Mary



Sinceramente, não sei o que foi tudo aquilo. Não sei o que significou aquilo. Só sei que Bash estava dormindo ali na minha cama, com o hálito de álcool evolando de seus lábios.

Eu ofegava ainda. Meu corpo estava quente, muito quente. Meus seios, intumescidos. Meu ar tinha ido embora, meu peito oscilava. Aquelas mãos me levaram ao paraíso e agora eu estava no fundo do poço. Estava úmida entre as pernas e agora aquela região estava gelada.

E Bash dormia, igual a um idiota.

Simplesmente entrou no meu quarto, tocou meus seios e foi dormir! Que idiota! Idiota! Idiota! Idiota! Sacudi os ombros dele para que acordasse. Dei uns tapas no seu rosto, pisei na sua cara. Nada levantava aquele homem, estava morto na minha cama, quase.

– Levanta! Bash! Levanta! - levantei os braços dele, fiz cócegas. Mexi nas suas bochechas, abri seus olhos... nada. Então tive um monte de ideias perversas na cabeça, depilá-lo, cortar seus cabelos, pintar sua cara. Eram tantas ideias! E o que fiz foi sentar na barriga dele e colocar suas mãos nos meus seios de novo. Era bom, era delicioso. Gemi. Minha camisola era fina, mas estava atrapalhando. Bash estava morto de cansaço, mesmo. Não saberia nunca. Beijei seus lábios, como era possível eu estar agindo totalmente fora de mim daquele jeito? Era gostoso, era tão gostoso...

Mas será que era melhor sem a roupa?

Tirei minha camisola e coloquei suas mãos sobre meus seios de novo. Aquilo era bom demais. Enchi as mãos dele com meus seios. Era o paraíso na terra. Meu corpo estava quente demais, minha respiração não conseguia conter tanto prazer, mordi meus lábios, esfreguei nossos corpos.

E gemi, baixinho. E beijei os lábios de Bash, sinto que lhe babei totalmente.

A porta do meu quarto se arreganhou, minha mãe entrou. Descabelada, bêbada e autoritária.

– Ah, eu sabia! Eu sabia! - veio até mim, toda torta, andando com as pernas trêmulas – Mary, sua devassa! Saia de cima dele! Esse é meu, volte para Francis!

– Mamãe, e se eu quiser esse?! - fiquei em pé na cama, com os seios de fora, apontando o dedo para ela - Você não vai tomá-lo de mim!

Minha mãe e eu já estávamos gritando.

– Volte para a França! Já fez um favor a sua mãe deixando esse bonitão aqui! Agora vá embora!

Ela pegou as mãos do Bash e colocou nos seus seios também.

– Solte-o, mãe! - afastei ela dele, enfurecida - Está bem, mãe, pare! - coloquei minha camisola de volta – Eu gosto do Bash de verdade.

– Mas você insistiu que amava Francis quando saiu daqui! - repousou as mãos de Bash no lugar - Não pode voltar atrás assim! Você tem que se decidir, Mary!

– Decidir? Eu sou uma rainha, eu não posso decidir por mim mesma.

– Você tem que decidir pelo melhor ao seu povo. Francis é o melhor!

– Está falando isso só porque quer o Bash pra você!

– Aceite o seu destino!

– Não! - gritei para ela - Não aceito! E se voltar a tocá-lo, será desertada!

Minha mãe fez uma feição totalmente contrafeita, fez uma reverência e foi-se embora.

Quando Bash acordou, eu estava escrevendo uma carta, sentada à mesa.

– Uma guilhotina, por favor - ele implorou - Arranquem minha cabeça fora, está explodindo.

– Foi efeito da bebida - eu estava irritada com ele, não o olhei. Apenas dobrei meu papel e o deixei em cima da mesa.

– O que estou fazendo aqui na sua cama? - ele me perguntou, olhando em volta - Como eu vim parar aqui? Mary, eu... eu fiz algo?

– Hum... Na verdade, fez, Bash... - virei o rosto para ele, triste.

