Não Sou Nenhum Herói.

Se olhares pudessem matar & Cuide da Ally por mim!




POV Ally

Quando penso que as coisas não podem ficar pior, elas ficam. Já não consigo mais aguentar estar aqui. Não tenho forças, tanto física como psicologicamente. Ontem foi o pior dia de todos, o que me faz sentir assim tão mal...

Um tempo mais tarde, depois da conversa com o Austin, o Jason apenas me levou até o meu pai e nos deixou sozinhos. Eu ainda estava magoada por ele me esconder a verdade. Ele também sabia sobre o Sam e nunca me contou, mas esse assunto entendo que devia ter sido a minha mãe a falar, mas mesmo assim!

—Ally.

—Uhm?

—Me desculpe. Eu sei que devia ter contado tudo... Eu me sentia tão mal quando a via chorar e sofrer pela morte da sua mãe, queria tanto lhe contar a verdade, mas não podia. Não podia arriscar a sua vida, tudo menos isso!

—Eu percebo. Percebo que tenha sido para me proteger e percebo que não podia ter contado sobre o Sam!

—Sabe sobre ele?

—Sei e preferia ter descoberto por você ou pela mãe.

—Porque ela o deixou? Porque nunca o procurou? Nós viemos morar para Miami, ela podia ter procurado por ele!

—A sua mãe não tinha condições para cuidar do seu irmão, achou que com as pessoas que o deixou lhe dariam uma vida melhor... - A porta é aberta e o Jason entra com um dos seus homens. Ele se aproximou de nós e se colocou na frente do meu pai. - Se veio perguntar novamente sobre a Olivia pode ir embora!

—Eu não vou embora. A minha paciência se esgotou e estou farto de esperar. Me diga onde ela está!

—Eu também estou a perder a paciência, já lhe disse imensas vezes que não.

—Ou me diz onde ela está ou é a sua filha quem vai sofrer! - Fala se aproximando de mim, tirando uma arma sei lá de onde e a apontou para mim.

Senti o meu coração bater mais forte e rápido que o normal, este podia ser o meu fim. Bem o fundo esperei que o Austin aparecesse antes que este momento pudesse acontecer.

—... Não lhe faça nada!

—Então me diga, onde está Olivia?

—Eu não sei!

—Já lhe disse que não acredito e continuo sem acreditar!

—Mas tem de acreditar, não sei mesmo onde ela está.

—Como posso acreditar nisso?

—Só a ajudei a fingir a sua morte. Ela não quis dizer para onde ia, disse que era melhor eu não saber!

—Então não faz a mínima ideia de onde ela possa estar?

—Não!

—O filho dela está aqui em Miami, calculo que ela também esteja e não tarda vai aparecer sabendo que estão desaparecidos! ...Já não vou precisar mais de você! - Fala, desta vez apontando a arma para o meu pai.

—Não! Não faça isso!

—Se não quer ter o mesmo destino que o seu pai sugiro que esteja calada!

—Eu não quero saber o faz comigo. Não lhe faça nada, não o mate!

—Desculpe, mas eu já não preciso dele!

—Eu a amo minha filha. - E então o som da arma disparar é ouvido e eu fecho os meus olhos não sendo capaz de ver o que estava na minha frente. Não acredito que ele matou mesmo o meu pai.

Senti o meu braço ser puxado e abri os olhos para não cair. E claro, não me contive, olhei para trás, para o meu pai. Foi o pior que já decidi fazer. A sua camisa estava encharcada de sangue no seu peito e a sua cabeça estava para baixo.

Desviei o olhar não conseguindo mais observar o meu pai e o Jason me puxou até o quarto. Entrámos e assim que me soltou voltei o meu corpo para ele e lhe bati com toda a força que tinha, o que não era muita. Não durou muito até ele segurar os pulsos para me parar.

—Pare com isso!

—Não. Você o matou! Porquê? - Senti as lágrimas escorrerem pelos meus olhos, nem as tentei controlar.

—Eu fiz o que era necessário.

—Você o matou! - Ele nada disse, apenas pegou em mim, me colocou na cama e saiu.

Me deitei e chorei tudo o que guardei até agora, chorei até adormecer. Também não havia mais nada que pudesse fazer e agora não era mentia nenhuma. O meu pai estava mesmo morto!

E ontem foi oficialmente o pior dia da minha vida. Acordei apenas hoje de manhã, pelo menos acho que era de manhã, e não consigo tirar a imagem do meu pai com todo aquele sangue da minha cabeça.

