Não Sou Nenhum Herói.

Novas Oportunidades & Novas Atitudes.




POV Autora

Em Sidney, Austrália em uma faculdade, há uma reunião entre os professores e alunos.

—Bom, nós estamos com uma parceria muito legal com umas faculdades ótimas dos EUA e do Canadá, nós conversamos com alguns dos nossos professores junto com a secretária, e eles selecionaram vocês aqui presentes para ir 'pra um desses países! Bom, não são só vocês há outra classe, e eles vão para o Canadá, isso quer dizer que vocês vão para os EUA!

—Onde? - Começam todos a perguntar ao mesmo tempo.

—Calma meninos, nós vamos fazer um sorteio.

—Quais são as alternativas?

—Califórnia, Flórida e outros.... Agora um a um vocês vão tirar um papel e ver para onde vão, após isso nós tiraremos as duvidas. - Dito isto o professor foi ao lugar de cada um dos alunos e eles ficaram satisfeitos para onde iam.

— Senhorita Harper. - O professor estendeu-lhe o saco preto onde estavam os papeis e ela escolheu um. "Miami, Flórida." Leu o papel depois de o retirar do saco e um sorriso enorme apareceu no seu rosto.

—Professor, não podemos trocar?

—Não Sr. Williams, nós fizemos um sorteio, isto é: Não poderão trocar!

—Tudo bem.

—O resto de vocês está satisfeito? - Harper foi a primeira a assentir ainda com o enorme sorriso no rosto, o resto dos alunos responderam com "sim" e "claro" - Ainda bem, porque partiram ainda esta semana.

—Quando?

—Ainda não sei bem, mas será esta semana, por tanto comecem já a preparar as vossas coisas.

—Quanto tempo iremos ficar fora?

—Três meses, e no final do projeto os alunos mais avançados ganharam um estágio dependendo do que estiver cursando, mas só vai ser válido até completar um ano de matrícula após isso a despesas da faculdade serão por conta de vocês ou vocês podem optar por voltar 'pra cá.

Todos assentiram e viram alguns pormenores para a viagem, com quem iriam e para a faculdade em que vão. Depois de tudo combinado e decidido, eles foram preparar as coisas para em alguns dias partirem.

POV Austin

Já se passaram alguns dias desde que encontrei a Ally no quarto dos meus pais e desde então não temos falado muito, mas não por falta de tentativas por parte dela.

Todos os dias que nos vemos, ela conversa comigo como se nada estivesse a acontecer e eu quase que não lhe digo nada, mas por vezes tenho recaídas e acabo por falar com ela como se nada de errado estivesse a acontecer e fossemos melhores amigos faz anos. Não posso dizer que não é bom estar e falar com ela, mas não posso arriscar perdê-la também.

Ela já faz parte da minha vida e não posso deixar que lhe aconteça alguma coisa, mas não sei porque razão não me consigo afastar. É como se por alguma razão estamos ligados um ao outro e não dá para nos afastarmos por muito tempo, parece que uma força vinda não sei de onde me puxa para perto dela e não me deixa afastá-la. Como posso protege-la se não consigo simplesmente me afastar?

Será que te queres mesmo afastar dela? Ouço uma voz me perguntar todos os dias e nesses todos os dias a resposta é a mesma e bem simples. Não

Não sei bem porquê, mas algo nela me atrai mais que qualquer coisa o que também me impede de ficar longe. Talvez o brilho nos seus lindos olhos castanhos, ou o seu jeito desastrado que me faz sorrir sem ela perceber, ou o jeito curioso e de querer ajudar os outros mesmo não sabendo como, o seu sorriso contagiante...Tudo nela me atrai e já não sei como esconder. O meu tio e o Ash sempre que têm oportunidade dizem que gosto da Ally e que devo lhe contar, mas ou lhes digo que estão loucos ou nem respondo.

Estes últimos dias me fizeram perceber que sem a Ally a minha vida seria completamente diferente. A minha vida seria mais obscura e sem tanta felicidade, sem muitos dos sorrisos que só ela consegue tirar de mim. Não aconteceria nada disto sem ela. Balancei a cabeça tentando afastar todos esses pensamentos. Decidi pegar meu violão 'pra relaxar. Dedilhei umas notas e quando me dei conta já estava murmurando as letras de uma música que já não lembrava mais e acabei voltando aos meus pensamentos de segundos atrás.

"Maybe it's true, that I can't live without you, and maybe two, it's better than one..."

