Capítulo 2

Smoak, Felicity

Inacreditável. Eu fiquei extremamente irritada e magoada com o Oliver. Como que ele pode me acusar daquele jeito? Não importa se seu dia está o pior dos piores isso não se faz. Mas decidi relevar. Por hora. Como viajo amanhã, não quis estar brigada com Oliver, nas vésperas da viagem.

Depois que ele saiu do escritório eu fui visitar uma construção e isso levou toda a minha tarde e quando vi já era hora do jantar.

Cheguei no “Diggle’s” e Lyla me recepcionou com um sorriso.

— Felicity, que bom vê-la. Quanto tempo que não saímos juntas hein? – Perguntou me abraçando.

Lyla e John são nossos amigos desde que em uma noite entediante da faculdade, Oliver e eu decidimos procurar algum lugar legal na beira da praia para comer. Foi ai que vimos o letreiro “Diggle’s”, desde então não saímos daqui. Apesar de ter uma vibe praiana o restaurante é muito sofisticado. Tommy e Sara começaram a nós acompanhar também e aqui acabou se tornando o nosso lugar preferido.

— Nós definitivamente precisamos sair mais vezes Lyla. – Falei retribuindo ao seu abraço.

— Você está tão diferente Fel, está com o olhar mais brilhante. Aconteceu alguma coisa? – Perguntou me fitando.

— Acho que é a expectativa da viagem que vamos fazer amanhã, só isso. – Respondi com um sorriso.

— É claro. Bom vou te levar a mesa. Toda vez que passo pelo playground Ashley pergunta se você já chegou. – Falou sorrindo enquanto me guiava entre as mesas.

— Eu já estou morrendo de saudades da minha princesa. – Termino de falar e a vejo correndo em minha direção com duas tranças boxeadoras nos cabelos.

— Mamãeeee até que enfim. Eu já estava morrendo de saudades de você! – Fala assim que me abaixo para abraça-la.

Ash pode ser apegada ao Oliver, mas é três vezes mais a mim, e eu amo isso.

— Bebê eu estava com saudades de você! Como foi seu dia? – Perguntei enquanto andávamos de mãos dadas atrás de Lyla.

— Muito divertido. Vovó fez bolo de chocolate para mim e eu e o Vovô montamos dois quebra-cabeças. – Falou com um sorriso.

— Que divertido querida. Trouxe bolo para a mamãe? – Perguntei.

— Claro que sim mamãe. Posso voltar para o play? – Perguntou quando chegamos a mesa e apontando seu dedinho em direção ao parquinho..

— Pode meu bem. – Observo ela entrar no play e me viro para a mesa que está sendo ocupada por Oliver de um lado sozinho e do outro Tommy e Sara, Lyla pede licença e volta para seu posto.

— Hei irmãnzinha, como vai? – Pergunta Tommy levantando e vindo me abraçar.

— Tommynho eu estava com saudades de você! Deveria ir mais vezes lá em casa. – Falo retribuindo ao abraço usando um apelido que ele odeia.

— Sabe, se me chamar de Tommynho de novo eu vou ligar para a mamãe. – Brincou fazendo todos rirem. Apesar de não ser filho de Donna, Tommy criou o abito de chamá-la de mãe, já que a sua mãe Rebecca faleceu horas depois que ele nasceu.

— Como sempre ele pensa que Donna vai resolver tudo. – Disse Sara me cumprimentando com um abraço. – Estou animada com a nossa mini “férias de marido” Fel. – Brincou me fazendo rir e Tommy fechar a cara.

— Pode apostar que eu também estou Sara. – Brinquei também.

Sentamos nas cadeiras e eu me virei para dar um selinho em Oliver.

— Como você está? – Perguntei.

— Melhor agora. – Respondeu repousando a mão sobre a minha coxa.

— Então Feli, mamãe contou que eles vão fazer um cruzeiro? – Perguntou Tommy.

— Ela comentou algo sobre ir para o Brasil. É em um cruzeiro? – Falei animada.

— Isso mesmo! E ela quer nós vamos também. Sabe, fazer algo em família. O que vocês acham? Vamos também? – Pergunta Sara animada.

— Ash e Noah vão endoidar em um navio. – Falei rindo.

- Nós combinamos de ir para West Palm, mas podemos mudar. – Falou Oliver.