—Vejo que está acordada! - Ouvi o Jason, mas nem o olhei. - Não vai olhar para mim?

—Se olhares pudessem matar não me importava de olhar para você, mas como não é possível não, não vou olhar para você!

—Insolente! - Senti ele se sentar do meu lado. Apenas me afastei e olhei para a parede em minha frente. - Tem sorte em ainda estar viva, não me faça arrepender de não a matar também!

—Pouco me importo com isso. Se me quiser matar será um favor que me faz!

—Não para já minha querida.

—Porque quer fazer o Austin sofrer assim tanto? - Pergunto agora me voltando para ele. Queria saber o porquê de tudo isto.

—Isso não lhe diz respeito.

—Então se não vai falar nada vá embora!

—Você não manda em mim.

—E eu não quero saber o que tem para dizer, a não ser que me responda! - Lhe voltei as costas e suspirei. Estou a morrer de medo pelo que ele possa fazer, mas não lhe posso mostrar.

—Quer mesmo que responda? - Assenti o olhando. - Muito bem. Eu quero...

—Senhor? - Olhámos para a porta

—Sim?

—Temos um problema!

—Um problema? Que tipo de problema?

—É melhor ver você mesmo!

—Muito bem. - Ele se levantou e foi embora. O que será que está a acontecer?

POV Austin

Ainda estava no carro com o meu tio, a caminho de casa, e mal vejo a hora de lá chegar. Só quero ter descobrir onde o Jason está para ir buscar a Ally e a ter nos meus braços.

—Eu falei com o diretor da escola e ele disse que iria fazer como se você e a Ally só vão para a escola agora no segundo semestre, já que esta semana terminou o primeiro.

—Ele vai mesmo fazer isso?

—Sim. Eu expliquei tudo o que estava a acontecer e disse que se iriam esforçar muito até o final do ano.

—Isso é mesmo bom!

—Eu sei, mas também quer dizer que terá de tirar boas notas.

—Sim, eu percebi bem essa parte. Farei o meu melhor!

—Espero que sim! - O silêncio se instalou por alguns segundos até eu não aguentar mais.

—Eu tenho mesmo de perguntar isto... O que a mão e o pai nos escondiam?

—Porque quer saber disso agora Austin?

—Porque sim. Por favor tio, eu tenho o direito de saber!

—Os seus pais pediram para não contar e, sinceramente, será melhor se não souberem!

—Mas isso não é justo!

—Não me interessa se é justo ou não. Eu não vou contar.

—Porque eles não queriam que contasse? É assim tão mau o que escondiam?

—Porque eles não querem que façam o mesmo que eles...

—Continue!

—Não Austin. Chega!

—Ao menos responda se é mau o que escondiam?

—Não... Bom, depende do ponto de vista!

—E porque iríamos fazer o mesmo que eles?

—Chega de perguntas! - O carro parou e então percebi que tínhamos chegado. - Agora vamos para dentro. - Saí do carro e fui direto para casa sem esperar por ele.

—Boa tarde senhor!

—Boa tarde e é Austin! - Falo para o segurança em frente da porta. Ele não disse nada e eu entrei. A primeira coisa que vi foi a sala cheia de equipamentos técnicos e policiais. Apenas segui até os sofás onde estava Olivia num e o Ash, o Sam e a Mia, num outro, fazendo uma vídeo-chamada com o Dez, o Jake e a Trish.

—E então? - Perguntaram assim que me viram.

—E então o quê?

—Como foi? Ele desconfiou de alguma coisa?

—Não, ele não desconfiou de nada por incrível que pareça. Agora é só esperar.

—Sim. No final do dia a Ally já vai estar nos seus braços e não se vai preocupar mais!

—Espero que sim Dez. Espero que sim!

—Eu e a Ally não estivemos muito tempo juntas mas já éramos muito amigas e se eu acredito que a vamos encontrar e vai ficar tudo bem, você deve fazer o mesmo!

—Eu vou até o meu quarto, se houver alguma novidade por favor me chamem!

—Não se preocupe, nós chamamos!

Subi as escadas e entrei no escritório. Se o meu tio não me conta o que os meus pais escondiam então vou procurar algo que me diga e não há lugar melhor que o escritório.

Comecei por procurar nas gavetas na estante de livros e nada, em nenhumas das seis gavetas das duas estantes. Procurei até entre os livros por alguma coisa e nem aí. O que me sobrou a secretária. Cinco gavetas, tinha de estar alguma coisa numa delas certo?

