O Culpado

Capítulo 18


- Não, não. Eu quero que você me explique tudo direitinho, e eu juro que vou matar o traidor do Edward. Como ele não me contou nada?

- Rosálie, eu não tenho que te contar nada! Me devolve esse celular! – Eu disse bem nervosa.

- Calma, calma – ela já estava colando o celular na minha mão. – Acho que já descobri tudo mesmo. – Ela estava quase rindo.

- Você fez isso de propósito? – Eu perguntei bem mais nervosa.

Ela riu, e parecia estar achando graça de tudo.

- Bella, eu realmente não sei mexer em celulares que não são o meu. Se eu quisesse mesmo achar as mensagens, iria acabar... na agenda telefônica. Agora, como eu queria achar a agenda telefônica... – Ela não conseguiu terminar a frase, pois já estava rindo de novo.

- Rosálie, não é engraçado! Eu e Edward tínhamos decidido manter isso em segredo. Bem, eu acho. – Lembrei do jeito como ele tinha escrito, e pensei que se a melhor amiga dele já tinha lido as mensagens mesmo, eu poderia me aproveitar da situação. – Rose, você viu a ultima mensagem? – Eu perguntei receosa.

- Hum...

- “Se você prefere assim” – Resolvi refrescar sua memória.

- Ah! De relance. Por quê?

- Bem, ele me mandou aquilo depois que eu sugeri que deixássemos tudo em segrego, e eu achei a resposta dele meio estranha. Vocês são melhores amigos, certo? Poderia me explicar, por favor?

Ela deu uma pequena risada, e parecia feliz internamente.

- Bella, o Edward nunca foi de fazer as coisas em segredo, não é de seu feitio, ainda mais quando ele gosta da pessoa – ela piscou para mim – e acha que não há motivos para se esconder.

- Não acho que ele goste de mim. Rose, foi só um beijo. – Eu disse sinceramente. Bem, para ele podia mesmo ter sido só um beijo.

- Meu amigo não beijaria a mulher que estava tentando colocar ele na cadeia, com o risco de se dar mal, que foi o que acontecer, por nada. Eu conheço o Edward.

- O que você quer disser com isso?

- Só o que eu quero dizer é que você está se preocupando demais, se você gosta dele, deixa acontecer, vai ser bem melhor.

De repente me lembrei de uma coisa:

- Rose, por que você não segue os seus próprios conselhos? – Ela sabia do que eu estava falando, mas iria se fazer de sonsa.

- Como? – Bingo!

- Emmett! – Eu disse como se fosse obvio, e na verdade, era.

- Eu não gos... – Eu a interrompi.

- Só pense no que eu estou te falando. Deixe acontecer, não é isso que você diz? Você sabe muito bem se gosta – eu disse bem auto – ou não – eu abaixei meu tom de voz – dele. É claro que eu não vou dar minha opinião. – A ultima parte foi bem sarcástica, eu tinha deixado bem claro durante a minha fala o que eu achava, alias, o que eu tinha certeza.

- Ok! Que tal pararmos de falar sobre o coração? Temos que ir, né. Ah, grava meu numero aí, é melhor eu não pegar seu celular de novo, vou acabar descobrindo mais coisas constrangedoras.

-x-

Eu estava na minha casa. Como não tinha nada para fazer, estava no meu computador, coisa que eu não fazia há algum tempo.

Aproveitei para relembrar todos os meus tempos de infância e adolescência. Ouvi minhas musicas preferidas, cantei bem auto, e fiz tudo que era errado para os “adultos”. Como se eu me importasse...

De repente o interfone tocou, e eu fui atender.

- Alô.

- Bella? Tem um senhor aqui querendo falar com a senhorita. Posso deixar entrar? Eu já o vi entrar no condomínio com você – A voz familiar do porteiro disse do outro lado do aparelho. Bem, provavelmente era o Jasper. Será que eu tinha esquecido alguma coisa na casa dele?

- Pode deixar entrar.

Alguns minutos depois a campainha tocou.

- Eu esqueci al... – eu disse abrindo a porta, mas parei de falar quando vi que não era meu amigo ali.

- Bem, esquecer não, mas você me emprestou. – Edward apontou para a antiga blusa do meu pai, que estava pendurada em seu ombro.

Eu indiquei para dentro de casa, e abri caminho. Ele entendeu que era um convite e entrou.

- Eu não te disse que você não precisava devolver? – Eu perguntei confusa.

- Ah Bella! Você acha mesmo que eu iria roubar a camisa do seu pai? – Ele riu e a estendeu para mim, eu peguei de imediato.

Eu ri também, mas era um riso um pouco nervoso.

- Por que está todo mundo estranho hoje? – Ele indagou.

- Como assim? – Eu indaguei de volta.

- Emmett chegou todo feliz em casa hoje, dizendo que a Rose se declarou para ele. Primeiro eu achei que fosse mais alguma de suas confusões, mas depois a Rose me ligou, e era verdade.

Eu ouvi a tudo estática.

- Sério?

- Sim. Estranho, né?

- Acho que ela só resolveu seguir os próprios conselhos. – Eu disse baixinho e com um pequeno sorriso no rosto.

- O que? Não estou falando! Tá todo mundo estranho hoje! – Ele disse um pouco confuso.

- Edward! Olha... Rosálie sabe o que aconteceu, ela sabe que nós não estávamos apenas conversando.

- Você contou? – Pode ser impressão minha, mas por um momento, ele me pareceu bem feliz.

- Na verdade, não. Ela leu nossas mensagens.

- Você não apagou as mensagens? – Ele perguntou confuso

- Não. – Eu respondi um pouco sem graça. – Você apagou?

- Hum... Na verdade não. Mas também não deixei ninguém pegar meu celular, né. – Ei! Ele estava me chamando de burra?

- Olha aqui, eu esqueci. – Eu disse, praticamente fazendo biquinho.

- Não sabia que eu era tão fácil de esquecer. – Ele disse se aproximando de mim.

“Se você gosta dele, deixa acontecer, vai ser bem melhor.”

- Na verdade, você não é. – Eu disse me aproximando ainda mais.

Ele pareceu confuso com a minha resposta, mas satisfeito.

Ele deu o ultimo passo que nos separava e me tomou em seus braços, colando meus lábios ao dele.

Esse beijo estava bem diferente do primeiro, e bem melhor. Estava cheio de malicia, desejo. Eu estava totalmente mole em seus braços, e não pensava em mais nada. Nossos corpos estavam colados de uma forma que parecia humanamente impossível, e eu nunca ficara tanto tempo sem respirar.

Infelizmente a merda do ar faltou, e nos tivemos que nos separar. Seus lábios passaram da minha boca para o meu pescoço.

- Sabe, eu preferi esse do que o outro. – Ele disse entre beijos na minha pele.

Eu simplesmente assenti, vi que já tinha respirado tempo o suficiente e o puxei de volta para os meus lábios.