— Bom até as férias temos tempo para pensar. – Falo.

— Sabe o que eu acho? Devemos tirar uma foto. – Fala Tommy tirando o celular do bolso e pedindo para um garçom tirar.

— Essa foto vai imediatamente para o meu feed. Ficou linda. – Fala Sara mexendo no celular.

Depois disso a comida chegou e Oliver foi chamar Noah e Ash para comerem. Estávamos comendo a sobremesa e conversando quando de repente Sara olha para o lado chama alguém de vaca.

Sigo seu olhar e vejo o motivo. Helena Bertineli parada na entrada olhando para os lados como se estivesse procurando por alguém, até que seus olhos param na nossa mesa e ela dá um sorriso e começa a vir na nossa direção.

— Eu não acredito nisso. – Fala Sara e eu vejo que só agora Tommy e Oliver prestaram atenção no que conversávamos.

— Meu amorzinho só não faz escândalo. – Pediu Tommy a Sara.

— Olha só que grande coincidência encontrar todos vocês aqui. – Fala assim que para ao lado da mesa. - Será que posso me juntar a vocês? – Pergunta sorrindo.

— Na verdade se você não percebeu estamos na sobremesa e isso significa que já vamos embora, então a resposta é não. – Fala Sara e eu não consigo controlar o sorriso de canto que se abriu nos meus lábios.

Vi quando Helena deu um sorrisinho de lado.

— Então essa é a Ash? A garotinha dos olhos do Oliver? – Pergunta e eu odiei que ela chamou minha filha pelo apelido e pelo tom que ela usou ao se referir a ela. O meu sangue ferveu nessa hora e minha vontade era de dar na cara dela.

— Para você é Ashley, Helena. – Falei com toda a educação que mamãe e papai me deram.

— O que quer aqui Helena? – Perguntou Oliver e eu vi que ele também não estava feliz.

— Bom eu queria companhia para jantar, mas já que estão indo embora eu vou ter que comer sozinha. Foi bom conversar com vocês. Até amanhã meninos. – Sobrou um beijo para Tommy e para Oliver e foi embora.

Depois que ela saiu o clima para jantar acabou e fomos embora.

— Então Sara amanhã cedo eu passo na sua casa, ok? – Pergunto para Sara quando Oliver e Tommy vão buscar os carros.

— Claro, estarei te esperando. Você está bem? Eu juro que queria ter a sua paciência, se aquele veneno todo fosse diretamente para mim, já teria matado aquela cobra. – Afirmou.

— E dar o que ela quer? Jamais! Ela quer me ver fazendo escândalo e isso eu não vou fazer. – Nessa hora Oliver encosta o carro na calçada e eu me despeço de minha cunhada e jogo um beijo para meu irmão que estacionou o carro atrás de Oliver.

Entro no carro e Oliver segue para nossa casa, no mais completo silêncio, só era quebrado quando Ash falava ou perguntava algo e um de nós dois respondia.

Chegamos em casa e enquanto Ash tomava banho e se arrumava eu arrumava sua mala.

Ash deitou na cama e eu lhe dei um beijo.

— Qual história quer ouvir hoje? – Pergunto para ela?

— Mamãe, você ficaria chateada se o papai me contasse a história hoje? – Pergunta tímida. – É porque nós duas vamos viajar juntas e eu vou sentir falta dele.

— Claro que não me importo bebê. Vou chama-lo. Boa noite minha princesa. Eu amo você. – Falei e antes de sair dei um beijo em sua testa.

— Eu amo você mamãe! Boa noite. – Falou.

Fui até o quarto ver se Oliver estava lá e ele estava saindo do closet só de short.

— Ela pediu para você ir contar a história para ela. – Falo assim que ele me olha.

— Tudo bem. – Assentiu e foi até o quarto dela.

Fui em direção ao closet arrumar minha. Terminei e fui tomar um banho. Estava de costas para o boxer quando senti braços rodeando minha cintura e uma testa colando na minha costa. Era Oliver e eu senti o quanto ele estava tenso. Apoiei meu braços em volta dos seus e ficamos assim por um bom tempo.

— Me desculpa. – Pediu. – Eu não tinha ideia que aquela maluca fosse aparecer lá.

— Você não tem culpa Oliver. – Falei.

