O Cativeiro
Epílogo
Epílogo
O fórum criminal de Nova Iorque estava lotado de jornalistas, policiais e curiosos. O dia do julgamento finalmente havia chego. Os comandantes do GTCCS, sobreviventes da operação policial, seriam julgados.
A promotora Yale respirou fundo ajeitando seus papeis em sua pasta. Ignorou completamente os olhares enfezados dos Swan. Charlie e sua esposa estavam muito bravos por ela obrigar suas filhas a testemunhar, afinal teriam que reviver todos os fatos que tanto as machucaram fisicamente e principalmente psicologicamente.
Alice estava abraçada a sua irmã como se quisesse mantê-la para sempre ao seu lado. Estava com muito medo pela presença dos seqüestradores, não queria que eles machucassem Isabella novamente.
A morena suspirou resignada. Já sabia que teria que testemunhar, afinal fora a principal vítima de toda aquela história, o que quer que ela falasse iria decidir o futuro daqueles homens e mulher.
O pensamento da filha do chefe do FBI estava errado, já que quem traçou o destino daqueles bandidos foram eles mesmos quando entraram para a vida do crime. Ela fora apenas uma coadjuvante em um dos delitos cometidos pelo GTCCS.
A doutora Yale conversou brevemente com as testemunhas e pediu que aguardassem serem chamadas, seu jeito prepotente irritava profundamente Charlie, mas não era a toa o seu comportamento. A mulher estava nervosa com esse julgamento, afinal iria propor a pena de morte e tinha certeza que conseguiria condená-los, porém um frio lhe passava na espinha cada vez que olhava para o advogado dos bandidos. O doutor Mitchell tinha um sorriso malicioso e um olhar confiante, e mesmo que a tese de sua defesa fosse completamente absurda qualquer um que olhava para ele parecia acreditar em suas palavras. E era justamente disso que Yale tinha medo, que o júri se deixasse levar por seus infundados argumentos.
Sacudiu sua cabeça dissipando qualquer resquício de medo. Imaginou as palavras de seu tão amado avô - já falecido e principal responsável pela escolha de sua profissão - Contra fatos não há argumentos. Principalmente fatos como estes que ocorreram com esta jovem.
Após firmar seu coração e focar sua mente entrou na sala de julgamentos com extrema confiança se colocando atrás de sua mesa.
*/*/*
Preso no transito o agente bufou, já deveria ter chego no tribunal. Era uma testemunha também e como fora intimado não poderia faltar, se o fizesse seria preso por desacato. Sem contar que não conseguiria ajudar sua amada.
Estreitou os olhos para a longa fila de carros a sua frente. Se ainda estivessem um pouco mais distantes poderia passar com sua moto entre eles, mas parece que todos conspiravam contra ele.
Pegou seus celular no bolso e mandou uma mensagem para Isabella avisando que chegaria em cinco minutos. Guardou novamente o aparelho e sorriu matreiro.
- Foda-se as leis de transito. Estou atrasado. - murmurou para si mesmo e então acelerou sua moto.
Uma brecha entre os carros apareceu e então ele foi por entre os carros, recebendo xingadas e sinais chulos pelos motoristas ultrapassados. De fato chegou ao fórum em menos de cinco minutos. O problema maior foi passar pelos jornalistas que o cercaram assim que o viram.
Pediu educadamente que o deixassem passar já que estava atrasado. Quando finalmente conseguiu entrar na sala das testemunhas o seu nome já estava sendo chamado pela segunda vez.
- Aqui. - falou apressado se dirigindo ao policial.
Não teve tempo de falar com Isabella que estava sozinha na sala, ela seria a última testemunha a falar. Mas sorriu para a morena tentando dissipar a preocupação em seus olhos esverdeados.
Swan apenas sorriu levemente aliviada pelo ruivo ter conseguido chegar a tempo e então deixou sua expressão cair mostrando o que realmente estava sentindo. Até poucos minutos estava com a expressão suave e o olhar preocupado, mas agora se encontrando sozinha na grande sala não conseguiu conter-se.
Estava apavorada, o fato de estar tão perto daqueles que a fizeram mal a fazia sentir vontade de fugir. Correr para o mais longe possível. Porém tinha que agüentar, tinha que encará-los frente a frente para então poder viver em paz. Era a última etapa para o fim dessa agonia.
Tentou controlar-se e fechou os olhos respirando fundo. O policial que guardava a porta olhou-a com pena e então voltou a prestar atenção a volta.