...Ouvi barulho vindo de trás de mim e rapidamente me virei encontrando a Ally a sorrir e olhar para mim.

—Ah oi. - Digo pousando o violão ao meu lado, encostando-o à cama.

—Oi Austin. Essa música é linda e você cantou muito bem.

—Obrigado.

—Tenho a certeza que um dia serás bem sucedido na música, serei a tua fã número 1 e estarei em todos os teus concertos.

—Obrigado, mas eu ainda não sei se quero seguir uma carreira.- -Austin, isso é por causa dos seus pais?

—Não... Eu não... Tá legal é sim! Olha eu não quero falar sobre isso ok?

—Tudo bem. No outro dia eu vi o Ashton levar um menino até o sótão, fiquei curiosa e quando me aproximei ouvi você contar com um outro menino. Como a porta estava aberta dava para ver vocês. Depois percebi que você lhes dava aulas, mas o importante é que você tem muito talento e tenho a certeza que em breve todos irão conhecer o grande Austin Moon. - Diz movendo os braços no ar enquanto dizia o meu nome. Ri e ela sentou-se do me lado também rindo.

—E eu tenho a certeza que em breve também irão reconhecer a grande Ally Dawson. - Digo imitando o seu gesto quando disse o seu nome a fazendo rir. - Grande não porque você é um pouco pequena.

—Hey, eu não sou pequena você é que é alto demais.

—Ou você pequena demais. - Ela me empurrou de leve e começamos a rir.

—Eu gosto mais quando você está assim.

—Não entendi.

—Nestes últimos dias você está diferente. Ás vezes falas bem comigo outras vezes nem falas, mas eu gosto mais de quando estamos assim, como agora.

—É, eu também gosto mais assim, mas a vida é complicada e nem sempre temos momentos bons. - Digo me deitando e ela deitou-se do meu lado a olhar para mim.

—Às vezes esses momentos não são bons porque não queremos.

—Isso não é possível.

—É sim Austin, só temos de ver o lado positivo das coisas.

—Às vezes não há lado positivo. -Há sempre um lado positivo, muitas das vezes é difícil de descobrir qual é, mas ele está lá.

—Então explica-me como encontrá-lo por ele está desaparecido faz muito tempo. - Dito isto o silêncio instalou-se no meu quarto e nenhum de nós foi capaz de o quebrar. Ficámos assim por pelo menos 1 minuto e quando ia dizer algo a Ally falou.

—Sabes se há novidades do meu pai? - Abri a boca algumas vezes em busca de uma resposta não negativa, mas não havia nada.

—Desculpa Ally, mas não.

—Será que ele foi mesmo embora?

—Não sei, mas porque ele faria isso?

—Talvez por já estar farto de mim. Eu estava sempre a reclamar por ele estar sempre a arranjar problemas e termos de estar sempre a mudar de casa desde que... d-desde que a minha mãe morreu e talvez eu lhe lembre dela e ele já não queira saber de mim. Talvez ele já não me ame mais.

—Para Ally, eu sei que isso não é verdade. No dia em que em foste atacada no beco e te levei para casa, ele estava muito preocupado, ele queria levar-te ao hospital, mas eu disse que não era necessário, ele agradeceu-me bastantes vezes por te ter ajudado, que eu acredito que o que estás a dizer não é verdade.

—Então porque é que ele foi embora? Será que foi alguém que o levou?

—Não sei, mas não vamos falar mais disto agora. Vem, vamos dar uma volta. - Digo me levantando.

—Onde vamos? - Pergunta se levantando.

—Onde deseja ir minha donzela?

—Onde o senhor me levar.

—Então iremos numa viagem que a fará sentir melhor. - Estendi-lhe a minha mão e ela pegou-a.

—Mal posso esperar por isso meu senhor. - Diz e começamos a rir feitos loucos enquanto descíamos as escadas.

—Vamos na minha moto pode ser?

—Bem, eu preferia um cavalo branco, mas uma moto também pode ser. - Ri e peguei as chaves da moto. Saímos de casa e fechei a porta.

O Ash está na faculdade e o meu tio está a tratar de uma investigação qualquer. Hoje é sexta e eu e a Ally já terminámos as aulas, então temos o resto do ia livre e tanto o Ash como o meu tio não devem chegar tarde a casa, mas isso também não interessa.

—Aqui tem. - Digo lhe entregando o capacete.

—Muito obrigado meu senhor. - Ela riu e colocamos os capacetes. Liguei a moto e dirigi-a.