Abri a primeira tinha apenas pastas com documentos da empresa. A segunda gaveta estava cheia de lápis, canetas e blocos de notas. A terceira tinha mais pastas. Coloquei todas as pastas sobre a mesa e me sentei na cadeira procurando nos papeis.

Abri a primeira gaveta do outro lado da secretária que tinha dois livros e uma caixa me impedia de a abrir por completo. Tirei os livros, tirando a caixa em seguida e a pousei sobre a mesa. Observei a pequena caixa retangular e a abri.

Esperava encontrar tudo, menos o que estava na caixa. Me surpreendi. Porque os meus pais iriam querer isto aqui? Peguei o objeto com cuidado e o examinei. Se tinham medo que nos atacassem até compreendo, mas porquê uma arma? Não faz sentido! Será do meu tio? ...Não, isso ainda faz menos sentido!

Eu já tinha visto e até pegado em uma arma antes. Eu meu tio me treinou durante todo esta ano. Eu tinha de tirar toda a raiva e estresse do meu corpo de alguma maneira e treinar era a melhor opção. Os primeiros dois/três meses o Ash também treinou, mas depois fui só eu e o meu tio. Um tempo mais tarde, durante duas semanas, ele me ensinou a usar uma arma, mas só mesmo durante duas semanas, depois foi o treino normal.

—Austin? - Ouvi e joguei, rapidamente, os papeis e pastas para dentro das gavetas. - Austin? - Ouvi perto da porta e olhei para a arma. Suspirei e coloquei na lateral das minhas calças, cobrindo com a blusa e arrumei tudo o resto mesmo a tempo, me sentando na cadeira. - Pensei que estava no seu quarto.

—Eu vim procurar umas coisas. - Ele olhou para mim desconfiado, mas não disse nada. - Porque me procura? Já sabem onde a Ally está? - Me levantei da cadeira indo em direção da porta, que era onde ele estava.

—Não. O Jason acabou de sair de um restaurante, esperemos que vá agora para onde a Ally se encontra.

—Era só isso?

—Não... Eu não quero que pense que não quero contar sobre os seus pais, que quero, mas neste momento é melhor e mais seguro se não souber de nada.

—Eu tenho o direito de saber. Eles são meus pais!

—E o seu pai era meu irmão! Para mim também não é fácil. Eu não sabia de muita coisa que Olivia me contou!

—Não sabia?

—Não. Eu não sabia! Mas mesmo magoado por não saber eu entendi porque não me contaram... e quando lhe contar também vai compreender!

—Espero que sim! Vou descer, você vem?

—Sim, mas pode ir descendo. Eu já vou. - Assenti e desci.

—Eu e a Mia estamos bem. Melhor impossível! - Ouvi o Ash assim que cheguei na sala e o vi abraçando a Mia.

—Mentirosos! - Digo me colocando na frente dos dois que apenas riram! - Acham engraçado é? eu não achei graça nenhuma!

—Foi o que mereceu depois de fazer o que fez!

—Ah até parece né? Eu só ajudei!

—Mas podia ter corrido mal.

—Pois, eu sinceramente pesei que tinha corrido mal! Vocês saíram do meu quarto discutindo um com o outro, pareciam bem chateados! E pelo que parece era tudo mentira!

—Era sim! Você até ajudou muito e fez um bom trabalho, mas isso não quer dizer que não nos podemos vingar! Eu pedi para você falar com ela, não quase contar o que sentia e muito menos me mandar para o quarto falar com a Mia como se ela soubesse de tudo!

—Deixem de ser assim. Já estava farto de ver vocês dois olharem um para o outro como dois loucos apaixonados, mas não passava disso!

—Não vou nem falar de você!

—Depois desse eu ficava calado Austin! - Ouvi o Dez e revirei os olhos.

—O que foi? - Perguntei vendo o Sam olhar para mim e ele apenas riu. - Então isso quer dizer que estão bem e juntos? - Pergunto olhando para o Ash e a Mia.

—Sim e pode se dizer que sim!

—Ainda bem! - Me afastei deles e fui até os policiais. - Alguma novidade?

—Ainda não.

—Vai demorar muito para terem alguma coisa?

—Depende... Esperemos que onde ele parar seja o local onde ele esconde a garota.

—Hey! - Ouvimos um dos homens perto dos computadores e o policial com quem falava foi até ele. Até queria ouvir o que diziam, mas não conseguia perceber nada.

—O que se passa? - Pergunto me aproximando.

—Temos de tentar. - Continuam conversando, ignorando completamente a minha pergunta. - Muito bem, preparem tudo já temos destino! - Sorri ao ouvir aquilo. - O seu tio?

