POV Austin

Estava andando pela rua, no meio da noite. Usava um meletom, com as mãos nos bolsos, jeans e ténis. Não conseguia dormir, não sei porquê, mas não parava de pensar naquela morena. Ally Dawson. Ela não vai à escola há dois dias, o que me preocupa. Com tudo isto na cabeça e não conseguir dormir, decidir caminhar.

No meio da minha caminhada, ouvi um grito agudo vindo de um beco. Isso soou como uma menina. Caminhei em direção do beco e encontrei dois caras fortes com mascaras, segurarem uma menina contra a parede com uma faca na sua garganta. Quando estava prestes a me virar e ir embora, encontrei um par de olhos castanhos que nunca irei esquecer. Ally!

—Deixe-a em paz. - Digo entrando no beco.

Os dois rapazes viraram-se e olharam para mim, mas não parece que me reconhecessem ou conseguissem ver quem sou. Eu usava um capuz, que deixava difícil ver o meu rosto. O rapaz mais alto afastou-se da Ally e apontou a faca para mim.

—Isso não te diz respeito garoto. Porque não vais embora?

—Não me faça dizer de novo. - Digo dando um passo adiante. - Deixe-a em paz - Repito desta vez com raiva. Eles já me estavam me mesmo a irritar.

—E o que vais fazer sobre isso? - Perguntou o mais alto me desafiando. Oh, ele não sabe com quem se está a meter!

Quando ele tentou se aproximar, com um movimento rápido, consegui desarmá-lo e empurrei o seu rosto com o cotovelo, o fazendo tropeçar para trás.

—Edward. - Exclamou o mais curto. Essa voz é muito familiar.

Deixando Ally, ele puxou uma faca e veio em direção a mim. Consegui me esquivar do ataque pegando o seu braço e girando em torno dele, fazendo com que o seu braço ficasse para as suas costas.

—Vou acabar com você. - Exclamou Edward, ele caminhou até mim e me deu um soco no rosto. Antes que ele voltasse a fazer o mesmo, dei-lhe um soco e depois chutei as suas costelas o fazendo cair no chão. Com um movimento rápido, me virei e acertei o meu cotovelo no rosto do outro e o derrubei. Agora já sabem que não se devem meter comigo.

Edward estava no chão inconsciente. Então me virei e vi o mais baixo apoiado no muro com medo, dei-lhe um soco no rosto e ele caiu no chão. De longe ouvi a sirene da polícia e me virei vendo Ally em pé, na minha frente a tremer de medo.

Dei um passo em frente e peguei-a antes que a sua cabeça tocasse o chão. Usei todas as forças que me restavam e carreguei a Ally, estilo de noiva, mantendo-a perto de modo que a sua cabeça repousava no meu peito e saí do beco como a polícia chegou.

Os policiais tiraram as armas e apontaram para mim, mas eu não exibi nenhuma emoção.

—Pare! Mãos no ar! - Diz o mas próximo de mim.

Não disse nada, simplesmente continuei a levar a Ally e no último minuto alguém gritou para os políciais.

—Baixem as armas, pelo amor de Deus! Ele é meu sobrinho! - Diz o meu tio. Oficial Moon, Matthew Moon, caminhou até mim. - O que aconteceu aqui? Aliás porque estás aqui a esta hora da noite? - Mais uma vez não disse nada. O meu tio balançou a cabeça e deu um tapinha no meu ombro.- Estou feliz que você está bem. Conversamos mais tarde.

—Por mim tudo bem. - Foram as minhas únicas palavras antes de me afastar deles.

Percorri o caminho todo para a casa da Ally e ainda não sei como, consegui bater à porta. Logo, o pai da Ally a abriu e olhou para mim. Suspirei e sem perguntar entrei e coloquei a Ally na sua cama. Ela dormia profundamente. Movi uma mecha de cabelo longe do seu rosto enquanto a olhava e beijei o topo da sua cabeça. Saí do quarto, fechei a porta atrás de mim e olhei para Lester.

—Ela está traumatizada, mas vai ficar bem. Não se vai lembrar de nada quando acordar. Só que foi atacada.

—Como sabe?

—Porque vi o medo em seus olhos. Quando o medo é muito grande, as pessoas tendem a bloquear as suas mentes do que aconteceu. É um mecanismo de defesa. Isso os impede de lembrar de coisas que não querem lembrar. Ás vezes funciona, outra não, mas vamos esperar que sim.

—Obrigada.

—Não tem de quê.

—Eu conheço-o. Você foi o menino que ajudou a Ally no primeiro dia.

—Não, esse não sou eu.

—Mas...eu podia jurar que.... - O interrompi

—Deixe-me fazer isto simples para você, Sr. Dawson. Eu nunca estive aqui, é melhor se você deixar isto assim mesmo.

—Mas, então o que devo dizer quando ela acordar?

—Diga... Diga que o Oficial Moon a salvou.

—Hum, tudo bem.