– Ai meu Deus – ele falava com a mão na cabeça e os olhos vermelhos de enxaqueca - Mary, eu te machuquei? Se eu fiz algo a você, nunca vou me perdoar.

Fui até a cama e sentei sobre meus tornozelos. Ele tinha uma interrogação enorme no olhar.

– Bash, eu sinto muito. Eu disse que eu amo Francis. E ainda amo. Aconteceram muitas coisas entre nós dois que não se apagam assim. E se não for Francis, tenho que conseguir outro casamento. Com outro príncipe, no mínimo.

– Eu sei, Mary – admitiu com o rostinho mais triste do mundo - Não posso exigir nada. Quando a conheci, já tinha esse destino. Eu só queria ficar perto de você e é só isso que terei. Tudo bem, Mary.

Ele secou os olhos. Bash estava chorando?

– Não, não chore, Bash. Por favor - segurei o rostinho dele, mas ele removeu minhas mãos.

– Não seja boba, não estou chorando - ele estava, mas virou o rosto para que eu não visse.

– Bash - tentei virar o rosto dele para mim, ele relutou mas me olhou. Tinha mágoa em seus olhos, caminhos molhados de lágrimas em seu rosto. Eu não resistia a ele, beijei seus lábios. Bash segurou meus ombros e, embora ele me afastasse, tentei prolongar o beijo, meu pescoço se esticou todo.

– Mary, pare. Eu não sou o seu brinquedo.

– Eu sei, Bash - segurei as mãos dele, para tirá-las do meu ombro e parar de me afastar - Mas isso não é brincadeira.

Beijei-o novamente e minhas mãos seguravam as suas para que não me apartassem. Óbvio que se ele quisesse me afastar, já o teria feito.

– Bash, eu quero... - ele mordia meus lábios, abriu seus olhos e já imaginava que eu iria acabar com o momento.

– O que houve?

Empurrei-o deitado na cama e beijei sua boca, sentando em sua barriga de novo. Beijei-o, investigando sua boca com minha língua de um jeito muito gostoso. Prendi seus braços acima da cabeça e lambi seu pescoço. Fiz tudo que pude para relaxá-lo e tê-lo rendido a mim, coisas que nem eu imaginei que faria um dia a algum homem. Eu queria sentir o sabor da saliva dele, queria bebê-la.

– Quero te pedir uma coisa - mordi os lábios - Bash, por favor.

– Tudo que quiser - ele esclareceu, com os lábios entreabertos e os olhos suaves cheios de desejo, segurando minha cintura.

– Bash, toque meus seios - pedi, quase chorando - Toque, por favor.

– Mas, Mary, você...

– Apenas toque!

Ele sabia que eu estava usando-o naquele momento, que poderia não haver sentimento algum naquilo. Mas havia e muito. Ergueu suas mãos e tocou, por cima da roupa. Apertava nervosamente, olhando fixo em meus olhos. Eu mordi os lábios, senti uma luxúria desgraçada por ele nem imaginar o prazer que estava me dando. Quando viu minha expressão, ficou excitado. Eu estava babando, lambendo meus lábios e arranhando os braços dele. Então abaixou o decote suave do meu vestido, puxou meus seios para fora fazendo-os oscilar e isso o enlouqueceu, então ele ficou apertando os mamilos como eu tanto queria desde hoje à tarde.

– Ah, Bash - eu gemi, com os lábios entreabertos, quente e louca por mais. A Mary normal estava enterrada, eu não me reconhecia - Tira, tira tudo - pedi.

Virei de costas para que ele desamarrasse os nós de meu vestido e ele o fez com copiosa habilidade. Terminei de jogar aquela roupa longe e fiquei nua na frente dele. Bash estava atrás de mim, beijou meu pescoço com uma fome tremenda, lambeu e chupou meu ombro. Tirou sua própria camisa e nenhum dos dois sabia onde aquilo ia parar. No começo eu achei que poderia controlar, mas era impossível. E ele estava com um tesão acumulado e me jogou na cama, deitando-se por cima de mim e esfregando nossos quadris. Gritei e fechei-o com minhas pernas. Esganicei de paixão.

