– O que você tá fazendo aqui? – perguntei querendo que aquele pesadelo acabasse.
– Vim te ver, amor. Saudades?
Como ele conseguiu ter a cara de pau de voltar, me chamar de amor e ainda vir na minha casa em plenas férias pra atrapalhar a minha concentração na música? Tá... Eu preciso começar a respirar.
– O que você quer? – Sim. Fui seca, ele não merecia que eu fosse legal com ele.
– Não da pra notar o que eu quero? – disse entrando.
– Não, não dá pra notar. E quem foi a pessoa que te deu autorização pra entrar?
– Eu mesmo. – sorriu.
– Perguntei quem foi a PESSOA não o animal!
Ele revirou os olhos e se aproximou de mim. Eu sei que o Leandro foi meu primeiro namorado... Mas a gente terminou então bola pra frente.
– Roberta, não se faça de desentendida... – disse me puxando pela cintura. Me lembrei de como o Diego foi fofo quando fez isso. – Volta pra mim?
Empurrei ele e pedi para que fosse embora. Ele tinha me magoado e... Ai! Não quero lembrar disso!
Pov’s Diego
Tem como? Tem como ficar mais apaixonado do que já estou? Não sei... A única coisa que eu sei é que ela não sai da minha cabeça! O dia inteiro a cena do nosso primeiro beijo fica vindo na minha mente, o olhos verde claro, a boca rosada e carnuda... Ê Diego, onde você foi amarrar seu burro?
Pedro me ligou mais cedo e pediu para que eu fosse buscá-los na rodoviária. Avisei meu pai, peguei a chaves do carro e fui.
Cheguei bem rápido e eles já estavam me esperando. Nos cumprimentamos e Pedro resolveu ir no banco de trás com a namorada enquanto conversávamos.
– Foi muito gostosa a viagem. A cachoeira, as compras da Alice, a reclamação dela na trilha... – interrompi.
– Pera... Você foi fazer compra com a Alice?
– Foi sim! Foi lindo ele carregando as minhas sacolas, tá? – ela beijou a bochecha dele e pediu para que eu parasse o carro.
Às vezes eu acho que garotas são loucas...
Ela desceu do carro e foi até um cara que estava parado na calçada. Ficou um tempo conversando com ele, fazendo umas caras de brava e depois voltou um pouco revoltada.
– Quem é ele, Lice? – perguntei. Sim, eu estava curioso...
– Ninguém! Só a pior coisa que aconteceu no mundo.
– Que coisa, Lice?
– O nascimento dele! – Percebi que ela havia lançado um olhar pro Pedro que parecia ter entendido e sabia quem era ele.
Chegamos a casa dela. Como ela é educada, me convidou para entrar.
Pov’s Roberta
Ouvi um barulho de carro. Se for aquele animal do Leandro de novo, ele vai sentir na pele o que eu passei. Ah vai!
A porta abriu e pensei que fosse a Gabi deixando ele entrar, mas vi Alice, Pedro e ele, Diego...
– Voltaram cedo... – Fingi ignorar a presença de Diego ali.
– Preocupação de irmã! – disse Alice realmente preocupada.
Abracei e cumprimentei todos.
Lola chegou à sala e disse que o almoço já estava pronto, se poderia colocar os pratos na mesa. Disse que sim e convidei Pedro e Diego para almoçarem conosco.
Nos sentamos e almoçamos entre risadas e brincadeiras. Só percebi que todos haviam parado de rir e brincar quando Alice me deu um chute por debaixo da mesa. O que eu fiz dessa vez?
– Ai, Alice! Por que fez isso, sua louca? – perguntei brava.
– O Diego tá te chamando faz um tempo. Dá atenção pro garoto, que eu vou subir com o Pedro pra desfazer a mala.
– Sei... A mala, né?
Ela me deu língua e subiu com Pedro.
Roberta Messi de Albuquerque respira!
Pov’s Diego
Me sentei na cadeira ao lado da dela. Aquilo precisava ser colocado pra fora... Tudo o que eu sinto por ela.
– Roberta... A gente pode conversar?
– Claro Diego! Algum problema?
Respirei fundo e comecei.
– Roberta, você não sai da minha cabeça. Não paro de relembrar cada momento do dia em que nos beijamos no jardim do colégio. Não consigo te olhar e ver que não posso te dar um selinho de bom dia ou boa noite, que não posso te chamar de namorada... Eu sei o que você vai me dizer sobre se apaixonar e etc e tal. Mas eu não ligo! Eu tô disposto a te conquistar, a ter a sua confiança... Mas eu só vou conseguir ser cem por cento feliz se você estiver comigo. Então... Quer namorar comigo?
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