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4.O que as meninas realmente viram?


"" - para contextualizar as vozes ouvir a distância uma conversa

Maze

Eu estava há tanto tempo rodando entre os locais e não encontrei nada, Tudo bem que eu deveria ir até a biblioteca de uma vez, mas e o meu espírito aventureiro, onde fica? Fora que eu tenho certeza de que a tia da cantina guarda os melhores pudins para os professores, nem consegui comer um essa semana, então que mal há em pegar um pudim escondido?

Eu comecei a andar pelo local silencioso, escolas à noite são bem assustadoras e dão ótimos cenários para filmes de terror, acho melhor eu ir embora, vai que uma espécie de Freddy aparece aqui?

Em nome de todos os pais da comédia, eu preciso beber menos café, que ela não me escute dizer isso, se não vai virar uma insuportável, mas, bem que a Peggy tinha razão e isso não ia me fazer bem!

Depois de encontrar o pudim e comer uns cinco, sentindo minha barriga doer e descartar as provas do meu crime, voltei a andar pelos corredores, a sala de informática a essa hora fica trancada e no papel deixava claro que eu deveria ir até a biblioteca, então por que enrolar mais? Segui meu caminho até lá tranquilamente, raspando o último pode te pudim com o dedo e enfiando na boca. Quanto mais próxima da sala, mais o som das vozes se tornava claras e assim peguei meu celular rapidamente e o desbloqueei, deixando no mudo e colocando para gravar o através do vidro da porta e, por via das dúvidas, liguei o gravador que Peggy me deu também, pois, se eu a abrir, saberão que alguém entrou:

"Anda logo com isso, Clady, eu aposto que sua mãe vai adorar saber o que o filho dela faz atrás da escola no seu tempo livre..."

"Você não deveria me ameaçar, não quando posso destruir o seu histórico perfeito."

Um som parecido com tapa ecoou.

"Não fale assim comigo! Está achando que está lidando com alguns daqueles marginais com quem anda? Sou esperta o suficiente para me safar de qualquer tentativa sua e ainda te culpar por isso."

Ele riu.

"Se fosse mesmo esperta, não estaria aqui me obrigando a invadir o sistema e recolher as provas dos próximos meses, não é mesmo? No fundo, você é só uma perdedora arrogante que se acha alguém e vai por mim. Charlotte, você não é."

Fiquei boquiaberta com o que escutei e continuei gravando. Eles pareciam discutir a respeito dos termos desse grande delito enquanto eu presto atenção aos detalhes, me sinto numa missão no maior estilo 007 agora, com o tempo vieram a falar dos pagamentos e eu guardei o telefone, ficando só com o gravador.

As vezes esqueço o quanto as pessoas podem ser desprezíveis e que, no caso da Ambre e suas amigas da para julgar completamente pela forma como se portam, ninguém vale nada naquele grupinho de vadias!

Minha barriga começou a fazer barulhos estranhos e eu encerrei a gravação andando de fininho para o banheiro, acho que comi pudim demais.

...

Eu lavava minhas mãos e ouvi um barulho de passos, a primeira coisa que fiz foi entrar em uma cabine e a trancar, parando sobre o vaso. A porta foi aberta e o barulho de salto ecoava pelo local:

—- Credo! Pensei ter ouvido algum barulho. Agora, deixa eu apressar aquele idiota. -- A voz de Charlotte ecoou e eu revirei os olhos, até parece que nunca teve uma dor de barriga na vida! Esperei que ela saísse para descer do vaso e correr para fora do local, evitando passar pelo corredor da biblioteca e indo em direção à saída. Estava ofegante e com alguns pudins extras na minha bolsa, não demorei a encontrar Peggy e Melody, que se entreolharam de maneira um pouco entediante, apesar de estarem claramente empolgadas pelo feito.

—- E aí, gatinhas? -- Me aproximei sorrindo, vamos pular o muro? -- Apesar da graça, eu preciso falar com Peggy sobre minha descoberta.

— Para de gracinha, Maze! -- E então?

—- Eu vi um porão vazio! -- Pelos olhos arregalados, sei que Melô está mentindo.

—- Não encontrei nada demais, só o professor Farize verificando provas -- Mas que porra! Até a Peggy está escondendo algo e eu não vou ficar para trás.

—- Idem, apenas um técnico de informática fazendo a manutenção -- Nos olhamos mais uma vez e decidimos nos encontrar amanhã para resolver o que fazer, Melody avisou que não participaria das coisas, mas deixou claro que devolveria tudo e assim que saímos da escola, antes de cada uma seguir seu caminho, ela nos devolveu os aparelhos que emprestamos, eu abracei a Peggy e ela suspirou.

—- Merda! foi uma viagem perdida! -- Fiquei com minha cabeça em seu ombro, me abaixando um cadinho.

—- Eu não diria isso! -- Me afastei, tendo sua atenção.

—- O que foi que você encontrou? -- Lhe sorri de maneira sugestiva, erguendo e descendo minhas sobrancelhas enquanto ela passava a mão pelo rosto claramente revoltada. -- Fala logo de uma vez! -- E assim eu abri minha bolsa pegando uma das latinhas.

—- Agora temos pudim pro resto da semana, meu bem! Quem é a maioral aqui, hum? -- Peggy parecia que iria ebulir a qualquer momento e só por isso eu adoro irritá-la. Pode parecer errado mas ela fica uma gracinha com raiva de mim. A líder do jornal parecia que iria me agredir a qualquer momento e eu travei minhas bochechas, apertando meus lábios para conter o riso.

—- Puta que pariu, Maze! Eu falei sério nessa caralha! -- E foi aqui que eu fiz carinho em seus cabelos. Peggy parece um pincher quando está com raiva e adora um cafuné, ela bateu na minha mão de leve irritada. -- Sai! Eu não posso ser comprada com isso!

E assim eu tive que rir e olhá-la com malícia, fazendo-a duvidar das minhas palavras.

—- Escuta aqui, sua serva do satanás, o que foi que você realmente encontrou? -- Suspirei, olhando-a de maneira faceira.

—- Me convida para passar a noite em sua casa e eu te conto, não dá para gente conversar sobre isso na escola. -- Eu fiquei séria, apesar das minhas gracinhas, Peggy sabe que eu não minto quando o assunto é de extrema importância e o sorriso que abriu em seu rosto era digno de Beetlejuice.

—- Pois vamos para lá agora! -- Ordenou e ri de leve, andando com ela, de repente, a castanha parou e acabei batendo em suas costas. – Espera Maze e seus pais?

Voltei a andar passando à sua frente e cruzando minhas mãos atrás da nuca:

—- Desde o começo, eles acham que vou passar a noite na sua casa. -- Ela empacou no local.

—- Sua maluca! E se eu dissesse que não? -- Dei de ombros e virei minha cabeça para o lado apenas para olhá-la melhor.

—- Então saberiam que eu estou mentindo. -- Peggy respirou profundamente, vindo ao meu encontro e por um momento imaginei que ela iria me dar um peteleco como costuma fazer quando eu apronto desse jeito, mas ao invés disso, ganhei um abraço pela cintura, visto que sou mais alta do que ela.

—- Você não tem jeito mesmo, Mazekeen!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.