—Lá em cima... Ash! Vai chamar o tio!

—Porquê?

—Vai! - Ele revira os olhos e vai.

Vejo todos a prepararem as armas e os coletes e tudo mais. Sei que não me vão deixar ir, por isso tem de ser. Cheguei perto dos computadores e vi o local. Suspirei percebendo que não era longe. Peguei a chave da mota e saí sem ninguém perceber.

Não perdi tempo e coloquei o capacete ligando a mota e dirigindo até o local. Era em uma casa meio abandonada. Aquela casa era dos tios do Jason. Eu sei porque quando era pequeno eu, o Ash e os meus pais fomos passar lá uma semana com o Sam e os "pais". Eles decidiram se mudar de vez para a casa que têm agora, mas nunca venderam aquela. Eram apenas vinte minutos até lá.

Não demorei muito a chegar, sinceramente, pensei que iria demorar mais. Saí da mota, deixando lá o capacete. Não parei em frente da casa caso estivessem a vigiar a porta então caminhei com cuidado até lá. Para minha sorte não estava ninguém na porta. Quando comecei a caminhar até lá o meu braço é puxado me parando.

—Onde pensa que vai?

—Tio?

—Sim, eu sei que você tirou a arma da gaveta do escritório. O que pensa que vai fazer?

—Eu vou buscar a Ally! Não ia ficar em casa à espera enquanto vinham para aqui!

—Claro que não! Teimoso como é! ...Você não pode entrar ali.

—Ah sim? E quem me vai impedir? Você?

—Austin você pode morrer ali dentro!

—Assim como você! Pelo menos morrerei tentando! - Soltei o meu braço dele e comecei o meu caminho até à casa novamente.

—Para Austin! - Ele segurou o meu braço novamente e eu suspirei.

—O que foi agora? Não podemos perder tempo! Você me treinou, eu sei me defender!

—Eu não vou deixar você entrar ali sozinho.

—Muito bem! Então eu procuro a Ally e você faz o que tem a fazer! - Ele assentiu soltando o meu braço e fomos até a casa.

—Eu vou primeiro. - Assenti e ele bateu à porta. Um homem abriu a porta e o meu tio o socou fazendo o homem cair desprevenido. Entrámos e 6 homens estavam na minha frente.

—Será que algum de vocês me pode levar até o Jason? - O que estava mais perto veio na minha direção pronto para me acertar, mas consegui me desviar o chutando e ele bateu a cabeça na parede caindo no chão. - Vejo que não!

O segundo homem vinha até mim, mas o meu tio o impediu então mais um veio logo atrás. Ele se jogou para cima de mim e caímos no chão. Segurei o seu punho, prestes a tocar no meu rosto, e o torci fazendo o homem gritar de dor. Me levantei, peguei a sua cabeça e a bati bem forte contra o chão o fazendo apagar.

O próximo homem veio até mim com uma faca, chutei a sua mão e a faca caiu no chão. Ele olhou para mim e o reconheci, o que me deixou ainda mais furioso que aquilo que já estava. Me baixei chutando a sua perna e ele caiu. Agarrei a faca e a joguei contra a parede.

-Parece que nos encontramos outra vez! - Digo chutando o seu rosto. - Já naquele dia no beco você perdeu e até hoje não aprendeu nada!

Sinto alguém me apertar o pescoço e o ar começa a faltar. Olhei em minha volta e tinha de o fazer passar o mesmo que eu estava agora. Com toda a minha força chutei bem entre as suas pernas e ele logo me soltou sem fôlego, com o rosto vermelho. Passei a mão pelo pescoço recuperando o fôlego e vejo o meu tio se aproximar.

—Tudo bem? - Assenti. - Tenha cuidado! - Assenti novamente e nos separámos.

Subi as escadas e esperava encontrar alguém, mas nada. Não perdi tempo e procurei nos quartos que haviam aqui em cima. Apenas quatro portas, uma delas toda partida ou seja e da única que vinha barulho era da última, bem no fundo. Não perdi tempo e fui até lá. Peguei a arma e entrei no quarto.

—Austin?

—Ally! - Corri até ela e a beijei. Como tinha saudades dela. Depois do beijo terminar a abracei apertado. Tinha medo que se a soltasse a perdia.

—Como conseguiu?

—Não interessa! Temos de sair daqui... O que foi? Está tudo bem? - Pergunto vendo as lágrimas nos seus olhos.

