Pov's Diego

Fiquei preocupado com Roberta se remexendo com a mão na barriga e chorando baixo na noite anterior. Resolvi acordar cedo e fazer um café caprichado pra ela, não sabia se era fome ou se eu havia a machucado. Eu tinha pensado em várias possibilidades, só não contava que isso realmente fosse atrapalhar o nosso café da manhã.

– Diego, lembra que eu te disse que eu havia sido estuprada? - assenti - Então, o Leandro não havia usado camisinha e eu acabei engravidando aos quatorze anos. - Como? - Contei primeiro pra Alice, que quase me matou quando soube, depois pros meus pais. - ela começou a chorar - Quando contei para os meus pais, meu pai me obrigou a me casar com o Leandro. - ela abaixou a cabeça e continuou, depois de um tempo - Eu fui contar a notícia pra ele e ele me xingou de vagabunda e imunda e me obrigou a retirar a criança. Diego, eu fui obrigada a fazer um aborto! Por mais que o bebê não tivesse sido planejado, era meu filho e eu iria amá-lo como toda mãe ama o seu filho.

Eu estava em choque. Poxa, a mulher que eu amo já havia sido estuprada, sabe lá Deus quantas vezes foram, já esteve grávida, foi obrigada a fazer um aborto, quer mais motivo para eu estar em choque? Resolvi fazer umas perguntas um tanto nada a ver com o que ela estava me contando:

– Por que ele voltou? - perguntei.

– Porque ele é um imbecil!

– E você... Você ainda ama ele? - perguntei com receio da resposta.

– Que pergunta mais idiota, Diego! Claro que não!

Sem perceber, abri um sorriso.

Pov's Narrador

Meses se passaram, Roberta havia arranjado um emprego em um empresa multinacional e Diego estava viajando a trabalho. Os dois não conversavam há 1 semana, por conta do trabalho e da viagem de Diego.

O casamento de Alice estava chegando. Era uma correria todos os dias. Roberta e Alice saíam todos os dias para ver algo diferente para o casamento.

Pov's Roberta

Finalmente o Diego vai voltar dessa viagem!

Olhei por cada canto daquele aeroporto e nada de Diego. Quando ouço anunciarem o pouso do avião dele. É... Acho que cheguei cedo demais.

Mais alguns minutos, que pareceram horas, de espera e a porta foi aberta, pela milionésima vez, e ele saiu daquela sala, todo lindo.

– Olhos lindos! - disse me abraçando - Fiquei com saudades.

Não respondi, apenas o beijei. Um beijo quente e cheio de saudades.

Paramos o beijo com selinhos. Ali não era o melhor lugar pra esse tipo de demonstração de carinho.

– Aproveitou a viagem? - perguntei.

– Diego, me espera lindo! - ouvi alguém gritando. Devia ser outro Diego. - Ufa, te encontrei, Di!