- Amiga, adivinha quem vai pra balada junto comigo?

- Ai, não to afim de ir não.

- Eu não falei que era você!

- Então tá, melhor ainda!

Era um dia comum de verão. Estava um dia fresco, não tão quente como o habitual. Caroline chegou na casa da melhor amiga, Allegra, toda animada com a noite que estava por vir. Uma balada agitada no centro da cidade, onde nas sextas feiras bombava, então seria o dia perfeito.

Caroline - Você sabe que eu to brincando. Por que não quer ir?

Allegra – Porque eu estou com sono e não quero dormir, só de noite, quando você

pretende ir.

Caroline – E o motivo real?

Allegra – Nessa balada aí vai o Vinicius.

Caroline – Oportunidade única de você xingá-lo.

Allegra – Eu hein, tá maluca?

Caroline – É só uma ideia.

Allegra – Só sei que não vou, desculpa Carol.

Caroline – Vai sim, se não vou ficar sozinha!

Allegra – Tá, tá. O que eu não faço pela minha melhor amiga?

Caroline – Obrigada chuchu. Vamos escolher a roupa!

Allegra – Animais podem vestir roupas?

Caroline – Acho que sim, haha.

Allegra – Então pra você não vai ter problema, mas no pet shop não vendem roupa pra vaca. Vamos procurar em outro lugar.

Caroline – hahaha, engraçadinha. Primeiro vamos passar no pet shop, lá vendem roupa pra cachorra, aí pegamos uma pra você.

Allegra deu um tapa em Caroline e as duas riram. Depois de 3 horas escolhendo a roupa, as duas foram para o salão. Lá arrumaram o cabelo, papearam sobre a balada, mas mesmo assim Allegra não parecia muito animada. Pensava no Vinicius, o quanto ele tinha a magoado, o quando idiota fora. Mas tudo bem, quem sabe nem se encontravam. Quando chegou as 21:30, as duas foram para a balada.

Caroline – Que auê da sua mãe sobre regras da noite.

Allegra – Ela quer ter certeza que duas garotas de 16 anos lembram de não aceitar carona de estranhos.

Caroline – haha, vou pegar refrigerante, fica aqui, beleza?

Allegra – Eu não iria pra outro lugar, eu acho.

Caroline foi pegar os refrigerantes e enquanto isso Allegra ficou sentada em um sofá que tinha num canto da balada. Olhava para todos os lados, procurando pessoas conhecidas ou que não queria encontrar, até que se virou para um lado e se deparou com o demônio em pessoa vindo em sua direção.

Vinicius – Allegra?

Allegra – Meu nome pode ser Allegra, mas pode ter certeza, agora não estou nada alegre.

Vinicius – Tá, desculpa estragar sua felicidade. Acho que sou sua única companhia por aqui, já que a Caroline tá paquerando o garçom.

Allegra – Por que você não volta pro chiqueiro, que é de onde você veio?

Vinicius – E por que você não volta pro estábulo?

Allegra – Porque quando não tá no chiqueiro, você está lá também.

Vinicius – Eu até responderia isso, mas estão me chamando.

Allegra – É a sua mãe gritando porque é sua hora de dormir?

Vinicius – Desculpa cortar seu papo, mas sabe que eu vou ser da marinha quando fizer 20 anos, não é?

Allegra – Ah, aí vai ter mais uma baleia no mar, não é?

Vinicius – Não. Vou te fincar um processo.

Allegra – Aproveita e finca uma fita na sua boca, porque se pede você não cala. Finca também um pau nessa sua cara pra ver se não melhora.

Caroline – Vamos parar minha gente, Vinicius volta pro colo da mamãe e Allegra vem comigo!

Allegra – Pra onde?

Caroline – Conhecer uma pessoa.

Caroline levou Allegra para o bar e deixou Vinicius no vácuo. Ela chamou um tal de Rafael e ele se aproximou da bancada.

Caroline – Ale, este é o Rafa. Rafa, esta é a minha melhor amiga, Allegra.

Allegra – Oi, tudo bem?

Rafael – Olá, tudo e com você?

Allegra – Estou bem, obrigada.

Caroline – Que papo mais careta gente. Rafa, você pode dar uma folga e vir dançar?

Rafael – Meu turno acaba em 5 minutos, daqui a pouco eu encontro vocês na pista.

Caroline – Ok, te esperamos.

Carol e Ale foram para a pista de dança e esperaram Rafael, dançando sem parar, até que ele chegou, sorrindo para elas, mas principalmente para Allegra.

Rafael – Eu trouxe umas bebidas.

Caroline – Obrigada – ela disse, pegando a garrafa e tomando o líquido que tinha dentro.

Allegra – É... Obrigada. – meio sem saber o que dizer e fazer, também tomou o líquido, mas mais devagar e em menor quantidade se comparando a Caroline.

Rafael – Então, vi que vocês guardam rancor daquele tal Vinicius, né?

Allegra – Muito rancor. É um idiota, só sabe magoar as pessoas.

Caroline – É verdade – Caroline foi se afastando dos dois amigos, indo dançar com um menino no outro lado da pista.

Allegra – Ela já está ficando doidona. Deixa ela, coitada haha.

Rafael – haha, vocês parecem muito amigas.

Allegra – Somos amigas faz 14 anos e melhores amigas também.

Rafael – Que bom saber. Meu melhor amigo também é maneiro, somos amigos faz 12 anos.

Allegra – Que bom saber, hahaha.

Allegra e Rafael ficaram conversando e rindo até a balada esvaziar. Os dois já estavam meio bêbados quando tiveram de sair do local. Foram andando até a esquina da rua, sem saber direito onde estavam, com tudo rodando. Pararam, se olharam e ficaram assim até que Rafael chegou mais perto de Allegra e a beijou. Ao terminarem, se olharam mais um pouco e foram afastados por Caroline.

Caroline – Ale, temos que ir.

Allegra – Ok... – Ela falava olhando para Rafael.

Caroline – Vem, corre! – disse Caroline, meio tonta por causa da bebida, entrando com Allegra, que não parava de olhar para Rafael, num táxi.

No dia seguinte, Allegra acordou deitada na cama da sua melhor amiga, agarrada a um urso de pelúcia. Meio sonolenta, ela levantou da cama e deu um grito quando viu Caroline do seu lado, babando no travesseiro.

Allegra – É COMPROVADO QUE A CAROL É UMA VACA!

Caroline – Hã? Que? – Caroline disse, se levantando e limpando a baba que escorria pelo seu rosto.

Allegra – Sempre soube que você acordava babando. Ou você é porca, ou vaca.

Caroline – Não quero encontrar o Vinicius no chiqueiro, prefiro ser vaca. Ah, lembrei, ele também vai estar lá.

Mãe da Caroline – Bom dia meninas!

[ CONTINUA ]