– Isso - mordi os lábios ao sentir as mãos dele apertando meus seios de novo. Eu nunca havia sentido aquilo, era a sensação mais gostosa que já experimentei. Precisava daquilo. Precisava de Bash, do corpo dele, do apetite dele.

Ele então fez algo ainda melhor... começou a chupar meus seios. Passava a língua e mordia, derramando sua saliva ali, e apertava com seus dedos.

– Ah, Bash... Não pare, por favor!

Os olhinhos dele estavam se revirando nas órbitas, chupando como se tivesse saindo mel dali.

– Bash - meus cabelos estavam molhados, todo meu corpo estava - Bash, não podemos...

– Eu sei, Mary - ele falou, beijando minha boca e deslizando seus dedos para baixo. Quando eu senti seu toque, quis me rasgar de prazer. Ele agitou seus dedos na minha região íntima e via como eu estava me acabando e me contorcendo. E fazia mais rápido. Apenas masturbou meu clitóris.

– Bash, eu não vou aguentar! Não pare! Não pare!

Enquanto ele me dava um orgasmo delicioso, chupava meu pescoço. Ele ainda estava de calças e suado. Eu senti que minha mente tinha voltado a si depois que acabaram as contrações na minha vagina. Restou-me apenas o cansaço, a falta de ar e o coração acelerado. Beijei a boca deliciosa dele.

– Bash, obrigada - abracei-o e comecei a chorar ali deitada e ele fazia esforço para se controlar. Ele percebeu que eu chorava por causa dos soluços.

– Mary, por que está chorando? Não devia estar feliz?

– Porque eu sou egoísta e mesmo você me dando todo o prazer do mundo, eu não posso retribuir. E eu quero muito.

– Mary... - ele me deitou na cama novamente - Não farei nada que não quiser.

Começou abrindo minhas pernas, eu ainda estava usando e finas meias com rendas nas coxas. Eu senti muita vergonha e não quis deixá-lo ir até ali. Então ele começou a lamber minha intimidade. Lambeu deliciosamente, sugando toda minha lubrificação e o meu orgasmo como se fosse água escorrendo pela cama. E adorava e eu fiquei pensando como ele gostava de beber aquilo. Mas me enlouquecia o seu apetite.

Introduziu um dedo na minha vagina até alcançar o fundo. Perdi o controle das minhas pernas. Comecei a gritar, segurando as grades da cama com uma mão e a cabeça dele com outra. E rebolei, enquanto ele deixava seu dedo parado e ficava olhando minha reação.

– Vai! Vai! Não pára! O que está esperando?

Ele deu um sorrisinho e começou a estocar enquanto mordia os lábios e eu segurei seu pulso, ajudando-o a introduzir. Isso o deixou totalmente eriçado. Era tão delicioso que não existia nada mais no mundo, só aqueles dedos dentro de mim, metendo e metendo, até eu sentir que gozaria de novo. Gritei, gritei, esperneei. Gozei gritando e chorando e pedindo mais. Pedindo que ele me rasgasse por dentro.

Bash ficou me olhando com aquele meio-risinho enigmático.

– Pronto, Mary, tirei sua virgindade - ele riu - Foi bom?

Olhei em volta, havia um pouco de sangue escorrendo. Ele pegou o lençol e começou a secar e sorria para mim.

– Se foi bom? - arregalei meus olhos. A vergonha havia ido embora. Aquele era meu sangue mesmo, Bash tinha tirado minha virgindade. Sorri para ele, confidente.

Respondi a ele beijando sua boca. Minhas mãos desceram, tirando o ar de seus pulmões. Apalpei seu membro. Estava mais duro que aço dentro da calça. Abri os botões e apertei, arrancando dele uns grunhidos enquanto me beijava. Ele salivava.