Do outro lado da porta Edward se acomodava na cadeira para dar seu testemunho. Estranhou a feição de seu chefe que parecia querer matar alguém de tanta raiva, seu rosto muito vermelho e os lábios crispados para baixo contendo uma enxurrada de palavrões. Ao seu lado estava sua esposa com os ombros encolhidos e o olhar preocupado, Isabella parecia com ela em momentos de tensão como este, mantinha-se em silêncio encolhida enquanto analisava a tudo. Porém quando as coisas realmente esquentavam explodia como seu pai, mostrando o quanto era forte.
A morena era a perfeita mistura entre a fragilidade e feminilidade da mãe, e a força e coragem do pai.
O ruivo franziu ainda mais a testa quando reparou nos olhos vermelhos da pequena Alice que estava abraçada a Jasper, o mesmo tentava acalmá-la sussurrando palavras em seu ouvido. Sua feição também era preocupada.
Então encontrou o olhar de sua amiga Rosálie e de seu quase irmão Emmett, os dois tinham feições ainda mais preocupadas, pois sabia que quando o advogado do GTCCS começasse a inquirir o a gente, ele sairia do sério.
- Mantenha a calma. – sibilou a doutora Halle.
Edward não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas assentiu tentando passar confiança.
A promotora Yale começou a inquirir Edward. Fez com que ele contasse exatamente tudo o que aconteceu desde o momento em que Alice Brandon fora quase morta. O agente não gostou muito de relembrar aqueles momentos, mas contou tudo o que presenciou e todas as medidas que tomou. Até mesmo passar por cima das ordens de seu chefe que estava claramente fora de suas faculdades mentais naquele período.
O problema realmente começou quando o doutor Mitchell começou suas perguntas. Então Edward pode entender o porquê de todas as feições que vira anteriormente.
- Agente Masen, não é verdade que Charlie Swan, seu chefe, oferece sua filha para o senhor?
- O que?! – Edward soltou completamente horrorizado com a pergunta.
- Protesto! Excelência o doutor Mitchell insiste neste assunto, estamos julgando os seus clientes e não os atos de um pai. – reclamou a promotora.
- Chegarei lá Excelência. – retrucou rapidamente o advogado.
- Eu acho bom doutor. – disse o Juiz se contendo para não aceitar o pedido da promotora e então voltou seu olhar para o ruivo. – Responda a pergunta senhor Masen.
- Será que o doutor poderia refazer a sua pergunta? Não a compreendi. – falou ácido Edward.
Sua feição estava fechada para o advogado. Pelo modo que ele falou parecia que Charlie queria vender a filha como uma prostituta.
- Claro. – sorriu suavemente. – É verdade que seu chefe nunca escondeu sua vontade de que fosse seu genro?
Edward não compreendeu aonde o advogado queria chegar e respondeu meio confuso.
- Sim.
- É verdade também que você sempre fugia dessa proposta?
- Sim...
- Pode nos dizer por quê? – o advogado se apoiou na bancada de uma maneira camarada.
- Isso é mesmo necessário? – perguntou o agente completamente confuso.
- Por favor, vamos logo acabar com isso. – murmurou o juiz para o agente pedindo para ele responder.
- Bem... Eu era preconceituoso em relação a ela. Já tinha uma idéia pré concebida a seu respeito e estava convicto que Isabella não fazia, er, meu tipo. E para não ter que passar pelo constrangimento de dizer para o chefe Swan que eu não gostara da filha dele, eu evitava os encontros que ele armara. – deu de ombros.
- Então o senhor Swan armara encontros para você se encontrar com a filha dele? – sorriu o advogado ao perceber que levara o agente a responder exatamente o que ele queria.
- Não diretamente, mas sim. – respondeu confuso.
- Ele tinha muita vontade de juntar vocês dois não é?
- Sim...
- E faria qualquer coisa para que formassem um casal?
- Eu não sei. Isso deveria perguntar a ele não acha?
- Já pergunte agente Masen, e ele respondeu que o faria. E isso nada mais é que a prova de que em um ato desesperado para juntar sua filha com o seu agente preferido Charlie Swan contratara os meus clientes para seqüestrar a própria filha! Em um plano desumano e vaidoso!
- Isso é um absurdo! Excelência o doutor Mitchell está alegando que o próprio pai teria mandado seqüestrar a filha por conta de um capricho, mas não tem prova nenhuma a esse respeito! Tudo o que ele quer é tirar a culpa de seus clientes, os quais foram os reais responsáveis pelo seqüestro e tortura em Isabella Swan, pelo motivo de vingança contra o seu pai que fora o responsável pelas prisões dos mesmos quando atuavam em outros crimes!