—Se ela não estiver bem, você deve levá-la a um médico. - Digo e saio do apartamento e fui para casa. Isto pode parecer tudo muito confuso, mas é o mais certo a se fazer.

—Onde você esteve? - Pergunta o meu tio assim que entrei em casa.

—O que acha? Eu tinha de ter a certeza que ela chegava a casa em segurança.

—Então você a conhece?

—Sim, ela é uma amiga.

—Ok. Ela precisa de ir a um hospital.

—Eu sei, mas ela está bem.

—Como sabes?

—Porque eu estava lá. - Respondo com firmeza.

—Tudo bem. Mas Austin... O que você fez lá... Foi incrível. Os teus pais seriam tão orgulhosos de você. - Diz sorrindo para mim. - Eu estou orgulhosos de você. - Acrescentou.

— Que seja. - Digo e subi as escadas para o me quarto.

—Também foi muito bom conversar com você. - Ouvi ele resmungar enquanto subia as escadas.

Assim que entrei no meu quarto me joguei na cama. Nem sequer vesti o pijama pois assim que me deitei adormeci.

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Acordei sentindo o meu rosto quente. Abri os olhos e me levantei. Hoje vai ser um longo dia. Me arrumei (http://static1.squarespace.com/static/54262094e4b02baaffef1288/54273219e4b0e7d92b6ec368/547d3c42e4b0e4a56263cda5/1417493570712/Ross-Lynch_WALL.jpg?format=500w) e desci até a cozinha, encontrando o meu irmão e o meu tio a tomarem o café da manhã.

—Bom dia Austin.

—Bom dia. - Sentei-me e comecei a comer.

—O tio contou sobre o que aconteceu ontem à noite.

—E como se ele não contasse, não é verdade?

—Vocês pegaram eles?

—Não, eles fugiram.

—Como?

—Não sei. - Diz e o Ashton olhou para mim.

—Eu achei muito corajoso da sua parte fazer aquilo. Só tenho uma pergunta.

—Diz

—Essa amiga é a que você conheceu no outro dia na escola?

—Sim é, mas porque isso é importante?

—Por nada, só estava a perguntar. - Respondeu a sorrir e eu revirei os olhos.

—Apesar de você ser três anos mais velho, eu te conheço bem Ash.

—E eu a você Austin. Sem sermos nós, você só fala com o Sam desde que os pais morreram...

—Eu não quer falar sobre isso, não agora, não hoje.

—Isso é o que você está sempre a dizer e hoje é o dia ideal para fazermos isso.

—Não, não é. Hoje é o pior de todos.

—Tem que parar com isso Austin, ambos sabemos que o que aconteceu não foi culpa sua.

—Eu já disse que não quero falar! - Digo me levantando da mesa e saio da cozinha. Subo até o meu quarto, pego a mochila, as chaves de casa, as chaves da moto e desço as escadas.

—Tchau Austin. - Dizem os dois vindo para a sala.

—Tchau. - Digo e saio de casa.

Quando fechei a porta vi o http://popmania.com/wp-content/uploads/2015/02/Jordan-Fisher-Fave-Instagrams-Blog-Image.jpg caminhar para mim. Ajeitei a mochila nos meu ombros e fiz o meu caminho até ele.

—Oh, oi Austin.

—Oi Sam. - O olhei e percebi que ele tinha o lábio inferior com um corte, o seu olho esquerdo estava roxo e ele tinha um hematoma no braço esquerdo. - O que te aconteceu?

—Ontem saí com uma menina e quando estava a ir para casa fui assaltado e os caras me atacaram quando não quis dar meus pertences. Nada de especial.

—Ok. Quando é que isso aconteceu?

—Não sei. Já era tarde, mas não sei bem dizer que horas eram.

—Ok. - Digo um pouco desconfiado, mas ele é o meu melhor amigo, ele não me iria mentir.

—E com você? - Pergunta a olhar para mim, mais propriamente para o meu rosto.

—Ontem depois da escola eu ajudei o meu tio a apanhar uns caras, eles eram fortes, mas sabe como é, ninguém se mete com um Moon. Muito menos com o Austin Moon.

—Sim, ninguém se mete com o Austin Moon. Vamos?

—Sabes que não estamos na mesma escola certo?

—Sim, mas isso não impede de irmos juntos... Quer dizer, como amigos... Você percebeu! - Ri

—Sim, eu percebi!

—A nossa escola é quase uma ao lado da outra... Mas vamos ou chegamos atrasados.

Fui até a minha moto, coloquei o capacete e dirigi até a escola. Hoje vai ser um longo, Longo dia!

POV Ally

Acordei sentindo alguém me abanar. Abri os olhos e me sentei na cama assustada. Espera... Cama? Eu estou em casa. Mas como? Olhei para o meu pai e ele se sentou na cadeira ao lado da cama.

—Hey querida!

—Pai? O que aconteceu? Como cheguei em casa?

—O Oficial Moon salvou a sua vida. Ele disse que devemos te levar ao hospital se não estiver bem. Como se sente?