Acho que me afastar da Ally não muda nada e até agora só provei que não sou capaz de o fazer. Estar perto da Ally faz-me sentir bem e eu gosto de me sentir assim. Senti a sua cabeça nas minhas costas e sorri. Ela tinha os braços em volta do meu torso fortemente como se tivesse medo de cair e era bom sentir o seu toque, mesmo estando por cima por fino tecido da minha blusa.

Rapidamente chegamos ao parque e estacionei a mota não muito longe para onde íamos. Ela entregou-me o capacete e arrumei na moto, depois andamos pelo parque.

Peguei a rosa mais bonita que aqui havia e entreguei-lhe.

—Obrigada Austin. - Diz cheirando e sentámos-nos num banco. - Obrigada.

—Por?

—Por me trazeres aqui. Isso fez-me realmente descontrair um pouco.

—Você não tem de agradecer.

—Tenho sim, você já fez tanto por mim.

—O mesmo que você fez por mim.

—Você me salvou naquele dia no beco, você me deixou ficar em sua casa depois que o meu pai saiu, você me salvou quando o Jason nos atacou, você é um ótimo amigo e o que eu te dei em troca? Nada.

—Não, você já fez muito mais que possa imaginar. Acredite.

—Eu vou acreditar. Que tal nos conhecermos um pouco mais. -Tudo bem, o que quer fazer?

—Fazemos perguntas um ao outro.

—Está bem. Você começa. -É verdade que você, o Dez, a Trish, o Jake e o Jason já foram amigos?

—Sim, nós éramos grandes amigos. Quantas vezes você mudou de casa desde que...isso...

—Umas duas a três vezes. Já tiveste alguma namorada?

—Sim, uma.

—Como é que ela se chamava?

—Agora sou eu. Você já teve algum namorado?

—Sim, ele era bem legal ele me ajudava bastante, mas com essas mudanças repentinas nós acabamos nos separando. E olha, isso pode parecer meio vulgar, mas eu já fiquei com bastante garotos, é que uma amiga me disse que era 'pra eu aproveitar e foi isso que eu fiz, mas eu parei de uns tempos 'pra cá. - É, eu preferia não ter ouvido isso. Pensei. Mas acabei deixando escapar.

—O quê?

—O quê? Ahm... Não, nada.

—Ok, então voltando ao que perguntei, como ela se chamava?

—Molly.

—Como se chamava o seu, já que também perguntou.

—Como disse, já fiquei com muitos garotos mas o rapaz que namorei sério chamava-se Dylan e ele era incrível. - Pois, eu não perguntei se ele era incrível ou não! Quero lá saber disso! —O que aconteceu entre vocês?

—Eu não quero falar sobre isso!

—Mas foi algo mau?

—Não entre nós. Eu e a Molly continuamos amigos.

—Então o que ficou mau foi entre você e o Jason?!

—Sim, eu não sei... espera, como sabe sobre isso?

—Como é que sei sobre o quê?

—Não tente disfarçar. Como sabe que ficou alguma coisa mal entre mim e o Jason?

—Eu não sei, só perguntei.

—Quem te contou?

—Ninguém me contou!

—Então como você descobriu?

—O que tem de mal eu saber?

—Nada é só que...eu perdi um amigo por uma menina que passamos de namorados a amigos só para eles ficarem juntos, mas não valeu de nada. E foi o Sam que contou não foi? - Das poucas pessoas que sabem dessa história direito, ele seria das únicas capaz de contar para a Ally.

—Sim foi e como assim não valeu de nada?

—Só podia ter sido ele e ainda hoje o Jason me culpa por eu ter namorado a Molly, mesmo eu sabendo que ele gostava dela, mas foi por isso que nós terminamos, só que ele não entendeu isso e desde então já não somos amigos.

—Pelo menos você fez o que achava ser certo, se ele percebeu ou não já não é problema teu.

—Eu sei, mas...

—Mas nada Austin. Nem vale de nada tentares continuar com os teus "mas" eu vou ganhar.

—Tens a certeza?

—Sim tenho, certeza absoluta!

—Veremos. - Comecei a fazer cócegas nela e ela começou a rir bem alto tentando se afastar de mim.

—P-pare Austin.

—Não até dizeres que sou o melhor e o mais sexy

—E-eu n-ão vou d-dizer isso. - Diz entre as várias gargalhadas que dava.

—Então não vou parar!

—Está b-bem. V-você é...

—Austin? - Parei de fazer cócegas na Ally e me virei vendo o Sam.

—Sam? Está tudo bem?

—Nem por isso, será que podemos falar?