- Isso é opinião sua doutora! Deixemos que o júri descida. – compeliu o advogado.
Edward tinha seus olhos arregalados com toda aquela loucura. Se o seu plano foi insano quando foi seqüestrado voluntariamente... Essa defesa do doutor Mitchell era pior ainda.
- Já chega os dois! – bufou o juiz. – Mais alguma pergunta doutor?
- Sim Excelência. – sorriu o advogado.
O juiz fez um sinal com a mão de maneira impaciente para que Mitchell prosseguisse.
- Agente Masen, atualmente, qual é o seu relacionamento com Isabella Swan?
- É minha namorada.
- Então se Charlie Swan foi o mandante deste terrível crime, ele conseguira juntá-lo a sua filha?
Charlie quase levantou-se para socar o advogado. Como ele ousa dizer que ele seria capaz de tamanha atrocidade?! Mas a resposta de Edward pegou a todos de surpresa e acabou quebrando a tese do advogado que se achava tão inteligente.
- Não.
- Ora, mas o senhor só a conheceu quando entrou no cativeiro.
- O que o senhor diz é sua suposição. Já conhecia Isabella antes dela ser seqüestrada. Para ser mais exato antes mesmo de Alice sofrer o atentado. Apaixonei-me por ela antes de descobrir que ela era filha do meu chefe. Fui descobrir isso no dia em que ela foi seqüestrada, e só soube disso, pois Alice estava junto a ela e gritava para que largassem sua irmã. A defesa do doutor é furada, sinto muito. O fato é que era inevitável que eu e ela nos encontrássemos, era apenas uma questão de tempo. O que não dava motivo para o chefe Swan agir desta forma que o senhor está supondo. – o ruivo dizia com seriedade e então perguntou com ironia. - Quer mais algum detalhe?
O advogado estava surpreso. Não esperava por essa.
- Não. Sem mais perguntas. – murmurou voltando a sentar-se.
A promotora Yale suspirou aliviada, mas não pode esconder o medo de que Edward estivesse mentindo para proteger seu chefe. É claro que aquilo que o advogado supunha era absurdo, porém ele era muito convincente. A doutora conseguia ver a dúvida nos olhos de alguns do júri. E bastava essa pequena dúvida para que os bandidos não pegassem a pena de morte.
Edward foi dispensado de seu testemunho e foi sentar-se ao lado de sua amiga Rosálie. Ela apertou sua mão em conforto. Emmett que estava do outro lado da loira esticou seu braço para cumprimentar o amigo. O ruivo sorriu forçado, estava muito tenso. Tinha medo do que sua morena passaria nas mãos daquele advogado do diabo.
Finalmente Isabella foi chamada.
A morena caminhou até a cadeira com os ombros encolhidos. Mal conseguia olhar para os bandidos sentados a frente. Tentou a todo custo evitar olhá-los nos olhos. Edward teve vontade de levantar-se e ir até ela abraçá-la enquanto murmurava em seu ouvido que nada a faria mal. Mas não podia o fazer.
Yale pediu que ela contasse tudo o que aconteceu a ela e após um suspirou Swan começou seu discurso. O júri ficou horrorizado quando ela falou sobre a tortura. Sua voz estava embargada e lágrimas se acumulavam em seus olhos. Mas se manteve forte até terminar de contar exatamente tudo. Seus olhos nunca deixaram suas mãos, sentia-se extremamente desconfortável com aquela situação e a todo o momento sua mente a lembrava que o GTCCS estava a poucos metros dela.
Isabella só ergueu seu olhar quando o advogado começou a inquiri-la com a seguinte pergunta.
- Qual é o seu relacionamento com Edward Masen?
- É meu namorado. – respondeu confusa pela pergunta.
- Quando começaram esse relacionamento?
- Bem, no dia do jantar de homenagem aos agentes envolvidos no caso.
- Então não estavam juntos antes de seu seqüestro.
- Não.
- Não tinham nenhum tipo de relacionamento antes disso?
- Não.
- Se quer se conheciam?
- Sim. Quer dizer, eu sabia quem ele era, mas não sabia que era o agente que meu pai tanto falava.
- Então seu pai não fazia idéia que estava apaixonada?
- Eu acho que não.
- Protesto! Opinião de terceiros. – pronunciou-se a promotora.
- Eu reformulo. Não contou a seu pai sobre esse sentimento?
- Não, não contei.
- Ele ainda queria que você namorasse o agente Masen nessa época?
- Sim.