— Eu tenho sim! Por que foi eu quem colocou ela nas nossas vidas anos atrás e agora ela voltou para assombrar a gente. E isso tudo e culpa minha! – Falou e me apertou mais ainda. Com dificuldade eu consegui me virar para ele e olhei em seus olhos.

— Anos atrás a culpa foi sua, mas agora não. Você não tem culpa dela ser uma maluca. Oliver a culpa não foi sua. – Falei olhando em seus olhos e o abracei.

— Mas se eu não tivesse deixado ela entrar anos atrás, ela não estaria aqui hoje. – Respondeu.

— A gente já superou o passado amor. Esqueci isso, por favor. – Pedi.

— Desculpa. – Pediu e eu lhe dei um beijo como resposta.

Saímos do banho e deitamos. Oliver me puxou para deitar em seu peito e assim dormimos.

***

No dia seguinte Oliver e eu acordamos as 05:30 da manhã. A viagem até West Palm, durava em torno de três a quatro horas de carro. Combinei com Sara que passaria lá 07:00 para seguirmos viagem.

— Colocou o assento da Ash? – Perguntei assim que Oliver entrou na cozinha.

— Sim. Coloquei também as malas no porta malas. Quer que eu a acorde? – Perguntou olhando as horas.

— Por favor, querido peça que ela vista ou escolha para ela um conjunto de moletom, é mais confortável para viajar. – Falei e ele foi em direção às escadas.

Tomei meu café olhando através da janela de vidro da cozinha, o sol nascendo é uma obra prima.

— Papai porque você não vai com a gente? – Escutei a voz sonolenta e dengosa Ash no topo das escadas.

— Baby, nós já conversamos sobre isso! Eu preciso trabalhar, mas falei que nós vamos viajar nas férias. Tudo bem? – Perguntou Oliver e eu virei a tempo de ver minha filha assentir com carinha triste e deitar a cabeça no ombro do pai. – Você vai querer comer alguma coisa? – Ela negou com a cabeça ainda deitada.

— Nem tomar leitinho que a mamãe preparou para você? – Perguntei e ela estendeu o bracinho e abriu a mão pedindo o copo.

Oliver sentou na cadeira da mesa de jantar com ela ainda no colo, me sentei ao seu lado e passei a mão acariciando a costinha da minha bebê.

— Quando você parar na frente da casa do Tommy e ela ver Noah, toda a manhã vai passar. – Falou Oliver olhando para mim com um sorriso.

— Com certeza amor. – Ficamos olhando nossa filha terminar de beber o leite. Quando Ash entregou o copo vazio, levantei e peguei minha bolsa e nossos casacos com Oliver logo atrás e fomos para a garagem.

Ele se despediu de Ash com um abraço apertado, palavras sussurradas no ouvido e um beijo demorado na cabeça. Colocou ela no acento do banco de trás e se virou para mim.

— Cuidado na estrada amor. Quando e se parar em algum lugar me ligue, se eu não atender mande mensagem avisando onde estão. – Falou enquanto me envolvia em um abraço. Cuida-se viu. Por Deus Felicity eu não vou aguentar de saudades de vocês. São cinco dias merda.

— Pode deixar que eu aviso sim. E se a saudade apertar pegue o primeiro avião e vá atrás da gente. – Falei.

— Eu te amo. Eu amo vocês duas. – Afirmou e me beijou. Um beijo cheio de saudades.

— E eu amo vocês. Até domingo amor. – Lhe dei um último selinho e entrei no carro. Antes de fechar a porta de Ash lhe deu um beijo.

— Tchau papai. – Falou Ash.

— Tchau bonequinha. Eu amo você. – Fechou a porta dela e a minha.

— Dê um beijo neles por mim. Diga que na próxima irei. – Falou quando abaixei o vidro. Vão com Deus e boa viagem.

— Pode deixar. – Falei ligando o carro e dei partida saindo da minha rua indo em direção à rua onde meu irmão e minha cunhada moram.

***

Faltava mais ou menos uma hora para chegarmos a West Palm, Noah e Ash dormia no banco de trás. Sara estava no banco do passageiro e no rádio tocava alguma música Country.

— O que você achou dá aparição repentina da Helena aquele dia? – Perguntou Sara me fazendo olha-la intrigada. – O que? Só estou curiosa. – Deu de ombros.

