O sol tinha um brilho maravilhoso aqui em Campinas. Sempre quis morar aqui, e quando descobri que passei na Unicamp, fiquei tão feliz que juro que era capaz de pular de bang jump. Eu já estava no 3° ano do curso de Química, quase me formando, e a minha mãe ainda não gosta da idéia de eu morar com o Arthur. No começo ela até veio morar comigo, mas ai ela começou a namorar o Renato, e ele quis que ela fosse morar com ele. Dei a maior força, e ela não queria me deixar sozinha, mas ai o Renato sugeriu de eu ir morar com o Arthur, afinal ele também estava na Unicamp, morando sozinho. Eu fui ela querendo ou não, e no final Renato a convenceu a ir também. Mas isso não a impedia de me ligar todos os dias, perguntando coisas que ela não devia perguntar.
Aqueles dois anos morando com Arthur foram fantásticos, talvez os melhores da minha vida. Pra mim, ele era perfeito em tudo o que fazia, até o jeito dele me olhar era perfeito.
Sai da sacada do nosso apartamento, e neste momento o meu celular toca.

- Alô? – atendi.
- Manu? – disse uma voz conhecida.
- Mari!!!! Quanto tempo! Como vai?
- Vou bem. Voltei ontem – disse ela. Mari, diferente de mim, passou em Harvard, e foi fazer direito lá. Namorou com João à distância esse tempo inteiro, e namoram até agora. Acho que foi o único namoro a distância que eu já vi dar certo.
- Ai que bom!!! Mas e ai, quando vem me visitar?
- Assim que puder. Primeiro vou cuidar do meu namorado carente. – disse ela, e nós rimos. Colocamos a fofoca em dia, ficamos quase uma hora no telefone.
- E o Arthur? Ainda mora com ele? – perguntou ela.
- Sim, e pretendo continuar assim por muito tempo.
- Isso é bom. Ele te faz muito bem, sabia?
- Eu sei. E ele também sabe disso. – eu disse. Nessa hora, ele sai do quarto, senta-se ao meu lado no sofá e me abraça de lado. Ele sempre sabia exatamente quando eu falava dele.
- Vou ter que desligar Mari, vou cuidar do meu namorado agora – eu disse, desligando o telefone. Ele puxou meu rosto e me beijou, calma e calorosamente. Não importava quantos beijos nós trocávamos, era sempre como se fosse o primeiro. Meu coração batia mais forte, meu estômago revirava, meu corpo formigava a cada toque que ele me dava, e sua língua explorava a minha boca como se tentasse achar algum canto que ainda não tinha tocado. O que eu achava difícil.
- Bom dia – disse ele, sorrindo e mostrando as covinhas que eu tanto amava. Ele estava mais alto do que há 3 anos atrás, seus cabelos continuavam bagunçados e charmosos, e agora deixava uma barba por fazer, o que dava a ele uma aparência mais adulta. E sexy.
- Bom dia – respondi, sorrindo também.
- O quer comer? – disse ela, indo pra cozinha. Ele fazia gastronomia.
- Ah, sei lá. O chef aqui é você.
- Tem razão, porque você cozinha muito mal.
- Ah, seu ingrato. Nunca mais faço sabão pra você – eu disse e nós rimos.

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Como era sábado, hoje não tínhamos aula, então fomos passear em um parque ecológico de Campinas. Estendemos uma toalha quadriculada no gramado e sentamos, e Arthur tirou as comidas da cesta.
O dia inteiro nós conversamos sobre tudo, e ao mesmo tempo sobre nada. Era sempre assim, quando estávamos juntos só importava a gente, tudo a minha volta ficava mais incrível, e eu adorava essa sensação de frenesi que ele me causava. No meio do dia, encontramos Bia e Diego. Eles ainda moravam em São Paulo, mas vieram visitar uma tia dele. Com o tempo, eu e ela nos tornamos muito amigas, nós quatro vivíamos saindo, e hoje não foi diferente. Fomos a uma pizzaria, rimos, conversamos, brincamos, comemos, e a noite foi tão boa quanto o dia.
Quando voltamos para a casa, já era meia noite.

- Meia noite. Gosto muito dessa hora, sabia? – disse Arthur, me abraçando.
- Por que? Gosta de ser atropelado? – brinquei.
- Não, mas gosto de ter você por perto. Bem assim, nós dois abraçados. Três anos já se passaram e ainda te amo do mesmo jeito. Nenhuma mulher me encantou do jeito que você me encanta até hoje. Dormir abraçado com você é a melhor sensação do mundo, ver você acordando do meu lado é a melhor vista de todas. Espero que nunca se esqueça de mim, porque eu jamais vou te esquecer. Não consigo.
Um dia meu coração explode, de tanto bater. O abracei forte e vi, na parede atrás dele, nossas máscaras penduradas. Nunca percebi o quão sortuda eu era por tê-lo, por ele amar a mim e não a outra garota. Amá-lo é fácil, natural, e pensar em perdê-lo é insuportável.

- Eu te amo – sussurrei – tanto que até dói.
Ele me olhou e sorriu. Beijou-me e tirou meu fôlego, como sempre fazia. Não digo que esse seja o nosso final feliz, porque não quero nunca que isso acabe. Mas posso dizer que é o nosso começo feliz, e que viveremos felizes para sempre, desde que fiquemos sempre juntos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.