- E faria qualquer coisa para que isso acontecesse?
- Acho que sim. – murmurou a morena sem entender aonde o doutor chegaria.
Os que já haviam escutado a mesma ladainha sabiam, e estavam muito bravos com isso.
- Vejam só. Até sua própria filha admite que seu pai é capaz de qualquer coisa!
- Espera aí! Não foi isso que eu disse! – protestou a garota com os olhos arregalados.
- Disse que seu pai faria qualquer coisa para juntá-la ao agente Masen, senhorita Swan.
- Sim eu disse, mas...
- E seu pai é um agente treinado, já matou, já trabalhou infiltrado... É capaz de qualquer coisa. Até mesmo planejar o seqüestro da própria filha.
- NÃO! – berrou Isabella num rompante se levantando.
Suas mãos bateram com força na madeira a sua frente enquanto lágrimas escorriam por sua face.
- Como pode acusá-lo de algo tão sem fundamentos?! Meu pai sempre me protegeu de tudo! O fato de que ele sempre insistisse para eu conhecer Edward é porque ele me ama e queria que eu ficasse com alguém capaz de me proteger, assim como Edward fez no cativeiro! Pois desde quando era pequena ele temia que seu trabalho acabasse atingindo a mim ou minha irmã ou minha mãe! Eu não admito que o acuse desta forma!
- Sei que é decepcionante... Mas ele pode ter feito isso senhorita Swan. – Mitchell mudou sua expressão para compaixão para com a morena.
Isabella não acreditava naquilo. Negou com a cabeça furiosamente, suas lágrimas voaram para os lados e num impulso ela ergueu sua blusa mostrando a barriga toda marcada com as torturas que sofreu.
- Você acha que um pai permitiria que sua filha ficasse marcada pelo resto da vida por causa de um desejo que sente de casá-la com seu agente de confiança? Acha mesmo que ele faria sua filha passar por isso? Acha mesmo que ele mandou que aqueles homens e aquela mulher... – apontou para o pequeno grupo. – Me fizessem isso? Apenas por que queria que Edward me salvasse? Que tipo de monstro desumano é você que acha que um pai é capaz disso?!
- Entendo sua revolta senhorita Swan, mas infelizmente isso é mais comum do que pensa. Sem mais perguntas.
O juiz decretou 10 minutos de recesso nos quais Isabella passou chorando contra o peito de seu namorado.
*/*/*
O resultado do julgamento repercutiu pelo mundo. A defesa insana do advogado por pouco não teve resultado positivo. Se não fosse o depoimento da morena provavelmente os bandidos não estariam no corredor da morte.
Mas apesar de ter conseguido condená-los e finalmente não ter mais aqueles bandidos nas ruas, a morena não parecia estar livre daquele pesadelo. Quando Edward e Charlie brigaram com a promotora para que a morena não tivesse que depor não fora a toa. Eles a conheciam muito bem e sabiam que ela iria sofrer muito mais após todo aquele estresse.
A campainha da casa dos Swan tocou levando a pequena Alice Brandon correr atendê-la.
- Oi cunhado. Oi pai e mãe do meu cunhado. – cumprimentou.
- Como vai fadinha? – perguntou Edward sorrindo.
- Bem... – sorriu dando de ombros e espaço para que entrassem.
Os três seguiram para dentro. Esme foi até a cozinha onde Renée preparava o almoço. Carlisle se juntou ao amigo Charlie que ajeitava a mesa a mando de sua esposa. Já Edward se juntou a Rose e Emmett que discutiam sobre um desenho animado antigo. Gargalhou com a infantilidade dos dois e desviou o olhar para Alice e Jasper que conversavam baixinho trocando olhares apaixonados.
Sentindo-se como um castiçal segurando tantas velas perguntou para a jovem de cabelos espetados onde estava a sua amada.
Isabella ainda dormia. Sua noite fora péssima, já que Edward teve um trabalho importante e não pode ficar com ela no telefone. O resultado foi uma noite cheia de pesadelos. Seu sono só acalmou-se com a chegada da manhã e o barulho de movimento na casa.
Edward abriu a porta do quarto lentamente para não acordar sua morena. Observou-a e percebeu que sua noite deveria ter sido péssima pelo modo que as cobertas estavam reviradas pela cama e sua expressão cansada como se tivesse corrido uma maratona.
A morena agitou-se com o começo de um novo pesadelo. O ruivo apressou-se a acordá-la. Assim que abriu os olhos a mulher se jogou contra os braços de Edward que sentou-se ao seu lado a aconchegando num abraço.
