse momento ele me encarou e eu fiquei totalmente sem ar. Como uma pessoa pode ter olhos verdes tão marcantes? Devia ser crime ser tão lindo assim.
- Posso te fazer companhia? – Parecia uma pergunta idiota, já que eu já tinha me sentado, mas eu tinha que puxar assunto.
Ele deu uma risadinha rouca, e eu o olhei com duvida no olhar.
- Você já está me fazendo companhia. – Disse o obvio. E eu corei com a minha idiotice.
- Eu sei... mas eu a-achei que-e seria edu-du-cado... perguntar. – Na verdade, eu devia estar parecendo uma idiota.
Ele riu de novo. Ótimo, agora eu virei palhaça de circo.
- Nesse caso, sim, você pode me fazer companhia.
- Posso perguntar o porquê tem tanta angustia? – Disse com uma voz formal, mas com um tom bem descontraído.
- Depende. Vai usar isso contra mim no tribunal, Srta. Swan? – Corei instantaneamente. Bosta! Ele sabe quem eu sou.
- Na verdade, não. Mas eu acho que tenho direito de ouvir os dois lados da historia, não é? – Disse com um tom bem mais firme do que eu realmente estava.
- Sim, você tem o direito de ouvir meu lado, mas só depois que eu prestar depoimento. O que irar acontecer amanhã de manhã como você deve saber. – Disse em tom de desafio.
- Pra que tanta burocracia? Você podia me contar o seu lado da versão agora. Parece uma história interessante. E você só vai me dar uma noite de vantagem. Não é nada comparado as duas semanas que eu vou ter. – Argumentei.
- Swan, eu sei que uma noite pode fazer diferença sim. – Já estava quase desistindo, quando ele disse: - mas, como eu sou bonzinho – deu uma piscadinha que fez todo o ser arrepiar – vou te contar meus fatos da história.
Ele me olhou por um segundo enquanto eu tentava não transbordar nenhuma expressão de triunfo e começou a falar.
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