—O meu pai Austin. Ele está morto. - A abracei novamente não a querendo largar mais. - Eu vi tudo. Ele...

—Shh! Está tudo bem!

—Ora, ora, ora! - Nos voltámos para a porta e lá estava o Jason. Coloquei a Ally atrás de mim e olhei para ele. - Onde pensam que vão?

—Embora daqui! E é melhor sair do meu caminho ou ficará como os seus amiguinhos lá em baixo!

—Não me parece! - Ele se aproximou e segurou uma arma apontada para mim. sorri e fiz o mesmo para ele.

—Pensou que eu vinha desprevenido?

—Claro que não! - Ele me empurrou e eu chutei a sua mão, o fazendo deixar cair a arma.

Estava prestes a me levantar quando ele chuta a arma da minha mão e chuta o meu peito. Ele se virou indo buscar a sua arma, mas segurei o seu tornozelo o puxando, fazendo com que caísse.

Caminhei até a arma que ele chutou da minha mão, mas senti algo acertar nas minhas costas o que me fez cair. Me virei e ele me chutou novamente no peito. Ele correu até a arma a pegando e foi até a Ally,apontando a arma para ela.

—Chega. De joelhos! - Faço o que ele diz sem tirar os olhos da Ally.

—Não tem de fazer isto. Eu já estou aqui. Deixa a Ally ir!

—Não! Quero que ela fique e assista!

—O que ela fez para você?

—Não foi ela e sim você!

—Então deixe ela ir!

—Não. Não depois de tanto tempo esperando por isto!

—Você é louco!

—Talvez um pouco!

—Então o que vai fazer? Me matar?

—Não. Isso seria demasiado rápido. Você tem de sofrer!

—Porquê? Sei que é muito mais do que aconteceu com a Molly!

—Ela é só uma parte. Você destruiu a minha vida!

—Eu não fiz nada!

—Você tinha tudo. Amigos, família, popularidade. Eu tentei ser seu amigo e o que ganhei em troca foi ficar com a garota que eu gostava e o pior é que no final não a perdi só a ela. Perdi também os meus amigos!

—Você tem de deixar isso. Já passou um ano!

—Um ano é o suficiente para planear muita coisa... Vou fazer ela sofrer do mesmo jeito que você me fez sofrer.

—Deixe ela ir! - Olhei para trás de mim e vi que a arma não estava muito longe. Me levantei e ele apontou a arma para mim, ainda segurando a Ally.

—Nem pense. Se eu o matar não a poderá salvar, então eu tinha cuidado com o que fazia! - Ele tinha razão, mas se continuar assim, ele não me vai matar só a mim, mas também a Ally.

—Mas se me matar não terá o que quer. - Dou um passo para trás e mais outro em seguida. A Ally tentou se soltar do Jason o que deu ele a empurrar contra a parede e ela cair.

—Ally! - Peguei a arma mesmo atrás de mim e me voltei para o Jason! - Eu vou matar você!

—Veremos quem morrerá primeiro! - Apontámos as armas um para o outro. Olhei para a Ally e ela continuava no chão. Não conseguia perceber se estava bem ou mal, pois estava o outro lado do quarto.

—Larguem as armas! - Dizem abrindo a porta de repente e então o som das armas sendo disparadas é ouvido.

Tudo em minha volta parecia estar em câmara lenta. Pessoas se moviam de um lado para o outro, vozes eram ouvidas como apenas sussurros e então, sinto o meu corpo colidir, fortemente, com o chão.

A única coisa que tinha na cabeça era a Ally e em como ela poderia estar. Senti movimento do meu lado e vi o meu tio. Ele olhou para mim e forcei os meus olhos a ficarem abertos.

—Aqui é o Oficial Matthew Moon e preciso de ajuda, temos três jovens feridos, dois baleados e um inconsciente.

—A-Ally? - Olhei para todo o lado, mas não a conseguia ver.

—Hey, calma! Ela está bem. - Senti os meus olhos pesarem mais.

—O J-Jason?

—Nós o pegámos. Você o atingiu no ombro... Agora preciso que fique acordado até a ajuda chegar. - Ele tirou o casaco o enrolando e senti uma dor enorme perto do meu estômago. - Nós pegámos todos os outros.

—Tio?

—Sim Austin? - Ele colocou o casaco sobre o meu ferimento.

—T-tio! - Segurei uma das suas mãos com a pouca força que me restava e ele me olhou - C-cuide da Ally p-por mim!

Não ouvi o que ele me disse em seguida porque tudo à minha volta desapareceu e se apagou.