- Já faz quase três meses morena. Seus pesadelos não passaram ainda? – perguntou gentilmente acariciando seus cabelos.
- Estão menos freqüentes, mas não consigo voltar a minha antiga rotina. – murmurou.
Rosálie havia lhe dito que aquilo era normal. Afinal ela reagiu no primeiro mês bem demais, sua recaída era esperada.
Masen observou sua amada levantar-se e entrar no banheiro. A aguardou deitado na cama. Seus pensamentos voltaram-se para uma idéia que teve no inicio da semana. Talvez não fosse algo ruim. Talvez fosse o que ela precisava para superar toda aquela merda de seqüestro e julgamento.
- Um beijo pelos seus pensamentos. – sorriu a morena encostada ao umbral da porta enquanto o observava.
O ruivo sorriu torto abrindo os braços. Isabella não se fez de rogada e se jogou no tão quente abraço. Edward puxou o rosto de sua amada em direção ao seu matando a saudades de seus lábios e tendo a certeza de prosseguir com a sua idéia.
A morena soltou um gritinho quando o namorado virou-se rapidamente ficando por cima dela e então gargalhou junto a ele.
- Vamos viajar? – perguntou de supetão.
- Claro! Para onde?
- Sei lá! Vamos sair pela estrada! Conhecer o país. – respondeu o ruivo entusiasmado.
- Está falando sério? – perguntou a morena ficando com a expressão indecifrável.
- Não quer viajar comigo?
- Não! Não é isso! Digo... E o seu trabalho?
- Estou há mais de cinco anos sem tirar férias.
- Edward... Eu... Não sei... E meus... – gaguejou sem conseguir realmente pronunciar aquelas palavras.
- Não vou deixar que tenha pesadelos. – disse convicto o ruivo.
Ele acariciou a face da morena e olhou diretamente em seus olhos.
- Eu vou fazer você superar toda essa merda. Vou te abraçar forte todas as vezes que sentir medo. Vou te beijar com toda a paixão que sinto para que se esqueça de seus medos. Vou sussurrar a noite inteira em seu ouvido o quanto eu te amo para que em seus sonhos o único que habite seja eu. E se nada disso der certo, se continuar tendo pesadelos eu irei te amar a noite inteira para que não durma e só te deixarei descansar quando estiver exausta o suficiente para não ter sonho algum.
Os olhos da morena nadaram em lágrimas e ela sorriu o puxando para um longo e ardente beijo de agradecimento.
- Agora chega de me agarrar. Vá ajeitar suas coisas. Partimos em meia hora.
- O que?!
- Vamos aproveitar que estão todos aí e podemos nos despedir.
- Edward isso é loucura!
- Já vai desistir? – fingiu estar ofendido, a morena desistiu de tentar ser a responsável da relação e sorriu matreira.
- Nunca. – deu-lhe um selinho e saiu correndo para o armário pegar suas roupas.
Os dois estavam fazendo uma loucura. Mas era disso que estavam precisando. Um tempo a sós, sem estresses de trabalho ou preocupações com pesadelos. Precisavam viver aquela paixão intensamente, instaurando uma nova rotina. E assim fizeram.
Com as bocas abertas as famílias, Swan, Halle e Masen acenavam para o casal que saía, praticamente fugido daquela casa, em cima de uma moto com apenas uma mala nas costas.
Charlie começava a arrepender-se de ter insistido tanto para que os dois namorassem. Estreitando os olhos fitou Jasper.
- Nem pense em fugir com a minha caçulinha.
Alice e o loiro arregalaram seus olhos enquanto os outros riam.
No fundo eles entendiam Edward e Isabella. Depois de tudo o que passaram eles mereciam um tempo sozinhos para se conhecerem verdadeiramente e quem sabe dali uns três meses não voltassem com alguma novidade carregada no ventre da morena. O destino deu-lhes vários caminhos e dependia deles escolherem as estradas que levariam aos seus futuros.
FIM.
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Galera, agradeço de coração todo o carinho de vocês! Ao mesmo tempo que é uma delicia acabar uma fic também é triste. Então gostaria que continuassem me acompanhando em minhas outras fics :D Lancei uma One Shot ainda hoje, deem uma conferida ;)
http://www.fanfiction.com.br/historia/168484/Sem_Saida
Bella está decidida a se encontrar com James, pronta para morrer por quem ela ama. Porém uma ligação inesperada interrompe seu destino e ao descobrir que sua mãe está longe de estar junto ao caçador toma uma importante e inteligente decisão. Volta para os braços de Edward.
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