— Eu já tinha a visto no shopping na segunda, quando fui comprar o presente de Thea. Não sabia que ela tinha voltado para a cidade, e Oliver não me contou. Então eu fiquei muito surpresa e com raiva ao mesmo tempo. – Falei.

— Você desconfia que ele esteja te escondendo algo? – Perguntou.

— Não sei Sara. – Suspirei. – Tenho medo de pensar que sim, mas as vezes é inevitável.

— Eu clonei as redes sócias do Tommy, então se ele fizer qualquer coisa por elas eu descubro. Eu posso te ensinar se você quiser. – Falou séria.

— E achar o que eu não perdi? Obrigada, mas não. Quem procura acha Sara! – Afirmei.

— Você quem sabe, mas se precisar eu te ensino. – Lançou uma piscadinha para mim e eu ri.

— Sara você é inacreditável. Por que clonou o celular de Tommy? – Perguntei rindo.

— Eu sou mulher Felicity! Que mulher nunca fez isso? – Perguntou me fazendo rir ainda mais.

— Prazer, eu. – Falei.

— Você é a exceção. – Retrucou.

Uma hora e dez minutos depois estacionamos na garagem da mansão de Moira e Robert. Ficaríamos aqui por esses dias uma vez que o apartamento da Thea estava em reforma.

Moira veio com um sorriso assim que estacionei. Desci no momento que ela chegava no carro.

—Felicity, até que enfim! Eu não aguentava mais de saudades. – Moira fala me dando um abraço apertado.

— Ela estava deixando todos nós loucos. – Fala meu sogro atrás dela.

— Vovó e vovô eu estou bem aqui. – Fala Ash chamando a atenção dos avós.

— Oh meu bebê. Estou indo te libertar. – Fala Moira.

— Sara como vai? – Pergunta Robert enquanto Moira tira Ash e Noah dos acentos.

— Muito bem Senhor Queen. – Responde minha amiga.

— Meus Deus como vocês dois cresceram. Já podem passar um mês com a vovó. – Fala Moira arrancando risada de todos nós.

— Meus pequenos, vocês chegaram. – Exclama Thea descendo do carro que havia acabado de estacionar logo atrás o meu. – Eu estava morrendo de saudades.

— Oi Thea, nós também estamos aqui. – Brinca Sara chamando a atenção de Thea que tinha pegado Noah do colo de Moira e o enchia de beijos.

— Sara quanto drama, depois nos falamos. Agora eu preciso mimar essas crianças um pouco. – Fala.

— Por que não entramos hein? Crianças a vovó e eu fizemos um delicioso bolo de chocolate. Que tal se formos comê-lo? – Pergunta meu sogro.

— Rob! O bolo é só para mais tarde. Agora é o almoço. Vamos para dentro. – Chama Moira.

***

Depois de almoçar Sara e eu fomos tentar dormir um pouco em um dos quartos, a viagem tinha sido cansativa para nós duas já que não dormimos nada.

Acordamos por volta das quatro da tarde com Thea se jogando na nossa cama.

— Acordem garotas. Eu fiz planos para nós todos os dias. Mamãe e papai ficaram com as crianças. Já está tudo resolvido. – Diz Thea olhando para o teto.

— Thea eu te amo, mas se você me arrastar para algum lugar hoje eu não hesitarei em te deserdar como tia do meu filho. – Ameaça Sara tampando a cara com um travesseiro.

— Querida Sarinha, você é uma pessoa de muita sorte. Hoje a única coisa que programei foi passar um tempo com meus sobrinhos, mas amanhã você não me escapa.

— O que você tem programado para amanhã Thea? – Perguntei abraçando ela do jeito que dava. Thea é doidinha e eu sinto muita falta dela.

— Nós vamos até Juno Beach. – Thea fala sorrindo.

— Você sabe que onde a gente mora tem praias também né? – Pergunta Sara com as sobrancelhas levemente arqueadas.

— Deixa de ser chata Sara. – Pedi.

— Isso mesmo. Obrigada Liz. Nós vamos ter a semana das garotas! – Afirma Thea com um sorriso. Foi impossível não sorrir junto com ela. Eu sentia muita falta de Thea e esses dias ao lado iram me fazer bem.

— Então é isso. Vamos ter a semana das garotas. – Repeti.