—Estranhamente bem. Mais estranho ainda é que não me lembro da noite passada. Eu vi um rosto, uma sombra ou algo assim, mas só isso.

—Bem, seja qual for o caso. Estou feliz que você está segura.

—Obrigado pai. Oh, olha as horas! Eu tenho que ir para a escola.

—Mas Ally você deve descansar.

—Eu já faltei dois dias à escola, a cuidar de você, enquanto trabalhava na Sonic Boom.

—Eu nunca pedi para você o fazer.

—Eu queria e tinha de o fazer. Nós precisamos de dinheiro. Além disso hoje é...

—Eu sei. - Interrompe concordando com a cabeça.

—Vou me vestir. - Ele saiu do quarto e eu me Desci as escadas e encontrei o meu pai à porta.

—Eu vou te levar.

—Ok, obrigado. Só, por favor, não entre em apuros.

—Tudo bem, assim que você for para a escola, eu vou dirigir direto para casa.

Rapidamente cheguei à escola e o primeiro sinal tocou. Sai do carro, despedi-me do meu pai e corri para a entrada e esbarrei em alguém.

—Sinto muito. - Digo.

—Não se preocupe. - Diz o cara com quem esbarrei. Coloquei o cabelo para trás da orelha.

—Sou Ally Dawson.

—Jake Stevens http://www.zacefron.com.br/images/gallery/albums/album_733/zac-efron-ben-watts-2010-35.jpg

O Jake é mais alto que eu, mas não mais que o Austin, quase como ele. Ele tinha o cabelo castanho, e seus olhos tinham um tom claro de azul. Ele era bem constituído e usava uma jaqueta, que provavelmente era do time de futebol ou basquete.

—Foi um prazer conhecer você, mas eu estou atrasada para a aula.

—Sim, foi um prazer conhecer você também. - Diz e eu virei e caminhei para a sala de aula. Por sorte a professora só havia chegado agora! Me sentei no meu lugar e prestei atenção na aula.

O dia passou a correr. O sinal da escola tocou e já era hora do almoço. Mais uma vez estava a lutar contra o meu armário, até que alguém bateu nele. Olhei para cima e vi ninguém menos que Austin. Sorri timidamente.

—Obrigada mais uma vez. - Agradeço colocando os livros no armário. Ele sorriu e depois afastou-se. Confusa fechei o armário e segui-o.

—Hey!

—Hey. - Diz divertidamente.

—Onde você esteve? - Ele solta uma risada.

—Você sabe que eu poderia te perguntar a mesma coisa certo?

—Austin!

Ele parou de andar e olhou para mim. Wow. Ele tinha o olho direito roxo e um corte sobre a sobrancelha.

—Eu estava na enfermaria a descansar.

—Quem é que te fez isso?

—Não importa.

—Austin...

—Hey Ally. - Diz o Jake me interrompendo ao meu lado.

—Hey... Jake certo?

—Esse sou eu. - Responde e depois olhou para o Austin. - Oi Austin, como tem estado? - O Austin não disse nada. Ele olhou para mim e depois saiu com as mãos nos bolsos. Fiquei a observá-lo até que me lembrei do Jake.

—Então, Como vais?

—Bem. Eu estava pensando... Você quer... Não sei... Sair algum dia?

—Obrigada Jake, mas não.

—Porque não?

—Problemas de família... Eu... Eu tenho que ir. Tchau. - Digo afastando-me dele.

—Hum, okay. Tchau.

O resto do dia, não vi mais o Jake, mas sentia que algo estava errado. Depois da escola o meu pai veio me buscar e a Trish ligou a perguntar se eu queria sair, mas eu disse que não, porque não podia. Acho que ela ficou curiosa para saber onde eu ia e desconfiada de alguma coisa por também não querer sair. Oh bem!

POV Autora

Lester estacionou o carro e Ally saiu, carregando um buquê de rosas. Ela usava um vestido preto pelos joelhos com sapatilhas pretas. O seu pai usava um terno preto e branco com um laço preto. Ele saiu do carro e ambos caminharam juntos para dentro do cemitério. Quando chegaram onde queriam, a Ally colocou as rosas na lápide. Se levantou e o pai a puxou, abraçando-a de lado. A lápide dizia: Aqui jaz Olivia Becker Dawson. Ela era uma grande pessoa, mulher, mãe e autora. "Tente e quando falhar, levante-se e tente de novo" Uma lágrimas escorreu pelo rosto da Ally, enquanto ela lia a lápide.

—Feliz aniversário mãe. Sinto tanto a tua falta.

—Vamos querida. Vamos para casa.

—Te amo mãe. - Diz e saiu do cemitério abraçada ao pai.

—O que eles não sabiam, era que havia alguém que os observava de longe. Ele caminhou em direção da lápide e lê-lo. Tirou então uma rosa branca do seu blazer e colocou-a em cima das flores que a Ally havia colocado. Levantou-se e observou os Dawson saírem naquele carro velho.

—Sinto muito. - Diz para a lápide antes de se afastar.