– Bash, quero que sinta o que senti.

Comecei a chupar a cabecinha do pênis dele. Ele tirou sua camisa e acariciou meus cabelos. Só consegui chupar até ali, então ele segurou minha mão e fechou meus dedos em torno de seu membro grande. Era grosso, também, minha mão não conseguia fechá-lo totalmente. Então me ensinou como massagear para fazer direito. E ele começou a gemer; deitou-se na cama e puxava minha cabeça.

– Ah, Mary! Isso, Mary, continua! Eu vou explodir!

Suguei com força para lhe dar o prazer que ele me deu e o fiz gritar. Passei a linguinha em toda parte e o masturbei com força. Ele me afastou, tirou as calças e os sapatos e deitou-se todo arreganhado na minha cama. E voltei a chupá-lo, apertei suas bolas e arranhei suas coxas e sua barriga. Ele gozou na minha boca como um jato, quase me engasgando. Ficou acariciando meus cabelos, eu guardei seu líquido na minha boca. Estava escorrendo pelo meu queixo. Não sabia o que fazer.

– Pode cuspir, Mary - ele disse. Mas eu engoli, como ele engoliu o meu orgasmo. Ele ficou surpreso. Ficamos sentados de frente um para o outro. Ele me puxou e me abraçou - Mary, o que aconteceu? Nunca imaginei que faria isso por mim. Mary...

Ele estava com aquela carinha de agradecimento, como se eu tivesse feito por pena.

– Bash... E se eu dissesse que te amo?

– Não diga enquanto não for verdade – acariciou meus cabelos.

– Mas eu acho que é - tive lágrimas nos olhos. Ele segurou meu queixo e deixou escorrer algumas pelo seu rosto.

– Não está com nojo de me beijar, não é?

Ele riu, depois voltou ao semblante triste.

– Não quero sofrer, Mary... Anos atrás, eu era apenas um gordinho querendo sentir o seu amor. É um sonho de tantos anos que eu não sinto que sobreviveria se mentisse para mim.

– Bash, eu te amo. Não sei explicar, não sei como aconteceu. Sei que você está em alguma parte da minha mente perdido, mas no meu coração está bem vivo...

Ele me abraçou com força, senti suas lágrimas em meu ombro.

– Eu sou assim tão importante para você? - sorri - Nunca vi homem algum chorando.

– Então você nunca viu homem algum - olhou-me nos olhos e me beijou apaixonadamente – Mary, eu te amo há muito tempo... Eu te amo e sempre amei e não acho que posso deixar de amá-la algum dia... - Bash beijou meu pescoço e meu ombro, minhas mãos - Mary, eu te amo. Hoje meu maior sonho se realizou. Eu te dei prazer.

– E muito - sorri, ao lembrar de uma coisa - Agora, como vou me casar?

– Case-se comigo.

– Bash, as coisas são complicadas.

– Eu sei - a voz dele ficou chorosa novamente - Mas eu não vou aguentar saber que tem outro homem te tendo nos braços assim.

– Bash - virei de frente para ele - Quero que seja meu amante.

– Amante? - ele não entendeu - Amante, Mary? Não me quer como esposo?

– Já disse que as coisas são complicadas.

– Não! Eu não aceito dividi-la! - ele se levantou, indo colocar as calças.

Não podia deixá-lo ir embora assim.

– Não vá! - roubei a camisa e segurei - Por favor, não vá! Tente entender o meu lado!

– Mary, eu te amo! Você sabe disso e a maior prova de que quer me usar é esse pedido que acaba de me fazer. Eu tenho sentimentos, Mary. Não sou seu brinquedo!

– Por favor, Bash - tentei beijá-lo, mas ele virou o rosto.

– Pode ficar com a camisa.

Ele foi embora. Estava muito triste. Bateu a porta e eu fiquei abraçada aos meus joelhos, chorando. Foi assim que se acabou minha tarde de prazer. Assim foi minha primeira penetração. Havia sangue nos lençóis.